terça-feira, 22 de março de 2022

             

 “O ALIENISTA”

ou

(UM TEATRO

ATEMPORAL.)

ou

(DAS CINZAS,

RENASCE A FÊNIX.

ou

(O QUE IMPORTA É

“A SAÚDE

        DA ALMA”.)

 


 







      Depois de bem mais de dois anos, quebrei meu jejum, quanto à CIA. TEATRO EPIGENIA, no dia 12 de março/2022, na Grande Sala da Cidade das Artes, Rio de Janeiro, quando, com muita ansiedade e curiosidade, fui assistir à montagem de “O ALIENISTA”, um genial trabalho de adaptação, para o TEATRO, do conto de MACHADO DE ASSIS, para os quais, conto e seu autor, faltam-me adjetivos à sua altura. Nada do meu repertório léxico se aplica a ambos, pelo elevadíssimo alto grau de genialidade dos dois. E gostei tanto, que revi o espetáculo na última 6ª feira, dia 18.


Parte externa da Cidade das Artes - 1.

(Foto : Gilberto Bartholo.)


      É fato que o objetivo desta crítica é analisar a montagem de uma peça de TEATRO, entretanto eu a enxergaria “mutilada”, se não falasse um pouco da figura do autor do conto que deu origem a ela. Se me propusesse a dissertar sobre Joaquim Maria MACHADO DE ASSIS, sobre TUDO a ele relacionado, poderíamos chegar a uma tese, de muitas e muitas páginas, de tanto que admiro aquele que considero O MAIOR ESCRITOR EM LÍNGUA PORTUGUESA, DE TODOS OS TEMPOS (O segundo é João Guimarães Rosa.), a despeito de tantos grandes outros que o antecederam ou vieram depois dele. Ademais, sepultando o cabotinismo, não numa cova rasa, mas em outra, muito profunda, considero-me um considerável conhecedor do autor e sua obra, fruto de uma paixão iniciada numa tenra idade, depois que aprendi não “a ler”, mas “a como se deve ler”, ainda na adolescência, o que se intensificou nos anos subsequentes, com o máximo de ênfase durante os quatro anos de Faculdade de Letras (UFRJ), onde me aproximei dos amantes machadianos, como eu. Foram excelentes trocas, das quais nunca mais me esquecerei, entre mim, grandes mestres e mestras e colegas de curso. Daí para adiante, sou machadiano da cabeça aos pés.


Joaquim Maria MACHADO DE ASSIS.


Não vou falar de MACHADO, em sua plenitude, mas aconselho a todos que pesquisem sobre ele e que leiam sua obra completa, que inclui, contos, crônicas, novelas, romances, poesias, artigos de jornal, peças de TEATRO, crítica teatral e outros gêneros. Foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época”, o que fica bem claro na peça aqui analisada, a qual ganhou incomensuráveis contornos de contemporaneidade, com a genial adaptação dramatúrgica, feita por GUSTAVO PASO, que também é o diretor da peça, e CELSO TADEI, consagrado roteirista.

A obra machadiana reúne 10 romances, 205 contos10 peças teatrais, 5 coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. É considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881). Aí, começa o que é considerado a sua segunda fase, como escritor, dado que tudo o que escrevera, antes dessa publicação, é catalogado como sua primeira fase literária, no Romantismo.



    Nasceu em 21 de junho de 1839, no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro. Era considerado, etnicamente, mestiço, por ser filho de um mulato, pintor de paredes, e de uma lavadeira portuguesa, os quais sabiam ler e escrever, fato incomum na sua época, para a classe social a que pertenciam. Iniciou seus estudos numa escola pública da região, mas não se mostrou interessado por ela. Ao completar 10 anos, MACHADO tornou-se órfão de mãe e se mudou, com o pai, para São Cristóvão, e, logo, este se casou novamente. Sua madrasta fazia doces, que o menino vendia, na vizinhança, e, à noite, MACHADO passou a ter aulas de língua francesa, com um padeiro imigrante. Aos 17 anos, foi contratado, como aprendiz de tipógrafo e revisor de imprensa, na Imprensa Nacional, onde foi incentivado a escrever, por Manuel Antônio de Almeida, o consagrado autor de "Memórias de um Sargento de Milícias". Deixo que, por meio de pesquisas, prossigam num mergulho abissal na vida e obra de MACHADO, que vale a pena, e deveria ser obrigatório para todos os brasileiros, porém não posso me esquecer de dizer que ele foi casado com Dona Carolina Augusta Xavier de Novais, o grande amor de sua vida. MACHADO foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, também conhecida como a “Casa de Machado de Assis”, tendo sido eleito seu primeiro presidente, e morreu, profundamente deprimido, pela perda, quatro anos antes, de sua amada Carolina, no Rio de Janeiro. Morreu de arteriosclerose generalizada, segundo seu atestado de óbito, no dia 29 de setembro de 1908, aos 69 anos de idade. A residência mais famosa do casal, e onde ele deu seu último suspiro, se situava na Rua Cosme Velho, nº 18, de onde lhe veio a alcunha de “Bruxo do Cosme Velho”.



