“WICKED”
ou
(“A HISTÓRIA
NÃO CONTADA
DAS BRUXAS
DE OZ”.)
ou
(NÃO DEVEMOS
NADA AOS “GRINGOS”.)
ou
(UMA “LOA” À AMIZADE!)
Meu primeiro contato
com “WICKED” não foi no Teatro, mas ouvindo o CD da
trilha sonora da montagem da Broadway, que ganhei de um casal
amigo, recém-chegado de Nova Iorque, em 2015. Perguntaram-me, antes de
viajar, se eu queria que comprassem algo para mim. Pedi-lhes o CD da
trilha sonora do musical “Um Violinista no Telhado”, que eles não
encontraram e, “para que eu não ficasse triste”, e sem nem saber
do que tratava “WICKED”, se era um espetáculo bom ou ruim, acharam a
capa bonita (Risos.) e, como sabem do meu “fanatismo”
por musicais, decidiram que seria a minha “lembrancinha”. “Lembrancinha”
que nada! Que presentão! Passei a ouvir, diariamente, da manhã até a
noite, aquela trilha, apaixonado pelas canções, com letras e melodias compostas
por STEPHEN SCHWARTZ, e
passei a sonhar com uma possível montagem no Brasil.
(Capa do CD.)
(Fabi Bang e Myra Ruiz.)
Curiosamente, não foi aqui que assisti ao musical, pela primeira vez. Isso se deu em 2015 mesmo, quando me belisquei, para ter a certeza de que não sonhava, dentro do “Apollo Victoria Theatre”, na “West End”, em Londres, onde o musical estreou em 2006 e está em cartaz até hoje. Fiquei encantado com tudo, embora não tenha compreendido bem o enredo, a trama, ainda que entendesse o idioma inglês. A história era, para mim, meio nebulosa, um pouco confusa, porque remetia a “O Mágico de Oz”. Eu me “embananei” bastante, confesso, mas valeu muito a pena cada pence de libra esterlina pago pelo ingresso.
Em 2016, vi a primeira montagem do musical, no Brasil, no Teatro Renault, produção da “Time For Fun”, numa longa temporada, que se estendeu de março a dezembro daquele ano, trazendo, nos papéis principais, FABI BANG, como Glinda, e MYRA RUIZ, como Elphaba, as mesmas que protagonizam a atual produção, do “Instituto Artium de Cultura”, em parceria com o “Atelier de Cultura”, no Teatro Santander. Naquela noite, saí do Teatro Renault extremamente encantado com tudo o que vira, até porque, pude entender todo o enredo. Foi, também, quando assumi a afirmação, que mantenho até hoje, de que “NÃO DEVEMOS NADA AOS ‘GRINGOS’”, quando o assunto é montagens de musicais da Broadway e de West End. Foi com os mesmos sentimento e pensamento de 2016 que deixei o Santader, naquela tarde de 23 de abril (2023).
Sinto um prazer e uma alegria imensa, incapazes de serem descritos, ao escrever sobre
esta montagem, que, já de saída, classifico como uma OBRA-PRIMA, ao
mesmo tempo que é uma responsabilidade muito grande, visto que eu teria motivos
de sobra para escrever centenas de linhas, mas preciso - e tenho que – me
policiar, para dizer o máximo com o mínimo de caracteres possível, o que, para
mim, é uma tarefa das mais difíceis, já sabendo que não conseguirei “domar”
meus “dedos nervosos”. Também sei que, terminada a escrita, terei
de ler e reler, muitas vezes, esta crítica, para “cortar as gorduras” e,
também, ver se não deixei de mencionar nada de relevante, porque só há
coisas relevantes, nesta montagem.
SINOPSE:
Pode-se dizer que o musical é “a história
não contada das bruxas de Oz”.
Muito antes de Dorothy,
a protagonista de “O Mágico de Oz”, ser levada, por um tornado,
ao mundo esmeralda, em referência ao clássico filme, de 1939, as bruxas Elphaba
(MYRA RUIZ) e Glinda (FABI BANG), vivem uma das
melhores histórias do TEATRO MUSICAL.
Elphaba é uma
jovem que foge, completamente, aos padrões “comuns” de um ser
humano, por ter nascido com a pele verde esmeralda. É inteligente e
incompreendida por todos, desde o seu nascimento, a começar pelo próprio pai,
pela cor da pele e por sua concepção ter sido fruto de um caso extraconjugal de
sua mãe.
