quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

 

“ANASTASIA”

ou

(A HISTÓRIA

DE UMA LENDA

OU UMA LENDA

HISTÓRICA.)

ou

(UM BÁLSAMO

PARA OLHOS

E OUVIDOS.)






      Os musicais da Broadway, quando chegam ao Brasil, já vêm com a propaganda pronta. São, em geral, os que atingem o maior sucesso, de público e de crítica, e, via de regra, são populares, por seus temas e as canções que fazem parte de suas trilhas sonoras originais, sendo que muitas delas acabam sendo gravadas por importantes artistas internacionais, caindo no gosto do povo, virando, algumas, o que se convencionou chamar de “música chiclete”. Nesse rol, de dezenas de espetáculos musicais que aqui aportaram e agradaram demais ao “paladar” do público brasileiro, sobretudo nos últimos vinte anos, estão “O Rei Leão”, que ficou, durante dois anos, em cartaz – um verdadeiro “assombro”, para os padrões brasileiros, com relação ao tempo que um espetáculo resiste a uma temporada – e, em breve, estará em cartaz, novamente, em São Paulo; “A Noviça Rebelde”, talvez o de maior sucesso, entre nós, com várias montagens; “Wicked”, que também poderá ser revisto, muito em breve, com uma nova leitura, pelos paulistanos (Sempre eles!!! Pena que o Rio de Janeiro continue desejando ter acesso a esses espetáculos!); “Mamma Mia”, em cartaz, atualmente, no Rio de Janeiro (VIVA!!!), há apenas quatro semanas e já se convertendo num grande sucesso, com lotações esgotadas; “A Bela e a Fera”; “O Fantasma da Ópera”; “Billy Elliot” e “Os Miseráveis”; apenas para citar alguns. A lista é extensa. A história contada em “ANASTASIA” não é bem conhecida dos brasileiros e, no campo das canções que compõem a trilha sonora do “show”, três são familiares aos ouvidos brasileiros: digo, dos que gostam de TEATRO MUSICAL e o acompanham: “Journey to the Past”, “Once Upon a December” e “A Rumor in St. Petersburg”. Possivelmente, quem não é “habitué” dos musicais não as conheça.




      Essa introdução vem alicerçar o reconhecimento que devemos ter, o agradecimento devidamente creditado às produtoras “T4F” e “Caradiboi Entretenimento”, pela iniciativa de trazer ao Brasil um musical de extremíssima beleza, porém nem um pouco popular e com canções lindíssimas, as quais, entretanto, são pouco, ou quase nada, conhecidas dos brasileiros, a não ser pelos aficionados em musicais, repito, como eu. Aplaudo os produtores por terem apostado num projeto bem diferente dos espetáculos citados no parágrafo anterior, e de muitos outros, valorizando, a meu juízo, muito mais o prazer de apresentar uma superprodução, sem uma preocupação maior com o retorno do grande investimento aplicado nesta montagem, embora isso também seja importante. Assim é porque me parece. O espetáculo chega a nós apenas quatro anos após sua estreia na “meca dos musicais”, com sucesso e indicações a prêmios de TEATRO, em mais de vinte categorias, já tendo conquistado um “Drama Desk Award” e um “Outer Critics Circle Award”. Refiro-me a “ANASTASIA”, em cartaz no Teatro Renault (VER SERVIÇO.), musical montado em 19 países – além dos Estados Unidos e, agora, Brasil, destacam-se Canadá, Espanha, Alemanha, Holanda, Japão Reino Unido, Austrália e México - e venceu 15 prêmios internacionais.





SINOPSE:

Dez anos após a execução da Família Imperial Russa, em 1919, durante a revolução bolchevique, surgem rumores de que a filha mais nova do Tsar Nicolau II, a Grã-Duquesa ANASTASIA Nikolaevna, teria sobrevivido ao massacre, supostamente salva por um sodado que se apaixonara por ela e lhe havia facilitado a fuga, por uma passagem secreta do palácio, junto com a avó, a Imperatriz Marie (EDNA D’OLIVEIRA).

