RIO
DIVERSIDADE – OCUPAÇÃO
FORA DO ARMÁRIO
(NEM
MELHOR, NEM PIOR;
APENAS
UM GRANDE ESPETÁCULO:
OPORTUNO E FEITO
COM
MUITO AMOR E COMPETÊNCIA.)
No
final de julho do ano passado (2016),
tive a oportunidade de assistir a uma experiência
teatral, que tinha tudo para me agradar (textos, direções, elenco, tema, proposta...), entretanto não me
disse quase nada e me deixou muito entristecido, pois voltei para casa
frustrado, por não ter encontrado o que esperava.
Não escrevi
sobre o espetáculo. Fiquei em silêncio, como sempre faço, quando a peça não me
agrada, limitando-me a comentar, bem em “off”, com os amigos que me cobravam
uma opinião. Só quando era cobrado; jamais iniciei qualquer conversa sobre a má
impressão que aquela experiência me
causara.
Mas
fiquei muito intrigado, questionando-me os motivos que me levaram, quase, ao
arrependimento de ter saído de casa e me deslocado até o Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho, mais conhecido como o Castelinho do Flamengo. Lamentei, por
muito tempo, aquela noite “perdida”, temperada com uma chuvinha desagradável e
por um frio não menos.
Pois
bem, o espetáculo, ou melhor, a experiência
teatral, já que se tratava de uma ocupação
temática, que comportava quatro pequenos monólogos, de cerca de vinte minutos
cada, intercalados por intervenções de uma “drag
queen”, a qual cantava, “a capella”, e dizia uns pequenos textos, nos
intervalos, entre cada “performance”, voltou à cena, mas, desta vez, em formato
diferente, no Teatro SESI, no Centro do Rio de Janeiro.
Thadeu Matos.
Tão
logo recebi o convite, aceitei-o, de bom grado, muito mais pela curiosidade de
ver como haveriam de transpor, para um palco italiano, o que me fora dado ver
naquele Castelinho do que pelas
peças curtas, em si, ainda que, no fundo, também quisesse entender por que elas
não me agradaram tanto; ou, simplesmente, não me agradaram.
A
resposta foi facilmente encontrada no último sábado (21 de janeiro / 2017) e, graças aos DEUSES DO TEATRO, RETIFIQUEI
a má impressão anterior e digo, do fundo d’alma, que saí do SESI em total estado de graça.
É tudo muito simples: na
primeira versão, a experiência se
mostrava como algo meio inédito, já que os quatro monólogos aconteciam,
simultaneamente, em quatro espaços diferentes, obviamente, daquele Castelinho, restrito a sessenta
espectadores, divididos em quatro grupos de quinze, os quais tinham de se
locomover, de um lugar a outro, ao final de cada apresentação, subindo e
descendo longas escadas e tendo de se espremer, em espaços exíguos, ficando muito
mal acomodados, em banquinhos, almofadas ou de pé, o que não é nada agradável,
nem aconselhável, principalmente para quem já ultrapassou a casa dos sessenta
anos e carrega, consigo, nove pinos e quatro placas de titânio na coluna
vertebral.
Larissa Bracher.
O desconforto
e a preocupação em deixar, rapidamente, o lugar em que estava, para tentar uma
acomodação razoável, no outro monólogo, associado à péssima acústica das salas
do Castelinho, que, ainda por cima,
recebia os sons urbanos (buzinas, gritos, freadas dos veículos), tudo isso contribuiu
para o meu, mais que justificado mal-estar e mau humor. Apesar de não ter
problemas auditivos, não conseguia ouvir, com clareza, os textos, os quais, certamente, deveriam ser bons, já que foram
escritos por alguns de nossos melhores dramaturgos. Finalmente, no último
sábado, constatei que, realmente, não
eram bons; SÃO ÓTIMOS!!!
Os autores: Marcia Zanelatto, Jô Bilac,
Daniela Pereira de Carvalho e Joaquim Vicente.
Os diretores: César Augusto, Renato Carrera,
Ivan Sugahara e Guilherme Leme Garcia.
Os atores: Larissa Bracher, Kelzy Ecard,
Gabriela Carneiro da Cunha e Thadeu Matos.
A anfitriã: Magenta Downing (Bruno Henriquez).
Com
o objetivo de que a adaptação não comprometesse a qualidade do espetáculo e,
principalmente, conseguisse manter as propostas de cada autor, aproveitando o imenso talento de cada um do elenco, os diretores promoveram muitas modificações, em suas propostas,
praticamente, um trabalho inédito de direção,
em função do novo espaço, que só fez agregar valores positivos a esta montagem.
