“O SEGREDO
DE BROCKBACK
MOUNTAIN”
ou
(“QUALQUER
MANEIRA
DE AMOR
VALE A PENA” (Milton Nascimento
e Caetano Veloso.)
ou
(DE COMO UM
“EQUÍVOCO”
PODE MERECER
UMA CRÍTICA
POSITIVA;
ATÉ A PÁGINA
5.)
Poucas vezes, senti-me tão ansioso, à espera de um espetáculo teatral, como aconteceu quando recebi o convite para uma sessão especial da peça “O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN”, que aconteceu, há um mês desta publicação, no dia 07 de agosto próximo passado. O espetáculo estará em cartaz até 26 do mês em curso (setembro de 2014) no Teatro das Artes RJ (VER SERVIÇO.). Arrependi-me bastante, pois me reservaram um lugar na antepenúltima fila, num Teatro que não tem uma acústica digna de elogios, além de dificultar a visão aos que se sentam da metade do auditório para trás, por falta de um caimento, no piso da plateia, que deveria lá existir. O outro motivo, bem mais sério, foi o fato de eu ter visto uma linda história mal contada, por conta da direção, um verdadeiro desperdício, porém – AINDA BEM - com uma dupla de protagonistas que seguram a peça, da primeira à última cena, com dois trabalhos dignos de premiação. Um verdadeiro oásis naquele deserto. Fui convencido, por aquela montagem, de que estava diante de um “equívoco” por parte da direção, de como se pode estragar um texto tão lindo e importante para os nossos dias.
Constrangido e bastante triste – mais que tudo, FRUSTRADO -, saí do Teatro já com a determinação de deixar passar um bom tempo para rever o espetáculo, na esperança de encontrar uma obra mais enxuta, azeitada, com os devidos e necessários “consertos”, considerando tudo o que pode acontecer de errado numa estreia. Foi o que fiz, na noite da última 4ª feira (04/09/2024), coração acelerado, abertíssimo, cheio de vontade de retificar a minha opinião anterior e gostar muito da peça, então acomodado na primeira fila, com condições plenas para poder observar cada mínimo detalhe da encenação.
E como foi essa segunda experiência? Melhor que a primeira, deveras, mas só um pouquinho, não o suficiente para me agradar, no todo. “Então, alguma coisa te agradou, em um nível aquém da tua expectativa?” Sim; e não. É complexo externar a minha opinião, difícil de ser codificada em palavras educadas e comedidas, totalmente isentas de sentimentos negativos, por medo de melindrar alguém ou mais de uma pessoa ligada ao projeto, última das minhas intenções ou, melhor ainda, que nem passa perto do meu desejo, ao comentar sobre a peça. Tudo regido pelo maior respeito ao ser humano, “pisando em ovos” aqui, para ser o mais polido e justo possível. Resumindo, depois da minha segunda vez, diante do que me proporcionaram ver: o pouco que já era bom, ou seja, o magnifico trabalho de MARCÉU PIERROTI e JÚLIO OLIVEIRA, e a corretíssima atuação de EDUARDO RIECHE, foram confirmados, e acho até que melhor que a vez anterior, por ter sido lá uma estreia para a classe, creio eu. Os desacertos da direção, a meu juízo, lá permanecem, e tudo o que acho que não funciona, sem dúvida, relacionado aos deslizes do diretor, continua no palco, hiperbolicamente representado, prejudicando uma avaliação positiva total da obra.
Como sempre, fui com a intenção de gostar da montagem, o que gera em mim muito prazer, que se estende até escrever sobre ela. Mas ficou difícil, muito difícil. Travou-se uma luta interna entre o espectador e o crítico. Confesso que fiquei me questionando se valeria a pena escrever sobre aquilo, todavia achei que eu não teria o direito de soterrar a minha emoção, em algumas poucas cenas, que mereciam elogios, e deixar de me pronunciar sobre momentos constrangedores, para não entristecer e melindrar A ou B. E jamais poderia omitir o prazer de ver um drama tão bem pensado e escrito, interpretado por dois estupendos atores, sem abordar esses dois aspectos. Mas como escrever uma crítica, enaltecendo apenas dois elementos e olvidando o resto, se "TEATRO é a arte do coletivo?".
