terça-feira, 25 de abril de 2023

 “31º FESTIVAL

DE CURITIBA”

“VIRA-LATA”

OU

(ENCANTAMENTO

PARA CRIANÇAS

DE TODAS AS IDADES)


(NOTA: Em função da grande quantidade de críticas a serem escritas, entre espetáculos que fizeram parte do “31º FESTIVAL DE CURITIBA” e outros, assistidos no Rio de Janeiro e em São Paulo, por algum tempo, fugirei à minha característica principal, como crítico, de mergulhar, “abissalmente”, nos espetáculos, e vou me propor a ser o mais objetivo e sucinto possível, numa abordagem mais “na superfície”, até que seja atingido o fluxo normal de espetáculos a serem analisados.)


       Já há muito tempo, tinha eu o desejo de conhecer, bem de perto, o trabalho da “TRUPE AVE LOLA”, sediada numa aprazível casa, no Centro de Curitiba. Aproveitando minha estada naquela capital, para participar do “31º Festival de Curitiba”, reservei um dia, uma manhã de domingo, para ir ao “Espaço Ave Lola de Criação”, onde veria encenada (Era o último dia.) a primeira produção infantojuvenil da “TRUPE”, o musical “VIRA-LATA”, do dinamarquês SØREN VALENTE, com direção de ANA ROSA GENARI TEZZA, diretora daquele grupo teatral.





Uma das coisas que mais marcaram a minha visita ao “Ave Lola” foi ver uma multidão ávida por um lugar no minúsculo Teatro de lá, para ver a peça. E, mais ainda, testemunhar como ANA ROSA, que fundou e administra o “Espaço”, se empenhava em acomodar tanta gente desejosa de se deixar tocar por uma obra tão linda e com uma mensagem extremamente importante, que, apesar de receber o rótulo de “infantojuvenil”, já que o formato foi pensado para que uma criança entendesse o espetáculo, apresenta um conteúdo direcionado aos adultos também. Confesso que fiquei muito emocionado, vendo aquela “galinha” agasalhando, “sob suas asas”, muitas dezenas de “pintinhos”, nos quais me encaixo. ANA é uma pessoa iluminada, como profissional e como ser humano, e me recebeu, assim como os meus demais amigos que trabalham por lá, com extremo carinho e atenção, pelo que muito agradeço. Tenho muito orgulho de tê-la no meu rol de amigos.



 

 

SINOPSE:

Uma jovem mulher persegue a felicidade descrita em seu livro de romance.

Ela aprende que só o amor ideal a fará feliz.

Um homem, que, de tanto passar por adversidades, como fome e solidão, acaba se convencendo de que é um cachorro vira-lata.

A jovem e o "homem-cachorro" se encontram e viram grandes amigos, até que, um dia, um outro homem, com flores, bate à porta da moça.

O que mais ele traz além das flores?

Será que é mesmo ele o dono daquela felicidade sonhada?

“VIRA-LATA” é uma história que fala sobre amizade, amor, expectativas e transformação

É um universo cheio de dança, surpresa e música, capaz de envolver pessoas de todas as idades. 

 



     “VIRA-LATA” é a prova cabal de que é possível se fazer TEATRO de boa qualidade, para “crianças”, com seriedade, bom gosto, mesmo com um orçamento curto, compensado por muita garra, talento e, acima de tudo, amor a um nobilíssimo ofício. É uma peça que trata de temas que interessam às pessoas e são da maior importância, até, para a preservação de raça humana. E é preciso cultivar sentimentos como o amor e a amizade, assim como estar atento a expectativas e transformações. E o que dizer de se ter, numa peça, aparentemente, voltada para crianças, pinceladas de desigualdade social e de gênero?  




         Que ser humano consegue se realizar plenamente sem a prática do amor e a conquista e manutenção de boas amizades? Que ser humano consegue viver sem olhar para a frente, voltado a expectativas? Que ser humano morre da mesma forma como nasce – não em termos físicos, é óbvio –, sem passar pelas mais diversas transformações em seu ser?




“VIRA-LATA” toca em temas muito sensíveis e, por vezes, “pesados”, contando uma história que os aborda com delicadeza e lirismo, além das pitadas de bom humor. Trata-se de um espetáculo muito leve, porém de grande profundidade, “apresentando uma visão otimista a partir do fortalecimento dos afetos, da esperança e da capacidade de transformação”.




A montagem é o feliz resultado de um intercâmbio entre a “TRUPE AVE LOLA” e um conceituado representante do TEATRO europeu para crianças, o grupo dinamarquês “Teatergruppen Batida”, com mais de três décadas de pesquisa e trabalho dedicados ao público infantil. Juntaram-se os talentos e o resultado, como não poderia ser de outra forma, é o melhor possível.




Três excelentes atores em cena, HELENA TEZZA (a Mulher), CESAR MATHEUS (o Homem que se julgava um cachorro vira-lata) e EDUARDO GIACOMINI (o Homem que chegou para ganhar o coração da mulher) são encarregados de nos transmitir todas as mensagens positivas que o ótimo texto apresenta. Embora, pelo título, sejamos levados a pensar que o protagonismo recai sobre o personagem “Vira-Lata”, penso que tal distinção seja dividida entre este e a Mulher, ambos os personagens esplendidamente representados por CESAR e HELENA. Chamo a atenção para o ótimo trabalho de corpo da dupla. EDUARDO também faz um correto trabalho de interpretação.