Glinda seria o
seu oposto: uma moça linda e alegre, além de ser a mais popular da Universidade
Shiz, onde as duas se conheceram.
Tão logo chegou à Universidade, Elphaba começou a
sofrer “bullying”, por ser “diferente”, e acabou
dividindo o quarto com Glinda, que a recebeu numa atitude de
hostilidade.
De cara, as duas não se suportaram,
e um sentimento de ódio mútuo tomou conta delas, sempre que se encontravam,
alimentado, mais ainda, pelo povo de Oz, o que levou Elphaba
a ser tornar a Bruxa Má do Oeste.
Elphaba, nascida com pele verde
esmeralda, esperta, impetuosa e incompreendida “versus” Glinda,
bonita, ambiciosa e muito popular.
E, enquanto
Glinda estava determinada a se manter a sua popularidade, Elphaba
focava em não querer trair seus valores morais.
Inevitavelmente, suas vidas tomaram rumos muito
diferentes.
O espetáculo propõe-se a contar a história de
uma extraordinária odisseia em que entra em jogo a amizade improvável de Elphaba,
a Bruxa Má do Oeste, e Glinda, a Bruxa
Boa do Norte.
Elphaba sonhava em
conhecer seu maior ídolo, o grande Mágico de Oz (MARCELO
MÉDICI), mas a moça sofreu uma grande decepção, quando as verdadeiras
intenções do Mágico são reveladas.
Após o tão sonhado encontro com o
Mágico de Oz, Elphaba e Glinda se
veem obrigadas a tomar uma decisão.
O musical
aborda questões ligadas à injustiça, ao preconceito e à corrupção, embora
também se abra a um pouco de comicidade e a emocionar, deixando clara a
mensagem de que há sempre, pelo menos, dois pontos de vista para uma mesma
história.
É ver, para crer.
E se deliciar!
Para dar forma a esta crítica,
apoiei-me no completíssimo “release” que me chegou às mãos, via GUILHERME
OLIVEIRA (Agência TAGA), pelo que muito agradeço. Enganam-se,
redondamente, aqueles que acharem que o musical só comporta beleza e muitas
surpresa agradáveis, que é voltado, especificamente, ao público infantil e
infantojuvenil. Basta ler, antes de assistir ao espetáculo, o antepenúltimo parágrafo
da SINOPSE supra e, depois, conferir sua veracidade, assistindo ao “show”.
Por oportuno, é bom lembrar que os grandes autores, no TEATRO, no cinema
e na literatura, sempre usaram as “histórias infantis”, para
fazerem denúncias e críticas, de forma velada, metafórica, nas entrelinhas,
como uma forma de fugir à censura, em períodos em que esta tenta calar vozes
que precisam, e merecem, ser ouvidas. Não acontece nada diferente disso, em “WICKED”,
excetuando-se a questão da censura. Para os adultos, fica muito perceptível a
presença de um discurso de fundo político, no sentido mais amplo do termo,
voltado para as questões éticas e sociais. Discutem-se, do início ao fim da
história, os conceitos, bem relativos, de “bem” e “mal”,
assim como nos é chamada a atenção para o modo como devemos enxergar nossos “heróis”,
nossos “mitos”, e de que maneira devemos controlar nossas
idolatrias, o que faltou bastante, nos últimos quatro anos, a uma boa parcela do
povo brasileiro. Mas isso “são águas passadas” (Ou será que “ainda
estão passando”?).
“WICKED”, é considerado, pela imprensa mundial – E
por que não pelos espectadores também, nos quais me incluo? –, “o
maior sucesso da Broadway, escrito no século 21”, além de ter sido
declarado “o melhor musical da década”, pela consagrada revista
semanal norte-americana “Entertainment Weekly” e “um
fenômeno cultural”, pela “Variety”, publicação norte-americana voltada ao
mercado de entretenimento. A produção original da Broadway é vencedora de mais
de 50, dos maiores prêmios internacionais, incluindo o
“Grammy Award” e três “Tony Award”. Quando de sua
primeira montagem no Brasil, em 2016, a peça foi assistida por mais
de 340 mil pessoas. Não vejo a hora de poder assistir, no cinema, a uma
produção cinematográfica, em curso, sob a responsabilidade da “Universal Pictures”. Na verdade, são dois filmes musicais que levarão
a história de Elphaba e Glinda às telonas, com
estreias previstas para 2024 e 2025.
