“SHAKESPEARE
APAIXONADO”
ou
(UMA DECLARAÇÃO
DE AMOR
AO TEATRO.)
ou
(A DELÍCIA DA
METALINGUAGEM
NUM PALCO.)
Ir ao 033Rooftop já vale a pena, pela proposta do local. Para assistir a uma versão teatral de “SHAKESPEARE APAIXONADO”, não faltavam motivações. Muitas. E eu fui, no último dia 18 de agosto (2024). A que mais me saltava aos olhos, e ao coração, deixando-me bastante ansioso, era ver mais uma produção do Instituto Artium de Cultura e do Atelier de Cultura, responsáveis, desde 2013, por algumas das melhores produções de TEATRO Musical no Brasil (Leia-se: São Paulo.): “A Madrinha Embriagada”, “O Homem de La Mancha”, “A Noviça Rebelde”, “Annie”, “Billy Elliot”, “Escola do Rock”, “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate”, “Evita Open Air”, “Wicked – História Não Contada das Bruxas de Oz”, “Matilda, O Musical”, “Cantando na Chuva” e “Legalmente Loira”, espetáculo este que conheci recentemente e sobre o qual ainda vou escrever. Assisti a todos esses musicais e adorei-os, sem exceção; a alguns, mais de uma vez. Tinha a certeza de que a montagem me agradaria. E me agradou muito. Outra motivação seria poder ratificar o talento de RODRIGO SIMAS, como um dos protagonistas do espetáculo, depois de seu magnífico trabalho no monólogo “Prazer, Hamlet”, ao qual assisti duas vezes, e escrevi sobre a peça, ano passado, no Rio de Janeiro, talvez a maior e melhor surpresa daquele ano, para mim, em termos de TEATRO. (Aqui, está o “link” da crítica, a quem por ela se interessar: http://oteatromerepresenta.blogspot.com/2023/03/prazer-hamlet-ou-vida-imita-arte.html). Outra motivação seria ver, mais uma vez, num palco, uma das nossas maiores damas das tábuas, a quem, por reverência, chamo de DONA ANA LUCIA TORRE. Infelizmente, esse desejo não foi concretizado, uma vez que a consagrada atriz não participou da sessão daquela noite, tendo sido substituída, de forma correta e satisfatória, pela colega de elenco JÚLIA CORRÊA.
SINOPSE:
A peça conta a história do jovem William
Shakespeare (RODRIGO SIMAS),
que encontra, na aristocrata Viola de Lesseps (CARLA SALLE), sua inspiração para
escrever, após um período de bloqueio criativo.
A versão teatral é baseada num filme, com o mesmo
título, de 1998.
William Shakespeare, ou Will,
precisa escrever uma nova peça de TEATRO, uma
história de amor, com fim trágico, mas está sofrendo um bloqueio e somente uma
musa inspiradora poderia ajudá-lo.
Ao se apaixonar por Lady Viola, ele volta a
ter inspiração e vai criando o clássico "Romeu e Julieta", ao mesmo tempo que escreve outra
de suas obras, “Noite de Reis”, a pedido da Rainha Elizabeth I (ANA LUCIA TORRE).
Na época, século XVI, mulheres não podiam
interpretar peças de TEATRO, mas Lady Viola, apaixonada
pela arte de representar, se veste de homem, com o objetivo de poder participar
da peça de Shakespeare.
Este acaba se apaixonando pela bela jovem, mesmo
ela sendo noiva do Lord Wessex (GUSTAVO
VAZ), nobre dono de terras, na Virgínia, que está à procura de
dinheiro, na corte da Rainha, para voltar aos Estados
Unidos.
Após a descoberta do disfarce de Lady
Viola, a Rainha autoriza a participação de mulheres no TEATRO.
A montagem mostra o amor impossível, as dificuldades de ser artista e a poesia da vida real, tudo no contexto do reinado de Elizabeth I.
Não acredito que alguém possa deixar o 033Rooftop, depois de ter assistido a “SHAKESPEARE APAIXONADO”, insatisfeito, não se sentindo recompensado pelo valor pago por seu ingresso. O espetáculo é uma experiência imersiva que vale muito a pena ser vista e, certamente, ficará na memória afetiva de quem teve o privilégio de estar presente em alguma das sessões, principalmente daqueles que amam a obra do bardo inglês, como eu, ou, pelo menos, têm algum apreço por ele ou ela; também, ainda, dos que assistiram ao filme, de 1998, com mesmo título, que deu origem à peça, “Shakespeare in Love”, no original, e o reconhecem como um ótimo filme, indicado, em 13 categorias, ao “Oscar” de 1999, tendo garantido 7 estatuetas, incluindo a de Melhor Filme.
