“ENQUANTO
VOCÊ VOAVA,
EU CRIAVA RAÍZES”
ou
(UM ESPETÁCULO “PARA VER COM OS OUVIDOS E
OUVIR PELOS OLHOS”.)
Fui convidado para um espetáculo
da CIA. DOS À DEUX, o primeiro deles, depois que os Teatros
voltaram a abrir as suas portas, obrigados que foram a fechá-las, em função da pandemia
de COVID-19, que arrefeceu, porém não estamos livres, totalmente, dela, motivo que me leva a continuar com os mesmos cuidados adquiridos, desde o início desse flagelo: máscara, álcool em gel e distanciamento, quando, e quanto, possível. O
interessante é que, se é que podemos assim considerar, esta montagem é
uma coisa “boa” que surgiu por conta dessa mesma pandemia, sobre
o que falarei um pouco mais adiante, principalmente na SINOPSE. Confesso
que é difícil escrever sobre esta montagem, quase impossível de
traduzir, em palavras, as emoções e os sentimentos que o espetáculo me provocou.
A CIA. DOS À DEUX, para quem ainda não sabe, é
uma CIA. franco-brasileira, que existe há 24 anos, fundada por ANDRÉ
CURTI e ARTUR LUANDA RIBEIRO, os quais iniciaram, na França,
uma profícua parceria artística, com uma pesquisa teatral e coreográfica,
tendo como inspiração a obra “Esperando Godot”, de Samuel Beckett.
Trata-se de uma “CIA. de gestos”. De lá para cá, a “DOS À DEUX”
só fez emplacar grandes sucessos, de público e de crítica, e seus espetáculos
são disputadíssimos, por quem aprecia a boa arte, e sempre foram merecedores
de inúmeras premiações. A CIA. já se apresentou por todos os
países da Europa, além da África, América do
Sul, Coreia do Sul e Índia, num total de mais de 50 países, somando acima de 2 mil apresentações, por
toda a Europa, África Central, Ásia, Polinésia
Francesa, Emirados Árabes e América do Sul.
Nesse quase jubileu de prata, o repertório
da CIA. computa 11 espetáculos: “Dos à Deux” (1998),
“Je Suis Bien Moi” (2000), “Fulyo” (2000),
“Aux Pieds de la Lettre” (2002), “Saudade em Terras D’água”
(2005), “Fragmentos do Desejo” (2009), “Ausência”
(solo, com Luís Melo, de 2012), “Dos à Deux - 2º Ato” (2013),
“Irmãos de Sangue” (2013), “Gritos” (2016) e “Enquanto
Você Voava, Eu Criava Raízes” (2022). Desses, os que mais me marcaram,
até hoje, foram “Fragmentos do Desejo”, “Ausência”,
“Irmãos de Sangue” e “Gritos”.
Muitas das informações já aqui passadas e outras, que
ainda virão, foram extraídas, com cortes e adaptações, de um longo e detalhado “release”
que me chegou às mãos, enviado por PAULA CATUNDA (Assessoria de Imprensa).
A CIA. tinha sua sede na França, porém, há sete anos,
além desta, situada em Paris, passou a ter duas: a francesa e
outra no Rio de Janeiro, no bairro da Glória, “Nesta,
além de abrigar a companhia, o espaço vem se estabelecendo como um local para
oficinas e residências artísticas, para outros grupos.”.
SINOPSE:
Há dois anos, quando, em virtude
da pandemia, estavam isolados na casa-sede da CIA., no Rio de
Janeiro, ANDRÉ e ARTUR iniciaram um longo processo
criativo do espetáculo em tela e, a partir de uma imersão profunda, os dois
artistas encontram, na solidão, uma liberdade criativa que ainda não
haviam experimentado, em 30 anos de carreira.
Como em suas obras anteriores, partiram
de uma palavra-chave, para elaborar a dramaturgia visual. O medo
– e as múltiplas sensações provocadas por este sentimento – foi o ponto de partida
desta montagem.
Não apenas o medo, porém,
enquanto força paralisante, mas como um impulso para uma travessia, rumo ao
renascimento.
O fascinante espetáculo tem dramaturgia,
cenografia, encenação e “performance” de ANDRÉ
CURTI e ARTUR LUANDA RIBEIRO. “Com o isolamento, num momento
de instabilidade e fragilidade coletiva, ANDRÉ e ARTUR mergulharam nos
múltiplos medos que nos atravessam, para, aos poucos, chegar a estados,
sentimentos e emoções, a que deram o nome de ‘espaços íntimos de sensações’”.
Segundo ARTUR, este é um espetáculo “para
ver com os ouvidos e ouvir pelos olhos”. A peça não tem uma dramaturgia
linear nem um texto verbal, o que, para muita gente, é um fator que
pode limitar a captação do que pretendem os dois artistas criadores, o
que, entretanto, é compensado pela beleza plástica da peça. Durante os 50
minutos de duração do espetáculo, por parte do público, há um
silêncio sepulcral e uma total ligação com o palco. Uma grande troca de energia. Todos parecem hipnotizados
pelos dois artistas, os quais exploram, de uma forma quase
inacreditável, seus corpos, para instigar a plateia, com imagens e ilusão
de ótica. Os assistentes não conseguem entender como tudo o que
estão vendo possa ser verdade. Mistério total. “Os dois personagens são corpos que ora
se juntam, ora se separam. São duas sombras que se fundem – como um oráculo dos
sonhos, que revela corpos suspensos e invertidos no espaço. Com seus membros prolongados,
tentam alcançar e se segurar um ao outro, ficando suspensos para não cair.