A
montagem em tela reúne o que há de melhor, em termos de elenco de musicais,
representantes do imenso talento dos artistas brasileiros, que NADA DEVEM AOS ESTRANGEIROS.
Além das duas grandes protagonistas, MYRA e FABI, dividem o palco
com elas TIAGO BARBOSA, interpretando o príncipe Fiyero; DIVA
MENNER, como Madame Morrible; MARCELO MÉDICI, que
dá vida ao Mágico de Oz; e CLETO BACCIC,
interpretando o Dr. Dillamond, todos com trabalhos marcantes em
musicais anteriores.
Trata-se,
inegavelmente, de uma superprodução, para a qual os produtores brasileiros não mediram
esforços nem fizeram economias. Ao todo, o elenco é composto por 35 artistas
e a orquestra por 18 músicos, sob a regência da maestrina VÂNIA
PAJARES. Isso é algo - um incomensurável
empreendimento artístico-cultural - que merece ser celebrado em grande estilo!!!
Que fique bem claro que, a despeito de a produção nacional “estar
sob as asas” da que foi levada à cena na Broadway (Entenda-se: A atual
montagem trouxe mais de 30 profissionais internacionais para a produção do
espetáculo.), não se trata de uma réplica; é, sim, uma
montagem inédita, criada, exclusivamente, para o Brasil, e bem
diferente da nossa primeira versão, de 2016, graças ao incansável e brilhante trabalho de JOHN STEFANIUK .
Para quem nunca assistiu a “WICKED”,
tudo é recebido como uma deliciosa experiência singular, no entanto os que
assistiram à montagem brasileira anterior encontram as mesmas versões, do texto
e das letras das canções, feitas por MARIANA
ELISABETSKY e VICTOR MÜHLETHALER,
duas das maiores referências nesse ofício, decisão que considero corretíssima,
não só pela ótima qualidade do trabalho como também porque, sem perder a
essência, estavam bem moldadas ao gosto brasileiro. Agora, até um pouco mais
ainda, a julgar, por exemplo, por algumas coisas ditas pelo Mágico
e por Glinda, totalmente “brazucas”, como “Não
pira, miga. Cê tá muito loka!”. Já ouvi alguns comentários negativos
sobre isso, mas foram raros e continuo firme na opinião de que nada de errado
há nisso. No que concerne, porém, à cenografia,
aos figurinos, à iluminação, à maquiagem e a outros
elementos de criação e suporte, tudo é, absolutamente, novidade.
A teoria do “menos é
mais” passa muito ao largo do que pode ser visto no Teatro Santander. Nesta
montagem de “WICKED”, aplicou-se o conceito de que “mais é
pouco; o bom é muito mais”. Se, com “mais”, já fica bom,
com “muito mais”, fica ótimo. Presente aqui, de forma mais
marcante, a tecnologia mais avançada, no campo do entretenimento, foi empregada
e super bem explorada, culminando com um monumental voo da personagem Elphaba,
até quase o meio da plateia, o que jamais se viu no Teatro, no
Brasil. É de tirar o fôlego! MYRA RUIZ, ao chegar ao extremo de
onde a leva o referido voo, ainda desce, quase à altura dos espectadores,
permanecendo alguns segundos no ar. Por conta de uma felicíssima coincidência,
eu era o espectador sentado na poltrona que fica bem no lugar em que a personagem
parece que vai “pousar”, no auditório. E aquilo que eu jamais
poderia ter sonhado acontecer comigo, um dia, aconteceu: por um pequeno tempo,
que não consigo mensurar, mas que guardarei na memória e no coração, fiz coro
com os mais de dois mil espectadores, crianças e adultos, que lotavam o Santander,
aplaudindo, freneticamente – uma quase “histeria coletiva” (Ou
será que já o era?), aquele prodígio, chorando, de tanta emoção, e
gritando sei lá o quê. Que “voo catártico” foi aquele!
