sexta-feira, 3 de março de 2017


ROCKY HORROR SHOW

 

 

(QUANDO O BIZARRO SE TRANFORMA EM “TEATRO”;

E DOS BONS!

ou

RESPIRANDO SEXUALIDADE

E HORROR, MAS 

COM MUITO BOM HUMOR.)



 
 


 
 




            Acho ótima a ideia dos “revivals”, principalmente quando valem a pena. “ROCKY HORROR SHOW” é um desses exemplos.

            Concebido, há quatro décadas, por RICHARD O‘BRIEN, e apresentado, pela primeira vez, em 1973, em uma pequena sala do circuito “underground” londrino, com o título original (e longo) de “ROCKY HORROR PICTURE SHOW”, virou filme, transformou-se em ícone “pop” e nunca mais saiu de cartaz, dos palcos e das telas de cinema. Uma verdadeira legião de fãs ajuda a manter a aura do musical, em exibições especiais, encontros e “happenings”, por todo o mundo.

No final do ano passado (2016), “ROCKY HORROR” voltou aos palcos brasileiros, numa versão sensacional, com o carimbo e o certificado de qualidade da marca registrada MÖELLER & BOTELHO, o que já é garantia de 99,9999999...% de sucesso.

Isso, realmente ocorreu, de 11 de novembro a 11 de dezembro, e continua a acontecer, depois de um recesso de fim de ano, com casas cheias e lotações esgotadas, inclusive durante o carnaval, pois o espetáculo voltou ao cartaz, no dia 10 de fevereiro (2017), no mesmo lindo, confortável e agradável Teatro Porto Seguro, onde assisti ao musical, na última semana da primeira temporada, revi-o, há poucos dias, e será apresentado até o dia 26 de março.

A história é inspirada nos filmes “B”, de ficção científica e horror, dos anos 40 a 70. Tanto o texto como as músicas são de RICHARD O’BRIEN, com a impecável versão de CLAUDIO BOTELHO. O musical traz uma trilha roqueira e um texto que mistura referências da época com um leve toque sexual.


 

 








 

 
SINOPSE:
 
