ROCKY HORROR SHOW
(QUANDO O BIZARRO SE
TRANFORMA EM “TEATRO”;
E DOS BONS!
ou
RESPIRANDO SEXUALIDADE
E HORROR, MAS
COM MUITO BOM HUMOR.)
Acho
ótima a ideia dos “revivals”,
principalmente quando valem a pena. “ROCKY
HORROR SHOW” é um desses exemplos.
Concebido,
há quatro décadas, por RICHARD O‘BRIEN, e apresentado, pela primeira
vez, em 1973, em uma pequena sala do
circuito “underground” londrino, com o título original (e longo) de “ROCKY HORROR PICTURE SHOW”, virou
filme, transformou-se em ícone “pop”
e nunca mais saiu de cartaz, dos palcos e das telas de cinema. Uma verdadeira
legião de fãs ajuda a manter a aura do musical,
em exibições especiais, encontros e “happenings”,
por todo o mundo.
No final do ano
passado (2016), “ROCKY HORROR” voltou aos palcos brasileiros, numa versão
sensacional, com o carimbo e o certificado de qualidade da marca registrada MÖELLER & BOTELHO, o que já é
garantia de 99,9999999...% de sucesso.
Isso,
realmente ocorreu, de 11 de novembro a
11 de dezembro, e continua a acontecer, depois de um recesso de fim de ano,
com casas cheias e lotações esgotadas, inclusive durante o carnaval, pois o espetáculo voltou ao cartaz, no dia 10 de
fevereiro (2017), no mesmo lindo, confortável e agradável Teatro Porto
Seguro , onde assisti ao musical, na última semana da primeira temporada, revi-o, há poucos
dias, e será apresentado até o dia 26 de
março.
A história é inspirada
nos filmes “B”, de ficção científica
e horror, dos anos 40 a 70. Tanto o texto como as músicas
são de RICHARD O’BRIEN, com a impecável
versão de CLAUDIO BOTELHO. O musical
traz uma trilha roqueira e um texto que mistura referências da época
com um leve toque sexual.
SINOPSE:
BRAD
MAJORS (FELIPE DE CAROLIS) e JANET WEISS (BRUNA GUERIN), recém-noivos, partem,
em visita ao Dr. Everett Scott, seu
professor de Ciências, na faculdade,
um velho e bom amigo, responsável por ter apresentado um ao outro. A viagem
tinha duplo objetivo: agradecer-lhe por ter colocado um no caminho do outro e
convidá-lo para o seu casamento.
Não contavam, porém, com um determinante
imprevisto. Quando seguiam, a caminho da cidade de Denton, no interior dos Estados
Unidos, onde residia o Dr. Scott,
sob um forte temporal, o pneu do carro que utilizavam furou, num local ermo, e
eles, naquela terrível situação, se viram numa única contingência, que era a de
pedir ajuda, o que fizeram, indo a pé até onde pudessem encontrar a tão
preciosa ajuda.
Chegaram, então, completamente
encharcados e exaustos, a um castelo, a cerca de dois quilômetros de onde tiveram
de interromper a viagem. Só desejavam conseguir um telefone, para um contato
com quem lhes pudesse tirar daquela situação horrível.
Mal sabiam eles o que os aguardava. O
castelo pertencia a uma espécie de cientista louco, um ser transexual, o DR. FRANK-N-FURTER (MARCELO MÉDICI),
que ali vivia com outras criaturas bizarras, como os seus servos, os irmãos RIFF RAFF (THIAGO MACHADO) e MAGENTA (GOTTSHA), e sua assistente, COLÚMBIA (JANA AMORIM), além de outros
seres, no mínimo, excêntricos, dois FANTASMAS
(VANESSA COSTA e THIAGO GARÇA).
FRANK,
oriundo do que chamava de Planeta
Transexual, da Galáxia Transilvânia,
muito “gentilmente”, mas com segundas, terceiras e quartas intenções, convida o
casal para se abrigarem da tempestade e passar a noite, “confortavelmente”, ali,
quando poderiam, também, testemunhar o nascimento de sua mais recente criação,
o escultural ROCKY, um “ser humano artificial”, criado por FRANK, para lhe servir de objeto sexual.