A
“superlatividade” que marca, e marcará, indelevelmente, esta
encenação, comprovando, mais uma vez, ser ela uma superprodução, é traduzida em números e fatos
surpreendentes, que procurarei resumir, começando pela cenografia, das
coisas mais arrojadas e belas que já vi sobre um palco, pesando 38 toneladas
– 35 cenário diferentes -, o que demandou a necessidade de um reforço na
estrutura do palco, para poder comportá-la, assim como, da mesma forma, o teto
do Teatro passou por um considerável ajuste, a fim de
sustentar 8 toneladas de equipamentos, principalmente os de luz e os
destinados aos voos. Não sei se haveria, no Brasil, um outro Teatro
com a mesma estrutura tecnológica do Teatro Santander, para
receber esta produção; creio que não. Trata-se, indubitavelmente, do maior investimento em
cenários e efeitos visuais, no país. Há muitos destes, tecnológicos, de
projeção, na cenografia, o que é merecedor de críticas negativas, não para esta
peça, especificamente, por parte de algumas pessoas, que chegam até a alegar
que as projeções cenográficas podem causar o “desemprego dos cenógrafos e cenotécnicos”,
o que julgo ser um exagero. Os cenários físicos jamais serão substituídos
por projeções, entretanto, sim, estas existem, e devem existir sempre, para
agregar valores positivos ao cenário, tornando-o mais agradável aos
olhos.
A
cenografia de “WICKED”, criada e desenvolvida por MORGAN LARGE,
um dos mais requisitados “designers” de palcos do mundo, com
muitas premiações, tendo assinado cenários e figurinos para alguns dos mais
icônicos musicais dos últimos anos, é algo que “assusta”, não no
sentido real do adjetivo, mas metaforicamente, por suas dimensões,
peculiaridades e “ousadia”. Os elementos cênicos se espalham por
todo o grande palco e sobem, pela boca de cena, atingindo uma descomunal
altura, a ponto me fazer sentir um grão de areia num deserto. Além de lindos,
são de um perfeito acabamento e "coalhados" de mínimos detalhes.
(Foto: Gilberto Bartholo.)
(Foto: Gilberto Bartholo.)
Os efeitos especiais –
voos e ilusionismo – são um ponto de grande destaque do musical. Para os
voos, de Elphaba e Glinda, são usados 4 sistemas independentes de voo, importados de Las Vegas, da empresa com mais
experiência nesse tipo de efeito especial, um sistema de voo nunca utilizado,
anteriormente, no Brasil. Quanto aos de ilusionismo, são mais
de 15 diferentes, desenvolvidos em Nova Iorque, pelo consultor de ilusionismo da peça “Harry Potter e a Criança
Amaldiçoada”, o que, convenhamos, é uma referência de peso.
E
o que dizer dos números aplicados à rubrica figurinos, também assinados
por MORGAN LARGE? Para a confecção de todas as
peças usadas pelo elenco, foram utilizados mais de 4000 metros de tecido,
sendo que 970 metros foram trazidos de Londres, São mais de 200
padronagens diferentes de tecidos. Para a confecção de tantas vestes,
trabalharam, ao todo, 37 costureiras e alfaiates. Não tive acesso ao
número exato de peças de vestuário que são trocadas, por todo o elenco, durante
uma sessão, assim como a quantidade de perucas e acessórias, porém posso
afirmar que são algarismos que vão dos dois aos três dígitos, tudo muito lindo,
bem acabado e adequando a cada personagem, com muitos toques de humor e
criatividade.
Toda a magia deste “show” é realçada pela força e “energia” (Sem trocadilho!) concentrada na iluminação, experiência da qual não me tenha vindo à mente outra do mesmo “grosso calibre”. Que profusão de luzes e cores, intensidade e matizes, sempre mudando na hora certa, adequada a cada momento da peça! Os responsáveis por esse encantador trabalho são BEN CRACKNELL (“Design” de Luz), BETHANY GUPWELL (“Design” de Luz Associado) e DANIEL STREET (Programação de Luz). A parafernália utilizada para criar todos os efeitos de luz é “surreal”, a ponto de o Teatro Santander, que já possui um acervo de iluminação dos mais modernos, ter que apelar para uma transferência de energia, de outro local, “para manter os equipamentos em constante funcionamento”, visto que “não havia energia elétrica suficiente, para atender à demanda da peça”. Haja força energética que atenda à ação de mais de 500 “moving lights” e “spots” fixos de iluminação; mais de 2 quilômetros de fitas de LED e 1.200 pontos de luzes automatizadas instaladas no cenário; 793 painéis de LED embutidos no cenário, além de projetores de laser de última geração. O principal painel de LED pesa 8 toneladas e tem 160m².