 

 

   Algo que muito me revolta é ver que o local onde residiu o grande gênio da pena foi demolido, tendo dado lugar a um prédio de dez andares, com algumas lojas, no térreo. O único resquício de sua passagem por aquele sítio é uma placa, onde se lê: “NESTE LOCAL VIVEU MACHADO DE ASSIS DE 1883 ATÉ SUA MORTE EM 1908 – AMA – COSME VELHO”. (Sem nenhuma das três requeridas vírgulas. MACHADO deve, todos os dias, se revirar no túmulo, no Cemitério São João Batista.)

Não me julguem pela pilhéria que passo a fazer, mas, apenas, reflitam sobre ela, deixando de lado o exagero que a ela imprimo: Se, por exemplo, o Príncipe Charles resolver caçar raposas e, num determinado momento, sentir vontade de aliviar-se, da urina que quase lhe faz estourar a bexiga, e resolver praticar a micção numa árvore, meia hora depois, chegará o “IPHAN” do Reino Unido, para murar o local, passando a cobrar pela visita àquele local, em libras, aos turistas visitantes ou a seus súditos, sem que, antes, tenha afixado uma placa um pouco diferente da que já mencionei acima: “NA TARDE DO DIA ‘X’, UMA QUINTA-FEIRA, ÀS TANTAS HORAS, TANTOS MINUTOS E TANTOS SEGUNDOS, DE UMA FRIA TARDE DE OUTONO, SUA ALTEZA, O PRÍNCIPE CHARLES, DUQUE DA CORNUALHA, DUQUE DE ROTHESAY, CONDEE DE CARRICK, BARÃO DE RENFREW, LORDE DAS ILHAS E PRÍNCIPE E GRANDE INTENDENTE DA ESCÓCIA, BLÁ...BLÁ...BLÁ..., MICTOU AO PÉ DESTA ÁRVORE”.

Perdão pela esdrúxula, cômica e debochada comparação, mas ela é fruto da minha profunda revolta pelo DESCASO das autoridades brasileiras, e do povo, em geral, também, pelos GÊNIOS deste “país”!

 

 



   A publicação de “O ALIENISTA” data de 1882. É “vendido” como um conto, entretanto, considerando a sua estrutura literária, eu e tantos outros de seus estudiosos o consideramos uma novela, em 13 curtos capítulos, gênero literário que nada tem a ver com as “novelas de TV”.



 

 

SINOPSE:

 

  A peça se aprofunda na pesquisa do DR. SIMÃO BACAMARTE (RÔMULO ESTRELA), médico renomado e de currículo invejável, que, “depois de conquistar respeito, em sua carreira de médico, na Europa, e no Brasil”, retorna à sua terra natal, a Vila de Itaguaí, mesmo que ninguém entenda as especialidades do doutor na, então, Metrópole imaginária, acerca da loucura.

   Após um tempo na Vila, casa-se com DONA EVARISTA (LUCIANA FÁVERO), uma mulher por volta dos vinte e cinco anos, “infértil”.

 SIMÃO BACAMARTE era chamado de “alienista”, designação de psiquiatra, na época, convencido de que a infertilidade de sua esposa está diretamente atrelada às condições físicas e mentais do cônjuge feminino.

   Para provar sua teoria, o alienista cria, em Itaguaí, a “Casa Verde”, um local para realizar estudos inéditos sobre a mente humana, mas acaba se perdendo na sua própria loucura.

   Esse lugar é criado “para internar os loucos da cidade”, sob seus próprios critérios do que é ser louco ou não. Em pouco tempo, o lugar fica cheio de internos, “todos loucos”, para ele, e BACAMARTE vai ficando, cada vez mais, obcecado pelo trabalho.

  Esses critérios mudam, conforme o tempo e os interesses – sejam por poder, por dinheiro, por reconhecimento – e geram revolta, golpes, até a falência social e financeira da, então, Metrópole, que se transforma em Distrito e, em seguida, em um simples Vilarejo, decadente e subserviente ao Império, nos idos anos do século XIX.

  No começo, os internos eram, realmente, casos de loucura, e a internação, aceita pela sociedade, mas, em certo momento, o alienista passou a enxergar loucura em todos e a internar pessoas sãs, mentalmente, o que causava espanto e revolta no povo.

  “Muita água rola por debaixo daquela ponte”, até que, por fim, SIMÃO BACAMARTE dá alta a todos os internos da “Casa Verde”, chegando a desenvolver uma nova teoria: como ninguém tinha uma personalidade perfeita, exceto ele próprio, concluiu ser ele o único louco, o “anormal”, naquele lugar, e decide trancar-se, sozinho, na “Casa Verde”, vindo a falecer poucos meses depois.

 

 


   A SINOPSE supra, contida no “release” da peça, que me chegou às mãos via ALESSANDRA COSTA (ASSESSORIA DE IMPRENSA), um pouco ampliada por mim, diz pouco, comparada à que seria a do livro, com muito mais detalhes. O espetáculo é classificado, por mim, como uma OBRA-PRIMA, sempre considerando que não podemos, em momento algum, nos esquecer de que, como toda a obra de MACHADO, pelo tempo de sua morte, já é de “domínio público”, e a proposta da peça é uma livre adaptação. Foi mantido o enredo, entretanto PASO e TADEI puseram em prática toda a liberdade a que têm direito e seus dons de criatividade e bom gosto, “um molho muito gostoso e especial”.