Tão logo a criatura surge, de uma
estranha máquina, vem à cena um outro ser estranho, EDDIE (NICOLA LAMA), o qual adverte o jovem casal das verdadeiras
intenções do cientista louco. Diz que ele, EDDIE,
é um entregador, que foi seduzido por FRANK
e “convencido”, à força, a permanecer no castelo, a fim de que parte de seu
corpo, mais propriamente, a metade de seu cérebro, fosse usado na criação de ROCKY.
Feito isso, FRANK decide acabar com EDDIE,
matando-o e esquartejando-o com uma serra elétrica, também por ter descoberto
que EDDIE e COLÚMBIA estavam mantendo um caso.
Os dois jovens não veem alternativa
que não seja aceitar o convite de FRANK,
embora a contragosto. Preparam-se para dormir e ambos são procurados, na cama,
pelo transexual, incapazes de resistir à sedução e ao sexo com ele.
A partir daí, JANET , desperta para um
desejo incontido de continuar mantendo relações sexuais e sai à procura de mais
pessoas com as quais pudesse saciar seus desejos, até dar com ROCKY, um monumento de músculos, a quem
se entrega.
Para pôr um pouco mais de tempero
nessa louca salada sexual, cumpre dizer que ROCKY estava procurando fugir de RIFF RAFF, que o perseguia, com intenções de possuí-lo, com a
aquiescência de MAGENTA e COLÚMBIA, as quais assistem a tudo.
Eis que surge o DR. EVERETT SCOTT no castelo. Ele revela-se como o tio de EDDIE e diz estar à procura do
sobrinho, mas FRANK suspeita de que
ele tenha sido enviado pelo governo americano, para estudar relatos da aparição
de OVNIs na região.
Um jantar é servido e, logo, é
revelado, que o que comem são os restos mortais de EDDIE. JANET , assustada, abraça ROCKY, levando FRANK,
enciumado, a persegui-la pelo
castelo.
BRAD,
DR. SCOTT, ROCKY e COLÚMBIA tentam
ajudá-la, mas todos são capturados por FRANK,
que usa um aparelho conhecido como “Indutor
Medusa”, para transformá-los em estátuas.
RIFF
RAFF e MAGENTA revelam que eles
e FRANK são alienígenas, enviados à
Terra, para estudar os métodos de reprodução dos humanos, com o objetivo de dar
continuidade à sua espécie, já que, entre eles, o contato íntimo tornou-se tão
comum quanto um aperto de mão.
COLÚMBIA
e os outros moradores do castelo são apenas indivíduos desajustados de Denton, cujas mentes foram distorcidas
por FRANK, graças à "Dobra Temporal", que é, na
verdade, uma dança de acasalamento alienígena.
Foi FRANK, também, quem planejou furar o pneu do carro de BRAD e JANET .
RIFF
RAFF e MAGENTA, revoltados e cansados
de aguardar o retorno ao seu planeta natal, matam todos os presentes, exceto BRAD, JANET e o DR. SCOTT. Em seguida, eles deixam a
Terra no castelo, que é, na verdade, uma espaçonave.
Após tanta loucura, os fiéis servos se
rebelam contra FRANK e acabam por
ajudar na libertação do jovem casal. Só que aquela noite jamais poderá ser
apagada das mentes daqueles dois.
A história vai sendo entrecortada por
intervenções de um NARRADOR (MARCEL
OCTAVIO).
Não
restam dúvidas de que “ROCKY”, um
clássico “underground”, é um
fenômeno teatral raro, na história dos musicais,
que vem sendo representado, faz cerca de 40
anos, em várias cidades, de todos os continentes, marcando gerações, com
seu humor ácido e “quente”.
No Brasil, já ganhou outras versões, entre
montagens profissionais e amadoras, destacando-se a primeira, em 1975, dirigida pelo grande ator e diretor, saudoso, Rubens Corrêa. A temporada se deu no
antigo Teatro da Praia, em Copacabana (Rio de Janeiro), hoje, se
não me equivoco, transformado numa igreja evangélica (talvez para exorcizar o
que ficou de “pecado” daquela temporada.