A encenação é feita num formato que “lembra uma arena”, mas
está mais próximo a um largo e comprido corredor, que se abre, numa das
extremidades, para o que seria um palco, com mesas e arquibancadas, para o
público, nas duas grandes laterais da maior faixa de concentração das cenas.
Ouvi, de um passante, ao término da peça, que se sentira “como se estivesse no próprio
Shakespeare’s Globe Theatre – dito numa pronúncia arrogante e pernóstica
-, em Londres. Contive o riso. Não era para tanto. Já tive a
oportunidade de estar lá, apenas uma vez, (in)felizmente, e sei que é quase uma
arena completa, num espaço redondo, com um palco num dos pontos da
circunferência. E, cá para nós, com todo o prazer que sinto, todas as vezes que
vou ao 033Rooftop – e já não foram poucas -, jamais será como
estar numa réplica do original “Globe Theatre”, em madeira, a menos
de 300
metros de distância do local da primeira construção, em 1599,
destruída por um incêndio. O cenário, mais um belo trabalho de ANDRÉ CORTEZ, e a disposição das arquibancadas e mesas são “apenas”
uma inspiração naquele Teatro, o que garante, de verdade,
uma vibrante e inesquecível experiência imersiva e íntima (As mesas mais próximas ao espaço
cênico, ficam, praticamente, coladas a este.).
Sendo
o TEATRO
uma arte coletiva, para funcionar bem, dar certo e, consequentemente, agradar
ao público, faz-se necessário que um grupo (grande) de pessoas se reúna e que
cada um, no seu “métier”, procure fazer um trabalho correto, dar o melhor de
si, para os merecidos aplausos. E foi isso o que aconteceu nesta encenação? Sem
a menor dúvida. Não identifiquei nenhum mínimo detalhe de um único elemento da
montagem que a desabonasse, ainda que, na “minha” sessão, alguns (poucos)
titulares dos papéis tenham sido (bem) substituídos por seus
legítimos “covers”, por conta de baixas, no elenco, provocadas por um
surto de gripe, na cidade de São Paulo, segundo a justificativa
que me chegou.
O espetáculo chegou ao Brasil com excelentes credenciais, depois de algumas vitoriosas produções, encenadas
em Londres,
onde se deu a sua estreia mundial, em 2014, Nova York, Japão
e África
do Sul, sempre com o aval de público e crítica. Sua carpintaria dramática
é bastante interessante, muito bem construída. É preciso que fique bem claro
que se trata de uma peça de TEATRO em prosa, com canções ilustrativas, sendo uma obra
fictícia, com todas as licenças poéticas que esse tipo de escrita
permite e comporta, envolvendo o dramaturgo William Shakespeare, enquanto
ele escrevia duas de suas obras. Na trama, são evocados alguns episódios que
fazem parte da História universal, mas eles apenas se prestam a contribuir
para entrelaçar fatos reais com fictícios e dar um ar de verossimilhança ao “plot”.
Da mesma forma, como mais um detalhe positivo, na adaptação para o TEATRO, feita por LEE HALL, encontramos uns
personagens também baseados em personas históricas e outros presentes em obras
shakespearianas.
No desenvolvimento do tema central, há
espaço, no texto, para o tradicional romance “água com açúcar” (Nada contra;
muito pelo contrário.); notas de suspense; muitas surpresas; agradáveis
inserções musicais, sem que a peça pertença ao gênero musical; bom humor, leve
e próprio para todas as idades; e muito mais pontos positivos. Na história, em
si, a meu juízo, não há nada de tão extraordinário, a não ser vermos como é
pintado um quadro sociológico de como funcionavam as artes no período elisabetano,
a “era
de ouro” da História inglesa, com destaque para a proibição de as mulheres
atuarem no TEATRO. Eu diria que é um espetáculo mais para o lazer mesmo, o
que, em nada, o diminui. Não enxerguei tanto, no cinema, como pude perceber,
nitidamente, no palco, mas parece-me que a intenção maior de LEE HALL, em seu trabalho de
transposição de uma mídia para outra, foi prestar uma grande homenagem
ao TEATRO, fazendo-lhe uma “verdadeira declaração de amor”. E
isso é muito lindo, comoveu-me bastante e já me ganhou de saída.