Com referência à caracterização
dos atores, muitos aplausos para JOE DULUDE II, a quem cabe o “Design”
de Maquiagem, e para FELICIANO SAN ROMAN, pelo “Design”
de Perucas, para quem já não consigo encontrar adjetivos elogiosos, sem que
fosse repetitivo, por tantos trabalhos irretocáveis em muitos dos melhores
espetáculos de TEATRO, principalmente musicais, a que já assisti em São
Paulo, em termos de visagismo. A novidade, nessa área, em “WICKED”,
aliás, mais uma curiosidade, diz respeito à pintura no corpo de MYRA RUIZ,
até que se transforme na personagem Elphaba: são mais de 15kg
de maquiagem verde, ao longo da temporada.
Sempre repito, nas
minhas críticas, que é imperdoável qualquer falha de som, não importa
qual seja o espetáculo de TEATRO, o que se torna mais “robusto”,
se for num musical, visto que tudo o que se diz em cena tem que chegar, de
forma cristalina, aos ouvidos dos espectadores. Isso é muito importante, porque
o texto falado, geralmente, chega bem, mas a questão crucial são as letras das
canções, considerando-se que estas fazem parte do texto da peça, as quais
ajudam a contar a história e, por esse motivo, não podem ser “indecodificáveis”,
de forma alguma. Fico muito triste e chateado quando isso acontece, até certo
ponto, com alguma frequência, mas esse tipo de prejuízo não acontece em “WICKED”,
por conta do belo trabalho de GASTÓN BRISKI (“Design” de Som)
e ALEJANDRO ZAMBRANO (“Design” de
Som Associado). Para que o público que superlota o Teatro
Santander, um dos maiores do Brasil, com capacidade para 2085 espectadores,
possa ouvir tudo naturalmente, são utilizadas mais de 150 caixas de som.
Já
que estou falando de “estatísticas”, cabe, aqui, a informação de
que, antes da estreia, em pré-venda, o espetáculo já somava mais de
40.000 ingressos vendidos. E, desde quando as cortinas foram abertas, ao
público, pela primeira vez, em 9 de março do ano em curso, os
ingressos, para todas as sessões, se esgotam. Não tenho notícia de um
sucesso de vendas tão grande anteriormente por estas bandas.
Ainda
no campo dos “números”, volto a falar dos 53 artistas no
palco: 35 atores e 18 músicos, algo quase inacreditável, em termos de TEATRO,
no Brasil.
Com relação
à música, nada de errado pode ser apontado, desde a qualidade das canções,
de STEPHEN SCHWARTZ, passando pela direção musical, envolvendo arranjos, musicais e
vocais, sob a responsabilidade de VÂNIA PAJARES, que ainda rege a
orquestra, e chegando ao trabalho dos 18 excepcionais músicos.
A
atuação do elenco, irretocável, impecável, em todos os aspectos –
interpretação, canto e dança – é o melhor indicativo de que a sua montagem
seguiu, à risca, a orientação de reunir alguns atores e atrizes dentre os que
há de maior conceito e experiência em TEATRO MUSICAL, quer por meio de
convites, quer via audições. Pela grande cumplicidade cênica e
pelo conhecido talento que envolve os nomes de FABI BANG e MYRA RUIZ,
não poderia ter sido melhor a ideia de convidar a dupla, que já havia feito
grande sucesso na montagem de há 7 anos. Tudo o que eu escrevesse sobre FABI
e MYRA seria, sempre, insuficiente, para celebrar o trabalho das duas.
Muitas premiações, para ambas, é o que espero ver, ao final da temporada
teatral de 2023.
Outro
acertadíssimo convite foi o endereçado a MARCELO MÉDICI, para
interpretar o Mágico de Oz. MARCELO é um ator muito
versátil, embora seu nome sempre esteja mais ligado a papéis cômicos, por seu
talento para a COMÉDIA, entretanto, como agora, ele “marca muitos
gols” em qualquer espetáculo musical de que participa. Seu Mágico
é apresentado com “um aspecto mais maligno, cruel e manipulador,
ao mesmo tempo que traz elementos típicos da cultura latino-americana”,
segundo o próprio, “um mágico mais latino, mais visceral”. TIAGO BARBOSA, como Fiyero,
é outra grande atração desta montagem, já consagrado em musicais brasileiros e
com marcante atuação, também, no exterior. Destaques merecem, ainda, DIVA
MENNER, como Madame Morrible, CLETO BACIC, o
Dr. Dillamond, NAYARA VENÂNCIO, interpretando Nessarose,
e DANTE PACCOLA, no papel de Boq. Para os bons atores, não
há pequenos papéis, de modo que todos os demais do elenco, 27, ao todo,
por menores que sejam suas participações, neste “show”,
justificam os espaços que estão, merecidamente, ocupando.