O elenco
trazia nomes como os de Wolf Maia (BRAD); Diana Strella (JANET ); Eduardo Conde (FRANK), depois substituído por Edy Star, que se saiu bem melhor no
papel, colocando muitos “cacos”, no texto,
com a aquiescência da direção,
transformando o espetáculo numa quase chanchada, de muito bom gosto; Zé
Rodrix (EDDIE e DR. SCOTT), Kao Rossman (RIFF RAFF), Vera Setta (MAGENTA), Betina Viany (COLÚMBIA), Nildo Parente (NARRADOR), Lucélia Santos (BALEIRA) e Acácio Gonçalves (ROCKY).
A versão das canções ficou a cargo
de Jorge Mautner, Zé Rodrix e Kao Rossman.
A montagem, a
princípio, não foi bem recebida pelo público. Parece que tanta irreverência e
ousadia assustou um pouco, porém, em breve tempo, tornou-se um grande sucesso
de público (não me lembro se de crítica também), com casas sempre cheias e muitas
sessões com a lotação esgotada. Eu tinha 26 anos e assisti a essa versão
inúmeras vezes, voltando da porta do teatro umas duas ou três, por não
conseguir ingresso (raros teatros vendiam ingressos antecipadamente, naquela
época).
Muitos
atribuem esse grande sucesso ao momento político pelo qual passava o país. “ROCKY” se apresentava como uma válvula
de escape, para se fugir da força repressiva de uma ditadura militar e era
bastante compreensível a forma como as pessoas se identificavam com o
espetáculo, por seu viés libertador, audacioso, crítico e escrachado, ao mesmo
tempo, como o é, até hoje.
Nos anos 80, Miguel Falabella dirigiu uma montagem com alunos do Colégio Andrews, no Rio de Janeiro, onde ele dava aulas de TEATRO. Uma curiosidade: havia, no
elenco, uma adolescente, que já se destacava e que, posteriormente, atingiu o
estrelato, como cantora e compositora: Marisa
Monte é seu nome.
Em 1995, surgiu outra montagem - esta
profissional - da peça, sem grande repercussão, porém, como a de 1975, e marcava a estreia de Cláudia
Ohana nos palcos.
FICHA TÉCNICA:
UM ESPETÁCULO DE CHARLES MÖELLER & CLAUDIO BOTELHO
Autor: Richard O'Brien
Autor: Richard O'Brien
Texto, Música e Letras: Richard O`Brien
Versão Brasileira: Claudio Botelho
Versão Brasileira: Claudio Botelho
Tradução dos Diálogos: Cláudia Costa
Direção: Charles Möeller
Direção: Charles Möeller
Diretor Assistente: Gustavo Barchilon
Elenco: Marcelo Medici, Bruna Guerin, Felipe de
Carolis, Gottsha, Thiago Machado, Jana Amorim, Nicola Lama, Felipe Mafra,
Marcel Octavio, Vanessa Costa e Thiago Garça.
Coreografia: Alonso Barros
Cenografia: Rogério Falcão
Figurinos: Charles Möeller
Arranjos Musicais: Richard Hartley
Direção Musical: Jorge de Godoy
Direção Musical: Jorge de Godoy
Supervisão Musical: Claudio Botelho
Iluminação: Rogério Wiltgen
Visagismo: Beto Carramanhos
Design de Som: Ademir de Moraes Jr.
Iluminação: Rogério Wiltgen
Visagismo: Beto Carramanhos
Design de Som: Ademir de Moraes Jr.