RAFAEL
GOMES, ainda um jovem, que traduziu o texto e dirige o espetáculo,
é um experiente diretor de TEATRO, além de dramaturgo, roteirista
e cineasta.
Dele, no TEATRO, guardo ótimas lembranças, que me encantaram
sobremaneira, como “Edukators” (2013), “Mas Por Quê? – A História de Elvis” (2015)
e “Lá
Dentro Tem Coisa” (2017), este em parceria com Adriana Falcão e Vinicius
Calderoni, como dramaturgo. Dirigindo, seu trabalho,
em “Um
Bonde Chamado Desejo” (2015), é algo que também me marcou. Sua OBRA-PRIMA,
porém, na minha visão, é a adaptação e direção no espetáculo “Gota
D’Água [a Seco] (2016), uma releitura do icônico musical de Chico
Buarque e Paulo Pontes. Em “SHAKESPEARE
APAIXONADO”, RAFAEL apenas só
fez ratificar seu talento e conduziu uma direção bastante criativa e, acima
de tudo, de um dinamismo ímpar, aproveitando, completamente, toda a estrutura
espacial do lugar e a cenografia. Atores saem por um lado e surgem em outro,
passando bem próximo aos espectadores, obedecendo às minuciosas marcações.
Voltando à cenografia, de peças
móveis, que entram em cena e saem dela, vez por outra, apenas uma mesa rústica
e banquinhos idem, um trono real e uma armação feita com tecidos e ripas, uma espécie de dossel, a
feitio de um quarto. A fachada do que poderia ser a entrada de um castelo, por
onde surge a Rainha e seu séquito, lembra bastante a estrutura interna do “Globe
Theatre”. Sobre essa estrutura, algo que remonta a um balcão, onde
acontecem algumas poucas cenas e de onde vem o som de um cravo, instrumento
muito utilizado na época em que as ações se dão, e outros. Para dar um toque de
mistério, há alçapões no grande corredor, de onde surgem e por onde desaparecem
personagens. Num determinado momento, alçadas as tampas de um deles, estamos
diante de uma cama. Boas ideias, muito bem construídas. O conjunto cenográfico permite
que o espectador seja transportado à Inglaterra elisabetana do Renascimento.
Quem aceita a proposta consegue embarcar numa viagem ao século XVI. Acredito que
os poucos elementos cênicos ao alcance dos nossos olhos é fruto de uma opção do
diretor, que parece ter apostado muito mais no potencial de seu elenco, não
priorizando tanto os elementos de criação, ainda que estes tenham muita
importância na encenação.
(Fotos: Gilberto Bartholo.)
LIGIA
ROCHA, MARCO PACHECO e JEMIMA TUANY são responsáveis por um
conjunto de figurinos de época, os quais primam pelo deslumbramento e pela
originalidade dos detalhes e dos tecidos empregados, confeccionados, com
esmero, numa paleta de cores calcada em tons escuros e pastéis, com um ou outro
traço de colorido mais vivo, tudo de acordo com a tendência daquele período da História.
O traje que mais se destaca é a pesada roupa da Rainha, o qual, em
cena, lembra muito uma daquelas ricas e suntuosas fantasias que participavam
dos desfiles de gala, durante o carnaval carioca de antigamente. Um belo traje, de profunda
criatividade e riqueza.
Movimentação e dinamismo, em grande parte das ações, não poderiam faltar nesta montagem e enxergo, como maior responsável por esse efeito, FABRICIO LICURSI, que assina a direção de movimento e que, na sessão em que assisti à peça, como ator que é, assumiu um dos papéis, para cobrir alguém que não estava em condições de fazer o espetáculo.
Não sei que tipo de tratamento acústico
foi reservado ao 033Rooftop, quando de sua construção, mas acredito, piamente, que tenha havido total
preocupação com isso, antes da entrega do espaço ao público, a julgar pela
qualidade de som que sempre encontrei lá, em todas as encenações que tive a
oportunidade de conhecer ali – E foram muitas. É bem verdade que,
sempre, há um dedo de alguém para cuidar que todo som que sai dos atores e/ou dos
músicos chegue a todos da plateia, incluindo, é óbvio, os que se sentam em
lugares não muito próximos à área de atuação. Desta vez, é o toque de GABRIEL D’ANGELO, que atua como
responsável pelo “design” de som.
