quinta-feira, 29 de junho de 2023

 "DOM QUIXOTE

DE LUGAR NENHUM,

UM MUSICAL”

ou

("DE COMO UM HOMEM CAIU DO CAVALO E CONTINUOU ANDANDO" - GERALDO VANDRÉ.)


 

     Equívocos, todos os cometem e eu sou um desses. “Equívoco” = eufemismo para “erro”. Todos têm o direito de errar, entretanto é necessário que os erros sejam reconhecidos, muitas vezes, primeiramente, apontados por terceiros, e, uma vez assumidos, que se procure saná-los. Injustos, todos já o fomos, somos e ainda seremos, porque a perfeição não é para os pobres mortais. Ainda bem! Mas também é importante que, desde quando se perceba que uma injustiça foi cometido, se faça um pedido de desculpas e uma retratação; pública até, se necessário for. No meu caso, fico muito mal, quando acho que fui injusto com alguém ou alguma coisa. Isso me incomoda muito mesmo.



       Quando assisto a uma peça e deixo o Teatro com a certeza de que se tratou de um espetáculo ruim, por vários motivos, fico triste, porém não há o que fazer: “erraram feio” naquela montagem, sob a minha ótica. Que isso fique bem claro, uma vez que não sou o dono da verdade, e o que não me agrada pode ser do agrado do outro, e vice-versa! Ocorrem, também, situações que me deixam dividido entre o “não gostei” e o “não sei se gostei”. Sabido que, quando um espetáculo não me agrada, eu não escrevo sobre ele, a dúvida, no caso, me impele a rever a peça, para ratificar ou retificar a minha opinião. Isso porque me perturba muito a possibilidade de eu estar sendo injusto com a peça e as pessoas nela envolvidas.



      Foi exatamente isso o que aconteceu, quando deixei o Teatro Casa Grande, na noite do dia 03 próximo passado, já quase madrugada do dia 04. Voltei para casa, não arrependido de ter ido, mas aborrecido, bastante chateado. Sempre vou ao Teatro para gostar do que verei. E também não gosto de perder meu tempo. Eu tinha quase a certeza de que aquele musical era ruim, pelo que pude ver e pelos comentários - muuuuuitos – de gente que entende de TEATRO, ouvidos na calçada do Casa Grande e, no dia seguinte, em contatos por telefone e outros meios de comunicação. Eram pessoas que não fazem parte daquele tipo de plateia que não entende nada de TEATRO e que aplaude o "global" só por ele entrar em cena e ri de qualquer coisa boba que ele diga. Então, "estava fechado": o espetáculo era ruim mesmo e não vou escrever sobre essa peça, porque terei de apontar os erros que percebi, e isso não faço de jeito nenhum.




        Passados alguns dias, chegaram-me, direta e indiretamente, informações que davam conta de que o diretor do espetáculo, JORGE FARJALLA, por quem tenho um grande apreço pessoal e a quem admiro muito, como um grande encenador, havia procedido a muitas mudanças no trabalho e que o resultado estava sendo aprovado, por todos, incluindo o elenco. Não pensei duas vezes e, logo, agendei uma outra data, para rever “DOM QUIXOTE DE LUGAR NENHUM, UM MUSICAL”, para deixar aflorar a minha porção “São Tomé”, aquele do “ver para crer”, o que se deu na noite do dia 22 passado.



       E aí? Como foi isso? Bem, se estou escrevendo aqui, já dá para perceber que gostei do musical; até a página 5. Ou seria 50? Ainda estou na dúvida.



       O que havia me agradado, na peça, não sofreu a menor alteração. Graças aos DEUSES DO TEATRO! E o que eu havia achado que seria responsável pela minha desaprovação passou pelo dedo criterioso do diretor e as coisas ficaram bem melhores. Na verdade, na segunda vez, assisti a um “outro espetáculo”, que já recomendo, principalmente para aqueles que estavam naquela sessão “VIP”, adjetivo que detesto, porque “VIPs” são todas as pessoas. Para mim, não chega a ser “uma Brastemp”, mas “dá para gelar a cervejinha”, e isso já é muito bom. Para ser mais claro, não é uma “OBRA-PRIMA”, mas é um bom espetáculo, e deve ser visto.



