“ANASTASIA”
ou
(A HISTÓRIA
DE UMA LENDA
OU UMA LENDA
HISTÓRICA.)
ou
(UM BÁLSAMO
PARA OLHOS
E OUVIDOS.)
Os musicais da Broadway,
quando chegam ao Brasil, já vêm com a propaganda pronta. São, em geral, os que
atingem o maior sucesso, de público e de crítica, e, via de regra, são
populares, por seus temas e as canções que fazem parte de suas trilhas sonoras
originais, sendo que muitas delas acabam sendo gravadas por importantes
artistas internacionais, caindo no gosto do povo, virando, algumas, o que se
convencionou chamar de “música chiclete”. Nesse rol, de dezenas
de espetáculos musicais que aqui aportaram e agradaram demais ao “paladar”
do público brasileiro, sobretudo nos últimos vinte anos, estão “O Rei Leão”,
que ficou, durante dois anos, em cartaz – um verdadeiro “assombro”,
para os padrões brasileiros, com relação ao tempo que um espetáculo resiste a
uma temporada – e, em breve, estará em cartaz, novamente, em São Paulo; “A
Noviça Rebelde”, talvez o de maior sucesso, entre nós, com várias
montagens; “Wicked”, que também poderá ser revisto, muito em breve, com uma nova leitura, pelos paulistanos (Sempre eles!!! Pena que o Rio de Janeiro continue desejando
ter acesso a esses espetáculos!); “Mamma Mia”, em cartaz,
atualmente, no Rio de Janeiro (VIVA!!!), há apenas quatro semanas
e já se convertendo num grande sucesso, com lotações esgotadas; “A Bela e
a Fera”; “O Fantasma da Ópera”; “Billy Elliot”
e “Os Miseráveis”; apenas para citar alguns. A lista é extensa. A
história contada em “ANASTASIA” não é bem conhecida dos brasileiros e,
no campo das canções que compõem a trilha sonora do “show”, três
são familiares aos ouvidos brasileiros: digo, dos que gostam de TEATRO
MUSICAL e o acompanham: “Journey to the Past”, “Once Upon a December” e “A Rumor in St.
Petersburg”. Possivelmente, quem não é “habitué” dos
musicais não as conheça.
Essa introdução vem alicerçar o reconhecimento que devemos
ter, o agradecimento devidamente creditado às produtoras “T4F” e “Caradiboi Entretenimento”,
pela iniciativa de trazer ao Brasil um musical de extremíssima beleza, porém
nem um pouco popular e com canções lindíssimas, as quais, entretanto, são pouco,
ou quase nada, conhecidas dos brasileiros, a não ser pelos aficionados em
musicais, repito, como eu. Aplaudo os produtores por terem apostado num projeto bem
diferente dos espetáculos citados no parágrafo anterior, e de muitos outros,
valorizando, a meu juízo, muito mais o prazer de apresentar uma superprodução,
sem uma preocupação maior com o retorno do grande investimento aplicado nesta
montagem, embora isso também seja importante. Assim é porque me parece. O
espetáculo chega a nós apenas quatro anos após sua estreia na “meca dos
musicais”, com sucesso e indicações a prêmios de TEATRO, em mais
de vinte categorias, já tendo conquistado um “Drama Desk Award” e
um “Outer Critics Circle Award”. Refiro-me a “ANASTASIA”,
em cartaz no Teatro Renault (VER SERVIÇO.), musical montado em 19
países – além dos Estados Unidos e, agora, Brasil, destacam-se Canadá,
Espanha, Alemanha, Holanda, Japão Reino Unido, Austrália e México - e venceu 15
prêmios internacionais.
SINOPSE:
Dez anos após a execução da Família Imperial Russa, em 1919,
durante a revolução bolchevique, surgem rumores de que a filha mais nova
do Tsar Nicolau II, a Grã-Duquesa ANASTASIA
Nikolaevna, teria sobrevivido ao massacre, supostamente salva por um
sodado que se apaixonara por ela e lhe havia facilitado a fuga, por uma
passagem secreta do palácio, junto com a avó, a Imperatriz Marie (EDNA
D’OLIVEIRA).
