quarta-feira, 4 de setembro de 2024

“SHAKESPEARE

APAIXONADO”

ou

(UMA DECLARAÇÃO

DE AMOR

AO TEATRO.)

ou

(A DELÍCIA DA

METALINGUAGEM

NUM PALCO.)

 


       

              Ir ao 033Rooftop já vale a pena, pela proposta do local. Para assistir a uma versão teatral de “SHAKESPEARE APAIXONADO”, não faltavam motivações. Muitas. E eu fui, no último dia 18 de agosto (2024). A que mais me saltava aos olhos, e ao coração, deixando-me bastante ansioso, era ver mais uma produção do Instituto Artium de Cultura e do Atelier de Cultura, responsáveis, desde 2013, por algumas das melhores produções de TEATRO Musical no Brasil (Leia-se: São Paulo.): “A Madrinha Embriagada”, “O Homem de La Mancha”, “A Noviça Rebelde”, “Annie”, “Billy Elliot”, “Escola do Rock”, “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate”, “Evita Open Air”, “Wicked – História Não Contada das Bruxas de Oz”, “Matilda, O Musical”, “Cantando na Chuva” e “Legalmente Loira”, espetáculo este que conheci recentemente e sobre o qual ainda vou escrever. Assisti a todos esses musicais e adorei-os, sem exceção; a alguns, mais de uma vez. Tinha a certeza de que a montagem me agradaria. E me agradou muito. Outra motivação seria poder ratificar o talento de RODRIGO SIMAS, como um dos protagonistas do espetáculo, depois de seu magnífico trabalho no monólogo “Prazer, Hamlet”, ao qual assisti duas vezes, e escrevi sobre a peça, ano passado, no Rio de Janeiro, talvez a maior e melhor surpresa daquele ano, para mim, em termos de TEATRO. (Aqui, está o “link” da crítica, a quem por ela se interessar: http://oteatromerepresenta.blogspot.com/2023/03/prazer-hamlet-ou-vida-imita-arte.html). Outra motivação seria ver, mais uma vez, num palco, uma das nossas maiores damas das tábuas, a quem, por reverência, chamo de DONA ANA LUCIA TORRE. Infelizmente, esse desejo não foi concretizado, uma vez que a consagrada atriz não participou da sessão daquela noite, tendo sido substituída, de forma correta e satisfatória, pela colega de elenco JÚLIA CORRÊA.

 



 

 

SINOPSE:

         A peça conta a história do jovem William Shakespeare (RODRIGO SIMAS), que encontra, na aristocrata Viola de Lesseps (CARLA SALLE), sua inspiração para escrever, após um período de bloqueio criativo. 

A versão teatral é baseada num filme, com o mesmo título, de 1998.

William Shakespeare, ou Will, precisa escrever uma nova peça de TEATRO, uma história de amor, com fim trágico, mas está sofrendo um bloqueio e somente uma musa inspiradora poderia ajudá-lo.

Ao se apaixonar por Lady Viola, ele volta a ter inspiração e vai criando o clássico "Romeu e Julieta", ao mesmo tempo que escreve outra de suas obras, “Noite de Reis”, a pedido da Rainha Elizabeth I (ANA LUCIA TORRE).

Na época, século XVI, mulheres não podiam interpretar peças de TEATRO, mas Lady Viola, apaixonada pela arte de representar, se veste de homem, com o objetivo de poder participar da peça de Shakespeare.

Este acaba se apaixonando pela bela jovem, mesmo ela sendo noiva do Lord Wessex (GUSTAVO VAZ), nobre dono de terras, na Virgínia, que está à procura de dinheiro, na corte da Rainha, para voltar aos Estados Unidos.

 Após a descoberta do disfarce de Lady Viola, a Rainha autoriza a participação de mulheres no TEATRO.

A montagem mostra o amor impossível, as dificuldades de ser artista e a poesia da vida real, tudo no contexto do reinado de Elizabeth I.