   Já assisti a várias adaptações do conto, para o TEATRO, todavia jamais assisti a algo tão arrojado, perfeito e genial, como esta versão, aqui analisada, encenada pela CIA. TEATRO EPIGENIA, no seu vigésimo ano de vida, já caminhando para o 21º, durante os quais nos deixou grandes legados, como as montagens, não seguindo a ordem cronológica, de, por exemplo, “Em Nome do Jogo”, “Casa Caramujo”, “Olenna”, “Hollywood”, “Festa de Aniversário”, “Race” e “O Preço”.



Além disso, também me agradaram, em duas diferentes linguagens, outras adaptações do conto, como o filme Azyllo Muito Louco, de 1970, do grande cineasta Nelson Pereira dos Santos, incluído na seleção brasileira do Festival de Cannes 1970”, e “O Alienista e as Aventuras de um Barnabé”, em 1993, uma minissérie da Rede Globo de Televisão.

Não poderia ser mais oportuna a ideia de adaptar, para o TEATRO, este magnífico conto, em função do que o povo brasileiro vem vivendo, já há algum tempo, em termos de políticas “equivocadas” (Prefiro um eufemismo, para não ser “grosseiro”.), mormente nos últimos três anos (E o TEATRO se faz presente, para julgar, criticar e denunciar.), que serviram para que os dramaturgos nelas se deixassem fixar, a ponto de, sem a menor preocupação de agradar ou ofender a “A” ou a “B”, fazer, por meio de entrelinhas, sugestões ou bem diretamente, muitas críticas que o “alienista de plantão” nos oferece como motivação.



A peça, que não é um musical, propriamente dito, mas que contém algumas canções, as quais, também, são texto, é, generosamente, “recheada” de um humor reflexivo e cáustico, ora amargo, ora divertido, seguindo, bem de perto, uma das grandes características do autor do conto, a ironia, que seus maiores estudiosos consideram a “arma mais corrosiva da crítica machadiana”, porém de uma forma e com uma linguagem bem mais atuais e acessíveis aos ouvidos hodiernos, muitas vezes, ainda, o que é muito bom, repetindo as palavras do MESTRE.

Para justificar o subtítulo “DAS CINZAS, RENASCE A FÊNIX”, trata-se, simplesmente, de uma alusão à volta à “vida” daquilo que muitos julgavam morto, e a todo o vapor, ou com todas as turbinas ligadas, o bom TEATRO presencial, com “O ALIENISTA”. O TEATRO RESISTE E NÃO MORRERÁ NUNCA!!!



“UM TEATRO ATEMPORAL” é porque MACHADO DE ASSIS é assim, em tudo o que escreveu, e porque a Humanidade deixará de existir, um dia (Ou não?), da mesma forma como surgiu o primeiro Homem na face da Terra, com todos os seus vícios e erros, que só fazem se agigantar, quanto mais o planeta, QUE É REDONDO, gira em torno do sol.

“A SAÚDE DA ALMA” é uma espécie de mantra”, repetido, tantas vezes e por tantos personagens, o que não corresponde, absolutamente, aos seus desejos. Hoje. Seria uma “fake news”.





No já citado “release”, a peça é apresentada como uma Fábula Patafísica sobre o Cientificismo Oxidosistêmico” (Grafado erradamente; deveria ser “oxidossistêmico”, segundo a ortografia oficial de hoje, mas isso se o termo existisse na língua portuguesa. RISOS.), os dois últimos termos amplamente repetidos por SIMÃO BACAMARTE, durante toda a peça. “Patafísica”, para quem não sabe – e ninguém é obrigado a saber -, é a ciência das soluções imaginárias. Segundo seus teóricos, opera a desconstrução do real e a sua reconstrução no absurdo. Foi criada pelo dramaturgo e escritor francês Alfred Jarry (1873-1907) (o famoso autor de um clássico do TEATRO, “Ubu Rei”)...”. (Wikipédia.)



Por se tratar de uma livre inspiração no conto machadiano, se o lermos, o que já fiz tantas vezes, e o compararmos com o texto desta montagem, que valoriza, como tantas outras que já passaram por lá, as tábuas da Grande Sala da Cidade das Artes, veremos que os autores do texto atraíram, com um ímã gigante, as mazelas que constam no original, para bem perto de si e lhes colocaram as vestes que desejavam, para nos dar um recado muito importante; aliás, muitos, vários deles. Tudo feito de forma genial, enriquecendo a narrativa.

Quando, por exemplo, o alienista resolve dar, de presente, à esposa “infértil”, uma viagem, trocaram, os adaptadores, o Rio de Janeiro, do original, pelos Estados Unidos, o sonho da classe média brasileira, em que, evidentemente, não poderiam faltar, no roteiro, Orlando, com o “mundo maravilhoso e fantasioso de Disney” e os Teatros da Broadway e, lá, em New York, o mais importante, para esse tipo de turista: as muitas compras. Essa parte é das mais engraçadas da peça, uma deliciosa crítica ao capitalismo selvagem, e, para mostrar o grau de “caipirismo” das personagens, o país a ser visitado, quando a ele, várias vezes, se faz referência, é chamado de USA, não a sigla de United States of America (U+S+A), pronunciada letra por letra, mas, sim, é dito USA, como uma palavra, como se conjuga o verbo “usar”. Nessa viagem, os acompanhantes “oficiais”, os que constam no original, foram trocados por CESÁRIA (TATIANA SOBRAL), esposa do farmacêutico CRISPIM SOARES (GLÁUCIO GOMES) e por CISTITE (TECCA MARIA), uma enfermeira, auxiliar de SIMÃO. E, para “justificar” a ida, na “comitiva”, de alguém que não teria nada a fazer lá, a enfermeira passou por prima de CESÁRIA, “um membro da família”, que, além de tudo, poderia ser útil, por “falar inglês”, aquele “macarrônico”, que tanto conhecemos.   Isso nos lembra alguma recente viagem de alguém à Rússia?