ANASTASIA, na azáfama daquela fuga, teria acabado caindo e sofrendo uma perda de
memória, esquecendo sua identidade.
Anos
depois, sua avó, a Imperatriz MARIE, que conseguira fugir para a
França, de Paris, ofereceu uma recompensa a quem conseguisse levar ANASTASIA
até ela, isso porque, no alvoroço da fuga, avó e neta se separaram uma da
outra.
Dois russos, “malandros espertinhos”, Dimitri
(RODRIGO GARCIA) e Vlad (TIAGO ABRAVANEL), este um
ex-aristocrata, interessados naquela recompensa, passam a buscar uma jovem que pudesse
se passar por ANASTASIA.
Os dois vigaristas encontram Anya (GIOVANNA RANGEL),
uma jovem que sofre de amnésia e possui os traços da suposta sobrevivente.
Eles decidem, então, treiná-la aos moldes reais.
Seria, mesmo, uma fraude?
E qual o verdadeiro destino da princesa desaparecida?
Ao levar a jovem Anya a Paris, para
encontrar a Imperatriz Marie, os dois não contavam que o soldado
soviético, da polícia secreta, Gleb (LUCIANO ANDREY) estaria
atrás de qualquer um que ousasse pôr em risco a estabilidade do novo regime,
trazendo, de volta, uma descendente dos Romanov.
O musical é baseado no filme de mesmo nome, cujo roteiro é inspirado na lenda da Grã-Duquesa ANASTÁSIA Nikolaevna, da Rússia, e na sua suposta sobrevivência à execução de sua família, durante a Revolução Russa.
História real ou uma lenda? Pouco se sabe sobre
a história de Revolução Russa e a que muitos conhecem,
sobre a protagonista deste musical, é a que foi contada pela Disney,
em 1997, numa produção em desenho animado, campeã de bilheteria, pelo
mundo, totalmente idealizada, mas, na vida real, a vida da princesa ANASATASIA
foi muito diferente de um conto de fadas. Ela, realmente, existiu, nascida em 18
de junho de 1901, a quarta filha do Tzar Nicolau II e da Tzarina
Alexandra.
O filme e,
consequentemente, o musical contam uma história de ficção, na qual a menina
consegue ter sobrevivido ao morticínio, contudo, na verdade, a personagem, na
vida real, faleceu ao lado da família, dentro de um porão, na Sibéria, todos
barbaramente fuzilados. O que ocorreu, realmente, é que, ao longo do tempo, várias
mulheres impostoras se apresentaram – dez, pelo menos -, dizendo ser a princesa
perdida, reclamando a fortuna da família, sendo a mais famosa delas Anna
Anderson, que quase conseguiu se passar pela verdadeira ANASTASIA,
jurando ter sobrevivido à chacina, salva por um soldado, que se se apaixonara
por ela. Anna afirmou ser ANASTASIA, de 1938 a 1970,
mas, como não tinham provas concretas, todos a consideraram uma fraude. Em 1925,
uma tia da ANASTÁCIA visitou Anna e comprovou que ela não
era sua sobrinha. Uma interessante curiosidade: Anna morreu em 1984
e pediu para ser cremada, pois não queria que ninguém testasse o seu DNA,
entretanto os médicos, mesmo assim, o fizeram e descobriram que ela se chamava Franziska
Shanzkowska e era uma operária da Polônia.
“Os investigadores da época acharam apenas os corpos de suas irmãs
mais velhas (da princesa) e seu irmão mais
novo, além de seus pais. Por isso, a Imperatriz Marie, realmente, começou uma
busca pela neta, com esperança de que ainda estivesse viva. Um tempo depois,
entretanto, restos mortais foram achados no palácio, e os especialistas
afirmaram serem de ANASTASIA.”
Par
romântico de ANASTASIA, na versão romanceada, o personagem Dimitri
foi inspirado no menino que, na vida real, teria ajudado a Imperatriz
e sua neta a escapar da morte. Teria mesmo?
Creio
que toda essa discussão acerca da veracidade dos fatos se torna totalmente
ínfima e desnecessária, diante da grandeza do espetáculo, de sua beleza ímpar.