 

 



          Não acredito que alguém possa deixar o 033Rooftop, depois de ter assistido a “SHAKESPEARE APAIXONADO”, insatisfeito, não se sentindo recompensado pelo valor pago por seu ingresso. O espetáculo é uma experiência imersiva que vale muito a pena ser vista e, certamente, ficará na memória afetiva de quem teve o privilégio de estar presente em alguma das sessões, principalmente daqueles que amam a obra do bardo inglês, como eu, ou, pelo menos, têm algum apreço por ele ou ela; também, ainda, dos que assistiram ao filme, de 1998, com mesmo título, que deu origem à peça, “Shakespeare in Love”, no original, e o reconhecem como um ótimo filme, indicado, em 13 categorias, ao “Oscar” de 1999, tendo garantido 7 estatuetas, incluindo a de Melhor Filme.

 

       

          A encenação é feita num formato que “lembra uma arena”, mas está mais próximo a um largo e comprido corredor, que se abre, numa das extremidades, para o que seria um palco, com mesas e arquibancadas, para o público, nas duas grandes laterais da maior faixa de concentração das cenas. Ouvi, de um passante, ao término da peça, que se sentira “como se estivesse no próprio Shakespeare’s Globe Theatre – dito numa pronúncia arrogante e pernóstica -, em Londres. Contive o riso. Não era para tanto. Já tive a oportunidade de estar lá, apenas uma vez, (in)felizmente, e sei que é quase uma arena completa, num espaço redondo, com um palco num dos pontos da circunferência. E, cá para nós, com todo o prazer que sinto, todas as vezes que vou ao 033Rooftop – e já não foram poucas -, jamais será como estar numa réplica do original “Globe Theatre”, em madeira, a menos de 300 metros de distância do local da primeira construção, em 1599, destruída por um incêndio. O cenário, mais um belo trabalho de ANDRÉ CORTEZ, e a disposição das arquibancadas e mesas são “apenas” uma inspiração naquele Teatro, o que garante, de verdade, uma vibrante e inesquecível experiência imersiva e íntima (As mesas mais próximas ao espaço cênico, ficam, praticamente, coladas a este.).

  



           Sendo o TEATRO uma arte coletiva, para funcionar bem, dar certo e, consequentemente, agradar ao público, faz-se necessário que um grupo (grande) de pessoas se reúna e que cada um, no seu “métier”, procure fazer um trabalho correto, dar o melhor de si, para os merecidos aplausos. E foi isso o que aconteceu nesta encenação? Sem a menor dúvida. Não identifiquei nenhum mínimo detalhe de um único elemento da montagem que a desabonasse, ainda que, na “minha” sessão, alguns (poucos) titulares dos papéis tenham sido (bem) substituídos por seus legítimos “covers”, por conta de baixas, no elenco, provocadas por um surto de gripe, na cidade de São Paulo, segundo a justificativa que me chegou.  

 

 


 

            O espetáculo chegou ao Brasil com excelentes credenciais, depois de algumas vitoriosas produções, encenadas em Londres, onde se deu a sua estreia mundial, em 2014, Nova York, Japão e África do Sul, sempre com o aval de público e crítica. Sua carpintaria dramática é bastante interessante, muito bem construída. É preciso que fique bem claro que se trata de uma peça de TEATRO em prosa, com canções ilustrativas, sendo uma obra fictícia, com todas as licenças poéticas que esse tipo de escrita permite e comporta, envolvendo o dramaturgo William Shakespeare, enquanto ele escrevia duas de suas obras. Na trama, são evocados alguns episódios que fazem parte da História universal, mas eles apenas se prestam a contribuir para entrelaçar fatos reais com fictícios e dar um ar de verossimilhança ao “plot”. Da mesma forma, como mais um detalhe positivo, na adaptação para o TEATRO, feita por LEE HALL, encontramos uns personagens também baseados em personas históricas e outros presentes em obras shakespearianas.