O tripé mais consistente de
sustentação de um espetáculo teatral é representado por texto, direção
e interpretação. Se um dos
esteios falha, o todo ficará desequilibrado, “perneta”. A encenação
acabou conseguindo se manter em pé, sem desmoronar, como um castelo de areia,
graças, unicamente, à beleza, poesia e delicadeza do texto e pelo irretocável trabalho
de MARCÉU E JULINHO. E não adianta querer procurar mais alguns méritos,
a não ser a correta atuação de EDUARDO RIECHE, que se desdobra em três personagens,
com suas pequenas, porém marcantes inserções, todas muito bem valorizadas pela competência
do ator. Salva-se, também, é verdade, a participação, como musicistas, de JOÃO
PEDRO MOSCHKOVICH e MIGUEL GÓES, este assinando a assistência de direção, a quatro
mãos, com DIOGO MONTEZ, e a direção
musical. Mas
vale a pena assistir ao espetáculo, embora claudicante, por conta da frouxidão
da perna relativa à direção, que, de frágil, se quebrou e se apoiou nas outras
duas.
Mesmo
que eu não seja um cinéfilo, ainda tenho um aparelho de DVD Player (Acho que é
assim que se chama aquela geringonça.), que, inexplicavelmente, ainda funciona
normalmente, reproduzindo os DVDs;
e uma pequena videoteca, com uns 50
títulos de filmes, por aí, que considero icônicos ou que, no mínimo, me
agradaram muito. “O SEGREDO DE BROCKBACK MOUNTAIN” (“BROCKBACK MOUNTAIN”, no original) faz
parte dela e, talvez, ocupe uma posição no meu “top 10”. É um belíssimo
filme, em todos os aspectos, do final de 2005,
tendo estreado, no Brasil, em fevereiro
de 2006, muito bem recebido
por nós, contudo causando muita confusão em vários países em que foi exibido,
sem falar naqueles em que foi totalmente proibido, embora também tenha recebido
algumas premiações, inclusive no maior de todos os prêmios, o “Oscar”, ao qual recebeu 8 indicações, tendo vencido em 3: Melhor Direção, para o taiwanês Ang Lee, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora. A adaptação para o TEATRO
traz 90%
do que se vê na tela, mas omite parte do final da película, o que não
compromete, em nada, a versão teatral.
SINOPSE:
“O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN” é uma história de amor entre dois cowboys no interior dos Estados Unidos, na década de 60, mais propriamente, no verão de 1963.
Jack Twist (JÚLIO OLIVEIRA) e Ennis
del Mar (MARCÉU PIERROTI) são jovens que se conhecem, ao serem
contratados para cuidar das ovelhas de Joe
Aguirre (EDUARD RIECHE), em Brokeback Mountain.
Jack deseja ser cowboy e está trabalhando no local pelo segundo ano seguido,
enquanto Ennis encara o
trabalho para ganhar dinheiro, pois pretende se casar com Alma (CATARINA MARCATO), sua
namorada, tão logo o verão acabe.
Os dois cowboys, pobres,
ao passar semanas isolados, no frio e em más condições de trabalho, começam a
criar uma intimidade que se transforma em um romance intenso e conflituoso e
transformador.
Ao término do verão, cada
um segue sua vida, mas o período e as coisas vividas naquele verão irão marcar
suas vidas para sempre.
ATENÇÃO:
Para os que demonstrarem
interesse por uma SINOPSE mais
completa, completíssima, sugiro que busquem esse conhecimento na internet (“BROCKBACK MOUNTAIN” – Wikipédia).
É referente ao
filme, mas coincide, em quase tudo, com a da peça, com exceção do final.
Vale muito a
pena ler, principalmente para entender melhor a versão teatral.
E aproveitem
para assistir ao filme também!
O grande trunfo da
história reside nos personagens, dois, em especial, os protagonistas, profundamente humanos, e no fato de nos fazer pensar sobre a
intolerância, os medos, as fragilidades, os interditos e o poder do amor, aplicados
a um lindo e verdadeiro sentimento puro, sincero e amoroso entre dois iguais,
dois homens auto reprimidos e com muito medo de romper um casulo e voar livres,
como as borboletas que habitam seus corações, principalmente Ennis. Uma história linda,
riquíssima em beleza, pureza e emoção, e com personagens fictícios,
completamente “normais” e
representantes de tanta gente real, com seus desejos, conflitos e destinos
avassaladores, trancada em seus abrigos, vivendo uma vida dupla. Trata-se de “uma história que não termina com um ‘blackout’
final, mas que acompanha cada espectador sensível, humano e empático”.