Todas as licenças poéticas e “deformações da realidade” são muito
bem-vindas, resultando o espetáculo num dos musicais que mais me emocionaram,
em toda a minha vida de mais 50 anos de dedicação ao TEATRO.
Fico
extremamente feliz, quando decido assistir a um espetáculo teatral com uma
determinada expectativa e, ao deixar o Teatro, saio convicto de
que a peça superou as minhas, já boas, expectações, como ocorreu na tarde de um
sábado, 28 de janeiro próximo passado. Que iria encontrar um bom
espetáculo, disso eu não tinha a menor dúvida, porém, diante do que me foi
proporcionado ver, só posso atribuir os melhores elogios a tudo o que estava no
palco.
O
texto corre linearmente, com uma boa tradução, feita por LUCIANO ANDREY,
que também faz parte do elenco, e BIANCA TADINI. Como posso considerar
bom o texto em português, se não conheço o original? Para o espectador comum, o
leigo, isso pode parecer estranho, reconheço, entretanto, aos olhos de alguém
que respira TEATRO e conhece os meandros dessa ARTE, é muito
fácil fazer tal afirmação, baseado na estrutura dramatúrgica, no ritmo dos
diálogos e na pertinência deles, para contar uma história, mantendo-lhe o fio
condutor. É bem possível, então, fazer uma avaliação acerca da qualidade da
tradução. Com base nisso, ratifico a minha impressão.
Esses musicais da Broadway nos chegam para serem montados de acordo com o que é celebrado em contrato. Em alguns casos, fica a produção brasileira totalmente livre para criar, mantendo, evidentemente, a “celula mater”, a “espinha dorsal” da peça. Em outros casos, como o de “ANASTASIA”, a concessão para que o espetáculo seja montado no Brasil vem como um “original da Broadway”, equivalente a dizer que tudo tem que passar pela aprovação dos produtores norte-americanos, antes de estrear no Brasil, para que seja exatamente, uma cópia fiel do original. Para isso, uma grande equipe de profissionais que trabalharam na montagem em Nova Iorque é deslocada para cá, o que encarece, sobremaneira, a produção, podendo isso justificar os valores dos ingressos, considerados, por muitos, caros, além de outras colossais despesas que envolvem uma superprodução. No caso de “ANASTASIA”, para o Brasil (São Paulo), vieram 29 pessoas da montagem norte-americana, entre diretores, figurinistas, supervisores, carpinteiros, coreógrafos, técnicos de luz e outros, com o objetivo de acompanhar os preparativos da equipe brasileira, atentos a todos os detalhes, e orientá-la, da melhor forma possível, para que tudo saísse a contento. Há quem deteste esse tipo de modelo de montagem. Não tenho nada contra; muito pelo contrário!
A vinda da peça para o Brasil vinha sendo alinhavada desde 2017, ano em que estreou na Broadway (março), em negociações da produtora brasileira, ALMALI ZRAIK, no ramo há 20 anos, tendo trazido grandes sucessos para cá, como “A Bela e a Fera”, “O Fantasma da Ópera” e, mais recentemente, “A Família Adams”, por exemplo, e a produção nova-iorquina. Tudo estava acertado para que recebêssemos a atual encenação em 2020, entretanto o projeto teve que ser postergado, por ter encontrado, pela frente, a pandemia de Covid-19. O choque foi inevitável, infelizmente.
Cumpre dizer que a nossa montagem “é a da
Broadway, em português”, entretanto difere do desenho animado, em
alguns detalhes. Se, nas telas, o vilão era Rasputin, no TEATRO,
ele nem aparece, sendo a vilania transferida ao personagem Gleb, esplendidamente
interpretado por LUCIANO ANDREY. Além disso, apenas quatro músicas da
animação fazem parte da versão feita para o TEATRO e não são totalmente
fidedignas às conhecidas do público, por questões de direitos autorais.
Um grande mérito que tem que ser creditado aos
envolvidos neste projeto é o fato de ele ter sido preparado num espaço de tempo
curto, considerando-se o que, normalmente, é utilizado até que a montagem possa
ser considerada pronta para se tornar pública. Após as audições, para a
formação do elenco, foram selecionados 26 magníficos artistas, cabendo o
papel da protagonista a GIOVANNA RANGEL, que empresta todo o seu talento
e graciosidade à personagem. Um dado que considero fantástico e merecedor de
muitos louvores é o fato de os atores selecionados, na audição, terem tido,
apenas, dois dias, para que decorassem todas as suas falas e músicas, antes do
início dos intensos ensaios, de oito horas por dia, de segunda-feira a sábado.