 

 


        

       No desenvolvimento do tema central, há espaço, no texto, para o tradicional romance “água com açúcar” (Nada contra; muito pelo contrário.); notas de suspense; muitas surpresas; agradáveis inserções musicais, sem que a peça pertença ao gênero musical; bom humor, leve e próprio para todas as idades; e muito mais pontos positivos. Na história, em si, a meu juízo, não há nada de tão extraordinário, a não ser vermos como é pintado um quadro sociológico de como funcionavam as artes no período elisabetano, a “era de ouro” da História inglesa, com destaque para a proibição de as mulheres atuarem no TEATRO. Eu diria que é um espetáculo mais para o lazer mesmo, o que, em nada, o diminui. Não enxerguei tanto, no cinema, como pude perceber, nitidamente, no palco, mas parece-me que a intenção maior de LEE HALL, em seu trabalho de transposição de uma mídia para outra, foi prestar uma grande homenagem ao TEATRO, fazendo-lhe uma “verdadeira declaração de amor”. E isso é muito lindo, comoveu-me bastante e já me ganhou de saída.  


 

 

 

 

             RAFAEL GOMES, ainda um jovem, que traduziu o texto e dirige o espetáculo, é um experiente diretor de TEATRO, além de dramaturgo, roteirista e cineasta. Dele, no TEATRO, guardo ótimas lembranças, que me encantaram sobremaneira, como “Edukators” (2013), “Mas Por Quê? – A História de Elvis” (2015) e “Lá Dentro Tem Coisa” (2017), este em parceria com Adriana Falcão e Vinicius Calderoni, como dramaturgo. Dirigindo, seu trabalho, em “Um Bonde Chamado Desejo” (2015), é algo que também me marcou. Sua OBRA-PRIMA, porém, na minha visão, é a adaptação e direção no espetáculo “Gota D’Água [a Seco] (2016), uma releitura do icônico musical de Chico Buarque e Paulo Pontes. Em “SHAKESPEARE APAIXONADO”, RAFAEL apenas só fez ratificar seu talento e conduziu uma direção bastante criativa e, acima de tudo, de um dinamismo ímpar, aproveitando, completamente, toda a estrutura espacial do lugar e a cenografia. Atores saem por um lado e surgem em outro, passando bem próximo aos espectadores, obedecendo às minuciosas marcações.

 

 

 

 

            Voltando à cenografia, de peças móveis, que entram em cena e saem dela, vez por outra, apenas uma mesa rústica e banquinhos idem, um trono real e uma armação feita com tecidos e ripas, uma espécie de dossel, a feitio de um quarto. A fachada do que poderia ser a entrada de um castelo, por onde surge a Rainha e seu séquito, lembra bastante a estrutura interna do “Globe Theatre”. Sobre essa estrutura, algo que remonta a um balcão, onde acontecem algumas poucas cenas e de onde vem o som de um cravo, instrumento muito utilizado na época em que as ações se dão, e outros. Para dar um toque de mistério, há alçapões no grande corredor, de onde surgem e por onde desaparecem personagens. Num determinado momento, alçadas as tampas de um deles, estamos diante de uma cama. Boas ideias, muito bem construídas. O conjunto cenográfico permite que o espectador seja transportado à Inglaterra elisabetana do Renascimento. Quem aceita a proposta consegue embarcar numa viagem ao século XVI. Acredito que os poucos elementos cênicos ao alcance dos nossos olhos é fruto de uma opção do diretor, que parece ter apostado muito mais no potencial de seu elenco, não priorizando tanto os elementos de criação, ainda que estes tenham muita importância na encenação.  








(Fotos: Gilberto Bartholo.)