Continuo
achando lindo o Castelinho do Flamengo
e acho que deveria ser mais bem aproveitado, em termos culturais, mas lugar de TEATRO é no TEATRO, salvo
algumas propostas interessantes e bem-sucedidas, que já tive a oportunidade de
ver, em espaços alternativos (até na rua), mas não no Castelinho do Flamengo. Acrescento que, no ano passado mesmo,
teimoso que sou, aceitei o convite para outra experiência teatral, do mesmo feitio, lá, e saí pior do que da
primeira vez.
Esqueçamos
o Castelinho e falemos do excelente espetáculo que pude ver no Teatro SESI.
Em
tempos em que, a despeito de algumas poucas conquistas, ainda nos vemos lutando,
diariamente, contra os homofóbicos, os misóginos, os intolerantes, que não
conseguem enxergar a legitimidade da diversidade, principalmente de gêneros, e num
panorama caótico, em que nos chegam notícias, a toda hora, de pessoas, que “nasceram em corpos errados”, sendo
agredidas, física e moralmente, até a morte, desrespeitadas, vilipendiadas,
como cidadãos e seres humanos, nada mais importante, construtivo e oportuno do
que um grupo de artistas se juntar e propor uma OCUPAÇÃO TEATRAL, que tem como tema a diversidade de gênero e a proposta de discutir sobre ela, sob todos
os aspectos.
Isso é o que
está esperando por você, que ainda não viu ou que quer rever, o espetáculo “RIO DIVERSIDADE – OCUPAÇÃO FORA DO
ARMÁRIO”, em cartaz, até o dia 11 de
fevereiro, no palco do Teatro SESI, no Centro do Rio de Janeiro, e a preço de
cinema.
E é bom que se
diga que esta ocupação foi indicada
a um importante prêmio de TEATRO, no
Rio de Janeiro, na categoria “inovação”, “por fomentar a discussão em torno da identidade de gênero, através do
TEATRO”.
A ideia da OCUPAÇÃO surgiu depois que, em 2013, MARCIA
ZANELATTO, idealizadora do
projeto, esteve em Londres, para uma mostra de dramaturgia brasileira, a “Red Like Embers”, no Theatre503.
Lá, pôde constatar a eficácia da peça
curta, formato, até então, pouco explorado no Brasil, e do evento temático, como propulsor
de novas dramaturgias, o que serviu de inspiração para montar uma ocupação LGBTQ
O espetáculo,
como já foi dito, é dividido em quatro monólogos e será, aqui, comentado e
analisado na ordem em que eles foram apresentados, todos girando em torno da diversidade sexual e de gêneros:
Gabriela Carneiro da Cunha.
GENDERLESS -
UM CORPO FORA DA LEI
Texto: Marcia Zanelatto
Direção: Guilherme Leme Garcia
Atuação: Larissa Bracher
SINOPSE: A inspiração para este texto veio de um caso real. Em 2010,
depois de travar uma luta burocrática contra o Estado da Austrália, NORRIE MAY-WELBY se tornou a primeira
pessoa do mundo a ser reconhecida como "sem
gênero específico" (genderless).
A partir do fato, a peça
reflete, poeticamente, como muito bem sabe fazer MARCIA ZANELATTO, em seus textos,
alguns premiados, sobre os gêneros masculino e feminino e os conflitos entre as
identidades sexuais e as estruturas sociais.
A abertura do
espetáculo já é de causar grande impacto, pela grandeza do texto, de MARCIA ZANELATTO)
e a brilhante interpretação de LARISSA
BRACHER, que faz o que quer, com a voz e o corpo, sentada numa cadeira, com
um “tablet” nas mãos, o que lhe garante 95% da iluminação da cena (os outros 5% vêm de um acanhado canhão). O/A personagem questiona-se, o tempo
todo, acerca do porquê de ter “nascido
num corpo errado”, e vai relembrando todo o seu sofrimento; primeiro, pela
própria aceitação, o que, até, não custou tanto, já que afirma, repetidas
vezes, que tinha a certeza daquele “erro
genético”; depois, a fase pior, da aceitação alheia, sofrendo “bullying” e toda sorte de
discriminação. O minimalismo predomina neste monólogo e é lindamente explorado.
A qualidade do
texto, a irretocável interpretação da atriz e a brilhante direção, de GUILHERME LEME GARCIA, levam o espectador a se projetar naquela
figura em cena, entendendo e sofrendo por, e com, ela. É o TEATRO, promovendo a reflexão. O objetivo da proposta da OCUPAÇÃO já começa a dar certo.