ANASTASIA, na azáfama daquela fuga, teria acabado caindo e sofrendo uma perda de memória, esquecendo sua identidade.

Anos depois, sua avó, a Imperatriz MARIE, que conseguira fugir para a França, de Paris, ofereceu uma recompensa a quem conseguisse levar ANASTASIA até ela, isso porque, no alvoroço da fuga, avó e neta se separaram uma da outra.

Dois russos, “malandros espertinhos”, Dimitri (RODRIGO GARCIA) e Vlad (TIAGO ABRAVANEL), este um ex-aristocrata, interessados naquela recompensa, passam a buscar uma jovem que pudesse se passar por ANASTASIA.

Os dois vigaristas encontram Anya (GIOVANNA RANGEL), uma jovem que sofre de amnésia e possui os traços da suposta sobrevivente.

Eles decidem, então, treiná-la aos moldes reais.

Seria, mesmo, uma fraude?

E qual o verdadeiro destino da princesa desaparecida?

Ao levar a jovem Anya a Paris, para encontrar a Imperatriz Marie, os dois não contavam que o soldado soviético, da polícia secreta, Gleb (LUCIANO ANDREY) estaria atrás de qualquer um que ousasse pôr em risco a estabilidade do novo regime, trazendo, de volta, uma descendente dos Romanov.

O musical é baseado no filme de mesmo nome, cujo roteiro é inspirado na lenda da Grã-Duquesa ANASTÁSIA Nikolaevna, da Rússia, e na sua suposta sobrevivência à execução de sua família, durante a Revolução Russa. 

 




 História real ou uma lenda? Pouco se sabe sobre a história de Revolução Russa e a que muitos conhecem, sobre a protagonista deste musical, é a que foi contada pela Disney, em 1997, numa produção em desenho animado, campeã de bilheteria, pelo mundo, totalmente idealizada, mas, na vida real, a vida da princesa ANASATASIA foi muito diferente de um conto de fadas. Ela, realmente, existiu, nascida em 18 de junho de 1901, a quarta filha do Tzar Nicolau II e da Tzarina Alexandra.



O filme e, consequentemente, o musical contam uma história de ficção, na qual a menina consegue ter sobrevivido ao morticínio, contudo, na verdade, a personagem, na vida real, faleceu ao lado da família, dentro de um porão, na Sibéria, todos barbaramente fuzilados. O que ocorreu, realmente, é que, ao longo do tempo, várias mulheres impostoras se apresentaram – dez, pelo menos -, dizendo ser a princesa perdida, reclamando a fortuna da família, sendo a mais famosa delas Anna Anderson, que quase conseguiu se passar pela verdadeira ANASTASIA, jurando ter sobrevivido à chacina, salva por um soldado, que se se apaixonara por ela. Anna afirmou ser ANASTASIA, de 1938 a 1970, mas, como não tinham provas concretas, todos a consideraram uma fraude. Em 1925, uma tia da ANASTÁCIA visitou Anna e comprovou que ela não era sua sobrinha. Uma interessante curiosidade: Anna morreu em 1984 e pediu para ser cremada, pois não queria que ninguém testasse o seu DNA, entretanto os médicos, mesmo assim, o fizeram e descobriram que ela se chamava Franziska Shanzkowska e era uma operária da Polônia.




“Os investigadores da época acharam apenas os corpos de suas irmãs mais velhas (da princesa) e seu irmão mais novo, além de seus pais. Por isso, a Imperatriz Marie, realmente, começou uma busca pela neta, com esperança de que ainda estivesse viva. Um tempo depois, entretanto, restos mortais foram achados no palácio, e os especialistas afirmaram serem de ANASTASIA.”



Par romântico de ANASTASIA, na versão romanceada, o personagem Dimitri foi inspirado no menino que, na vida real, teria ajudado a Imperatriz e sua neta a escapar da morte. Teria mesmo?