 

 



 

 

         LIGIA ROCHA, MARCO PACHECO e JEMIMA TUANY são responsáveis por um conjunto de figurinos de época, os quais primam pelo deslumbramento e pela originalidade dos detalhes e dos tecidos empregados, confeccionados, com esmero, numa paleta de cores calcada em tons escuros e pastéis, com um ou outro traço de colorido mais vivo, tudo de acordo com a tendência daquele período da História. O traje que mais se destaca é a pesada roupa da Rainha, o qual, em cena, lembra muito uma daquelas ricas e suntuosas fantasias que participavam dos desfiles de gala, durante o carnaval carioca de antigamente. Um belo traje, de profunda criatividade e riqueza.

 

 

 


 

             Movimentação e dinamismo, em grande parte das ações, não poderiam faltar nesta montagem e enxergo, como maior responsável por esse efeito, FABRICIO LICURSI, que assina a direção de movimento e que, na sessão em que assisti à peça, como ator que é, assumiu um dos papéis, para cobrir alguém que não estava em condições de fazer o espetáculo.    


 


 

            Não sei que tipo de tratamento acústico foi reservado ao 033Rooftop, quando de sua construção, mas acredito, piamente, que tenha havido total preocupação com isso, antes da entrega do espaço ao público, a julgar pela qualidade de som que sempre encontrei lá, em todas as encenações que tive a oportunidade de conhecer ali – E foram muitas. É bem verdade que, sempre, há um dedo de alguém para cuidar que todo som que sai dos atores e/ou dos músicos chegue a todos da plateia, incluindo, é óbvio, os que se sentam em lugares não muito próximos à área de atuação. Desta vez, é o toque de GABRIEL D’ANGELO, que atua como responsável pelo “design” de som.  

 

 

 

 

 

              WAGNER ANTÔNIO criou um “design” de luz que não é tão pródigo em cores, como eu esperava, confesso, mas que é absolutamente satisfatório, por manter uma afinidade completa com o tom do espetáculo, muito bem pensado em termos de intensidade dos focos, de pertinência de luzes e sombras, conseguindo produzir belos efeitos de iluminação, dando destaque (a) e pondo em relevo tudo o que existe no espaço cênico, clamando por ser percebido pelo público. Um belíssimo trabalho de luz.


 

 

 

    Não há, na FICHA TÉCNICA, alguém, especificamente, assinando o visagismo, que, no TEATRO, é a rubrica relativa à função de ajudar a construir, esteticamente, personagens, através da maquiagem e do cabelo, principalmente. Sendo, pois, um trabalho que reúne mais de uma frente, podemos dizer que, aqui, ele é criado por FELICIANO SAN ROMAN, responsável pelo “design” de perucas, a quem eu chamo de “o mago das perucas”, e CRIS TÁKKAHASHI, que assina o “design” de maquiagem”.

 

 

 

 

  Vamos ao formidável, harmonioso e homogêneo elenco de “SHAKESPEARE APAIXONADO” (VER FICHA TÉCNICA.), que sustenta, da primeira à última cena, o espetáculo, com garra, vigor e talento. Como, de praxe, acontece, alguns nomes do “cast” foram convidados e a grande maioria saiu de concorridíssimas audições, as quais reuniram mais de 1600 inscrições. Assim é, hoje em dia, graças aos DEUSES DO TEATRO, quando se anuncia a formação de um elenco para uma nova produção de um musical, principalmente, bem diferente de antigamente, quando, era muito difícil reunir um elenco para tal fim, porque este(a) era um(a) ótimo(a) ator/atriz, mas cantava mal e não sabia dançar; o(a) outro(a) era um(a) exímio(a) bailarino(a), porém faltava-lhe talento para o canto e a representação; o(a) outro(a) era uma “cotovia”, mas deixava a desejar na interpretação e “enganava”, na coreografia. Hoje, a dificuldade também existe, porém por outro motivo: ao final das etapas de seleção, faltando a derradeira, a direção e os produtores, na grande maioria das vezes, ficam numa “saia justa” muito grande, por não saberem a quem dispensar, já que, por exemplo, se há 30 vagas a serem preenchidas, sobram 50 candidatos aptos, e muito bem aptos, a elas. "Escolha de Sofia" neles?!" Sem que ninguém me tivesse falado nada, antes de me certificar, por um contato com o diretor, já acreditava eu em que dois nomes apenas se integraram à trupe por meio de convites: RODRIGO SIMAS e ANA LUCIA TORRE. RAFAEL GOMES me confirmou isso.