De suas poltronas, os espectadores não
podem imaginar quão difícil é fazer com que tudo funcione corretamente, nos
bastidores, para que a fantasia e a ilusão cheguem à plateia, a começar pelas
trocas de figurinos. Os camareiros, em grande quantidade, também ensaiam as
trocas de roupa, nos atores, entre as cenas, “como se fossem trocadores
de pneus de Fórmula 1”. Uma pessoa do elenco de apoio chega a fazer quatorze
trocas de figurinos, durante o espetáculo, sem falar na grande responsabilidade
daqueles profissionais anônimos, os camareiros, que têm que ser muito atentos e
ágeis, para uma troca, a mais rápida do espetáculo, entre as cenas finais,
quando GIOVANNA e RODRIGO têm que ter seus figurinos trocados em
menos de um minuto.
O público também não se dá conta do
aparato técnico que envolve uma superprodução como “ANASTASIA”. Tudo o
que se vê, em cena, com relação a isso, veio, dos Estados Unidos, acondicionado
em sete contêineres. Refiro-me a cenário; três palcos giratórios; telões de “led”;
elementos cênicos e todo o figurino, composto por 230 trajes completos,
o qual, entre camisas, coletes, calças, blêizeres, casacos,
vestidos e saias, totalizam 600 peças de roupa: 160 pares de
sapatos, 65 chapéus, 25 acessórios de cabeça e 35
gravatas. É, sem dúvida, um musical mágico!!! Com relação a esse figurino,
asseguro que são trajes exuberantes, com um acabamento irretocável, talvez as
peças mais lindas e luxuosas que pude ver, num palco, até hoje. São todos
desenhados por LINDA CHAO. As peças desse acervo causaram-me um impacto tão grande, que as comparo a joias de alto
valor, pela suntuosidade e fino acabamento.
A trilha sonora original, de pouco apelo
popular, mas de profunda beleza, principalmente as melodias, leva a assinatura
de LYNN AHRENS (letras) e STEPHEN FLAHERTY (música), os quais
também compuseram as canções do filme de animação, com destaque para a, talvez,
mais conhecida do público, “Journey to the Past”, além de “Once
Upon a December”, “A Rumor in St. Petersburg e “In a Crowd of Thousands”.
O responsável pela ótima
direção musical, nesta montagem, é o maestro THIAGO RODRIGUES, à frente
de uma orquestra formada por treze exímios músicos.
O libreto do musical foi escrito por TERRENCE MCNALLY.
Responsável
pela direção do espetáculo, o sérvio DARKO TRENSJAK encontrou, em ALESSANDRA
DIMITRIOU, uma perfeita parceria, como diretora residente, para conduzir
seu trabalho no Brasil.
São
encantadoras as coreografias de PEGGY HICKEY, com um desenho
coreográfico mais próximo da dança menos popular, executado, de forma precisa e
irrepreensível, pelos atores e bailarinos.
A cenografia, criada por ALEXANDER DODGE,
é um componente que merece um destaque especial, nesta montagem, pela
parafernália que faz parte dela, assim como os magníficos efeitos “mágicos”
que cria, para os nossos olhos, envolvendo três palcos giratórios, elementos
cênicos concretos e muita projeção. Quanto a isso, ela não pode ser dissociada
da projeção de muitos vídeos, em telões de “led”, de altíssima
resolução, os quais provocam efeitos que levam a plateia ao êxtase - não
estou exagerando. A cena da ida de Anya, Dimitri
e Vlad, da Rússia para França, de trem, é algo indescritível, por
conta da perfeita sincronia que existe entre a movimentação do trem – elemento
concreto do cenário – com a projeção da paisagem, que vai sendo descortinada,
durante o longo percurso. É algo de que jamais me esquecerei. Em tempo: quem
assina o desenho de vídeo é AARON RHYNE.