Hilária, também, é a cena em que, fazendo uso do recurso do “flashback”, os autores da peça mostram como se deu o primeiro encontro entre SIMÃO BACAMARTE e a viúva DONA EVARISTA, para aquele ter a certeza de que ela não era “louquinha”, gozava de perfeita saúde, física e mental, a fim de que pudesse lhe gerar bons filhos, ainda que isso não tenha acontecido. O “exame”, bizarro, é de arrancar muitas gargalhadas do público.

A “Casa Verde” era mantida pelo erário, ou seja, dinheiro público, isto é, o nosso dinheiro, como seria hoje em dia, também, e por contribuições dos parentes dos internos – nos dias de hoje, empresários com interesses escusos -, número que crescia a cada dia, o que equivale dizer que os cofres da “Casa Verde” quase explodiam. Foi com esse dinheiro, PÚBLICO, inclusive, que foi financiada a viagem, o “presentinho”, de DONA CESÁRIA. Nesta cena, também é abordado o gasto excessivo com cartão corporativo, durante a viagem. Alguma relação com os dias de hoje, na terra “descoberta” por Cabral (A História já começou errada lá, há mais de cinco séculos.)?



Não poderia omitir, ainda nesta cena, a paródia, cantada por um dos atores, o POETA CHICO (ERICK VILLAS), de uma canção de Chico Buarque de Holanda, “Iracema Voou”, com uma letra de nos fazer rir demais. Rir, para não chorar, diante daquela realidade.

Pensam que um “golpe” é coisa dos nossos tempos, como o militar, de 1964, ou outros, mais recentes? Nada disso! Que o diga PORFÍRIO (SAMIR MURAD), o barbeiro, que, almejando entrar na política, lidera um protesto contra os “desmandos e as bizarrices” de SIMÃO BACAMARTE, mas que acaba... (Não vou dar “spoiler”. Não agora, pelo menos. RISOS.).

Na intenção de se valer de uma grande obra literária, um clássico da Literatura Brasileira, GUSTAVO PASO e CELSO TADEI, para deixar bem clara suas posições acerca da situação política, econômica, moral e social por que passa o Brasil do final da segunda década e início da terceira, do terceiro milênio – E oxalá acabe logo! -, pegaram uma tela gigantesca e nela pintaram o poder, em todas as suas formas, o jogo da corrupção política, protocolos de saúde estapafúrdios, o absurdo da decadência humana, a falta de empatia, o massacre aos direitos humanos”, que nos são familiares, nos dias de hoje, “apesar de parecerem distópicas”, das quais precisamos, e temos que, nos livrar.


Ensaio - 1.


Trata-se de uma produção bastante corajosa, para os dias de hoje, com um elenco de 14 atores/cantores, em plana pandemia de COVID-19, que arrefeceu bastante, porém não acabou de vez, infelizmente.

Destaque, no “release” da peça, feito por LUCIANA FÁVERO, que atua e também é sua produtora: “Trazer a inspiração da obra de MACHADO DE ASSIS é trazer a possibilidade de ser para além de nossos meios e tempo. Um homem negro, filho de escravos alforriados, esquizofrênico, que mal pôde estudar, até sua adolescência, viveu dentro de um pensamento europeu, de que somos fruto do nosso meio! Um determinismo limitante, com que ele rompeu, a ponto de ter sido um dos fundadores da “Academia Brasileira de Letras”! É um dos principais nomes de nossa literatura e rompeu limites territoriais. MACHADO é um exemplo para o mundo atual, pois mostrou o que podia realizar, mesmo com tanta adversidade. Esperamos poder inspirar esse pulsar, essa vitalidade e essa fé de que todos temos essa potência de romper o que nos determinam!". Tenha a certeza, LU, de que o objetivo de vocês foi totalmente atingido e que temos a consciência de que vocês desejaram que cada um descobrisse isso em si.


Parte externa da Cidade das Artes - 2.

(Foto: Gilberto Bartholo.)


Qualquer semelhança com o Brasil de hoje NÃO é uma infeliz coincidência. De uma certa forma, metáforas à parte, a Vila de Itaguaí é aqui, é o Brasil de hoje, e o alienista, esse déspota, autocrata, débil mental... NEM É PRECISO FALAR QUEM SEJA.


Ensaio - 2.


Também julgo de grande valia a transcrição de um depoimento do diretor do espetáculo, inserido no corpo do já tão citado “release”: “Conscientes de que está muito mais difícil criar uma analogia, por meio de um mundo distópico, com nossa vida, nos apoiamos no absurdo mundo da ‘patafísica’, para entender a realidade ou, pelo menos, para que o TEATRO possa, mais uma vez, servir de trampolim, para espelhar essa sociedade destruída e desalmada, que alguns insistem em tentar consolidar.”. Ele está servindo, GUSTAVO, e sempre assim será. É só querer fazer.