BRAD MAJORS (FELIPE DE CAROLIS) e JANET WEISS (BRUNA GUERIN), recém-noivos, partem, em visita ao Dr. Everett Scott, seu professor de Ciências, na faculdade, um velho e bom amigo, responsável por ter apresentado um ao outro. A viagem tinha duplo objetivo: agradecer-lhe por ter colocado um no caminho do outro e convidá-lo para o seu casamento.
Não contavam, porém, com um determinante imprevisto. Quando seguiam, a caminho da cidade de Denton, no interior dos Estados Unidos, onde residia o Dr. Scott, sob um forte temporal, o pneu do carro que utilizavam furou, num local ermo, e eles, naquela terrível situação, se viram numa única contingência, que era a de pedir ajuda, o que fizeram, indo a pé até onde pudessem encontrar a tão preciosa ajuda.
Chegaram, então, completamente encharcados e exaustos, a um castelo, a cerca de dois quilômetros de onde tiveram de interromper a viagem. Só desejavam conseguir um telefone, para um contato com quem lhes pudesse tirar daquela situação horrível.
Mal sabiam eles o que os aguardava. O castelo pertencia a uma espécie de cientista louco, um ser transexual, o DR. FRANK-N-FURTER (MARCELO MÉDICI), que ali vivia com outras criaturas bizarras, como os seus servos, os irmãos RIFF RAFF (THIAGO MACHADO) e MAGENTA (GOTTSHA), e sua assistente, COLÚMBIA (JANA AMORIM), além de outros seres, no mínimo, excêntricos, dois FANTASMAS (VANESSA COSTA e THIAGO GARÇA).
FRANK, oriundo do que chamava de Planeta Transexual, da Galáxia Transilvânia, muito “gentilmente”, mas com segundas, terceiras e quartas intenções, convida o casal para se abrigarem da tempestade e passar a noite, “confortavelmente”, ali, quando poderiam, também, testemunhar o nascimento de sua mais recente criação, o escultural ROCKY, um “ser humano artificial”, criado por FRANK, para lhe servir de objeto sexual.
Tão logo a criatura surge, de uma estranha máquina, vem à cena um outro ser estranho, EDDIE (NICOLA LAMA), o qual adverte o jovem casal das verdadeiras intenções do cientista louco. Diz que ele, EDDIE, é um entregador, que foi seduzido por FRANK e “convencido”, à força, a permanecer no castelo, a fim de que parte de seu corpo, mais propriamente, a metade de seu cérebro, fosse usado na criação de ROCKY.
Feito isso, FRANK decide acabar com EDDIE, matando-o e esquartejando-o com uma serra elétrica, também por ter descoberto que EDDIE e COLÚMBIA estavam mantendo um caso.
Os dois jovens não veem alternativa que não seja aceitar o convite de FRANK, embora a contragosto. Preparam-se para dormir e ambos são procurados, na cama, pelo transexual, incapazes de resistir à sedução e ao sexo com ele.
A partir daí, JANET, desperta para um desejo incontido de continuar mantendo relações sexuais e sai à procura de mais pessoas com as quais pudesse saciar seus desejos, até dar com ROCKY, um monumento de músculos, a quem se entrega.
Para pôr um pouco mais de tempero nessa louca salada sexual, cumpre dizer que ROCKY estava procurando fugir de RIFF RAFF, que o perseguia, com intenções de possuí-lo, com a aquiescência de MAGENTA e COLÚMBIA, as quais assistem a tudo.
Eis que surge o DR. EVERETT SCOTT no castelo. Ele revela-se como o tio de EDDIE e diz estar à procura do sobrinho, mas FRANK suspeita de que ele tenha sido enviado pelo governo americano, para estudar relatos da aparição de OVNIs na região.
Um jantar é servido e, logo, é revelado, que o que comem são os restos mortais de EDDIE. JANET, assustada, abraça ROCKY, levando FRANK, enciumado, a persegui-la pelo castelo.
BRAD, DR. SCOTT, ROCKY e COLÚMBIA tentam ajudá-la, mas todos são capturados por FRANK, que usa um aparelho conhecido como “Indutor Medusa”, para transformá-los em estátuas.
RIFF RAFF e MAGENTA revelam que eles e FRANK são alienígenas, enviados à Terra, para estudar os métodos de reprodução dos humanos, com o objetivo de dar continuidade à sua espécie, já que, entre eles, o contato íntimo tornou-se tão comum quanto um aperto de mão.
COLÚMBIA e os outros moradores do castelo são apenas indivíduos desajustados de Denton, cujas mentes foram distorcidas por FRANK, graças à "Dobra Temporal", que é, na verdade, uma dança de acasalamento alienígena.
Foi FRANK, também, quem planejou furar o pneu do carro de BRAD e JANET.
RIFF RAFF e MAGENTA, revoltados e cansados de aguardar o retorno ao seu planeta natal, matam todos os presentes, exceto BRAD, JANET e o DR. SCOTT. Em seguida, eles deixam a Terra no castelo, que é, na verdade, uma espaçonave.
Após tanta loucura, os fiéis servos se rebelam contra FRANK e acabam por ajudar na libertação do jovem casal. Só que aquela noite jamais poderá ser apagada das mentes daqueles dois.
A história vai sendo entrecortada por intervenções de um NARRADOR (MARCEL OCTAVIO).
 






            Não restam dúvidas de que “ROCKY”, um clássico “underground”, é um fenômeno teatral raro, na história dos musicais, que vem sendo representado, faz cerca de 40 anos, em várias cidades, de todos os continentes, marcando gerações, com seu humor ácido e “quente”.

No Brasil, já ganhou outras versões, entre montagens profissionais e amadoras, destacando-se a primeira, em 1975, dirigida pelo grande ator e diretor, saudoso, Rubens Corrêa. A temporada se deu no antigo Teatro da Praia, em Copacabana (Rio de Janeiro), hoje, se não me equivoco, transformado numa igreja evangélica (talvez para exorcizar o que ficou de “pecado” daquela temporada.