      Os pontos positivos da peça, na minha visão, que ainda se mantêm: elenco, canções e figurinos. O que me desagradou: texto, cenografia (apenas 50%) e iluminação. A direção é um caso à parte, porque está na dependência direta de um bom texto. E não há “diretor top”, no Brasil ou em qualquer outro lugar do planeta, que consiga fazer um bom espetáculo, se o texto não ajuda. Mas vou falar de tudo a seu tempo.



       O elenco é excelente. Pensava até que não deveria destacar este ou aquele elemento, mas o “diabinho do bem” (Ou seria “do mal”?) está aqui, ao meu ouvido, cobrando-me falar, com mais luzes, sobre LUCAS LETO, DANILO MOURA, DANI FONTAN, ANDRÉ ROSA, DANIEL CARNEIRO, DU MACHADO e PALOMA RONAI. Por que não sobre os outros três do elenco, CLÁUDIA OHANA, JANA FIGARELLA e CAIO MENCK? Simplesmente, porque não encontrei, no trio, nada que merecesse um destaque, ainda que cumpram corretamente o seu ofício, com uma considerável parcela de importância no conjunto das interpretações, entretanto reconheço alguns pontos a mais no trabalho do hepteto citado antes.



      Não me lembro de ter assistido a algum trabalho anterior de LUCAS LETO, o protagonista da peça. Sei, apenas, que, recentemente, fez sucesso na TV, numa novela, e que atuou no musical "Dona Ivone Lara - Um Sorriso Negro", no Rio de Janeiro, em 2018, ao qual assisti, mas não me lembro do seu trabalho. Aqui, porém, é impossível não o notar, não só porque interpreta o papel central da trama, como também, principalmente, porque o faz muito bem, como é cobrado de um ator que se propões a atuar em musicais.



       Com relação a DANILO MOURA, o Sancho Pança, já o tinha visto, com bons olhos, em musicais anteriores, mas, aqui, ele se apresenta na sua melhor forma, o seu melhor trabalho visto por mim. DANILO é o responsável por fazer um personagem, tecnicamente, coadjuvante merecer as luzes de um protagonista. Em conversa com o ator, dividida com o querido Alexandre Lino, na calçada do TeatroMOURA confessou ter se apoiado no personagem Waldisney, de Lino, no monólogo “O Porteiro”, grande sucesso de público e crítica, para construir seu Pança, no que vejo um grande acerto.


 

       DANI FONTAN marca expressiva presença, no musical, compondo uma Dulcineia de Toboso com todas as idiossincrasias que a personagem carrega consigo. Uma das mais belas cenas do espetáculo gira em torno dela. Sua Dulcineia privilegia mais o seu lado sensual, em detrimento da doçura e do desvelo que, no original, ela demonstra pelo Quixote.


 

       ANDRÉ ROSA, a quem venho aplaudindo desde o seu primeiro trabalho a que assisti, ainda que em papéis de menor importância, tem, aqui, a oportunidade de demonstrar mais o seu talento, conquanto seja, também, em personagens secundários, bem valorizados pelo ator. Sua aparição como São Jorge, ao final do espetáculo, é muito bonita.



      DANIEL CARNEIRO, de há muito, já vinha merecendo um papel que lhe permitisse “meter o pé na porta” e gritar que “está na área”. Todas as vezes – foram muitas – que o vi, em musicais, sempre guardei, de suas atuações, boas memórias, mas, nesta peça, ele comprova, como outros companheiros de elenco, que “não há papéis pequenos para bons atores”. No caso, o ator cumpre, excepcionalmente, sua função, representando, cantando e nos encantando com o som de sua rabeca.



E o que dizer de DU MACHADO? Que ele está ótimo em cena? É pouco! DU não se fez presente em outras montagens de FARJALLA por outro motivo que não fosse o seu imenso talento, ainda muito pouco percebido. Em “Doroteia”, um pouco menos; em “Senhora dos Afogados”, bem mais; e, agora, muito mais ainda, seus predicados de um ator completo estão à vista de todos os que sabem “farejar” gente competente em seus fezeres. DU "vai comendo pelas beiradas", até chegar ao esplendor de sua atuação, como Rocim, o cavalo do “Cavaleiro da Triste Figura”. Uma interpretação digna dos maiores elogios.



PALOMA RONAI, com seu trabalho discreto e corretíssimo, atrai a atenção dos espectadores - ouvi ótimos comentários sobre ela - sempre pontuando as cenas com seu acordeão.