Vídeos de Cena: Kelson Spalato
Fotos: Marcos Mesquita e Kelson Spalato
Coordenação Artística: Tina Salles
Direção de Produção: Beatriz Braga
Produção Executiva: Edson Lopes
Assistente de Coordenação Artística: Lorena Morais
Assistente de Coreografia: Vanessa Costa
Pianista Ensaiador: Marcelo Farias
Assistente de Produção: Bruno Avellar
Assessoria de Imprensa: Factoria Comunicação
Mídias Sociais: Leo Ladeira
Realização: Möeller & Botelho
Fotos: Marcos Mesquita e Kelson Spalato
Coordenação Artística: Tina Salles
Direção de Produção: Beatriz Braga
Produção Executiva: Edson Lopes
Assistente de Coordenação Artística: Lorena Morais
Assistente de Coreografia: Vanessa Costa
Pianista Ensaiador: Marcelo Farias
Assistente de Produção: Bruno Avellar
Assessoria de Imprensa: Factoria Comunicação
Mídias Sociais: Leo Ladeira
Realização: Möeller & Botelho
Passemos
a analisar, tecnicamente, a versão que é motivo desta crítica, ainda que, em
pouquíssimas palavras, pudesse sintetizar o que o espetáculo me proporcionou: alegria e prazer incomensuráveis. Eu
adoro este musical e, nas competentes
mãos de tantos profissionais que nos representam, no TEATRO MUSICAL BRASILEIRO, só poderia mesmo dar muito certo.
Para
quem está acostumado a colecionar sucessos, de público e de crítica, para quem herdou,
de Midas, o poder do toque
transformador de qualquer coisa em ouro, principalmente por seu talento,
evidentemente, como CHARLES MÖELLER E
CLAUDIO BOTELHO, o acerto não é nenhuma novidade. A direção é ótima!!!
CHARLES soube, como ninguém, manter o
tom que o musical exige, a
manutenção das características de um musical
“gringo” com pitadas de brasilidade, para facilitar a identificação do público com
a obra. Soube valorizar o humor cáustico e, por vezes, bem negro do texto, trazendo-o para a nossa
realidade. Pôs em evidência o bizarro e o profano, a sensualidade e o falso “glamour”,
impostos pela obra. Trabalha o humor sem exagero e escalou um elenco talhado
para cada papel.
Quanto
à tradução dos diálogos, feita por CLÁUDA
COSTA, e a versão brasileira, das canções, nada além de um só
adjetivo: “sensacionais”.
Gosto muito da
versão das canções da primeira montagem, muitas das quais canto até hoje, mas
fiquei bastante impressionado, mais uma vez, com o talento de CLAUDIO BOTELHO nessa tão árdua função,
combinando palavras do teor da mensagem que o autor deseja transmitir com os
compassos das linhas melódicas, provando, mais uma vez que é imbatível nessa
arte.
E
já que falei, de relance, da qualidade
do elenco, devo dizer o quanto me agrada o trabalho em conjunto, com alguns
destaques, em função de talentos pessoais e com características próprias a cada
ator/atriz.
MARCELO MÉDICI é um grande ator,
principalmente em papéis cômicos ou que apelam mais para o humor. Ele brilha, na pele do protagonista,
com um “timing” invejável para provocar o riso, até mesmo quando não fala. Sua
presença, em cena, já é suficiente para levar o público às gargalhadas, pelo
insólito de seu personagem e pelos “cacos” que o ator, da forma mais espontânea
possível, e sem apelações, agrega ao texto, sem exageros, vale dizer. Sensualiza,
com profundo humor intencional, da primeira à última aparição, e provoca
suspiros, dentro dos “collants” de
seus vários figurinos, em boa parte da plateia, em homens e mulheres. Inteligência e
raciocínio rápido são duas exigências para quem se propões a papéis cômicos e
isso MEDICI esbanja. E olha que não
é fácil rir de um vilão. Sem ter um talento vocal como os demais do elenco, MARCELO sabe até onde pode ir, na
interpretação de seus solos e, até aí, ele consegue agradar e fazer rir.
Não
seria justo falar de BRUNA GUERIN e FELIPE DE CAROLIS separadamente, uma
vez que o casal se destaca pela cumplicidade entre os dois, o que só traz
vantagens ao espetáculo. Atuam no mesmo nível. Ambos sabem tirar proveito da ingenuidade (até a página
5) de seus personagens. Ótimos atores e cantores, eles abraçaram seus papéis da
forma mais correta possível e sabem utilizar as características de seus
personagens, para descontrair o público, mesmo diante do “grande perigo” pelo
qual passam. O contraste vocal entre os dois, do ponto de vista dos registros,
marca a diferença entre o “macho forte” e a “fêmea frágil”, ambos dando um
verdadeiro “show”, quando cantam, principalmente em seus solos.