O elenco trazia nomes como os de Wolf Maia (BRAD); Diana Strella (JANET); Eduardo Conde (FRANK), depois substituído por Edy Star, que se saiu bem melhor no papel, colocando muitos “cacos”, no texto, com a aquiescência da direção, transformando o espetáculo numa quase chanchada, de muito bom gosto; Zé Rodrix (EDDIE e DR. SCOTT), Kao Rossman (RIFF RAFF), Vera Setta (MAGENTA), Betina Viany (COLÚMBIA), Nildo Parente (NARRADOR), Lucélia Santos (BALEIRA) e Acácio Gonçalves (ROCKY). A versão das canções ficou a cargo de Jorge Mautner, Zé Rodrix e Kao Rossman.

A montagem, a princípio, não foi bem recebida pelo público. Parece que tanta irreverência e ousadia assustou um pouco, porém, em breve tempo, tornou-se um grande sucesso de público (não me lembro se de crítica também), com casas sempre cheias e muitas sessões com a lotação esgotada. Eu tinha 26 anos e assisti a essa versão inúmeras vezes, voltando da porta do teatro umas duas ou três, por não conseguir ingresso (raros teatros vendiam ingressos antecipadamente, naquela época).

 




Muitos atribuem esse grande sucesso ao momento político pelo qual passava o país. “ROCKY” se apresentava como uma válvula de escape, para se fugir da força repressiva de uma ditadura militar e era bastante compreensível a forma como as pessoas se identificavam com o espetáculo, por seu viés libertador, audacioso, crítico e escrachado, ao mesmo tempo, como o é, até hoje.

Nos anos 80, Miguel Falabella dirigiu uma montagem com alunos do Colégio Andrews, no Rio de Janeiro, onde ele dava aulas de TEATRO. Uma curiosidade: havia, no elenco, uma adolescente, que já se destacava e que, posteriormente, atingiu o estrelato, como cantora e compositora: Marisa Monte é seu nome.

Em 1995, surgiu outra montagem - esta profissional - da peça, sem grande repercussão, porém, como a de 1975, e marcava a estreia de Cláudia Ohana nos palcos.

 

 

 
 



 

FICHA TÉCNICA:

 
UM ESPETÁCULO DE CHARLES MÖELLER & CLAUDIO BOTELHO

Autor: Richard O'Brien
Texto, Música e Letras: Richard O`Brien 
Versão Brasileira: Claudio Botelho
Tradução dos Diálogos: Cláudia Costa 
Direção: Charles Möeller
Diretor Assistente: Gustavo Barchilon

Elenco: Marcelo Medici, Bruna Guerin, Felipe de Carolis, Gottsha, Thiago Machado, Jana Amorim, Nicola Lama, Felipe Mafra, Marcel Octavio, Vanessa Costa e Thiago Garça.
  
Coreografia: Alonso Barros 
Cenografia: Rogério Falcão
Figurinos: Charles Möeller
Arranjos Musicais: Richard Hartley 
Direção Musical: Jorge de Godoy
Supervisão Musical: Claudio Botelho 
Iluminação: Rogério Wiltgen 
Visagismo: Beto Carramanhos 
Design de Som: Ademir de Moraes Jr.
Vídeos de Cena: Kelson Spalato
Fotos: Marcos Mesquita e Kelson Spalato 
Coordenação Artística: Tina Salles 
Direção de Produção: Beatriz Braga 
Produção Executiva: Edson Lopes 
Assistente de Coordenação Artística: Lorena Morais 
Assistente de Coreografia: Vanessa Costa 
Pianista Ensaiador: Marcelo Farias 
Assistente de Produção: Bruno Avellar 
Assessoria de Imprensa: Factoria Comunicação 
Mídias Sociais: Leo Ladeira 
Realização: Möeller & Botelho
 

 
 

 



 

 

            Passemos a analisar, tecnicamente, a versão que é motivo desta crítica, ainda que, em pouquíssimas palavras, pudesse sintetizar o que o espetáculo me proporcionou: alegria e prazer incomensuráveis. Eu adoro este musical e, nas competentes mãos de tantos profissionais que nos representam, no TEATRO MUSICAL BRASILEIRO, só poderia mesmo dar muito certo.