WAGNER ANTÔNIO criou um “design” de luz que não é tão pródigo em cores, como eu esperava, confesso, mas que é absolutamente satisfatório, por manter uma afinidade completa com o tom do espetáculo, muito bem pensado em termos de intensidade dos focos, de pertinência de luzes e sombras, conseguindo produzir belos efeitos de iluminação, dando destaque (a) e pondo em relevo tudo o que existe no espaço cênico, clamando por ser percebido pelo público. Um belíssimo trabalho de luz.
Não
há, na FICHA TÉCNICA, alguém,
especificamente, assinando o visagismo, que, no TEATRO, é
a rubrica relativa à função de ajudar a construir, esteticamente, personagens,
através da maquiagem e do cabelo, principalmente. Sendo, pois,
um trabalho que reúne mais de uma frente, podemos dizer que, aqui, ele é criado
por FELICIANO SAN ROMAN, responsável
pelo “design” de perucas,
a quem eu chamo de “o mago das perucas”, e CRIS
TÁKKAHASHI, que assina o “design” de maquiagem”.
Vamos ao formidável, harmonioso e homogêneo elenco
de “SHAKESPEARE APAIXONADO” (VER FICHA TÉCNICA.), que
sustenta, da primeira à última cena, o espetáculo, com garra, vigor e talento.
Como, de praxe, acontece, alguns nomes do “cast” foram convidados e a grande
maioria saiu de concorridíssimas audições, as quais reuniram mais
de 1600 inscrições. Assim é, hoje em dia, graças aos DEUSES
DO TEATRO, quando se anuncia a formação de um elenco para uma nova
produção de um musical, principalmente, bem diferente de antigamente, quando, era muito difícil
reunir um elenco para tal fim, porque este(a) era um(a) ótimo(a) ator/atriz,
mas cantava mal e não sabia dançar; o(a) outro(a) era um(a) exímio(a) bailarino(a),
porém faltava-lhe talento para o canto e a representação; o(a) outro(a) era uma “cotovia”,
mas deixava a desejar na interpretação e “enganava”, na coreografia. Hoje, a
dificuldade também existe, porém por outro motivo: ao final das etapas de
seleção, faltando a derradeira, a direção e os produtores, na grande maioria das
vezes, ficam numa “saia justa” muito grande, por não saberem a quem dispensar, já
que, por exemplo, se há 30 vagas a
serem preenchidas, sobram 50 candidatos aptos, e muito bem
aptos, a elas. "Escolha de Sofia" neles?!" Sem que ninguém me tivesse falado nada, antes de me certificar,
por um contato com o diretor, já acreditava eu em que dois nomes apenas se
integraram à trupe por meio de convites: RODRIGO
SIMAS e ANA LUCIA TORRE. RAFAEL GOMES me confirmou isso.
Pensava que CARLA SALLE também poderia ter sido uma terceira convidada, pelo
fato de ser uma atriz que já havia mostrado sua competência, quando trabalhou,
no cinema, dirigida por RAFAEL GOMES. Se assim tivesse acontecido, o acerto já teria sido
imenso, mas ela também passou pelos testes e – detalhe curioso -, como
se encontrava no exterior, participou das audições via “on-line” e foi uma
corretíssima escolha. CARLA é uma
atriz de uma estatura média, em se tratando de uma mulher, sobre as tábuas, porém,
em função da maneira como se atira, de cabeça, na construção de sua personagem,
principalmente nas cenas em que aparece travestida de homem, com seu “bigodinho
maroto”, “cresce” muito. Como sou chamado de “rato
de TEATRO”, por minha assiduidade aos espetáculos do gênero, e por ter
ficado muito bem impressionado com a “performance” da moça, perguntei-me
por que eu não a conhecia atuando antes. Pesquisando, para dar forma a esta
crítica, descobri que ela é bem mais frequente na telona e, principalmente, na
telinha e que, das suas poucas atuações no palco, eu só assisti a “Lazarus”,
espetáculo que vi duas vezes, no qual – Perdão, CARLA e demais daquele elenco” –
todos os olhos se voltavam para um único ator: Jesuíta Barbosa.
Excelente atriz, quero vê-la muitas vezes mais em cena.
O personagem – isso é indiscutível –
contribui muito, para que o bom trabalho de um(a) ator/atriz seja mais ou menos
bem percebido e avaliado no palco. Ao “estear” um monólogo, e por mais do
que os 60 minutos de duração deles, em média, como foi o caso de “Prazer,
Hamlet” (75 minutos), um ator (RODRIGO SIMAS, no caso.) sabe que é
o foco de todas as atenções e que carrega, nos ombros, uma grande
responsabilidade. Não chamaria de “covardes” os que, ainda, não se
arriscam a estrelar um solo, mas, com certeza, denomino de “corajosos” e aplaudo,
com muito mais potência, quando é bem executado, é claro, o trabalho de um
solitário artista em cena, ator ou atriz. E por que estou fazendo o que alguns
poderiam estar achando ser uma “divagação”, para chegar aos
comentários sobre a atuação de SIMAS?