Um dos pontos mais altos desta peça são as canções de ZECA BALEIRO, que compôs uma trilha sonora original, com ritmos nacionais variados, na qual cabe, até mesmo, um tango argentino. As melodias são muito agradáveis aos ouvidos e as letras, estas de RUY GUERRA, “como il fault”, fazem parte da narrativa da trama. Combinam muito bem letras e melodias, as quais são muito bem interpretadas por todos do elenco.


Ruy Guerra e Zeca Baleiro

(Foto: fonte desconhecida.)


JORGE FARJALLA, um barroco “de carteirinha”, além de dirigir o espetáculo, criou todos os figurinos da peça, com o seu conhecido bom gosto e criatividade.



Por que a cenografia, de JOÃO UCHOA, me agradou, mas não por completo? Por mais esforço que eu tenha feito, nas duas vezes em que assisti ao musical, não consegui identificar as duas peças, ou "conjunto de coisas", "traquitanas", que ficam nas duas laterais médias do palco, quase ao fundo. Acho que faltou luz sobre elas, para que pudessem ser bem detectadas. Passei o tempo todo da peça a esperar o momento em que elas fariam sentido, na história, que fossem utilizadas, e continuo esperando até hoje. Se foi uma deficiência de minha parte, todas as pessoas – e foram muitas – que conversaram comigo sobre o espetáculo são “deficientes”, como eu. Uma dificuldade de “decodificação coletiva”? Pode até ser, mas acho a hipótese bem ínfima. Ou seria, apenas, para causar alguma polêmica? Em conversa com FARJALLA, antes de escrever esta crítica, fiquei sabendo – até cheguei a cogitar – que a ideia é de duas carroças de boi, ou charretes, puxadas por tração animal, que estavam no palco mais para "abrigar" os instrumentos musicais, sem outra função. O motivo de lá estarem essas duas peças é que haveria uma terceira, que deveria subir a rampa, puxada po Rocim, transportando Dom Quixote, o que acabou sendo descartado da encenação, por questões técnicas. 




Para compensar, considero genial a ideia de uma rampa, muito utilizada, por conta das marcações do diretor, a qual tem início no chão, solo firme, e não termina; ou melhor, se perde no espaço, sugerindo – acho que não era uma “viagem” da minha parte – a fantasia, a imaginação. Ela terminaria no início do caminho dos sonhos. Se não tivesse sido essa a intenção do artista, foi assim que a rampa me chegou e, a isso, não me canso de aplaudir. FARJALLA me disse que eu estava correto na minha interpretação. 



Ainda sobre a cenografia, ponto positivo também para o enorme disco ao fundo do palco, acima da citada rampa, que serve a algumas projeções e, dependendo da cena e da iluminação, vira o sol escaldante do sertão nordestino ou a lua “de prata”.



A iluminação, obra, a quatro mãos, de SAMUEL BETZ e EDUARDO DANTAS, poderia, e deveria, ser mais expressiva sobre a rampa, tal é a importância deste elemento cenográfico. Da mesma forma, enxerguei pontos com uma iluminação fraca, de tal modo a não permitir que fossem enxergados, com nitidez, os rostos dos personagens, suas importantes máscaras faciais. Estou me propondo a falar do que considero o espetáculo “pronto”, isto é, da minha segunda experiência nesta encenação. Sendo assim, não posso deixar de dizer que, em relação à primeira vez em que assisti à peça, me pareceu ter havido alguma modificação no desenho de luz, o qual, a meu juízo, não é, ainda, o desejável; mas foi bem pior, anteriormente.






Acompanho a carreira de JORGE FARJALLA há muitos anos e o considero um encenador com total excelência naquilo que faz, mas, como qualquer artista, não tem a obrigação de ser excelente sempre. Qualquer pessoa que vive de ARTE, sendo, portanto, uma figura pública, precisa, sempre, ser permeável a críticas, ouvindo-as, refletindo sobre elas e, na medida do possível, aparar arestas, eliminar os “equívocos” e fazer de tudo para que sua obra alcance, positivamente, o maior número de receptores. O ideal seria a unanimidade, contrariando, mais uma vez, Nelson Rodrigues, que dizia que “toda unanimidade é burra”, mas esta é, praticamente, uma utopia, uma vez que os gostos são diferentes e também há os “inimigos de plantão”, que não gostam por vários motivos, menos os técnicos e artísticos. Há até os que implicam com o corte de cabelo do diretor (Um pouco de exagero, para ser bem "dramático". Momento descontração.).