Não acredito que ninguém deixe o Teatro,
depois de ter assistido a “O SEGREDO
DE BROCKBACK MOUNTAIN”, da mesma maneira como entrou. A não ser os “ogros” que lá estiveram “por
obrigação”, por um ou outro motivo, ninguém deixa de acompanhar a saga
daqueles dois seres humanos, cujo único “pecado”
foi amar a ser feliz”.
Para entender o sofrimento e sentir a dor de Ennis e Jack,
não precisa ser “gay”, militante ou simpatizante da causa; basta abrir o peito e deixar escorrer muita
empatia. Aliás, é muito bom que se diga que a obra nada tem de panfletária
nem que impõe bandeiras a favor do homossexualismo. E um ponto positivo para a direção - Sim, não poderia deixar de fazer menção a isto: não há qualquer tipo de apelação em cena, como nudez gratuita; as duas cenas de sexo não chocam os pudicos, creio meu. - Os protagonistas apenas
desejam resolver o seu drama pessoal.
Eu nem sabia que havia uma versão teatral do filme e fiquei muito feliz e
curioso pela oportunidade de poder assistir a ela, quando soube de sua
existência e da montagem brasileira. E me preparei para o melhor. A peça só
chegou ao Brasil, trazendo os questionamentos
e reflexões do conto de Annie Proulx,
por conta do ator MARCELO BROU, responsável pela compra dos direitos de montagem no Brasil, depois de
ter assistido à versão britânica, em Londres,
passando a ser o idealizador da
montagem, além de estar em cena, da primeira à última, como o
personagem Ennis, na fase
madura, o Ennis velho, “narrando” passagens da peça. Não
entendi o emprego do verbo “narrar”,
que retirei do “release” que a
mim chegou, pois não o vejo como um narrador e, a propósito, como um dos maiores
descuidos da peça, penso que sua presença no enredo, o personagem, entenda-se, é totalmente desnecessária,
a não ser que se fizesse presente de uma forma mais dinâmica e, realmente,
atuante. Não por parte do ator, mas porque a direção houve por bem mantê-lo em
cena o tempo todo da peça, sem que a maioria do público tenha entendido quem
era aquele personagem, “naquela fila
do pão”, causando até, lamentavelmente, comentários jocosos sobre sua
participação na trama, ouvidos, posteriormente, por mim. Arrisco também dizer, sem medo de errar, que poucas pessoas conseguem
entender que BROU representa o personagem Ennis já velho, porque a direção não encontrou uma forma simples
e prática de fazer com que todos, do mais intelectual ao menos escolarizado na
plateia, pudessem assim entender. Recuso-me, aqui, a transcrever os epítetos
irreverentes destinados ao ator e ao personagem, que ouvi, fora do Teatro, nas duas vezes em que
assisti à peça, e que me deixaram constrangido e triste, lembrando que algumas pessoas culpavam o diretor. Não é com suas marcações morosas e equivocadas, transitando
pelo palco, como um zumbi, observando as cenas, no espaço cênico, e com sua meia
dúzia de pequenas falas enigmáticas que ele conseguirá ser identificado como
pensou e desejou a direção.