É muito simples. Quando fui ao Teatro Glaucio Gill, no Rio
de Janeiro, pela primeira vez, no ano passado, para ver como o ator se
sairia, sustentando um solo, fui muito cético, não nego, contudo, cônscio de
que a pejorativa fama de “galãzinho global”, inchada de preconceito
e sarcasmo, muitas vezes, não faz jus à pecha que encerra. Já havia constatado
isso outras vezes, vendo a atuação de outros jovens atores e atrizes, e
ratifiquei a minha impressão, sobre RODRIGO,
naquele momento, nas duas vezes em que assisti a uma história sobre o “Hamlet”;
não o “Hamlet”. Vi nele um ator maduro e muito aplicado. Não poupei aplausos à sua magnífica interpretação e,
hoje, sob a ótica de avaliar um trabalho inserido num conjunto de outros
colegas de cena, porém, ainda, como um dos protagonistas (A outra é Lady Viola, a personagem
de CARLA SALLE.), também o faço, aumentando a certeza de que RODRIGO
SIMAS é um bom ator, dedicado e estudioso, sempre pronto a dar o seu
melhor pelos personagens que abraça.
Quanto a ANA
LÚCIA TORRE, esperava vê-la e, ao final da peça, colocá-la no mesmo
pedestal que lhe reservei, quando da última vez em que a vi no palco,
estupendamente incrível, na pele da consistente e forte personagem Mary
Tyrone, que escondia, dos filhos, sua dependência de morfina, no
clássico “Longa Jornada Noite Adentro”, de Eugene O’Neill, por cujo
trabalho, a meu juízo, DONA ANA LUCIA
TORRE merecia ter ganhado o prêmio de Melhor Atriz em todos os prêmios de TEATRO
daquele ano. Infelizmente, tive que abortar o desejo de vê-la atuando, pois ela
foi substituída pela atriz JÚLIA CORRÊA,
que se saiu muito bem, a despeito de a personagem, Rainha Elisabeth I, ter
pouquíssima participação no original da trama. Não fui bom aluno de História,
motivo que não me credencia a falar muito sobre a personagem, no entanto um
aspecto de sua biografia deve ser louvado: ela era uma grande admiradora e
incentivadora das
artes cênicas.
São, ao todo, 23 atores em cena, cada
um deles sabendo qual era a sua participação na história e, independentemente
de um papel de maior ou menor destaque, todos colocando seu correto tijolinho
naquela construção. Trata-se de um grupo bastante plural, em idades, etnias e
carreira - gente de muitos anos “de janela”, bem conhecidas do público amante de
TEATRO, e muitos, ainda, pouco conhecidos ou desconhecidos por completo -,
entretanto todos saltando o mesmo nível do sarrafo, colocado em grande altitude,
sem derrubá-lo. Uma das coisas que mais me chamaram a atenção neste espetáculo,
com relação ao elenco, é que todos, sem a menor exceção, demonstram muito
prazer em estar atuando. Poderia, até mesmo, destacar um ou outro, por este ou
aquele momento do espetáculo, mas prefiro não o fazer, pois, como não conheço bem a
todos, poderia cometer enganos e/ou omissões, e não me perdoaria por isso. Todos
merecem o meu mais caloroso aplauso.
FICHA TÉCNICA:
Texto:
Lee Hall
Versão
Brasileira: Rafael Gomes
Elenco /
Personagem: Rodrigo Simas – William Shakespeare, Carla Salle – Viola de Lesseps, Ana Lucia Torre – Rainha
Elizabeth I, Fafa Renno – Ama, Gustavo Vaz – Lorde Wessex, Leandro Villa –
Christopher Marlowe, Davi Novaes – Burbage, Rael Barja – Henslowe, Dagoberto
Feliz – Fennyman, Vinicius Salgueiro – John Webster, Dom Capelari – Ned Alleyn,
Thiago Ledier – Adam (Gregório) e cover de Sir Robert / Tilney, Lucas Bocalon
– Sam (Julieta) e cover de Ned Ayllen, Walmick de Holanda – Ralph (Ama) e cover
de Henslowe, Evandro Cavalcante – Nol (Benvólio e Sansão) e cover de Burbage,
Ernani Sanchez – Sir Robert de Lesseps / Tilney, Amaurih Oliveira – Peter
(Teobaldo) e cover de Marlowe, José Trassi – Robin (Madame Capuleto) e cover de
Fennyman, Gabriel Edeano – Wabash e cover de Wessex, Rafael De Bona – Cover de
Will Shakespeare e Ensemble, Julia Corrêa – Kate e cover de Ama e Rainha, Neusa Romano - Cover de Rainha e Ama, e Luiza
Porto – Molly e cover de Viola
SERVIÇO:
Temporada:
De 02 de agosto a 13 de outubro de 2024.