 

 

 



 

 

    Pensava que CARLA SALLE também poderia ter sido uma terceira convidada, pelo fato de ser uma atriz que já havia mostrado sua competência, quando trabalhou, no cinema, dirigida por RAFAEL GOMES. Se assim tivesse acontecido, o acerto já teria sido imenso, mas ela também passou pelos testes e – detalhe curioso -, como se encontrava no exterior, participou das audições via “on-line” e foi uma corretíssima escolha. CARLA é uma atriz de uma estatura média, em se tratando de uma mulher, sobre as tábuas, porém, em função da maneira como se atira, de cabeça, na construção de sua personagem, principalmente nas cenas em que aparece travestida de homem, com seu “bigodinho maroto”“cresce” muito. Como sou chamado de “rato de TEATRO”, por minha assiduidade aos espetáculos do gênero, e por ter ficado muito bem impressionado com a “performance” da moça, perguntei-me por que eu não a conhecia atuando antes. Pesquisando, para dar forma a esta crítica, descobri que ela é bem mais frequente na telona e, principalmente, na telinha e que, das suas poucas atuações no palco, eu só assisti a “Lazarus”, espetáculo que vi duas vezes, no qual – Perdão, CARLA e demais daquele elenco” – todos os olhos se voltavam para um único ator: Jesuíta Barbosa. Excelente atriz, quero vê-la muitas vezes mais em cena.

 

 




 

    O personagem – isso é indiscutível – contribui muito, para que o bom trabalho de um(a) ator/atriz seja mais ou menos bem percebido e avaliado no palco. Ao “estear” um monólogo, e por mais do que os 60 minutos de duração deles, em média, como foi o caso de “Prazer, Hamlet” (75 minutos), um ator (RODRIGO SIMAS, no caso.) sabe que é o foco de todas as atenções e que carrega, nos ombros, uma grande responsabilidade. Não chamaria de “covardes” os que, ainda, não se arriscam a estrelar um solo, mas, com certeza, denomino de “corajosos” e aplaudo, com muito mais potência, quando é bem executado, é claro, o trabalho de um solitário artista em cena, ator ou atriz. E por que estou fazendo o que alguns poderiam estar achando ser uma “divagação”, para chegar aos comentários sobre a atuação de SIMAS? É muito simples. Quando fui ao Teatro Glaucio Gill, no Rio de Janeiro, pela primeira vez, no ano passado, para ver como o ator se sairia, sustentando um solo, fui muito cético, não nego, contudo, cônscio de que a pejorativa fama de “galãzinho global”, inchada de preconceito e sarcasmo, muitas vezes, não faz jus à pecha que encerra. Já havia constatado isso outras vezes, vendo a atuação de outros jovens atores e atrizes, e ratifiquei a minha impressão, sobre RODRIGO, naquele momento, nas duas vezes em que assisti a uma história sobre o “Hamlet”; não o “Hamlet”. Vi nele um ator maduro e muito aplicado. Não poupei aplausos à sua magnífica interpretação e, hoje, sob a ótica de avaliar um trabalho inserido num conjunto de outros colegas de cena, porém, ainda, como um dos protagonistas (A outra é Lady Viola, a personagem de CARLA SALLE.), também o faço, aumentando a certeza de que RODRIGO SIMAS é um bom ator, dedicado e estudioso, sempre pronto a dar o seu melhor pelos personagens que abraça.