Em função
de cenografia, que envolve muitas projeções, como já disse, a iluminação ganha um relevo
maior, para o que contribui, de forma competentíssima, DONALD HOLDER,
com um “balé” de cores e intensidades, de modo a produzir imagens
indeléveis, na nossa memória afetiva.
O Teatro
Renaut é um dos maiores, do Brasil, com capacidade de público para receber
até 1530 espectadores, o que exige, em todas as produções encenadas
nele, um cuidado muito especial por parte de quem é responsável por fazer com
que tudo o que se diz ou se canta, no palco, chegue, de forma cristalina, até
as pessoas que estão sentadas na última fileira de poltronas, no balcão. É um
trabalho de grande responsabilidade, perfeitamente executado por TOCKO
MICHELLAZZO, um nome que dispensa maiores comentários, por se tratar de um
profissional que coleciona prêmios de TEATRO, por conta de seu
importantíssimo ofício.
Na
composição exterior dos personagens, ou seja, na sua caracterização, além dos
figurinos e da maquiagem, tem grande importância o trabalho de perucaria, no
visagismo, o que sempre é bem executado por FELICIANO SAN ROMAN, o “designer”
de perucas.
Como “cereja
do bolo”, reservo este espaço para falar do elenco, que reúne nomes já
consagrados, no TEATRO MUSICAL BRASILEIRO, e outros que, a despeito de
um currículo mais “modesto”, não têm que provar mais que também
são merecedores dos mais efusivos elogios, a começar pela protagonista, GIOVANNA
RANGEL, Anya/ANASTASIA, que, apesar de seus 24 anos de
idade, já conquistou seu espaço, no seleto “clube das grandes atrizes
de musicais”, por conta de seu extremo talento, nas três áreas exigidas
nesse gênero de TEATRO. GIOVANNA interpreta e dança muito bem e,
acima de tudo, é uma “cotovia”, no palco, afinadíssima e dona de
um timbre de voz que é um perfeito bálsamo para os nossos ouvidos. Isso sem
falar na sua belíssima presença física e seu carisma, sobre as tábuas.
O par
romântico da protagonista, RODRIGO GARCIA, o Dimitri, é
outro que também não precisa mais dizer a que veio, depois de já ter atuado,
com sucesso, em outros grandes musicais, com grande destaque em, pelo menos,
nove deles. RODRIGO terá, sempre, um papel garantido em qualquer musical
que esteja à procura de um ótimo ator, bailarino e cantor.
LUCIANO
ANDREY, que interpreta o vilão, Gleb
Vagnov, é outro que dispensa quaisquer comentários, com relação
ao seu rendimento no TEATRO MUSICAL, por conta de tantas montagens em
que atuou, sempre com destaque. Alguns dos espetáculos musicais que mais agradaram
ao público paulistano, nos últimos anos, contaram com a marcante presença de ANDREY
em seus elencos. Em “ANASTASIA”, ele não faz por menos.
O
personagem Vlad tem como titular TIAGO ABRAVANEL, nome
intimamente ligado a grandes musicais, com muitos deles em seu vitorioso
currículo, entretanto não posso fazer qualquer avaliação de seu trabalho, aqui,
uma vez que, na sessão em que estive presente, o personagem foi interpretado
por BRUNO SIGRIST, sobre cujo desempenho me considero apto a falar, e com
muito prazer. BRUNO é um excelente ator/bailarino/cantor, que tive a
oportunidade de conhecer em 2009, no Rio de Janeiro, quando o vi, bem
novinho, pela primeira vez, na inesquecível montagem de “O Despertar da
Primavera”, da dupla Möeller & Botelho”. De lá para cá, BRUNO
esteve presente em muitos elencos de musicais, sempre com excelentes atuações,
sendo que, no ano passado, pude avaliar mais o seu excelente trabalho,
unicamente como ator dramático, na peça “Longa Jornada Noite Adentro”.
Com Vlad, SIGRIST deixa vir à tona seu potencial de humor,
leve e fino.
Ninguém
que assiste a esta montagem de “ANASTASIA” consegue se esquecer da adorável
participação de EDNA D’OLIVEIRA, na pele da Imperatriz Marie.