Abro espaço para outro grande deslize da direção, a meu ver, também sério, sob a minha modesta ótica. Reporto-me a ter sido utilizada uma atriz/cantora, CATARINA MARCATTO, que se divide nos cantos e na personagem ALMA (esposa de Ennis), a qual deixa a desejar nos seus exagerados agudos e devendo, algumas vezes, na afinação, causando um certo desconforto (Também, pelos corredores do Shopping da Gávea, ouvi comentários desabonadores sobre seu trabalho, com algumas pessoas tentando, jocosamente, imitá-la, o que me causou uma situação bastante desagradável.). CATARINA foi escalada para interpretar algumas canções de lamento, lindos "blues" e baladas caipiras, compostas por DAN GILLESPIE SELLS, com melodias belíssimas, cujas letras são importantíssimas, na trama, e cujo teor se perde, por serem “cantadas” em “inglês”, por vezes incompreensível, até por quem domina o idioma. Não faz o menor sentido, NA MINHA OPINIÃO, não serem cantadas em português, já que as letras têm uma relação direta com as cenas a que se atrelam. Deveriam ter sido passadas pelas mãos de algum dos nossos ótimos versionistas para o TEATRO. Achei isso IMPERDOÁVEL!!! Pontuar cenas com canções é um excelente expediente, neste tipo de encenação. Essa ideia poderia ter dado 100% certo, mas ficou só em menos da metade do acerto pensado, só valendo pelos toques musicais de JOÃO PEDRO MOSCHKOVICH e MIGUEL GÓES, solando ou acompanhando, dois excelentes musicistas que não erram na execução da trilha sonora original, da versão londrina, com excelentes toques dos exímios músicos brasileiros. A ideia de fazer uso do chamado *“slide”, em algumas canções, é extremamente comovente, porque a sonoridade obtida remonta a lamento.
*“Slide guitar”, ou “bottleneck guitar”, é uma forma de tocar guitarra, em que se utiliza. no dedo médio, anular, mínimo ou indicador (este último menos comum), um pequeno tubo oco cilíndrico, feito de metal, vidro ou cerâmica, com o objetivo de alterar o tom em que se toca, deslizando esse tubo pelas cordas da guitarra.”
Para os que, equivocadamente,
pensam que é muito fácil a vida de um ator brasileiro, a não ser que tenha sido
ungido com os óleos da Central Globo
de Produções, deixo bem claro que eles sofrem, pulando de uma audição
para outra, até conseguir um papel, de preferência de destaque. Foi assim que MARCÉU
PIERROTI se tornou Ennis Del Mar
e JÚLIO OILIVEIRA virou Jack
Twist. Foi “ralando”
nas audições, para preencher o elenco, que os dois alcançaram a categoria de protagonistas de uma linda peça de
amor. Sem ter feito parte do processo de seleção nem conhecendo quem disputou
com eles os dois principais e disputados papéis, não me resta a menor dúvida de
que pouca gente, ou ninguém, defenderia os dois protagonistas com tanta garra,
brilho e verdade como eles dois. Ambos são gigantescos em cena e eu reservo um
mínimo de uma pitadinha de destaque, ínfima mesmo, a mais para JÚLIO, creio porque o
personagem permite arriscar um mergulho mais profundo, de cabeça, na sua
construção. Fatores escusos à parte, JÚLIO OLIVEIRA merece ser indicado
a prêmios de Melhor Ator de 2024;
e a mesma indicação para MARCÉU não me causaria surpresa. E também me
faria muito gosto.
O elenco, na sua íntegra, com altos e baixos, é formado por MARCÉU PIERROTTI (Ennis Del Mar – Não há adjetivos elogiosos que bastam para a sua avaliação.), JÚLIO OLIVEIRA (Jack Twist – IDEM), MARCELO BROU (Ennis Velho), EDUARDO RIECHE (Joe Aguirre, Bill e Pai de Jack), CATARINA MARCATO (Alma e Cantora Baladeira), ARLETE HERINGER (mãe de Jack e Garçonete) e ANA ELISA SCHUMACHER ( Laureen).
Foto: Gilberto Bartholo.
ANA ELISA SCHUMACHER foi cirúrgica na escolha das peças que formam o conjunto de figurinos. ADRIANA ORTIZ foi
precisa na discreta e correta iluminação.
O criador da cenografia, que
apresenta pontos altos e baixos, os quais, colocados numa balança, pendem um
pouquinho mais para o lado negativo, pretensiosamente criativa e confusa, não
consta, na FICHA TÉCNICA que me chegou às mãos, porém apurei,
recentemente, que foi idealizada por MOACYR GÓES.
Foto: Gilberto Bartholo.
Longe
de mim, querer fazer do diretor MOACYR GÓES uma espécie de “Maria Madalena” tropical. De minha
mão, não será desferido nenhum mínimo cascalho ou seixo contra ele, porque, todos
têm o direito de não acertar a mão um dia, principalmente quem já mereceu meus
merecidos aplausos por outros trabalhos anteriores, mormente no cinema.