 

 

 



 

 

   Quanto a ANA LÚCIA TORRE, esperava vê-la e, ao final da peça, colocá-la no mesmo pedestal que lhe reservei, quando da última vez em que a vi no palco, estupendamente incrível, na pele da consistente e forte personagem Mary Tyrone, que escondia, dos filhos, sua dependência de morfina, no clássico “Longa Jornada Noite Adentro”, de Eugene O’Neill, por cujo trabalho, a meu juízo, DONA ANA LUCIA TORRE merecia ter ganhado o prêmio de Melhor Atriz em todos os prêmios de TEATRO daquele ano. Infelizmente, tive que abortar o desejo de vê-la atuando, pois ela foi substituída pela atriz JÚLIA CORRÊA, que se saiu muito bem, a despeito de a personagem, Rainha Elisabeth I, ter pouquíssima participação no original da trama. Não fui bom aluno de História, motivo que não me credencia a falar muito sobre a personagem, no entanto um aspecto de sua biografia deve ser louvado: ela era uma grande admiradora e incentivadora das artes cênicas.

 

 




 

 

      São, ao todo, 23 atores em cena, cada um deles sabendo qual era a sua participação na história e, independentemente de um papel de maior ou menor destaque, todos colocando seu correto tijolinho naquela construção. Trata-se de um grupo bastante plural, em idades, etnias e carreira - gente de muitos anos “de janela”, bem conhecidas do público amante de TEATRO, e muitos, ainda, pouco conhecidos ou desconhecidos por completo -, entretanto todos saltando o mesmo nível do sarrafo, colocado em grande altitude, sem derrubá-lo. Uma das coisas que mais me chamaram a atenção neste espetáculo, com relação ao elenco, é que todos, sem a menor exceção, demonstram muito prazer em estar atuando. Poderia, até mesmo, destacar um ou outro, por este ou aquele momento do espetáculo, mas prefiro não o fazer, pois, como não conheço bem a todos, poderia cometer enganos e/ou omissões, e não me perdoaria por isso. Todos merecem o meu mais caloroso aplauso.


 

 



 

 

FICHA TÉCNICA:

Texto: Lee Hall

Versão Brasileira: Rafael Gomes

Direção Geral: Rafael Gomes
Direção Musical: Rodrigo Hyppolito

Elenco / Personagem: Rodrigo Simas – William Shakespeare, Carla Salle – Viola de Lesseps, Ana Lucia Torre – Rainha Elizabeth I, Fafa Renno – Ama, Gustavo Vaz – Lorde Wessex, Leandro Villa – Christopher Marlowe, Davi Novaes – Burbage, Rael Barja – Henslowe, Dagoberto Feliz – Fennyman, Vinicius Salgueiro – John Webster, Dom Capelari – Ned Alleyn, Thiago Ledier – Adam (Gregório) e cover de Sir Robert / Tilney, Lucas Bocalon – Sam (Julieta) e cover de Ned Ayllen, Walmick de Holanda – Ralph (Ama) e cover de Henslowe, Evandro Cavalcante – Nol (Benvólio e Sansão) e cover de Burbage, Ernani Sanchez – Sir Robert de Lesseps / Tilney, Amaurih Oliveira – Peter (Teobaldo) e cover de Marlowe, José Trassi – Robin (Madame Capuleto) e cover de Fennyman, Gabriel Edeano – Wabash e cover de Wessex, Rafael De Bona – Cover de Will Shakespeare e Ensemble, Julia Corrêa – Kate e cover de Ama e Rainha, Neusa Romano - Cover de Rainha e Ama, e Luiza Porto – Molly e cover de Viola

 

Cenário: André Cortez
Figurino: Ligia Rocha, Marco Pacheco e Jemima Tuany
Direção de Movimento: Fabricio Licursi
“Design” de Som: Gabriel D’Angelo
“Design” de Luz: Wagner Antônio
“Design” de Perucas: Feliciano San Roman
“Design” de Maquiagem: Cris Tákkahashi
Direção Técnica: Rodrigo Checarone
Produção Executiva: Pia Calixto

Fotos: João Caldas Fº
Produção: Baccic

 

 

 



 

 

SERVIÇO:

Temporada: De 02 de agosto a 13 de outubro de 2024.