Creio que toda essa discussão acerca da veracidade dos fatos se torna totalmente ínfima e desnecessária, diante da grandeza do espetáculo, de sua beleza ímpar. Todas as licenças poéticas e “deformações da realidade” são muito bem-vindas, resultando o espetáculo num dos musicais que mais me emocionaram, em toda a minha vida de mais 50 anos de dedicação ao TEATRO.



Fico extremamente feliz, quando decido assistir a um espetáculo teatral com uma determinada expectativa e, ao deixar o Teatro, saio convicto de que a peça superou as minhas, já boas, expectações, como ocorreu na tarde de um sábado, 28 de janeiro próximo passado. Que iria encontrar um bom espetáculo, disso eu não tinha a menor dúvida, porém, diante do que me foi proporcionado ver, só posso atribuir os melhores elogios a tudo o que estava no palco.



 O texto corre linearmente, com uma boa tradução, feita por LUCIANO ANDREY, que também faz parte do elenco, e BIANCA TADINI. Como posso considerar bom o texto em português, se não conheço o original? Para o espectador comum, o leigo, isso pode parecer estranho, reconheço, entretanto, aos olhos de alguém que respira TEATRO e conhece os meandros dessa ARTE, é muito fácil fazer tal afirmação, baseado na estrutura dramatúrgica, no ritmo dos diálogos e na pertinência deles, para contar uma história, mantendo-lhe o fio condutor. É bem possível, então, fazer uma avaliação acerca da qualidade da tradução. Com base nisso, ratifico a minha impressão.



Esses musicais da Broadway nos chegam para serem montados de acordo com o que é celebrado em contrato. Em alguns casos, fica a produção brasileira totalmente livre para criar, mantendo, evidentemente, a “celula mater”, a “espinha dorsal” da peça. Em outros casos, como o de “ANASTASIA”, a concessão para que o espetáculo seja montado no Brasil vem como um “original da Broadway”, equivalente a dizer que tudo tem que passar pela aprovação dos produtores norte-americanos, antes de estrear no Brasil, para que seja exatamente, uma cópia fiel do original. Para isso, uma grande equipe de profissionais que trabalharam na montagem em Nova Iorque é deslocada para cá, o que encarece, sobremaneira, a produção, podendo isso justificar os valores dos ingressos, considerados, por muitos, caros, além de outras colossais despesas que envolvem uma superprodução. No caso de “ANASTASIA”, para o Brasil (São Paulo), vieram 29 pessoas da montagem norte-americana, entre diretores, figurinistas, supervisores, carpinteiros, coreógrafos, técnicos de luz e outros, com o objetivo de acompanhar os preparativos da equipe brasileira, atentos a todos os detalhes, e orientá-la, da melhor forma possível, para que tudo saísse a contento. Há quem deteste esse tipo de modelo de montagem. Não tenho nada contra; muito pelo contrário!




A vinda da peça para o Brasil vinha sendo alinhavada desde 2017, ano em que estreou na Broadway (março), em negociações da produtora brasileira, ALMALI ZRAIK, no ramo há 20 anos, tendo trazido grandes sucessos para cá, como “A Bela e a Fera”, “O Fantasma da Ópera” e, mais recentemente, “A Família Adams”, por exemplo, e a produção nova-iorquina. Tudo estava acertado para que recebêssemos a atual encenação em 2020, entretanto o projeto teve que ser postergado, por ter encontrado, pela frente, a pandemia de Covid-19. O choque foi inevitável, infelizmente.



ALMALI ZRAIK

(Foto: autoria desconhecida.)

 Cumpre dizer que a nossa montagem “é a da Broadway, em português”, entretanto difere do desenho animado, em alguns detalhes. Se, nas telas, o vilão era Rasputin, no TEATRO, ele nem aparece, sendo a vilania transferida ao personagem Gleb, esplendidamente interpretado por LUCIANO ANDREY. Além disso, apenas quatro músicas da animação fazem parte da versão feita para o TEATRO e não são totalmente fidedignas às conhecidas do público, por questões de direitos autorais.