Local:
033 Rooftop.
Endereço:
Complexo do Shopping JK - Av. Juscelino Kubitschek, nº 2041 - Itaim Bibi – São Paulo.
Dias e
Horários: 5ª feira e 6ª feira, às 19h30; sábado e domingo, às 15h00 e às 19h30.
Classificação
Etária: Livre (Menores de 12 anos devem estar acompanhados dos pais e/ou
responsáveis legais. A determinação da classificação etária poderá, a qualquer
momento, ser alterada pelo Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude da
Comarca de São Paulo - SP.).
Valor
dos Ingressos: De R$ 19,80 a R$ 400, dependendo da localização.
Canais
de Vendas Oficiais:
1) Bilheteria
do Teatro Santander (sem taxa de conveniência):
Todos os dias, das 12h às 18h. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece
aberta até o início da apresentação.
2) Autoatendimento:
A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento, para
compras de ingressos, sem taxa de conveniência, 24h por dia.
3) Site:
Sympla.com (com taxa de conveniência).
Capacidade:
421 pessoas.
ACESSIBILIDADE:
Sim, para pessoas PCD.
Estacionamento:
Valet R$ 35 – Aceita todos os cartões de débito/crédito.
Duração
aproximada: 150 minutos, com 15 minutos de intervalo.
Indicação
Etária: Livre (Crianças de até 1 ano e 11 meses de idade, que ficarão no colo
dos responsáveis, não necessitam de ingresso. Obrigatória apresentação de
documento oficial com foto.).
Apresentado
por: Ministério da Cultura.
Patrocínio
máster: Comgás.
Gênero:
COMÉDIA.
ATENÇÃO! O ELENCO PODERÁ SOFRER ALTERAÇÕES SEM AVISO PRÉVIO. EVITE
ATRASOS! RECOMENDAMOS A CHEGADA COM NO MÍNIMO 30 MINUTOS DE ANTECEDÊNCIA. APÓS
O INÍCIO DO ESPETÁCULO, SOMENTE SERÁ PERMITIDA A ENTRADA APÓS A PRIMEIRA CENA.
EM CASO DE ATRASO, NÃO HAVERÁ DEVOLUÇÃO DO VALOR DOS INGRESSOS, NEM A TROCA
PARA OUTRO DIA OU SESSÃO.
Dando sequência a uma ideia já posta em
prática antes, em temporadas de outros espetáculos, o 033Rooftop oferece, a
quem se interessar, um menu exclusivo temático, a ser degustado durante o
espetáculo. É uma curiosa experiência gastronômica, que pode ser adquirida à
parte. “Inspirado pelo clima de Londres do século XVI, o Chef preparou três
pratos tipicamente ingleses, que contam ainda com drinque e sobremesa.”
Sempre é bom lembrar que uma montagem
do porte desta só consegue ser levantada com patrocínios e apoios. “SHAKESPEARE APAIXONADO” é apresentado
pelo Ministério
da Cultura, tem patrocínio máster da Comgás, patrocínio prata
da Esfera,
patrocínio de Sem Parar e Zurich Santander, e apoio da Farmacêutica
EMS, SegurPro, Santander Brasil, Rio
Branco, Radisson Blu São Paulo e Dona Deôla.
E,
por tudo exposto acima, fica muito fácil entender que RECOMENDO
MUITO O ESPETÁCULO!!!
FOTOS: JOÃO
CALDAS Fº.
GALERIA PARTICULAR
(Fotos: Carlos Eduardo
Sabbag Pereira.)
Com Fabricio Licursi, Victor Mendes e Rodrigo Simas.
VAMOS AO TEATRO!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO DO BRASIL!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI, SEMPRE; E SALVA!
RESISTAMOS SEMPRE MAIS!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO TEATRO BRASILEIRO!
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