THIAGO MACHADO é um furor, um "monstro" em cena. Dono
de um potencial vocal impressionante, marca presença em cada cena de que
participa. Para mim, é um dos melhores atores de musicais e sempre um grande privilégio vê-lo no palco; duplamente,
naquela semana, quando já o havia ovacionado, três dias antes, ao conhecer o
seu Roger, em “Rent”. THIAGO é, definitivamente, um dos
meus favoritos atores de musicais,
valoriza qualquer papel e a construção de seu RIFF RAFF é excelente.
GOTTSHA é um patrimônio do TEATRO MUSICAL BRASILEIRO. Com um longo
currículo, é comparável ao que se diz a respeito do vinho, o que não preciso
repetir, para não parecer inconveniente. Jamais me decepcionei, vendo-a
atuar em musicais, o que implica saber interpretar bem e cantar,
maravilhosamente, melhor ainda, com um potente registro vocal e uns vibratos bem
pessoais, que lhe dão uma característica própria, ao emitir seus agudos. Ela
abre e encerra o espetáculo, na pele de uma BALEIRA, que entra, pela plateia, cantando e brincando com alguns
espectadores, dá a dica do que se vai ver durante a peça e põe a pedra final
sobre o que sobrou da narrativa. Como MAGENTA,
também faz um excelente trabalho.
FELIPE MAFRA não é só um corpo
escultural, um “ator Apolo”. É um ótimo cantor (deseja investir nesse
viés, com a minha total e modesta aprovação) e, como ator, sai-se muito bem, uma vez que seu personagem poderia se
tornar insignificante e se destacar apenas pelo visual do seu físico,
entretanto é preciso ter talento para mesclar, na proporção exata, as
características de ROCKY: o orgulho
de seu físico, uma sexualidade exacerbada e, ao mesmo tempo, um toque de
ingenuidade, de quem foi criado, artificialmente, e não consegue enxergar o que
está além do raio de um metro de seu desejável e irresistível corpo. O rapaz
deve investir nas duas carreiras e jamais abandonar o nicho dos musicais. Estreou com o pé direito.
NICOLA LAMA, a grande sensação, o que
de melhor existiu em “Nine”, uma
meio equivocada produção M&B, a
meu juízo, interpreta dois papéis não tão importantes, a julgar pelo grande
potencial do ator, mas consegue valorizar ambos, dentro das parcas
possibilidades que os dois personagens lhe proporcionam. Vai ao limite dos dois
e faz um trabalho honesto e dedicado.
Com JANA AMORIM acontece algo parecido com
o que falei acerca de NICOLA. Sua
personagem, COLÚMBIA, não lhe permite
alçar grandes voos, mostrar todo o seu potencial artístico, entretanto ela
consegue chamar a atenção do público, em suas aparições, por sua presença
física, em cena, belíssima, e, principalmente por sua graciosidade e potencial
vocal. Fiquei encantado com o seu
trabalho.
MARCEL OCTAVIO se sai muito bem, como o
NARADOR da história, que vai entrelaçando
os fatos, fazendo-o de uma forma muito particular, não se atendo apenas aos
informes, mas também sabendo tirar partido do que o texto lhe proporciona, para provocar o riso. Utiliza um ritmo e modulações
na voz muito interessantes e variadas, com o objetivo de valorizar certas informações.
Suas aparições são sempre provocativas e o público já fica atento a novas gargalhadas.
VANESSA COSTA e THIAGO GARÇA são dois coadjuvantes
de luxo. Interpretam dois FANTASMAS,
que não têm nenhuma função especial na trama, porém, são dois exímios
bailarinos, que enriquecem as coreografias
e as cenas de que participam, ajudando a compor o ambiente. São uma bela moldura, para um valioso
quadro.
E, por falar
em coreografias, mais uma vez, aqui,
vai o meu aplauso ao trabalho de ALONSO
BARROS, cujo nome jamais pode ser dissociado das montagens da dupla M&B. Parece que há, entre os três,
uma simbiose inata. ALONSO sabe,
perfeitamente, o que a dupla de diretores deseja e, com seu incomensurável
talento e criatividade, monta os números
coreográficos mais sensacionais que se pode ver em musicais brasileiros. Não foi diferente em “ROCKY”. As coreografias
são alegres e divertidas, nem um pouco óbvias e, por isso, agradam muito ao
público.