            Para quem está acostumado a colecionar sucessos, de público e de crítica, para quem herdou, de Midas, o poder do toque transformador de qualquer coisa em ouro, principalmente por seu talento, evidentemente, como CHARLES MÖELLER E CLAUDIO BOTELHO, o acerto não é nenhuma novidade. A direção é ótima!!!

CHARLES soube, como ninguém, manter o tom que o musical exige, a manutenção das características de um musical “gringo” com pitadas de brasilidade, para facilitar a identificação do público com a obra. Soube valorizar o humor cáustico e, por vezes, bem negro do texto, trazendo-o para a nossa realidade. Pôs em evidência o bizarro e o profano, a sensualidade e o falso “glamour”, impostos pela obra. Trabalha o humor sem exagero e escalou um elenco talhado para cada papel.

            Quanto à tradução dos diálogos, feita por CLÁUDA COSTA, e a versão brasileira, das canções, nada além de um só adjetivo: “sensacionais”.

Gosto muito da versão das canções da primeira montagem, muitas das quais canto até hoje, mas fiquei bastante impressionado, mais uma vez, com o talento de CLAUDIO BOTELHO nessa tão árdua função, combinando palavras do teor da mensagem que o autor deseja transmitir com os compassos das linhas melódicas, provando, mais uma vez que é imbatível nessa arte.

            E já que falei, de relance, da qualidade do elenco, devo dizer o quanto me agrada o trabalho em conjunto, com alguns destaques, em função de talentos pessoais e com características próprias a cada ator/atriz.





 
 
 
 
            MARCELO MÉDICI é um grande ator, principalmente em papéis cômicos ou que apelam mais para o humor. Ele brilha, na pele do protagonista, com um “timing” invejável para provocar o riso, até mesmo quando não fala. Sua presença, em cena, já é suficiente para levar o público às gargalhadas, pelo insólito de seu personagem e pelos “cacos” que o ator, da forma mais espontânea possível, e sem apelações, agrega ao texto, sem exageros, vale dizer. Sensualiza, com profundo humor intencional, da primeira à última aparição, e provoca suspiros, dentro dos “collants” de seus vários figurinos, em boa parte da plateia, em homens e mulheres. Inteligência e raciocínio rápido são duas exigências para quem se propões a papéis cômicos e isso MEDICI esbanja. E olha que não é fácil rir de um vilão. Sem ter um talento vocal como os demais do elenco, MARCELO sabe até onde pode ir, na interpretação de seus solos e, até aí, ele consegue agradar e fazer rir.
 
 
 
 

 
 



 


            Não seria justo falar de BRUNA GUERIN e FELIPE DE CAROLIS separadamente, uma vez que o casal se destaca pela cumplicidade entre os dois, o que só traz vantagens ao espetáculo. Atuam no mesmo nível. Ambos sabem tirar proveito da ingenuidade (até a página 5) de seus personagens. Ótimos atores e cantores, eles abraçaram seus papéis da forma mais correta possível e sabem utilizar as características de seus personagens, para descontrair o público, mesmo diante do “grande perigo” pelo qual passam. O contraste vocal entre os dois, do ponto de vista dos registros, marca a diferença entre o “macho forte” e a “fêmea frágil”, ambos dando um verdadeiro “show”, quando cantam, principalmente em seus solos.

 
 


 
 
 
 

THIAGO MACHADO é um furor, um "monstro" em cena. Dono de um potencial vocal impressionante, marca presença em cada cena de que participa. Para mim, é um dos melhores atores de musicais e sempre um grande privilégio vê-lo no palco; duplamente, naquela semana, quando já o havia ovacionado, três dias antes, ao conhecer o seu Roger, em “Rent”. THIAGO é, definitivamente, um dos meus favoritos atores de musicais, valoriza qualquer papel e a construção de seu RIFF RAFF é excelente.
 