Jorge Farjalla

(Foto: Fonte desconhecida.)



 Dentro do possível, do que tinha à mão, FARJALLA fez o que pôde. São bem interessantes as suas resoluções de cena. Ele nos apresenta um espetáculo bem dinâmico, além de alegre e belo, do ponto de vista plástico, por conta de suas marcações, sempre preocupado em ocupar todos os pontos do espaço cênico. Ninguém pode partir para um Teatro, sendo plateia, numa peça dirigida por JORGE FARJALLA, esperando o óbvio. Ele sempre nos surpreende. E como! Mas é preciso que a "espinha dorsal" de uma peça teatral favoreça. O que há de mais errado, a meu juízo, nesta encenação, é o texto, que parte de uma ideia genial, mal aproveitada. Conquanto RUY GUERRA mereça, não só de minha parte, mas de todos os brasileiros, o maior respeito e reconhecimento, como grande cineasta, em muitos filmes (“Os Cafajestes”, “Os Fuzis”, “Os Deuses e os Mortos”, “A Queda”, “Eréndira”, “Ópera do Malandro”, “Kuarup”, “Estorvo” e “Quase Memória”, para citar os mais importantes.), e dramaturgo, que nos legou o icônico musical “Calabar, o Elogio da Traição”, escrito em parceria com Chico Buarque, penso que ele errou na escrita deste “DOM QUIXOTE DE LUGAR NENHUM, UM MUSICAL”. Há momentos bons, na dramaturgia, não nego, e as letras das canções, de RUY, como já disse, são excelentes, entretanto o texto é muito longo e repetitivo, principalmente o prólogo, que parecia nunca ter fim. 




É claro, aquiesço aqui, que a presença do coro, a feitio de um grego, é um elemento bastante interessante, inovador e criativo, mas o dramaturgo gastou muito tempo e palavras, para o público entender sobre o que, e como, se desenrolaria a trama. O incômodo, com relação ao coro, aplica-se apenas ao prolólogo, mas seus elementos estão presentes em todas as ações, até o final da encenação, ganhando, a cada minuto, uma força maior na narrativa.



Até aparecer a primeira ação concreta do herói, “protetor dos fracos e oprimidos”, lutando contra seus “inimigos”, “rola água demais por baixo da ponte”. Torna-se muito cansativo esperar que o "audaz e destemido cavaleiro" enfrente seus antagonistas por “um caminho de pedras neste universo árido”. Árido era o espetáculo, como o vi, no dia seguinte ao de sua estreia no Rio de Janeiro. Não o é mais, felizmente.



Quanto a isso, cumpre dizer que, na sessão “VIP” (ECA!!!), o espetáculo era dividido em dois atos, o primeiro com 1 hora e 25 minutos e o segundo com 40 minutos, num total de 125 minutos, quase 2 horas e meia, com um intervalo de 15 minutos, o qual sempre acaba durando mais. Atualmente, por motivos diversos, nos quais se encaixa a falta de segurança na cidade do Rio de Janeiro, as pessoas não estão gostando mais de espetáculos muito longos, que as façam voltar para casa muito tarde da noite. Não é, obviamente, para se apresentar um espetáculo mutilado, porém é preciso dizer o máximo no mais breve tempo. FARJALLA parece ter percebido isso, ouviu reclamos, nesse sentido, e cortou muitas gorduras, acabando, inclusive, com o desnecessário intervalo. A peça acabou reduzida a um único ato, de cerca de 2 horas (Eu computei 1 hora e 55 minutos.). Se me dessem uma “tesoura”, eu ainda cortaria mais um pouquinho.



Impossível seria negar o valor da obra, pelo que, de brasilidade, ela apresenta, na qual o Quixote cede a vez ao Queixada, personagem que, no cômputo geral, trava uma batalha, “a fim de transformar seu próprio mundo em um espaço menos triste e ainda encontrar a musa Dulcineia, que nunca conheceu”.



Pegando carona na onda de brasilidade, aplaudo a ideia de ter sido inserida, na trama, a figura do diabo (Na verdade, Diaba, CLAUDIA OHANA.), personagem tão presente nos folhetos de Cordel e na literatura de muitos escritores nordestinos, como o grande Mestre Ariano Suassuna, por exemplo. 