Assim como os Três Mosqueteiros eram quatro, o nome de ROGÉRIO FALCÃO deve ser incluído a um quarteto (Ele, CHARLES, CLAUDIO e ALONSO) que
acerta em, praticamente, tudo o que fazem juntos. É ótima a cenografia do musical,
completamente diferente de tudo o que já vi, em vídeos, de ouras montagens. É
prática e perfeitamente ajustada a cada situação. Nem sempre o que é bom está atrelado
a novidades. Algumas soluções cenográficas deste musical já puderam ser conferidas
em outros, assinados por ROGÉRIO,
mas isso não tem a menor importância, porque tudo o que ele idealizou, para o cenário, funciona 100%. São muito interessantes os objetos de cena.
Há de sobrar
espaço, nesta crítica, para a magnífica
iluminação, de ROGÉRIO WILTGEN,
o desenho de som, de ADEMIR MORAES JR., os vídeos de cena, de KELSON SPALATO, além do criativo
e impecável trabalho de visagismo, do craque das transformações, BETO CARRAMANHOS.
Já ia me
esquecendo de um detalhe muito importante, na peça, que são os figurinos, criados por CHARLES MÖELLER. Depois que se tornou o
grande nome da direção de musicais,
no Brasil, CHARLES não abandonou uma
de suas habilidades, no TEATRO, que
é o ofício de figurinista, e, vez
por outra, volta a exercê-lo, sempre com sucesso. Em “ROCKY”, seu trabalho merece muitos elogios, pela leveza e o
colorido das roupas, bem como sua praticidade e adequação aos personagens, com
umas pitadas de exagero proposital, que acaba sendo mais um elemento de humor,
na peça.
SERVIÇO:
Temporada: Até 26 de março (2017).
Local: Teatro Porto Seguro .
Endereço: Alameda Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos – São Paulo.
Telefone da Bilheteria: (11) 3226-7300.
Ingressos também pelo “site” ingressorapido.com.br
Capacidade de espectadores: 496 lugares.
Dias e Horários: Às 6ªs feiras e sábados, às 21h; domingos, às 19h.
Valor dos Ingressos: Plateia (R$120,00) / Frisa (R$90,00) / Balcão (R$50,00) – Meia-entrada para quem fizer jus ao benefício.
Duração: 105 minutos (90min+15min de intervalo).
Indicação Etária: 14 anos.
Gênero: Teatro Musical
“ROCKY HORROR SHOW” é uma prova viva de
que o que é bom é eterno, principalmente quando é feito com muita competência,
em trabalho de equipe, como fica bem claro nesta montagem. Percebe-se que cada
um que participa do trabalho se jogou nele de corpo e alma, do mais importante
ao menos destacado na equipe.
“ROCKY” já não cumpre, hoje, o papel
que lhe foi destinado à época em que foi escrita, menos ainda de quando foi
apresentada, pela primeira vez, no Brasil, no entanto continua sendo um musical contagiante, engraçado,
libertador (para alguns) e não deixa de, apesar de não levantar bandeiras,
contribuir para, através do humor, levar as pessoas a refletir sobre a aceitação
das diversidades e, acima de tudo, respeitá-las.
Há uma promessa
de que o espetáculo venha para o Rio de
Janeiro, em maio. Será, para mim, a oportunidade de revê-lo muitas e muitas
vezes mais, como tenho o hábito de fazer em todas as produções dos reis dos musicais, CHARLES MÖELLER e CLAUDIO
BOTELHO.
Recomendo, com todo o meu empenho, este
espetáculo!!!
e
KELSON SPALATO.)
GALERIA PARTICULAR:
Com Vanessa Costa.
Jantar de confraternização.
Com Felipe de Carolis e Nicola Lama.
Com Gottsha e Thiago Garça.
Com Marcel Octavio.
Com Marcelo Medidi.
Com Gottsha.
Com Felipe de Carolis.
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