Local: 033 Rooftop.

Endereço: Complexo do Shopping JK - Av. Juscelino Kubitschek, nº 2041 - Itaim Bibi – São Paulo.

Dias e Horários: 5ª feira e 6ª feira, às 19h30; sábado e domingo, às 15h00 e às 19h30.

Classificação Etária: Livre (Menores de 12 anos devem estar acompanhados dos pais e/ou responsáveis legais. A determinação da classificação etária poderá, a qualquer momento, ser alterada pelo Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de São Paulo - SP.).

Valor dos Ingressos: De R$ 19,80 a R$ 400, dependendo da localização.

Canais de Vendas Oficiais:

1) Bilheteria do Teatro Santander (sem taxa de conveniência): Todos os dias, das 12h às 18h. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.

2) Autoatendimento: A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento, para compras de ingressos, sem taxa de conveniência, 24h por dia.

3) Site: Sympla.com (com taxa de conveniência).

Capacidade: 421 pessoas.

ACESSIBILIDADE: Sim, para pessoas PCD.

Estacionamento: Valet R$ 35 – Aceita todos os cartões de débito/crédito.

Duração aproximada: 150 minutos, com 15 minutos de intervalo.

Indicação Etária: Livre (Crianças de até 1 ano e 11 meses de idade, que ficarão no colo dos responsáveis, não necessitam de ingresso. Obrigatória apresentação de documento oficial com foto.).

Apresentado por: Ministério da Cultura.

Patrocínio máster: Comgás.

Gênero: COMÉDIA.

 

ATENÇÃO! O ELENCO PODERÁ SOFRER ALTERAÇÕES SEM AVISO PRÉVIO. EVITE ATRASOS! RECOMENDAMOS A CHEGADA COM NO MÍNIMO 30 MINUTOS DE ANTECEDÊNCIA. APÓS O INÍCIO DO ESPETÁCULO, SOMENTE SERÁ PERMITIDA A ENTRADA APÓS A PRIMEIRA CENA. EM CASO DE ATRASO, NÃO HAVERÁ DEVOLUÇÃO DO VALOR DOS INGRESSOS, NEM A TROCA PARA OUTRO DIA OU SESSÃO.

 


 



        

           Dando sequência a uma ideia já posta em prática antes, em temporadas de outros espetáculos, o 033Rooftop oferece, a quem se interessar, um menu exclusivo temático, a ser degustado durante o espetáculo. É uma curiosa experiência gastronômica, que pode ser adquirida à parte. “Inspirado pelo clima de Londres do século XVI, o Chef preparou três pratos tipicamente ingleses, que contam ainda com drinque e sobremesa.”

 

 




 

 

            Sempre é bom lembrar que uma montagem do porte desta só consegue ser levantada com patrocínios e apoios. “SHAKESPEARE APAIXONADO” é apresentado pelo Ministério da Cultura, tem patrocínio máster da Comgás, patrocínio prata da Esfera, patrocínio de Sem Parar e Zurich Santander, e apoio da Farmacêutica EMS, SegurPro, Santander Brasil, Rio Branco, Radisson Blu São Paulo e Dona Deôla.

E, por tudo exposto acima, fica muito fácil entender que RECOMENDO MUITO O ESPETÁCULO!!!

 

 

 

 

 

 

 

 

FOTOS: JOÃO CALDAS Fº.

 

 

 

 

 

 

 

GALERIA PARTICULAR

(Fotos: Carlos Eduardo 

Sabbag Pereira.)

 

 







 


Com Fabricio Licursi, Victor Mendes e Rodrigo Simas.




Com Rodrigo Simas.


 





 

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