 Um grande mérito que tem que ser creditado aos envolvidos neste projeto é o fato de ele ter sido preparado num espaço de tempo curto, considerando-se o que, normalmente, é utilizado até que a montagem possa ser considerada pronta para se tornar pública. Após as audições, para a formação do elenco, foram selecionados 26 magníficos artistas, cabendo o papel da protagonista a GIOVANNA RANGEL, que empresta todo o seu talento e graciosidade à personagem. Um dado que considero fantástico e merecedor de muitos louvores é o fato de os atores selecionados, na audição, terem tido, apenas, dois dias, para que decorassem todas as suas falas e músicas, antes do início dos intensos ensaios, de oito horas por dia, de segunda-feira a sábado.




        De suas poltronas, os espectadores não podem imaginar quão difícil é fazer com que tudo funcione corretamente, nos bastidores, para que a fantasia e a ilusão cheguem à plateia, a começar pelas trocas de figurinos. Os camareiros, em grande quantidade, também ensaiam as trocas de roupa, nos atores, entre as cenas, “como se fossem trocadores de pneus de Fórmula 1”. Uma pessoa do elenco de apoio chega a fazer quatorze trocas de figurinos, durante o espetáculo, sem falar na grande responsabilidade daqueles profissionais anônimos, os camareiros, que têm que ser muito atentos e ágeis, para uma troca, a mais rápida do espetáculo, entre as cenas finais, quando GIOVANNA e RODRIGO têm que ter seus figurinos trocados em menos de um minuto.



 

       O público também não se dá conta do aparato técnico que envolve uma superprodução como “ANASTASIA”. Tudo o que se vê, em cena, com relação a isso, veio, dos Estados Unidos, acondicionado em sete contêineres. Refiro-me a cenário; três palcos giratórios; telões de “led”; elementos cênicos e todo o figurino, composto por 230 trajes completos, o qual, entre camisas, coletes, calças, blêizeres, casacos, vestidos e saias, totalizam 600 peças de roupa: 160 pares de sapatos, 65 chapéus, 25 acessórios de cabeça e 35 gravatas. É, sem dúvida, um musical mágico!!! Com relação a esse figurino, asseguro que são trajes exuberantes, com um acabamento irretocável, talvez as peças mais lindas e luxuosas que pude ver, num palco, até hoje. São todos desenhados por LINDA CHAO. As peças desse acervo causaram-me um impacto tão grande, que as comparo a joias de alto valor, pela suntuosidade e fino acabamento.


 

        A trilha sonora original, de pouco apelo popular, mas de profunda beleza, principalmente as melodias, leva a assinatura de LYNN AHRENS (letras) e STEPHEN FLAHERTY (música), os quais também compuseram as canções do filme de animação, com destaque para a, talvez, mais conhecida do público, “Journey to the Past”, além de “Once Upon a December”, A Rumor in St. Petersburg e In a Crowd of Thousands. O responsável pela ótima direção musical, nesta montagem, é o maestro THIAGO RODRIGUES, à frente de uma orquestra formada por treze exímios músicos.


 

O libreto do musical foi escrito por TERRENCE MCNALLY.



 

Responsável pela direção do espetáculo, o sérvio DARKO TRENSJAK encontrou, em ALESSANDRA DIMITRIOU, uma perfeita parceria, como diretora residente, para conduzir seu trabalho no Brasil.



 

São encantadoras as coreografias de PEGGY HICKEY, com um desenho coreográfico mais próximo da dança menos popular, executado, de forma precisa e irrepreensível, pelos atores e bailarinos.






 

 A cenografia, criada por ALEXANDER DODGE, é um componente que merece um destaque especial, nesta montagem, pela parafernália que faz parte dela, assim como os magníficos efeitos “mágicos” que cria, para os nossos olhos, envolvendo três palcos giratórios, elementos cênicos concretos e muita projeção. Quanto a isso, ela não pode ser dissociada da projeção de muitos vídeos, em telões de “led”, de altíssima resolução, os quais provocam efeitos que levam a plateia ao êxtase - não estou exagerando. A cena da ida de Anya, Dimitri e Vlad, da Rússia para França, de trem, é algo indescritível, por conta da perfeita sincronia que existe entre a movimentação do trem – elemento concreto do cenário – com a projeção da paisagem, que vai sendo descortinada, durante o longo percurso. É algo de que jamais me esquecerei. Em tempo: quem assina o desenho de vídeo é AARON RHYNE.