Aclamada
soprano e solista, nos principais papéis em óperas, no Brasil, EDNA nos
comove com sua belíssima voz e maneira de cantar.
Outra já veterana dos grandes musicais, CAROL
COSTA esbanja talento, com personagem Lily, e o faz da
maneira como sempre se apresenta: com correção e carisma. Seu currículo é bem
extenso e, nele, CAROL demonstra que é uma cantriz versátil, pelos
diferentes papéis que já interpretou, parecendo ter sido moldada para cada um
deles.
Duas meninas se revezam, encarregadas de representar ANASTASIA
JOVEM. São elas LUISA MORIBE e BELLE RODRIGUES. Tive a
oportunidade de conferir o trabalho de BELLE, que eu já havia visto em “Evita
Open Air”, como a pequena Evita. Tanto lá como agora, sua
participação não exige muito da atriz mirim, que responde bem ao que lhe é
exigido, mas espero que ela se dedique sempre ao TEATRO MUSICAL, até vir
a se tornar, quando adulta, uma boa atriz nesse difícil gênero de atuação.
Completam o elenco, com trabalhos corretos,
CARLA VAZQUEZ, VANIA CANTO, KEILA BUENO, ARIEL
VENANCIO, DARUÃ GÓES e CARU TRUZZI, no ensemble
feminino. No masculino, DIEGO LURI, ALVINHO DE PÁDUA, CADU
BATANERO, VICTOR VARGAS, GABRIEL CONRAD, CEZAR
ROCAFI e PAULO OCANHA. Ainda fazem parte da FICHA TÉCNICA,
como “swings”, GIGI DEBEI, FERNANDA MUNIZ, BRUNO
SIGRIST e ANDRÉ LUIZ ODIN.
Elenco principal, na primeira récita
do dia 28/01/2023, quando assisti ao espetáculo.
FICHA
TÉCNICA:
Espetáculo inspirado em Twentieth Century Fox Picture, em um
Arranjo Especial com Buena Vista Theatrical
Da peça de Marcelle Maurette, adaptada por Guy Bolton
Livro: Terrence McNally
Música: Stephen Flaherty
Letras: Lynn Ahrens
Versão Brasileira: Bianca Tadini e Luciano Andrey
Autorizado por Dmitry Bogachev
Direção: Darko Trensjak
Diretora Residente: Alessandra Dimitriou
Elenco Principal: Tiago Abravanel (Vlad), Giovanna Rangel (Anya), Rodrigo Garcia (Dimitri), Luciano Andrey (Gleb), Edna D’Oliveira (Imperatriz Marie), Carol Costa (Lily), Luisa Moribe (Jovem Anastácia), Belle Rodrigues (Jovem Anastasia)
Ensemble Feminino: Carla Vasquez, Vânia Canto, Keila Bueno, Ariel
Venâncio, Ariadne Okuyama, Darua Goes e Caru Truzzi
Ensemble Masculino: Diego Luri, Cadu Batanero, Victor Vargas,
Gabriel Conrad, Cezar Rocafi e Paulo Ocanha
Swing Feminino: Gigi Debei e Fernanda Muniz
Swing Masculino: Bruno Sigrist e Andre Luiz Odin
Coreografia: Peggy Hickey
“Designer” de Cenografia: Alexander Dodge
Cenógrafa Associada: Denise Holklands Bethee
“Designer” de Figurino: Linda Cho
“Designer” de Luz: Donald
Holder
“Designer” de Luz Associado: Carolyn Wong
“Designer” de Som: Tocko
Michellazzo
“Designer” de Vídeo: Aaron Rhyne
“Designer” de Vídeo Associado: Caleb Ngoh
“Designer” de Perucas: Feliciano San Roman
Orquestração: Doug Besterman
Arranjos Vocais: Stephen Flaherty
Arranjos de Dança: David Chase
Supervisor Musical Original: Tom Murray
Diretor Musical: Thiago Rodrigues
Produtora Geral: Almali Zraiki
Supervisão de Figurinos: Geneviève Petitpierre
Produtor Executivo Internacional: Jan Verveer
Coordenação de Produção: Glaucia Fonseca
“Set Designer” Associado de Supervisão Técnica: Ed
Wielstra
Supervisor Musical Associado: Carrlinbe Brower
Patrocínio: Abastece-Aí e Farmacêutica Sem
Fotos: Caio Gallucci
Realização: Caradiboi Entretenimento
Coprodução: T4F
Apoio: UOL
SERVIÇO:
Temporada: De 10 de novembro de 2022 a 18 de dezembro de 2023.