COMO DEIXAR DE SER
Texto: Daniela Pereira de Carvalho
Direção: Renato Carrera
Atuação: Kelzy Ecard
Assistente de Direção: Pedro Uchoa
SINOPSE: Uma mulher de meia idade está presa, dentro do "armário-sala",
herança da mãe, que perdera havia 87 dias, simbolizando sua prisão interna.
Durante 20 minutos de
exasperação, ela divide, com a plateia, o peso de não ter a coragem de assumir
quem é, verdadeiramente, revelando seus pensamentos e desejos mais profundos,
reprimidos pela sociedade, ainda nos dias de hoje.
Aqui,
o problema tratado é o do arrependimento da personagem, por não se ter
permitido ser feliz, por não ter assumido sua sexualidade. Lamenta a felicidade
que poderia ter conhecido, relacionando-se, homoafetivamente, com uma antiga
colega, professora como ela.
Ela fala, o
tempo todo, com um gato invisível (e revolta-se contra ele), cuja identidade
acaba sendo assumida pelos espectadores. É conosco que ela fala. E a nós que
ela lança, ainda que de forma velada, seu pedido de comiseração.
Uma vida
(vida?) perdida, não vivida; uma felicidade jogada na lata do lixo, por falta
de coragem.
O monólogo
mexe muito com a sensibilidade dos espectadores, quer por identificação com a
personagem, quer pela consciência de que, talvez, no lugar dela, tivesse o
mesmo comportamento, já que é difícil, para todos, criar coragem e enfrentar os
medos e as incertezas.
De qualquer
forma, é uma situação muito triste e tão próxima a cada um de nós...
Desnecessário
é dizer que KELZY ECARD, com toda a
sua experiência de grande atriz, premiada tantas vezes, incorporou a personagem
intensamente, contando com uma bela direção,
de RENATO CARRERA, apoiada num texto muito bem alinhavado, por DANIELA PEREIRA DE CARVALHO, já tantas
vezes premiada, em que a autora não
se preocupou em poupar nada nem ninguém, menos ainda apontou possíveis culpados
por aquele fracasso.
E continua o TEATRO a provocar o livre pensamento!!!
A NOITE EM CLARO
Texto: Joaquim Vicente
Direção: César Augusto
Performance: Thadeu Matos
Assistência de Direção: Breno Motta e Luisa Pitta
SINOPSE: O autor do texto,
JOAQUIM VICENTE, lembra que ainda
estava sob o impacto do assassinato do ator e diretor teatral Luiz Antônio Martinez Corrêa, em 23 de dezembro de 1987, quando, numa
manhã, um amigo, escritor famoso, chegou, pouco antes das seis horas, à sua
casa, contando que havia passado “a
noite em claro”, com um assassino, que, talvez, fosse o que estava sendo
procurado pela morte do Luiz Antônio.
É essa noite, esse
momento, essas angústias que queremos retratar nesta peça, ouvindo todos os
envolvidos.
Aqui, um contundente – e
verídico - relato foi transformado numa peça, que provoca medo e desconfiança,
que alerta para os perigos de “dormir
com o inimigo”.
Trata de um assunto tão do nosso dia a dia.
Quantas vezes acordamos com a notícia de algum homossexual que, após uma noite
de amor, com um garoto de programa, acaba sendo assassinado, muitas vezes, com
requintes de perversidade, por seu algoz, geralmente para roubar pertences e
bens da suas vítimas? Quando não as eliminam, deixam-nas amarradas, amordaçadas
e drogadas, por até mais de um dia, apoderando-se daquilo de valor a que
tiverem acesso. As estatísticas e os números não mentem.
No caso de Luiz Antônio Martinez Corrêa, a coisa
chegou ao extremo da brutalidade. Seu corpo foi
encontrado, amarrado de pés e mãos, com um golpe na cabeça, estrangulado e
mutilado, com 107 facadas, em seu apartamento, em Ipanema.
O
ator THADEU MATOS, com um perfeito “physique du rôle”, para o papel do
assassino, é muito mais que um belo exemplar masculino e dá uma verdadeira aula
de interpretação, sob a corretíssima direção
de CÉSAR AUGUSTO, sobre um texto forte, agressivo, contundente,
como não poderia deixar de ser, de JOAQUIM
VICENTE. Um texto para ser dito
com firmeza, um discurso de ódio, que, na boca e na magnífica interpretação do
jovem talentoso THADEU, ganha
destaque, insistindo, cinicamente, mas parecendo ser seu real pensamento, em
justificar, “legitimamente”, a
necessidade de acabar com aquele tipo de “câncer” na sociedade.