Gustavo Paso.


    Como em 1º de janeiro de 2019 (data fatídica), “Assim presenciamos a ascensão e queda (Contamos com esta, em outubro próximo.) de um louco, que chega ao poder e passa a tomar decisões sem consultar, previamente, os representantes da sociedade, pois estão todos enjaulados no hospício, fundado por ele mesmo! Mas isso é apenas uma fábula e sabemos que fábulas não existem!” (As palavras não são minhas, mas é como se fossem. RISOS. DE NERVOSO, DE ÓDIO!!!).



    Eu poderia citar uma série longa de elementos, no texto adaptado, que fazem referências aos dias de hoje, mas vou me limitar a apenas alguns, como, por exemplo, logo na primeira cena, quando corifeus, de um interessante coro, assistindo à retirada de um cérebro, feita pelo alienista, dizem coisas, como: “Oh, Freud! Oh, meu Salvador Dalí! Pedimos clemência. Será este o caminho a seguir? Se o caminho é se perder, a chegada é a verdade. O que podemos esperar daqui pra lá? Atrás de toda lógica, se esconde algo monstruoso. Pelo clichê absoluto!… Não! Não à lógica racional. Ou então: “Estranhum curriculum vitae. Especialista em inércia planetária. Doutor em desregramentos falcátricos. PHD em ‘mentirus insanus’ e alienação disfuncional proposital. Mania de nadismo sistêmico. Mestre em obstrução cultural crônica.”. E mais: “Espero que seja a cabeça de algum político que enganava ao próprio Deus e ao povo.”. E ainda: “Há de ser o de um juiz inescrupuloso! Um cobrador das multas das multas de todas as multas!”.

        Mais de uma vez, é dito que “a propaganda é tudo”, quando se deseja noticiar algo falso, as terríveis, abomináveis e criminosas “fake news”. Incomensuráveis são os momentos em que são empregados vocábulos com duplo sentido.



        Para não perder a oportunidade de registrar críticas ao lado sujo das religiões, além do PADRE LOPES (DODI CARDOSO), um dos vereadores da Vila, surgiu, também, a figura do PASTOR MEDEIROS (VITOR THIRÉ, também vereador. Aqui, temos a crítica com relação a religiosos na política, algo, infelizmente, tão presente, nos dias de hoje, disputando espaço com militares e representantes de bancadas “da arma”, “ruralista” e outras, cada um “puxando mais a brasa para a sua sardinha”. E o povo “que se exploda!” Ambos, PADRE e PASTOR, a princípio, contra a criação da “CasaVerde”, mudam de posição, diante das promessas feitas, pelo alienista, de alguns “favores” aos dois.

  Não faltam, durante as reuniões dos vereadores, debates sobre a “implantação do sistema 5G”; do “fundo da gaveta”; da “criação do gabinete da mídia”; do “desmanche da Cultura”, pela não aceitação da doação de livros, para a “Casa Verde”, por parte do alienista, e a ordem para prenderem, nela, o rapaz que adorava ler e que seria o doador. E o que dizer, quando, num determinado momento, CRISPIM SOARES sai com esta: “Um manda, outro obedece”. E “la nave va...”.

Se continuasse a falar do texto, ainda poderia gastar muitas linhas. Então, passarei a dissertar um pouco acerca da magnífica direção de GUSTAVO PASO, um dos melhores encenadores do TEATRO BRASILEIRO, na minha modesta opinião, que merecia, a meu juízo, ser mais premiado, no Rio de Janeiro, da forma como o é em São Paulo.



Apaixonado pelo movimento expressionista alemão da década de 1920, um trampolim para o nosso Modernismo, de 1922, PASO optou por uma montagem que se aproximasse, em vários sentidos, das características daquele movimento. Quanto a isso, com relação à montagem, relaciono o ritmo da direção; a iluminação, meio “noir”; o cenário e a maquiagem, estes criados pelo próprio GUSTAVO, com predominância, em sua quase totalidade, das cores preto, branco e cinza; o figurino; e assim por diante. Cada um desses elementos merecerá seu momento de comentário. GUSTAVO se encharcou, de tanto que bebeu naquele movimento, para dar o esplêndido formato ao seu espetáculo.

     O Expressionismo foi um movimento que abrangeu vários setores da ARTE, como a Literatura, a Pintura e o Cinema, por exemplo, e se caracterizava por uma “rejeição das convenções ocidentais, mostrando a realidade de maneira extremamente distorcida, para causar impacto emocional”, exatamente o que pretende GUSTAVO PASO, na direção de “O ALIENISTA”.



Dissertar sobre tal movimento equivaleria à escrita de uma tese, o que, aqui, não cabe, nem eu teria competência para fazê-lo, mas não podemos deixar de mencionar grandes nomes da pintura modernista brasileira, como Tarsila do Amaral, Candido Portinari, Lasar Segall e Anita Malfati como exemplo, cujas obras guardam uma grande relação com os traços de Picasso, um dos principais nomes do Cubismo, ainda na primeira década do século XX, por exemplo, por meio de contrastes, ângulos e formas abruptas, o que se vê no cenário e na caracterização dos atores da peça. Tanto no movimento expressionista como em “O ALIENISTA”, versão teatral de GUSTAVO PASO, encontramos “o questionamento dos padrões de beleza vigentes; o uso de formas abstratas; a retratação de sentimentos, tais como angústia, medo e solidão; a valorização da subjetividade (voltada para o interior e o isolamento do indivíduo); e a deformação da natureza e dos objetos, para expressar sentimentos”. Sombras... Muitas sombras... E a presença do claro-escuro. “As histórias e narrativas, geralmente, tratavam de loucura, insanidade, traição e outros temas existenciais, trazidos à tona pelas experiências traumáticas da Primeira Guerra Mundial.”.