Local: Teatro Renault.
Endereço: Avenida Brigadeiro Luís Antônio, nº 411 – Bela Vista, São
Paulo.
Dias e Horários: Às 5ªs e 6ªs feiras, às 21h; sábados, às 17h e 21h;
domingos, às 16h e 20h.
Valor dos Ingressos: A partir de R$ 45,00 (meia entrada) até
R$310,00 (inteira), variando de acordo com o dia da semana e a localização das
poltronas. CONSULTAR TABELA NO “SITE” DO
TEATRO OU NO DA “TF4”.
Para o benefício da meia-entrada, é obrigatória a apresentação
do documento previsto em lei, que comprove a condição de beneficiário.
Bilheteria Oficial – SEM TAXA DE
CONVENIÊNCIA:
Teatro Renault - Segundas-feiras: fechada; de 3ª feira a
domingo, das12h às 20h.
Canais de Venda - COM TAXA DE
CONVENIÊNCIA: Pela
Internet: www.ticketsforfun.com.br
Retirada na bilheteria e E-ticket - taxas de conveniência e de entrega.
Formas de Pagamento: espécie, cartões de crédito American Express,
Visa, MasterCard, MasterCard Débito, Diners e cartões de débito Visa Electron.
Venda a grupos: grupos@t4f.com.br
Capacidade: 1.570 lugares.
Acessibilidade: O Teatro Renault conta com 53 assentos para
pessoas com necessidades especiais de locomoção. São 37 lugares para pessoas
com deficiência física e 16 para pessoas obesas.
Classificação Etária Indicativa: Não recomendado para menores de
10 anos. Menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.
Gênero: Musical.
Tenho certeza de que os fãs
da animação da Disney irão saborear o musical com maior propriedade, entretanto
não creio que alguém, que até nem conhecesse a história, possa deixar o Teatro
Renault insatisfeito com o que viu, uma vez que, além da indescritível beleza
plástica desta montagem, talvez a maior que eu já vi, nos meus mais de 50
anos dedicados ao TEATRO, faço questão de repetir, a trama é favorável a ótimas cenas, envolvaendo aventura, romance e músicas que tocam qualquer um e lhes prendem a
atenção.
Num momento em que
celebramos a alegria de termos saído de uma devastadora epidemia de Covid-19,
ainda que o vírus ainda esteja circulando por aí, porém sem que isso nos leve
ao pânico e à reclusão, um espetáculo como “ANASTASIA” é bastante
simbólico, dado que o nome da protagonista vem do grego e significa “ressurreição”.
É o TEATRO BRASILEIRO ressurgindo, depois de mais de dois anos de
profundo sofrimento e perdas, de todos os tipos.
RECOMENDO
MUITO ESTE MUSICAL. Cada centavo que se paga para assistir a ele
é super valorizado.
Não poderia me esquecer de agradecer ao convite que me fez LUCIANA STABILLE, da assessoria de imprensa do Teatro Renault, que também me enviou o "release" da peça e as fotos aqui publicadas.
FOTOS: CAIO GALLUCCI
GALERIA PARTICULAR:
(Foto: Leonardo Soares Braga.)
(Com Giovanna Rangel.
Esta foto não foi tirada no dia em que assisti a peça
e foi feita pela amiga Regina Re, quando da sessão para
convidados de "Mamma Mia", no Rio de Janeiro.)
VAMOS AO TEATRO,
COM TODOS OS CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO
DO BRASIL,
COM TODOS OS CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!
COMPARTILHEM ESTE TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
Gilberto, apenas me permita 2 correções, na história a Imperatriz Maria muda-se para Paris 10 anos antes do ataque dos bolcheviques, ela não escapa junto com a Anastasia. E o filme de 1997 não é da Disney, mas da Fox Animações, já extinta.
ResponderExcluirLindas fotos
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