Impelidos pelo medo, eles se encontram à beira do precipício.”.
Numa fusão entre o teatro gestual e as artes
visuais, a CIA. DOS À DEUX propõe que o público assista ao espetáculo
como que através de uma lente de cinema. Por trás dessa tela, que se assemelha
a um portal, como se fosse um grande oráculo dos sonhos, ARTUR e ANDRÉ
criaram narrativas visuais, o grande diferencial desta montagem.
Mas “é por meio de seus corpos, da fisicalidade e da virtuosidade, que a
ilusão acontece em cena”.
Criadas pelo diretor de fotografia MIGUEL VASSY e pela artista plástica LAURA FRAGOSO, “as imagens projetadas em cena dialogam com a dramaturgia, assim como a música original, criada por FEDERICO PUPPI”. A propósito o “casamento” entre a dupla de multiartistas e este talentoso e consagrado músico é de uma felicidade a toda prova. A trilha sonora original, composta e executada por PUPPI é parte deste “corpo”, um membro que jamais poderia ser extirpado. Um incalculável percentual de beleza da peça se concentra no trabalho de FEDERICO PUPPI, sem falar nos demais artistas de criação e, evidentemente, do trabalho, em cena, de ARTUR e ANDRÉ, o principal.
(Foto: Marcelo Gigante.)
(Foto: Leandro Benjamin.)
A ficha técnica do espetáculo
é bem longa, porque, para que aquela OBRA-PRIMA possa acontecer, um batalhão
de artistas de criação e técnicos entra em ação. Estes têm um papel preponderante
neste trabalho, uma vez que tudo é muito milimetricamente sincronizado e
qualquer descuido comprometeria a encenação. Muitos aplausos para todos,
cujos nomes não vou escrever aqui, uma vez que podem ser encontrados no quadro
em destaque, logo aqui abaixo.
FICHA TÉCNICA:
Direção, Dramaturgia, Cenografia e “Performance”: André Curti e Artur Luanda Ribeiro
Música Original: Federico Puppi
Iluminação: Artur Luanda Ribeiro
Cenotecnia: Jessé Natan
Assistentes de Cenotecnia: Bruno
Oliveira, Eduardo Martins e Rafael do Nascimento
Criação de objetos: Diirr
Criação videográfica: Laura
Fragoso
Imagens: Miguel Vassy e Laura
Fragoso
Figurino: Ticiana Passos
Operação de Som e Vídeo: Gabriel
Reis
Operação de Luz: Filipe Medeiros e
Tiago D’Avila
Contrarregragem: Iuri Wander
Preparação / Criação Percussiva:
Chico Santana
Costura da Caixa Preta: Cris
Benigni e Riso
Costura dos Figurinos: Atelier das
Meninas
Assessoria de Imprensa: Paula
Catunda
Mídias Sociais: Mariã Braga
“Designer” Gráfico: Bruno
Dante
Fotos: Nana Moraes e Renato
Mangolin
Coordenação Administrativo-Financeira:
Alex Nunes e Patrícia Basílio
Produção Executiva: Ártemis e Alex
Nunes
Direção de Produção: Sérgio Saboya
e Silvio Batistela - Galharufa Produções
Realização: Cia Dos à Deux
SERVIÇO:
Temporada: De 11 de agosto a 25 de
setembro de 2022.
Local: Oi Futuro.
Endereço: Rua Dois de Dezembro, nº
63 – Flamengo – Rio de Janeiro.
Informações: (21)3131-3060.
Dias e Horários: De quinta-feira a
domingo, às 20h.
Capacidade: 63 lugares.
Classificação Etária: 18 anos.
Valor dos Ingressos: R$30,00 (meia
entrada) e R$60,00 (inteira).
Venda de Ingressos: Na bilheteria
do Centro Cultural OI Futuro, de quarta-feira a domingo, e pela plataforma
Sympla.
Cada espetáculo da CIA. DOS À
DEUX nos oferece surpresas das mais agradáveis e sempre deixamos os Teatros
em que se apresentam ARTUR e ANDRÉ com a “alma leve”,
recompensados e embevecidos por um trabalho de total cuidado, um orgulho
para os brasileiros, no campo das ARTES.
Não percam a oportunidade de assistir a
esta experiência que, certamente, vai mexer muito com a sua emoção e levá-lo a
refletir sobre a solidão, a existência humana e a relação
interpessoal e interior, de cada um ser humano.
FOTOS: NANA MORAES E RENATO MANGOLIN
E VAMOS AO TEATRO,
COM TODOS OS CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO
DO BRASIL,
COM TODOS OS CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!
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PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
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