 
 



GOTTSHA é um patrimônio do TEATRO MUSICAL BRASILEIRO. Com um longo currículo, é comparável ao que se diz a respeito do vinho, o que não preciso repetir, para não parecer inconveniente. Jamais me decepcionei, vendo-a atuar em musicais, o que implica saber interpretar bem e cantar, maravilhosamente, melhor ainda, com um potente registro vocal e uns vibratos bem pessoais, que lhe dão uma característica própria, ao emitir seus agudos. Ela abre e encerra o espetáculo, na pele de uma BALEIRA, que entra, pela plateia, cantando e brincando com alguns espectadores, dá a dica do que se vai ver durante a peça e põe a pedra final sobre o que sobrou da narrativa. Como MAGENTA, também faz um excelente trabalho.






FELIPE MAFRA não é só um corpo escultural, um “ator Apolo”. É um ótimo cantor (deseja investir nesse viés, com a minha total e modesta aprovação) e, como ator, sai-se muito bem, uma vez que seu personagem poderia se tornar insignificante e se destacar apenas pelo visual do seu físico, entretanto é preciso ter talento para mesclar, na proporção exata, as características de ROCKY: o orgulho de seu físico, uma sexualidade exacerbada e, ao mesmo tempo, um toque de ingenuidade, de quem foi criado, artificialmente, e não consegue enxergar o que está além do raio de um metro de seu desejável e irresistível corpo. O rapaz deve investir nas duas carreiras e jamais abandonar o nicho dos musicais. Estreou com o pé direito.
 
 
 










NICOLA LAMA, a grande sensação, o que de melhor existiu em “Nine”, uma meio equivocada produção M&B, a meu juízo, interpreta dois papéis não tão importantes, a julgar pelo grande potencial do ator, mas consegue valorizar ambos, dentro das parcas possibilidades que os dois personagens lhe proporcionam. Vai ao limite dos dois e faz um trabalho honesto e dedicado.

 




Com JANA AMORIM acontece algo parecido com o que falei acerca de NICOLA. Sua personagem, COLÚMBIA, não lhe permite alçar grandes voos, mostrar todo o seu potencial artístico, entretanto ela consegue chamar a atenção do público, em suas aparições, por sua presença física, em cena, belíssima, e, principalmente por sua graciosidade e potencial vocal. Fiquei encantado com o seu trabalho.
 
 
 
 
 
 



MARCEL OCTAVIO se sai muito bem, como o NARADOR da história, que vai entrelaçando os fatos, fazendo-o de uma forma muito particular, não se atendo apenas aos informes, mas também sabendo tirar partido do que o texto lhe proporciona, para provocar o riso. Utiliza um ritmo e modulações na voz muito interessantes e variadas, com o objetivo de valorizar certas informações. Suas aparições são sempre provocativas e o público já fica atento a novas gargalhadas.

 







VANESSA COSTA e THIAGO GARÇA são dois coadjuvantes de luxo. Interpretam dois FANTASMAS, que não têm nenhuma função especial na trama, porém, são dois exímios bailarinos, que enriquecem as coreografias e as cenas de que participam, ajudando a compor o ambiente. São uma bela moldura, para um valioso quadro.

 
 
 
 

E, por falar em coreografias, mais uma vez, aqui, vai o meu aplauso ao trabalho de ALONSO BARROS, cujo nome jamais pode ser dissociado das montagens da dupla M&B. Parece que há, entre os três, uma simbiose inata. ALONSO sabe, perfeitamente, o que a dupla de diretores deseja e, com seu incomensurável talento e criatividade, monta os números coreográficos mais sensacionais que se pode ver em musicais brasileiros. Não foi diferente em “ROCKY”. As coreografias são alegres e divertidas, nem um pouco óbvias e, por isso, agradam muito ao público.