E, já que estou na “vibe” de aplausos, reservo alguns para SIMONE KONTRALUZ, ex-aluna de RUY GUERRA e sua amiga pessoal, idealizadora do projeto.



Simone Kontraluz - (Foto: Facebook.)



 FICHA TÉCNICA:

Idealização: Simone Kontraluz

Texto: Ruy Guerra

Direção e Encenação: Jorge Farjalla

Assistência de Direção: Andrea Dantas

Músicas: Ruy Guerra e Zeca Baleiro

Direção Musical: Lui Coimbra

 

Elenco: Lucas Leto, Danilo Moura, Claudia Ohana, Dani Fontan, Jana Figarella, André Rosa, Daniel Carneiro, Du Machado, Paloma Ronai, Caio Menck

 

Cenário: João Uchoa

Figurinos e Adereços: Jorge Farjalla

Assistência de Figurino: Joana Seibel

Desenho de Luz: Samuel Betz e Eduardo Dantas

Preparação Vocal: Suely Mesquita

Preparação Corporal: Jorge Farjalla

Desenho de Som: Gabriel D'Angelo

Caracterização: Joana Seibel

Ilustrações: Pally Siqueira

“Design” Gráfico e Mídias Sociais: Christoffer Pesce

Fotos: Simone Kontraluz e Murilo Mello

Assessoria de Imprensa: Barata Comunicação e Dobbs Scarpa

Direção de Produção: Valéria Macedo

Realização: Graviola Produções

Curadoria: Simone Kontraluz 

 

 

 

 


 SERVIÇO:

Temporada: De 02/06 até 23/07/2023.

Local: Teatro Casa Grande.

Endereço: Avenida Afrânio de Melo Franco, nº 290 - Loja A - Leblon – Rio de Janeiro – RJ.

Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às 20h; domingo, às 18h.

Abertura da Casa: 1h antes do evento.

Classificação Etária: 12 anos (Menores a partir de 10 anos entram acompanhados dos pais ou responsáveis. Crianças de até 1 ano e 11 meses possuem gratuidade permanecendo no colo do responsável.)

Valor dos Ingressos: A partir de R$50,00 (inteira).

Venda: https://www.eventim.com.br/artist/dom-quixote-de-lugar-nenhum/

 


 

        Saí do Teatro Casa Grande, no meu primeiro contato com a peça, triste e achando que não teria como escrever, sem dizer que não havia gostado do que vira, o que nunca faço. Também não é meu feitio dizer que é bom aquilo que não me chegou dessa forma, apenas porque tenho queridos amigos envolvidos no projeto. Como não consegui identificar uma assinatura de JORGE FARJALLA, naquele “grande equívoco”, mas esperava que as arestas poderiam ser aparadas, como foram, e eu teria a oportunidade de rever a peça e gostar do que me seria servido, e, ainda, para não ficar com a desagradável sensação de ter sido injusto, aceitei o convite para rever o musical e lá fui, com o coração aberto e com mais vontade ainda de gostar, até porque, para quem não sabe, o personagem “Dom Quixote de La Mancha”, o de Miguel de Cervantes Saavedra, é uma das minhas maiores paixões, a ponto de eu trazê-lo tatuado no meu braço esquerdo e de colecionar estatuetas suas, inclusive uma delas adquirida na cidade de Toledo, na Espanha, “a cidade de Dom Quixote de La Mancha”, reduto turístico que vive em função do herói, e ainda ter três quadros retratando-o. (Aceito doações. Outro momento descontração. Mas “é verdade esse ‘bilete’”.)



        Não me arrependi de ter voltado, estou feliz, acabando de escrever esta crítica, e não posso me furtar a recomendar o espetáculo. Gostaria muito – utopia quixotesca - de que estes escritos chegassem a todos os que assistiram à montagem, antes das mudanças ocorridas, para que voltassem ao Teatro Casa Grande e sentissem o mesmo prazer com que voltei para casa na minha segunda imersão em “DOM QUIXOTE DE LUGAR NENHUM, UM MUSICAL”.

 

 

   



FOTOS: SIMONE KONTRALUZ,

MURILO MELLO

E

ACERVO DO ELENCO.

 

 

 

 

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