        Duas curiosidades, para mim, pelo menos: em dados momentos, parecia que eu estava assistindo, ao vivo, a algo já, anteriormente, captado pela minha mente (Pode ser que eu esteja me arriscando a parar na “Casa Verde”. RISOS.), como uma cena de Metrópolis” (“Metropolis”), de 1927, ou de M, O Vampiro de Dusseldorf” (“M”), de 1931, ambos dirigidos por Fritz Lang. “Essas obras mantinham o estilo de distorções na expressão dos atores e na direção de arte, para mostrar a realidade interna das emoções.”. Ou de O Gabinete do Dr. Caligari” (“Das Cabinet des Dr. Caligari”), de 1920, dirigido por Robert Wiene, ou de “Nosferatu” (“Nosferatu”), de 1922, de F.W. Murnau. O Dr. Caligari era um cientista que apresentava um sonâmbulo, em feiras, o qual “controlava”, por meios misteriosos (supostamente hipnose), fazendo com que praticasse assassinatos.



      A segunda curiosidade, que não sei se agradará ao diretor, é dizer que, em determinados momentos, aquela encenação me lembrou um pouco do TEATRO de José Celso Martinez Correia, talvez pelo grau de ousadia dos dois, muito mais marcante, sem dúvida, neste, talvez um “alienista” de verdade. Não, senhores! Não há nudes nem “ataques apopléticos”, em “O ALIENISTA”. (RISOS.)

As ideias geniais da adaptação começaram no papel, a quatro mãos, mas a concepção das cenas, as ideias de como realizá-las, as marcações, o diálogo e a troca com os artistas criadores, tudo isso fica a cargo de GUSTAVO PASO, que assina a direção do espetáculo, da forma mais merecedora de elogios.

No cenário, são utilizadas rampas, plataformas, uma mesa e cadeiras de ferro, com rodinhas, e outros objetos, para criar um ambiente de mistério e um de um certo ar de filme de terror. Cenário projetado em função da direção e vice-versa, penso eu, a partir das necessidades e ideias do diretor/cenógrafo.  



 São ótimos e muito criativos os figurinos, de GRAZIELA BASTOS, sobre os quais, sinceramente, confesso a minha total incompetência para uma análise profunda. Posso, e devo, contudo, dizer que tudo o que diz respeito a figurinos dialoga, com total fluência, com os demais elementos da montagem. Todos, sem nenhuma exceção, funcionam muito bem, para cada personagem, e colaboram, em grande parcela, para o interessante da plasticidade sa peça.

Coube a um dos nossos grandes mestres da iluminação, PAULO CESAR MEDEIROS, criar um desenho de luz, dentro da concepção do diretor. Neste espetáculo, têm o mesmo peso, nos dois lados da balança, a luz e a sua ausência. A luz e falta dela se harmonizam e pontuam cada cena, de acordo com a necessidade de se revelar o ocultar uma coisa ou outra, um gesto ou outro, uma verdade ou uma mentira. Com vastíssima experiência no seu “métier”, PAULINHO participa, com seu trabalho e sensibilidade, na criação de cenas marcantes, durante todo o espetáculo


  

Enriquecem bastante a montagem a Trilha Original e a Direção Musical, de ANDRÉ POYART, que fica, na coxia, tocando piano, em determinados momentos. Quanto à parte musical, merecem, ainda, uma merecida citação alguns solos, feitos em cena, ou fora dela, principalmente os que são emitidos por sopranos.

Quase sempre, deixo, para o final da análise, o trabalho do elenco. GUSTAVO PASO foi muito feliz, ao reunir tantos talentos da CT EPIGENIA e outros atores: um convidado e os demais selecionados em audição. Sobre esta, foram submetidos aos testes 90 artistas, dos quais ficou uma primeira leva, de 35 e, depois, restaram 7. “Deu um caldo com muita sustança”. Nota-se que cada um, os que só representam um personagem e os outros, que se desdobram em mais de um, deposita uma enorme carga de dedicação, de entrega total ao trabalho, e o resultado do conjunto é o melhor que se poderia esperar.



RÔMULO ESTRELA, que faz parte da CIA., está perfeito como o DR. SIMÃO BACAMARTE, médico psiquiatra e o protagonista da história. O "cientificismo" era o seu universo, vivia estudando. Representa bem a caricatura do tiranismo do "cientificismo" no século XIX, podendo ser um precursor de personagens como Spock. Construiu a “Casa Verde”, para materializar suas ideias, mas acabou se tornando vítima delas, recolhendo-se ao hospício que construíra, por se considerar o único cérebro bem organizado de Itaguaí. Devo realçar, na interpretação do ator, a excelente voz que ele encontrou para o personagem, assim como sua postura corporal. Grande momento de RÔMULO sobre as tábuas, numa interpretação visceral!