E
lá vamos nós refletindo mais um pouco! E viva o TEATRO!
FLOR CARNÍVORA
Texto: Jô Bilac
Direção e Trilha Sonora: Ivan Sugahara
Atuação: Gabriela Carneiro da Cunha
Assistência de Direção: Beatriz Bertu
SINOPSE: Numa imaginária sociedade vegetal, uma plantação de soja
procura dar um golpe monocultural, o
que faz as demais plantas protestarem, em defesa da pluralidade.
Em plenária, a flor
carnívora afirma o hermafroditismo das plantas, sua indefinição de gênero, sua
intersexualidade, e protesta contra a colonização organizadora do homem, que
procura catalogar e normatizar o que a natureza criou diverso.
Um hilário ato de
liberdade por “menos transgênico e mais
transgênero”.
Fora Soja!
Fica Diversidade!
Apesar
de a temática abordada nos quatro monólogos convergir para o campo da aridez, abordando
um assunto bastante sério, que precisa, ainda, e muito, ser discutido pelas
sociedades, não só a brasileira, este último monólogo, não abrindo mão da
seriedade do que trata, parte para uma proposta de, através do humor, cáustico
e inteligente, bem próprio de JÔ BILAC,
e de um total surrealismo, do “non sense”, tocar as pessoas para uma reflexão
sobre a intersexualiadade, utilizando uma genial ideia metafórica, transposta
para o universo vegetal.
A partir
daqui, o público se sente um pouco mais leve, sem abandonar o pensamento
crítico-reflexivo, divertindo-se com a excelente atuação de GARBRIELA CARNEIRO DA CUNHA, dirigida
pelo sempre criativo IVAN SUGAHARA.
E a reflexão
não diminui por conta da leveza deste monólogo.
O espetáculo
poderia ser comparado a um belo e delicioso bolo, cuja cereja é representada
por uma “Drag Queen”, MAGENTA
DAWNING, personagem criado pelo ótimo ator, diretor e cantor BRUNO HENRIQUEZ, um mestre de
cerimônias, que, além de abrir e encerrar a noite, apresenta números musicais
durante os intervalos e diz interessantíssimos textos, escritos por ele. Os de
agora são bem diferentes, e melhores, que os da primeira versão, completamente
ajustados aos dias de hoje.
Para que o
espetáculo pudesse ser transposto para um palco italiano, o cenógrafo DANIEL DE JESUS trabalhou bastante, junto com os diretores, para chegar às excelentes
soluções encontradas. Tudo ocorre num mesmo palco, com mudanças de cenários, os quais obedecem a uma
espécie de “efeito cebola”, em “camadas”, avançando para o fundo do palco.
Assim, o
primeiro monólogo ocorre no proscênio e, como elementos cênicos, apenas uma
cadeira e um “tablet”, como já foi dito. E não precisava mesmo de mais nada,
tanto em termos de cenário como de iluminação
Para o
segundo, abre-se a cortina e o ambiente é um quarto, ou um “armário-quarto”,
dentro do qual a atriz se movimenta. O cenário
é fantástico: uma tela gigante, com muitas peças de roupas penduradas, cobrindo-a quase
totalmente, três abajures e alguns objetos de cena. Dá a impressão de que, ao
fundo, temos uma parede, à qual as peças de roupa são afixadas, mas, na verdade,
para a realização do próximo monólogo, tão logo as cortinas se fecham, a tela
desce e tudo vira um grande rolo, fácil de sair de cena, para dar lugar à
próxima ambientação.
Quanto à luz,
não muito forte, com focos sobre alguns detalhes da parede, com a imagem de uma
santa.
O cenário mais interessante e impactante,
a meu juízo, é o do terceiro monólogo, que utiliza, no meio de outros elementos cênicos, uma mesa com dezenas de
facas nela cravadas, uma imagem bastante forte, agressiva e necessária. Aqui, é
utilizado o recurso de o ator aparecer, também, em imagens, de ótima resulação,
em tempo real. Pouca luz, para um ambiente lúgubre.
No último
monólogo, a maior diferença, em relação ao cenário
da primeira versão. Enquanto, lá,
foram utilizados grandes vasos com plantas naturais, entre os quais o público
se posicionava, agora, há vários vasos e arranjos de plantas artificiais, pendurados, que
se mexem, em movimentos ascendentes e descendentes, criando um clima de
vida, que o texto exige. Neste quadro, a luz é mais farta e variada e também é
utilizado o recurso de uma câmera, captando imagens da atriz, saindo para a
rua, num figurino exótico, misturando-se aos veículos e transeuntes, numa espécie
de “happening florestal”.