 

 

 Em função de cenografia, que envolve muitas projeções, como já disse, a iluminação ganha um relevo maior, para o que contribui, de forma competentíssima, DONALD HOLDER, com um “balé” de cores e intensidades, de modo a produzir imagens indeléveis, na nossa memória afetiva.


 

O Teatro Renaut é um dos maiores, do Brasil, com capacidade de público para receber até 1530 espectadores, o que exige, em todas as produções encenadas nele, um cuidado muito especial por parte de quem é responsável por fazer com que tudo o que se diz ou se canta, no palco, chegue, de forma cristalina, até as pessoas que estão sentadas na última fileira de poltronas, no balcão. É um trabalho de grande responsabilidade, perfeitamente executado por TOCKO MICHELLAZZO, um nome que dispensa maiores comentários, por se tratar de um profissional que coleciona prêmios de TEATRO, por conta de seu importantíssimo ofício.


 

Na composição exterior dos personagens, ou seja, na sua caracterização, além dos figurinos e da maquiagem, tem grande importância o trabalho de perucaria, no visagismo, o que sempre é bem executado por FELICIANO SAN ROMAN, o “designer” de perucas.


 

 Como “cereja do bolo”, reservo este espaço para falar do elenco, que reúne nomes já consagrados, no TEATRO MUSICAL BRASILEIRO, e outros que, a despeito de um currículo mais “modesto”, não têm que provar mais que também são merecedores dos mais efusivos elogios, a começar pela protagonista, GIOVANNA RANGEL, Anya/ANASTASIA, que, apesar de seus 24 anos de idade, já conquistou seu espaço, no seleto “clube das grandes atrizes de musicais”, por conta de seu extremo talento, nas três áreas exigidas nesse gênero de TEATRO. GIOVANNA interpreta e dança muito bem e, acima de tudo, é uma “cotovia”, no palco, afinadíssima e dona de um timbre de voz que é um perfeito bálsamo para os nossos ouvidos. Isso sem falar na sua belíssima presença física e seu carisma, sobre as tábuas.


 

O par romântico da protagonista, RODRIGO GARCIA, o Dimitri, é outro que também não precisa mais dizer a que veio, depois de já ter atuado, com sucesso, em outros grandes musicais, com grande destaque em, pelo menos, nove deles. RODRIGO terá, sempre, um papel garantido em qualquer musical que esteja à procura de um ótimo ator, bailarino e cantor.



 LUCIANO ANDREY, que interpreta o vilão, Gleb Vagnov, é outro que dispensa quaisquer comentários, com relação ao seu rendimento no TEATRO MUSICAL, por conta de tantas montagens em que atuou, sempre com destaque. Alguns dos espetáculos musicais que mais agradaram ao público paulistano, nos últimos anos, contaram com a marcante presença de ANDREY em seus elencos. Em “ANASTASIA”, ele não faz por menos.




 O personagem Vlad tem como titular TIAGO ABRAVANEL, nome intimamente ligado a grandes musicais, com muitos deles em seu vitorioso currículo, entretanto não posso fazer qualquer avaliação de seu trabalho, aqui, uma vez que, na sessão em que estive presente, o personagem foi interpretado por BRUNO SIGRIST, sobre cujo desempenho me considero apto a falar, e com muito prazer. BRUNO é um excelente ator/bailarino/cantor, que tive a oportunidade de conhecer em 2009, no Rio de Janeiro, quando o vi, bem novinho, pela primeira vez, na inesquecível montagem de “O Despertar da Primavera”, da dupla Möeller & Botelho”. De lá para cá, BRUNO esteve presente em muitos elencos de musicais, sempre com excelentes atuações, sendo que, no ano passado, pude avaliar mais o seu excelente trabalho, unicamente como ator dramático, na peça “Longa Jornada Noite Adentro”. Com Vlad, SIGRIST deixa vir à tona seu potencial de humor, leve e fino.