 LUCIANA FÁVERO, uma das fundadoras da CIA., é DONA EVARISTA, a esposa de SIMÃO BACAMARTE, fazendo, mais uma vez, como em espetáculos anteriores, da EPIGENIA, a “linha de frente, de atacantes, ao lado de RÔMULO ESTRELA, garantidora de muitos gols”. A personagem “não era tão bonita nem simpática, na descrição de MACHADO, mas foi escolhida pelo alienista, por ter características que a deixavam, segundo este, apta a lhe dar filhos robustos e inteligentes, o que, como já tive a oportunidade de dizer, não aconteceu. Passou pela “Casa Verde”, depois de uma crise comum, na sociedade moderna consumista. LUCIANA é uma excelente atriz e seu maior mérito, a meu juízo, consiste na versatilidade. A cada espetáculo novo, de que ela faz parte, na CIA., um maior desafio, uma personagem que lhe consome muita energia e dedicação, além do talento, que, nela, sobram.



 A GLÁUCIO GOMES, coube o papel de CRISPIM SOARES, o boticário (farmacêutico), amigo de SIMÃO. Era admirador das pesquisas do “mestre”, chegando, até, a dar ideias a ele. Foi preso na “Casa Verde”, por apoiar o barbeiro, em um momento crítico. A mais, no intuito da curiosidade e nota, CRISPIM (Italiano Crispino) era o nome de um criado de comédia, de origem italiana, tornado um tipo chocarreiro, ou seja, daqueles que dizem gracejos e bobagens, no intuito de divertir os outros e se divertir (Eu o chamaria de um meio “bobo da corte”.), mas velhaco e pouco escrupuloso, como o tal personagem da novela, que, possivelmente, o sábio autor tomou como referência. GLÁUCIO também faz parte da CIA. e executa um trabalho merecedor de muitos aplausos.



  DODI CARDOSO, também membro da CIA., interpreta o PADRE LOPES, outro vereador. Era um homem de “muitas virtudes”, motivo que o levou a ser recolhido, também, à “Casa Verde”. Mais tarde, foi posto em liberdade, depois que traduziu obras do grego e do hebraico, mesmo não sabendo nenhuma dessas línguas. O falso intelectualismo servindo de motivo de crítica. O ator se sai muito bem em todas as cenas em que seu personagem age.



 Ainda que eu tenha notado, de uma forma geral, um nivelamento no elenco, devo prestar um destaque a SAMIR MURAD, ator convidado para interpretar PORFÍRIO, o barbeiro, o qual lidera a rebelião contra a “Casa Verde” – a “Rebelião dos Canjicas”, já que “Canjica” era seu apelido -, conseguindo, assim, chegar ao poder na cidade, tudo o que ele ambicionava, o que, depois, mostra, de forma explícita. Era apenas, mesmo, a ambição pelo poder, pois nega-se a colaborar com uma segunda rebelião. Alguma comparação a políticos brasileiros dos últimos tempos e, principalmente, os de hoje, com destaque para aqueles que ocupam o “centrão” (Do palco. RISOS – de revolta.)? SAMIR é um veterano e excelente ator e, na grande maioria das vezes em que o vejo atuando, dedico-lhe aplausos de pé, como nas duas em que assisti a “O ALIENISTA”. Trabalho irretocável!



Um jovem ator, que tem “pedigree”, uma vez que vem de uma família em que a bisavó, DONA Mariinha, também conhecida como DONA Tônia Carrero; o avô, Cecil Thiré; a mãe, Luísa Thiré, além do tios Miguel e Carlos dispensam quaisquer comentários, como atores, é um dos meus preferidos de sua geração. Seu pai também é um ótimo ator, Luiz Nicolau, principalmente de musicais. Poderia ter tido sua origem nessa família e abraçado outra carreira, mas VITOR THIRÉ também “foi mordido pelo bichinho do TEATRO” e, a cada novo trabalho seu, mais aumenta a minha admiração pelo grande profissional que ele é. VITOR interpreta um pastor evangélico, o PASTOR MEDEIROS, também vereador e, como outros atores do elenco, também empresta seu talento a personagens menos importantes na trama: o PACIENTE 33 e um ARTISTA DE RUA, que, do nada, aparece, descendo a rampa do fundo do cenário, imitando o andar e os gestos de Chaplin, como Carlitos. O personagem, inserido no texto dramático, aos meus olhos, foi mais um dos grandes achados dos adaptadores do conto, os quais não perdem a oportunidade de colocar diálogos em que os dois, PADRE e PASTOR, trocam farpas, cada um se defendendo de alguma coisa e acusando o outro, ambos querendo tirar alguma vantagem “para os seus rebanhos”.



     Outra personagem criada para a versão dramática é a enfermeira CISTITE, auxiliar de SIMÃO BACAMARTE, excelentemente interpretada pela atriz TECCA MARIA, cujo “timing” para a “COMÉDIA” está entre os melhores a que tenho assistido nos últimos tempos. A personagem, graças ao texto, é muito engraçada e exige uma atriz à sua altura, para que suas intervenções possam funcionar e provocar o riso no público. É o que se dá em cena.



 A esposa do farmacêutico é CESÁRIA, que ganha vida pela interpretação da atriz TATIANA SOBRAL. Nesta versão teatral, a personagem ganha um pouco mais de relevância que no conto, apresentada como uma grande amiga de DONA EVARISTA, tendo acompanhando a mulher do alienista na “viagem dos sonhos”. Também muito me agradou o trabalho de TATIANA.