Preparando a mudança de cenário.
Já que falei
em figurinos, todos assinados,
creio, por MÁRCIO MELO, que, na ficha técnica, aparece como responsável
pelo visagismo, nada está fora do
contexto e funciona a contento.
Absolutamente
tudo me agrada, no espetáculo, mas gostaria de fazer dois destaques, que
considero muito especiais e fundamentais.
Em primeiro lugar,
a ideia de utilizar uma “Drag Queen”
como elo entre os monólogos é muito boa, entretanto foi um grande risco que os
diretores e a idealizadora do projeto correram. Por quê? Em geral, a figura da “drag” é associada ao ridículo, à
imagem quase de um “clown”, que, a
rigor, aparece “para aparecer”,
querendo ser engraçada e, muitas vezes, sem a menor graça.
A escolha do
talentoso BRUNO HENRIQUEZ, na figura
de MAGENTA DAWNING foi um achado,
perfeita, porque ele inspira credibilidade, desde sua primeira aparição, num
traje exótico, exuberante, adentrando o salão, com luzes “de serviço”,
encostando-se ao palco e se dirigindo à plateia, com o primeiro de seus
excelentes textos. À sua passagem, algumas
pessoas parecem se incomodar e trocam comentários. O público ri, mas não
debocha, porque ele/ela, logo ao
se virar para a plateia, sabe se impor, com graça e inteligência, com humor
fino e apurado, com naturalidade, sem apelações e afetações. Figura indispensável na peça!!!
O
segundo detalhe, que me deixou extremamente feliz, é que existem “héteros e
homos”, no projeto, o que não faz a menor diferença, mas, EM MOMENTO ALGUM, é levantada alguma bandeira a favor da
homossexualidade.
A única
preocupação é chamar a atenção do público para a necessidade de se respeitar a
diversidade de gênero, de compreender que cada um é dono da sua vida e do seu
destino e que ninguém tem o direito de não enxergar alguém da comunidade LGBTQ como um diferente. “Somos todos
iguais nesta noite”, neste dia, nesta vida, neste mundo...
A
peça chama a atenção para a igualdade,
que vai gerar uma fraternidade
libertadora, a qual desaguará na liberdade
de viver, cada um como é ou como escolheu ser.
Emocionado,
eu recomendo muito o espetáculo e espero voltar, no último dia, 11 de fevereiro, para aplaudir, de pé, mais uma vez, esta experiência teatral.
NÃO PERCAM!
Gabriela.
Thadeu.
Kelzy.
FICHA
TÉCNICA:
Idealização e Direção Geral: Marcia Zanelatto
Elenco: Bruno Henriquez, Gabriela Carneiro da Cunha, Kelzy Ecard, Larissa Bracher e Thadeu Matos
Direção: César Augusto, Guilherme Leme Garcia, Ivan Sugahara e Renato Carrera
Cenários e Design Gráfico: Daniel de Jesus
Iluminação: Daniela Sanchez e Tiago Mantovani
Design de Som para a peça "Genderless": Marcello H.
Visagismo: Márcio Mello
Cenotécnico: Renato
Contrarregragem: Renato Barreto e Cristiane Murilo
Técnico de Luz: Anderson Peixoto
Fotos: Elisa Mendes e Juliana Chalita
Vídeo: Diogo Fujimura
Edição de Vídeo: Raquel Diniz
Mídias Sociais: Marina Rattes
Assistente de Produção: Glauco Deris
Produção Executiva: Pedro Uchoa
Direção de Produção: Juliana Mattar
Realização: Transa Arte e Conteúdo
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella
Stephany
SERVIÇO:
Temporada: De 12
de janeiro a 11 de fevereiro de 2017
LOCAL: Teatro SESI
- Centro
Endereço: Rua Graça Aranha, nº1 - Centro / Rio de Janeiro (próximo à
Estação Metrô Cinelândia)
Tels: (21) 2563-4168 e 2563-4163
Dias
e Horários: Às 5ªs e 6ªs feiras, às 19h30min; aos sábados, às 19h
Duração:
110 minutos
Valor
dos Ingressos: R$40,00 e R$20,00 (meia-entrada, para os que fizerem jus ao
benefício)
Capacidade:
338 espectadores
Classificação
Indicativa: 18 anos
Aplausos!
(FOTOS: ELISA MENDES e JULIANA CHALITA.)
GALERIA PARTICULAR (FOTOS: MARISA SÁ.)
Com Marcia Zanelatto.
Com Kelzy Ecard.
Com Thadeu Matos.
Com Gabriela Carneiro da Cunha.
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