  


Ninguém que assiste a esta montagem de “ANASTASIA” consegue se esquecer da adorável participação de EDNA D’OLIVEIRA, na pele da Imperatriz Marie. Aclamada soprano e solista, nos principais papéis em óperas, no Brasil, EDNA nos comove com sua belíssima voz e maneira de cantar.





Outra já veterana dos grandes musicais, CAROL COSTA esbanja talento, com personagem Lily, e o faz da maneira como sempre se apresenta: com correção e carisma. Seu currículo é bem extenso e, nele, CAROL demonstra que é uma cantriz versátil, pelos diferentes papéis que já interpretou, parecendo ter sido moldada para cada um deles.


 


 Duas meninas se revezam, encarregadas de representar ANASTASIA JOVEM. São elas LUISA MORIBE e BELLE RODRIGUES. Tive a oportunidade de conferir o trabalho de BELLE, que eu já havia visto em “Evita Open Air”, como a pequena Evita. Tanto lá como agora, sua participação não exige muito da atriz mirim, que responde bem ao que lhe é exigido, mas espero que ela se dedique sempre ao TEATRO MUSICAL, até vir a se tornar, quando adulta, uma boa atriz nesse difícil gênero de atuação.



 

Completam o elenco, com trabalhos corretos, CARLA VAZQUEZVANIA CANTOKEILA BUENOARIEL VENANCIODARUÃ GÓES e CARU TRUZZI, no ensemble feminino. No masculino, DIEGO LURIALVINHO DE PÁDUACADU BATANEROVICTOR VARGAS, GABRIEL CONRADCEZAR ROCAFIPAULO OCANHA. Ainda fazem parte da FICHA TÉCNICA, como “swings”, GIGI DEBEIFERNANDA MUNIZBRUNO SIGRISTANDRÉ LUIZ ODIN.

 

 



Elenco principal, na primeira récita 

do dia 28/01/2023, quando assisti ao espetáculo.

 


FICHA TÉCNICA:

Espetáculo inspirado em Twentieth Century Fox Picture, em um Arranjo Especial com Buena Vista Theatrical

Da peça de Marcelle Maurette, adaptada por Guy Bolton

Livro: Terrence McNally

Música: Stephen Flaherty

Letras: Lynn Ahrens

Versão Brasileira: Bianca Tadini e Luciano Andrey

Autorizado por Dmitry Bogachev

Direção: Darko Trensjak

Diretora Residente: Alessandra Dimitriou

 

Elenco Principal: Tiago Abravanel (Vlad), Giovanna Rangel (Anya), Rodrigo Garcia (Dimitri), Luciano Andrey (Gleb), Edna D’Oliveira (Imperatriz Marie), Carol Costa (Lily), Luisa Moribe (Jovem Anastácia), Belle Rodrigues (Jovem Anastasia)

 

Ensemble Feminino: Carla Vasquez, Vânia Canto, Keila Bueno, Ariel Venâncio, Ariadne Okuyama, Darua Goes e Caru Truzzi

Ensemble Masculino: Diego Luri, Cadu Batanero, Victor Vargas, Gabriel Conrad, Cezar Rocafi e Paulo Ocanha

Swing Feminino: Gigi Debei e Fernanda Muniz

Swing Masculino: Bruno Sigrist e Andre Luiz Odin

Coreografia: Peggy Hickey

“Designer” de Cenografia: Alexander Dodge

Cenógrafa Associada: Denise Holklands Bethee

“Designer” de Figurino: Linda Cho

“Designer” de Luz: Donald Holder

“Designer” de Luz Associado: Carolyn Wong

“Designer” de Som: Tocko Michellazzo

“Designer” de Vídeo: Aaron Rhyne

“Designer” de Vídeo Associado: Caleb Ngoh

“Designer” de Perucas: Feliciano San Roman

Orquestração: Doug Besterman

Arranjos Vocais: Stephen Flaherty

Arranjos de Dança: David Chase

Supervisor Musical Original: Tom Murray

Diretor Musical: Thiago Rodrigues

Produtora Geral: Almali Zraiki

Supervisão de Figurinos: Geneviève Petitpierre

Produtor Executivo Internacional: Jan Verveer

Coordenação de Produção: Glaucia Fonseca

“Set Designer” Associado de Supervisão Técnica: Ed Wielstra

Supervisor Musical Associado: Carrlinbe Brower

Patrocínio: Abastece-Aí e Farmacêutica Sem

Fotos: Caio Gallucci

Realização: Caradiboi Entretenimento

Coprodução: T4F

Apoio: UOL 

 