 

Assim como os Três Mosqueteiros eram quatro, o nome de ROGÉRIO FALCÃO deve ser incluído a um quarteto (Ele, CHARLES, CLAUDIO e ALONSO) que acerta em, praticamente, tudo o que fazem juntos. É ótima a cenografia do musical, completamente diferente de tudo o que já vi, em vídeos, de ouras montagens. É prática e perfeitamente ajustada a cada situação. Nem sempre o que é bom está atrelado a novidades. Algumas soluções cenográficas deste musical já puderam ser conferidas em outros, assinados por ROGÉRIO, mas isso não tem a menor importância, porque tudo o que ele idealizou, para o cenário, funciona 100%. São muito interessantes os objetos de cena.
 







Há de sobrar espaço, nesta crítica, para a magnífica iluminação, de ROGÉRIO WILTGEN, o desenho de som, de ADEMIR MORAES JR., os vídeos de cena, de KELSON SPALATO, além do criativo e impecável trabalho de visagismo, do craque das transformações, BETO CARRAMANHOS.




 

Já ia me esquecendo de um detalhe muito importante, na peça, que são os figurinos, criados por CHARLES MÖELLER. Depois que se tornou o grande nome da direção de musicais, no Brasil, CHARLES não abandonou uma de suas habilidades, no TEATRO, que é o ofício de figurinista, e, vez por outra, volta a exercê-lo, sempre com sucesso. Em “ROCKY”, seu trabalho merece muitos elogios, pela leveza e o colorido das roupas, bem como sua praticidade e adequação aos personagens, com umas pitadas de exagero proposital, que acaba sendo mais um elemento de humor, na peça.
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
SERVIÇO:
 
Temporada: Até 26 de março (2017).
Local: Teatro Porto Seguro.
Endereço: Alameda Barão de Piracicaba, 740, Campos Elíseos – São Paulo.
Telefone da Bilheteria: (11) 3226-7300.
Ingressos também pelo “site” ingressorapido.com.br
Capacidade de espectadores: 496 lugares.
Dias e Horários: Às 6ªs feiras e sábados, às 21h; domingos, às 19h.    
Valor dos Ingressos: Plateia (R$120,00) / Frisa (R$90,00) / Balcão (R$50,00) – Meia-entrada para quem fizer jus ao benefício.
Duração: 105 minutos (90min+15min de intervalo).
Indicação Etária: 14 anos.
Gênero: Teatro Musical
 

 





 




“ROCKY HORROR SHOW” é uma prova viva de que o que é bom é eterno, principalmente quando é feito com muita competência, em trabalho de equipe, como fica bem claro nesta montagem. Percebe-se que cada um que participa do trabalho se jogou nele de corpo e alma, do mais importante ao menos destacado na equipe.

“ROCKY” já não cumpre, hoje, o papel que lhe foi destinado à época em que foi escrita, menos ainda de quando foi apresentada, pela primeira vez, no Brasil, no entanto continua sendo um musical contagiante, engraçado, libertador (para alguns) e não deixa de, apesar de não levantar bandeiras, contribuir para, através do humor, levar as pessoas a refletir sobre a aceitação das diversidades e, acima de tudo, respeitá-las.

Há uma promessa de que o espetáculo venha para o Rio de Janeiro, em maio. Será, para mim, a oportunidade de revê-lo muitas e muitas vezes mais, como tenho o hábito de fazer em todas as produções dos reis dos musicais, CHARLES MÖELLER e CLAUDIO BOTELHO.



Recomendo, com todo o meu empenho, este espetáculo!!!



 

 (FOTOS: MARCOS MESQUITA
e
 KELSON SPALATO.)

 
 
 
GALERIA PARTICULAR:



Com Vanessa Costa.
 

 Jantar de confraternização.


Com Felipe de Carolis e Nicola Lama.
 
 
Com Gottsha e Thiago Garça.
 
 
Com Marcel Octavio.
 
 
Com Marcelo Medidi.
 

Com Gottsha.


Com Felipe de Carolis.
 
 

 

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