Marcelo Médici.
Tiago Barbosa.
Diva Menner.
Cleto Baccici.
Na
a direção geral do espetáculo, que reúne 38 cenas, mais uma vez,
contamos com JOHN STEFANIUKN, já nosso velho conhecido, por ter exercido a mesma
função em “O Rei Leão” (2013), “Billy Elliot”
(2019), “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate” (2021)
e “Evita Open Air” (2022). A extensão de seu currículo
é proporcional ao seu talento para musicais, o que STEFANIUCKN prova,
mais uma vez, com a assinatura da direção de “WICKED”. O diretor
optou por um espetáculo “mais sombrio e assustador do que o da versão
original de 2003”. Trabalhando ao lado dele, FLORIANO NOGUEIRA é o responsável
pela direção associada e também assina a coreografia da peça, com
números bastante vibrantes e criativos. Como “regentes” desta
obra, ambos merecem os meus mais efusivos aplausos.
FICHA TÉCNICA:
Letras
e Músicas: Stephen Schwartz
Texto:
Winnie Holzman
Baseado no Romance de Gregory Maguire
Produção Original na Broadway de Marc Platt, David
Stone e Universal Stage Productions
Produção Original na Broadway dirigida por Joe
Mantello
Orquestração: William David Brohn
Arranjos Musicais: Alex Lacamoire e Stephen Oremus
Direção
Geral: John Stefaniuk
Direção
Musical: Vânia Pajares
Versão
Brasileira: Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler
Elenco: Atores convidados: Myra Ruiz (Elphaba), Fabi Bang (Glinda), Tiago Barbosa (Fiyero) e Marcelo Médici (Mágico de Oz); Diva Menner (Madame Morrible), Cleto Bacic (Dr. Dillamond), Nayara Venâncio (Nessarose), Dante Paccola (Boq); Em ordem alfabética: Alicio Zimmermann (Ensemble e Magic Captain), Aline Serra (Ensemble e Cover Glinda), Amanda Bamonte (Swing), Amanda Döring (Ensemble e Cover Nessarose), Bia Castro (Ensemble e Cover Elphaba), Bruno Ospedal (Chistery e Ensemble), Cláudia Rosa (Ensemble), Danilo Martho (Ensemble), Danilo Santana (Ensemble), Diego Velloso (Ensemble), Éri Correia (Ensemble), Gabi Germano (Ensemble), Giselle Alfano (Ensemble), Larissa Grajauskas (Ensemble), Marco Azevedo (Ensemble), Mari Rosinski (Ensemble e Cover Madame Morrible), Mariana Montenegro (Enemble), Moira Osório (Swing), Murilo Ohl (Ensemble e Cover Boq), Pâmela Rossini (Ensemble e Cover Elphaba), Paulo Grossi (Ensemble, Cover Dr. Dillamond e Cover Mágico de Oz), Rafá Barbosa (Swing) Renan Rosiq (Ensemble e Cover Fiyero), Robson Kabelo (Ensemble e Cover Fiyero), Tiago Dias (Swing), Verônica Goeldi (Ensemble e Cover Glinda) e Vinícius Cafer (Ensemble)
Assistência de Direção Musical e Preparação Vocal:
Andréia Vitfer
Cenário e Figurino: Morgan Large
Figurino Associado: Lee Tassie
Coreografia e Direção Associada: Floriano Nogueira
Coreografia Associada: Anelita Gallo e Andrew Riley
“Design” de Luz: Ben Cracknell
“Design” de Luz Associado: Bethany Gupwell
Programação de Luz: Daniel Street
“Design” de Vídeo: Aaron Rhyne
“Design” de Vídeo Associado: Caleb Ngoh
Programação de Vídeo: Don Cieslik
“Design” se Som: Gastón Briski
“Design” de Som Associado: Alejandro Zambrano
"Produce Stage Manager": David Brenon
Direção Técnica Executiva: Gary Beestone
Direção Técnica e "Producion Manger": Andy Reader
Mágica e Ilusionismo: Skylar Fox
“Design” de Maquiagem: Joe Dulude II
“Design” de Perucas: Feliciano San Roman
Voo: Fly By Foy
SERVIÇO:
Apresentado por Ministério da
Cultura e Comgás.