     Cada um com suas características próprias, todos os demais atores e atrizes do elenco são importantes, para garantir um delicioso espetáculo. São eles: ERICK VILLAS (LEITOR, POETA FRANCISCO, MALUCO 42, CÉREBRO 3; LAURA CANABRAVA (VETERINÁRIA, VEREADORA EVA DOS PRAZERES); RENATO RIBONE (JORNALISTA, VEREADOR BENÍCIO CUSTOSO, DOIDO 123, CÉREBRO 1); RENATO PERES (VEREADOR, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA, TIÃO COVEIRO, ADOIDADO 1234); ANNA HANNICKEL (DELEGADA, VEREADORA DIRCE DA MATTA, LAVADEIRA MARIA DO CREDO, ABILOLADA 452 e CÉREBRO 2); e EDUARDO ZAYIT (ADVOGADO, PRESIDENTE DA CÂMARA, VITÓRIO FORTUNATO. Meus efusivos aplausos vão para todos do elenco.








 

 

 

FICHA TÉCNICA:

 

Livremente inspirada na obra de MACHADO DE ASSIS, “O ALIENISTA”.

 

Texto: Gustavo Paso e Celso Tadei

Direção: Gustavo Paso

Cenografia: Gustavo Paso

Figurino: Graziela Bastos

Iluminação: Paulo Cesar Medeiros

Trilha Sonora e Direção Musical: André Poyart

Treinamento Vocal: Dodi Cardoso

Adereços: Eduardo Andrade, Renato Ribone, Gustavo Paso, Eduardo Sayit e Malu Guimarães

Direção de Movimento Coro: Edio Nunes

Direção de Arte: Gustavo Paso

 

Elenco: Rômulo Estrela (D. Simão Bacamarte), Luciana Fávero (Dona Evarista), Gláucio Gomes (Crispim Soares), Vitor Thiré (Vereador Pastor Medeiros, Paciente 33 e Artista de Rua - Chaplin), Samir Murad (Barbeiro Vereador Porfirio das Neves, Demente 826), Dodi Cardoso (Vereador Padre Lopes), Renato Peres (Vereador Vice Presidente da Câmara Tião Coveiro,  Adoidado 1234), Tatiana Sobral (Cesária), Tecca Ferreira (Cistite), Anna Hannickel (Delegada Vereadora Dirce da Matta, lavadeira Maria do Credo, Abilolada 452 e Cérebro 2), Eduardo Zayit (Advogado Presidente da Câmara Vitório Fortunato), Erick Villas (Leitor, Poeta Francisco, Maluco 42, Cérebro 3), Laura Canabrava (Veterinária Vereadora Eva dos Prazeres) e Renato Ribone (Jornalista Vereador Benício Custoso, Doido 123, Cérebro 1)

OBSERVAÇÃO: Todos os atores compõem, em algum momento, o coro de vozes e cantos.

 

Identidade Visual nas Artes Gráficas: Putz Creative Studio

Fotos (Oficiais): Luciana Salvatore

Captação de Apoio: Gheu Tibério

Produção Executiva: Júnior Godim

Direção de Produção: Luciana Fávero

Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa

Gestão de Redes Sociais: Fernanda Portella

Realização: Cia. Teatro Epigenia

 

 


 


SERVIÇO:

 

Temporada: de 10 de março a 10 de abril de 2022

Local: Cidade das Artes - Grande Sala

Endereço: Avenida das Américas, 5300, Barra da Tijuca – Rio de Janeiro

Telefone: (21)3325-0102

Dias e Horários: de quinta-feira a sábado, às 20:30; domingo, às 18:00

Valores do Ingressos: R$60,00 (plateia) / R$50,00 (balcão) (Inteira, porém há meia entrada para aqueles que, por força da lei, fazem jus a ela.)

Duração: 90 minutos

Classificação Etária: 12 anos

Lotação: 1200 lugares

Gênero: Comédia Dramática

Acessibilidade: elevador, rampas e assentos especiais

 




      Não vejo necessidade de digitar mais nenhuma palavra, pois creio já tê-los convencido de que vale a pena ir à Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, para assistir, na Grande Sala, a um dos melhores espetáculos em cartaz no Rio de Janeiro, no momento. E olha que a safra está muito boa!





FOTOS: LUCIANA SALVATORE

 


GALERIA PARTICULAR:

 

Com Gustavo Paso e Rômulo Estrela.


Com Luciana Fávero.


Com Gustavo Paso.


Com Samir Murad, Gláucio Gomes e Vitor Thiré.

 



 E VAMOS AO TEATRO,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!

 

RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!

 

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O QUE HÁ DE MELHOR NO

TEATRO BRASILEIRO!!!






































































































































































Um comentário:

  1. Meu avô, que foi um artesão e sapateiro, costumava dizer: "Não basta fazer o calçado. O bom sapateiro tem que ajudar o outro a caminhar" - queria ele dizer que cada um na sua função, precisa zelar para que o seu produto seja algo relevante na vida de quem o recebe.
    As suas críticas fazem eco ao zelo do meu avô. Mesmo tendo o olhar cuidadoso de um bom entendedor que é, você vai além do julgamento, você ensina. Ilumina o olhar de quem o lê. Parabéns!

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