 



SERVIÇO:

Temporada: De 10 de novembro de 2022 a 18 de dezembro de 2023.

Local: Teatro Renault.

Endereço: Avenida Brigadeiro Luís Antônio, nº 411 – Bela Vista, São Paulo.

Dias e Horários: Às 5ªs e 6ªs feiras, às 21h; sábados, às 17h e 21h; domingos, às 16h e 20h.

Valor dos Ingressos: A partir de R$ 45,00 (meia entrada) até R$310,00 (inteira), variando de acordo com o dia da semana e a localização das poltronas. CONSULTAR TABELA NO “SITE” DO TEATRO OU NO DA “TF4”.

Para o benefício da meia-entrada, é obrigatória a apresentação do documento previsto em lei, que comprove a condição de beneficiário.

Bilheteria Oficial – SEM TAXA DE CONVENIÊNCIA:

Teatro Renault - Segundas-feiras: fechada; de 3ª feira a domingo, das12h às 20h.

Canais de Venda - COM TAXA DE CONVENIÊNCIA: Pela Internet: www.ticketsforfun.com.br

Retirada na bilheteria e E-ticket - taxas de conveniência e de entrega.

Formas de Pagamento: espécie, cartões de crédito American Express, Visa, MasterCard, MasterCard Débito, Diners e cartões de débito Visa Electron.

Venda a grupos: grupos@t4f.com.br

Capacidade: 1.570 lugares.

Acessibilidade: O Teatro Renault conta com 53 assentos para pessoas com necessidades especiais de locomoção. São 37 lugares para pessoas com deficiência física e 16 para pessoas obesas.

Classificação Etária Indicativa: Não recomendado para menores de 10 anos. Menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Gênero: Musical. 


 


       Tenho certeza de que os fãs da animação da Disney irão saborear o musical com maior propriedade, entretanto não creio que alguém, que até nem conhecesse a história, possa deixar o Teatro Renault insatisfeito com o que viu, uma vez que, além da indescritível beleza plástica desta montagem, talvez a maior que eu já vi, nos meus mais de 50 anos dedicados ao TEATRO, faço questão de repetir, a trama é favorável a ótimas cenas, envolvaendo aventura, romance e músicas que tocam qualquer um e lhes prendem a atenção.



       Num momento em que celebramos a alegria de termos saído de uma devastadora epidemia de Covid-19, ainda que o vírus ainda esteja circulando por aí, porém sem que isso nos leve ao pânico e à reclusão, um espetáculo como “ANASTASIA” é bastante simbólico, dado que o nome da protagonista vem do grego e significa “ressurreição”. É o TEATRO BRASILEIRO ressurgindo, depois de mais de dois anos de profundo sofrimento e perdas, de todos os tipos.



        RECOMENDO MUITO ESTE MUSICAL. Cada centavo que se paga para assistir a ele é super valorizado.



       Não poderia me esquecer de agradecer ao convite que me fez LUCIANA STABILLE, da assessoria de imprensa do Teatro Renault, que também me enviou o "release" da peça e as fotos aqui publicadas.

 

 


 

 

FOTOS: CAIO GALLUCCI


GALERIA PARTICULAR:


(Foto: Leonardo Soares Braga.)

 

 

(Com Giovanna Rangel.

Esta foto não foi tirada no dia em que assisti a peça 

e foi feita pela amiga Regina Re, quando da sessão para

 convidados de "Mamma Mia", no Rio de Janeiro.)

 

 

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