Patrocínio: Esfera, Santander Seguros e
Previdência, Sem Parar, Eurofarma e Prosegur.
Apoio: Hyundai Financiamentos, Unisys,
Sensodyne e Rio Branco.
Hotelaria Oficial: Radisson Blu São Paulo.
"Catering" Oficial: Dona Deôla
Uma coprodução Atelier de Cultura
Realização: Instituto Artium de Cultura,
Ministério da Cultura e Governo Federal
Temporada: De 9 de março a 23 de julho de 2023.
Local: Teatro Santander.
Endereço: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041
(Shopping JK Iguatemi) – Vila Olímpia – São Paulo.
Dias e Horários: Sessões: 5ªs e 6ªs feiras, às 19h30;
sábados e domingos, às 15h e às 19h30min.
Valor dos Ingressos: De R$50,00 (inteira) a R$400,00 (inteira), variando de acordo com a localização
(setor e assentos).
Venda
“online” Via Sympla. Bilheteria “online” (com taxa de
conveniência): wickedbrasil.com
Bilheteria física (sem taxa de conveniência):
Teatro Santander.
Horário de funcionamento: Todos os dias, das 12h às
18h.
Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece
aberta até o início da apresentação.
A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de
autoatendimento, para compras de ingressos, sem taxa de conveniência, 24h por
dia.
Capacidade: 1.080 pessoas.
Duração: 150 minutos e 15 minutos de intervalo.
Classificação Etária: Livre. (ATENÇÃO! Menores de 12 anos, apenas acompanhados de responsável.)
Gênero: Teatro Musical
DESCONTOS:
1) 50% DE DESCONTO (MEIA-ENTRADA): obrigatória
a apresentação do documento previsto em lei, que comprove a condição de
beneficiário.
2) 30% DE DESCONTO: CLIENTE SANTANDER - Na
compra de ingressos realizada por clientes Santander, limitado a 20% da lotação
do teatro. Não cumulativo com meia-entrada. Limitados a 02 (dois) ingressos
por CPF.
VERIFIQUE EM QUAL SETOR O DESCONTO ESTÁ DISPONIVEL.
Assessoria de Imprensa - Agência TAGA
Guilherme Oliveira – guilherme@agenciataga.com.br
Diogo Locci – diogo@agenciataga.com.br
Assessoria de Imprensa Teatro Santander - MARRA
COMUNICAÇÃO
Vinícius Oliveira: vinicius@paulomarra.com.br - 11
95946-2063
Paulo Marra: paulo@paulomarra.com.br - 11
99255-3149
Isabella Fonte: isabella@paulomarra.com.br – 11
99329-4056
Redação: redacao@paulomarra.com.br – 11 3258-4780
Site: http://marracomunica.com.br
A negociação de direitos do
espetáculo, para esta temporada, durou 5 anos, e só estamos tendo acesso
a ele, graças aos patrocinadores, apoiadores e à garra, coragem, sonho
e espírito empreendedor dos representantes do “Instituto Artium de
Cultura”, CARLOS CAVALCANTI e VINÍCIUS MUNHOZ, e “Atelier
de Cultura”, CLETO BACCIC.
Uma montagem como esta é digna
de todo o nosso respeito e elogio, não só por sua grandiosidade e qualidade, em
si, motivo de um imenso orgulho para os brasileiros – de minha parte, TOTAL -,
mas também por gerar 277 empregos diretos e outros 1.662 indiretos e, ainda,
distribuir 30.163 ingressos gratuitos, para a população de baixa renda e
instituições que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Ainda nutro a esperança de rever
este magnífico “show”, quando retornar a São Paulo, na última
semana de julho deste ano, sonhando com uma possível prorrogação da atual
temporada, que se encerrará, oficialmente, no dia 23 de julho, para o que não faltaria
público interessado. A atual encenação merecia uma temporada mais longa
ainda que a da anterior, que já era ótima.
FOTOS: JOÃO CALDAS Fº
(cena)
E
JAIRO GOLDFLUS
(estúdio)
GALERIA
PARTICULAR
(Fotos:
Leonardo Soares Braga.)
VAMOS AO TEATRO!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO
DO BRASIL!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI,
SEMPRE!
RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!
COMPARTILHEM ESTE TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR
NO TEATRO
BRASILEIRO!
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