Nos diálogos, é empregada uma linguagem “inventada”, conhecida, no TEATRO, como “gromelô”, um “idioma inventado”, com uma mistura de sons onomatopeicos. É um recurso utilizado por muitos atores para despertar a expressão corporal e vocal. Seus objetivos são trabalhar a utilização de gestos corporais, a colocação do corpo em cena, as intenções vocais e a articulação da fala, deixando sempre bem claras as ações e intenções de seus personagens. A ótima direção de ANA ROSA soube fazer uso, com muita propiedade, desse recurso cênico.




Um elemento que sempre funciona, quando o público-alvo são as crianças é a música, aqui presente, de forma brilhante, na trilha sonora original, composta por ARTHUR JAIME e BRENO MONTE SERRAT DE MOURA, dois ótimos multi-instrumentistas, que a executam, ao vivo, tocando vários instrumentos, como piano, sanfona, trompete, sineta, banjo, bateria, clarinete, contrabaixo acústico, reco-reco, cuíca e produzindo sons curiosos por meio dos mais inusitados objetos, como uma panela, por exemplo.




A dança também vai muito bem neste tipo de produção. São bem dinâmicas e alegres, ajudando a contar a história, as coreografias criadas por ANE ADADE.




Bastante criativos, alegres e expressivos são os figurinos da peça, trabalho de um dos atores, EDUARDO GIACOMINI.




Já a iluminação, que não é complicada e se ajusta muito bem a cada cena, é uma criação de um dos melhores iluminadores do Brasil, o curitibano, BETO BRUEL.




 

FICHA TÉCNICA:


Dramaturgia: Søren Valente

Direção: Ana Rosa Genari Tezza

Assistência de Direção: Ane Adade

Composição e Execução Musical: Arthur Jaime e Breno Monte Serrat

 

Elenco: Cesar Matheus, Eduardo Giacomini e Helena Tezza

 

Cenografia: A “TRUPE”

Cenotécnico: Anderson Purcotes Quinsler

Adereços de Cena: Eduardo Santos, Gabriel Rischbieter e Helena Tezza

Figurino: Eduardo Giacomini

Assistência de Figurino: Daniela Carvalho

Costureiros: Marino Ferrara e Naty Lopes (figurino), e Dora Peron (cortina)

Iluminação: Beto Bruel

Técnico e Operador de Luz: Alexandre Leonardo Luft

Coreografia: Ane Adade

Colaboração Artística: Regina Bastos

Direção Executiva: “Entre Mundos Produções Artísticas”

Direção de Produção: Dara van Doorn, Elza Forte da Silva Carneiro e Laura Tezza

Produção: Carlos Becker

Assistência de Produção: Mattheus Boeck

Comunicação e Assessoria de Imprensa: “Árvore Alta” (Jamilssa Melo) e Larissa de Lima

Voluntárias: Alyssa Riccieri, Kao Maria e Larissa Lopes.

Fotografia: Gus Benke e Larissa de Lima

Registro Videográfico: Larissa de Lima

Ilustrações e Projeto Gráfico: Gabriel Rischbieter

Tradução para Libras: “Fluindo Libras”

Audiodescrição: “CASA” (Cultura, Acessibilidade, Sensibilidade & Arte)

Confecção de Cases: “Stronghold Custom Cases”

Manutenção do Espaço: Francisco Theodoro e Paulo Batistela (Nietzsche)

Assistência Técnica: Alexandre Leonardo Luft, Douglas Perez, Inédio Juweerr, Mattheus Boeck e Maurício Dommingues.

Cozinha Ave Lola: Karla Bruna

Cuidados com o Espaço: Sirley de Souza Gomes

 


 


 

Depois de uma bem-sucedida temporada no “Ave Lola Espaço de Cultura”, em 2022, e de uma outra, no final do mesmo ano, no Rio de Janeiro (Teatro Ipanema), o espetáculo fez parte da programação do “31º Festival de Curitiba), do dia 29 de março a 2 deste mês de abril, com sessões disputadíssimas por um público de todas as idades.




Para finalizar, esperando que a peça tenha, ainda, uma longa vida, preciso fazer referência à forma de cobrança pelos ingressos, no “Espaço Ave Lola de Criação”, que não estipula nenhum valor prévio, deixando a critério de cada um o pagamento pelo valor que julga o espetáculo merecer (“PAGUE O QUANTO VALE”), uma forma que existe desde a criação daquele “Espaço” e que visa à democratização do acesso à arte e cultura.





 

 



 



FOTOS: GUS BENKE 

E

LARISSA DE LIMA (Oficiais)

E

GILBERTO BARTHOLO

E

NANDA ROVERE

 

  

GALERIA PARTICULAR:

 

 

Com Ana Rosa Genari Tezza e Nanda Rovere.


Com Helena Tezza, Cesar Matheus 

e Eduardo Giacomini.


Ana Rosa Genari Tezza.


Com Nanda Rovere, Helena Tezza, 

Eduardo Giacomini, Arthur Jaime e 

Cesar Matheus.



Ana Rosa Genari Tezza.


A cozinha do "Ave Lola".

 


VAMOS AO TEATRO,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL,

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A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!

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