FICHA TÉCNICA:
Peça baseada num conto de Annie Proulx
Idealização do Projeto: Marcelo Brou
Texto: Ashley Robinson
Tradução: Miguel Góes
Músicas: Dan Gillespie Sells
Direção: Moacyr Góes
Direção Musical: Miguel Góes
Elenco: Marcéu Pierrotti, Júlio Oliveira, Marcelo
Brou, Eduardo Rieche, Catarina Marcato, Arlete Heringer e Ana Elisa Schumacher
Stand-by Ennis/Jack: Diego Montez
Músicos: João Pedro Moschkovich e Miguel Góes
Assistência de Direção: Diego Montez e Miguel Góes
Cenografia: Moacyr Góes
Figurino: Ana Elisa Schumacher
Iluminação: Adriana Ortiz
Fotos: Marcio Moraes
Produção: Bufões Produções
Produção Executiva: Bruna Britto
Assistência de Produção: Giulia Butler
SERVIÇO:
Temporada: De 07 de agosto a 26 de setembro de 2024.
Local: Teatro das Artes.
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, nº 52 / 2º
Piso (Shopping da Gávea).
Dias e Horários: Quartas e quintas-feiras, às 20h.
Valor dos Ingressos: R$ 120 (inteira) e R$ 60
(meia-entrada).
Duração: 90 minutos.
Classificação Indicativa: 16 anos.
Gênero: Drama.
São palavras de MARCELO BROU, idealizador do projeto: “Por mais que o
conto tenha mais de 20 anos, as lutas são as mesmas. Não se faz necessária
nenhuma intervenção, por se tratar de uma forma de amor genuína. A peça poderia
ter sido encenada há duas décadas ou hoje, como estamos fazendo. Toda a equipe
está muito feliz por levar à cena uma peça que fala de amor, que é um tema
universal”. Concordo com tal pensamento, ressaltando que há
uma distância entre o “ideal” e o “real”. “A peça chega respeitando o amor e o conto
da autora. (...) “As cenas serão tratadas como expressão do comportamento
apaixonado e erótico dos personagens. Nada será criado para encobrir algo ou, por
outro lado, para ser uma exploração da nudez dos atores.”,
completa MOACYR GÓES, com o que, respeitosamente, concordo e assino
embaixo.
Ainda
ressalta o diretor: “É uma história
sobre amor, intolerância e a complexidade dos sentimentos e desejo humanos.
Essas são questões que marcam a trajetória humana. A realidade da diversidade
das pessoas e a aceitação do outro como ele é são conquistas a serem efetivadas
e, realmente vividas em
sociedade. Ainda estamos longe disso, já percorremos alguma estrada nesse
sentido, mas ainda estamos longe. Neste sentido a peça é, sim, uma reflexão
sobre as realidades vividas pela comunidade LGBTQIAPN+”. MOACYR GÓES
acertou na sua reflexão, a julgar pelas plateias lotadas, em dias de meio de
semana, com um público, que, em sua grande maioria, com certeza, há de se
identificar com um dos dois protagonistas, ou, até mesmo com algum dos outros
personagens. Confesso que a peça mexe muito comigo e coloco-me totalmente empático a um dos personagens. Curiosos? Lamento.
Desde agosto de 2013, depois de mais de 800 críticas publicadas esta é
a primeira que me levou a tentar me equilibrar numa fita de “slackline”, sem a menor certeza de
que me sustentaria sobre ela ou se cairia de nariz no chão. Fica a critério de
cada leitor o resultado dessa “ousadia”.
Se eu recomendo a peça? Sim, para ver um emocionante trabalho de
interpretação de MARCÉU PIRERROTTI e JÚLIO OLIVEIRA
Foto: Gilberto Bartholo.
FOTOS: MARCIO MORAES
GALERIA PARTICULAR
(Fotos: João Pedro Bartholo
e
Ana Cláudia Matos.)
VAMOS AO TEATRO!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE
ESPETÁCULO DO BRASIL!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE; E
SALVA!
RESISTAMOS SEMPRE MAIS!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA
QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO TEATRO BRASILEIRO!
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