sábado, 28 de janeiro de 2017


BOSSA NOVA EM CONCERTO

 

 

(“É SOL, É SAL, É SUL”.

ou

UM BELO TRIBUTO

AO MAIOR MOMENTO DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA.)

 

 



            Tendo como embrião, o musical “Garota de Ipanema – O Amor É Bossa”, que inaugurou o lindo Teatro Riachuelo, no Centro do Rio de Janeiro, está em cartaz, até o dia 20 de fevereiro, em horário alternativo, agora no Teatro Clara Nunes, um espetáculo, mais para um “show” que para TEATRO, ainda que haja, nele, elementos teatrais, o que, absolutamente não tem a menor importância, a ponto de eu me decidir por escrever sobre ele, num blogue sobre TEATRO, espetáculo que empolga o espectador, da primeira à última cena, principalmente os mais velhos, se bem que os jovens também saiam do teatro felizes e agradecidos pelo que viram e com a certeza de que música boa não é o que eles cantam e dançam, hoje em dia, com raras exceções.

Estou falando de “BOSSA NOVA EM CONCERTO”, um espetáculo que reúne cinco excelentes atores/cantores, para contar as origens, o surgimento e a bela trajetória de um movimento que extrapola a categoria musical, reconhecido no mundo inteiro, projetando a nossa cultura e levando-a aos quatro cantos do planeta. Falo da BOSSA NOVA.
 
 
 
Tatih Köhler e Cláudio Lins.
 



Não perderei tempo, falando desse movimento artístico-musical, pois as informações sobre ele, para quem não o conhece ou do qual só ouviu falar (Uma pena!!!) estão à disposição de qualquer um, na internet e, de uma forma muito mais agradável, no palco do Teatro Clara Nunes, com um texto enxuto, bem didático (sem ser chato) e ilustrativo, fruto de um profundo trabalho do pesquisador RODRIGO FAOUR, transformado em texto para o palco, por ele e por SÉRGIO MÓDENA, que também dirige o espetáculo.

 

Cláudio Lins.
 
 
 

 
SINOPSE:
 
“BOSSA NOVA EM CONCERTO” faz um passeio pelas principais canções que marcaram um dos movimentos mais importantes da chamada MPB, que marcou os anos 50 e 60, principalmente, e que só encontra concorrente na Tropicália.
 



 
O elenco.
 
 
 
De acordo com o “release”, enviado pesa assessoria de imprensa, “o espetáculo conta a história da Bossa Nova, através de um repertório de canções, as quais marcaram um dos movimentos mais influentes da música popular brasileira e que revelou nomes como Vinícius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto. E eu poderia acrescentar: Sylvia Telles, Nara Leão, João Donato, Marcos e Paulo Sérgio Valle, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Wanda Sá, Leny Andrade, Ronaldo Bôscoli, Roberto Menescau... (E haja espaço, para tantos nomes!)

Segundo Aniela Jordan, da Aventura, produtora do evento, “Este espetáculo, que é um musical show, traz, de volta, à cena, depois de ‘Garota de Ipanema’, as principais músicas da Bossa Nova, desta vez contando a trajetória de um importante gênero da música brasileira”.

Vemos, no palco, acompanhados por um excelente quarteto de músicos - CLÁUDIA ELIZEU, RAFAEL MAIA, MATIAS CORRÊA E MARCOS AMORIM - cinco dos mais consagrados nomes do TEATRO MUSICAL BRASILEIRO, por sua excelência na interpretação e no canto: CLÁUDIO LINS, TATIH KÖHLER, STEPHANIE SERRAT, EDUARDA FADINI e KÉSIA ESTÁCIO, ora em solos, ora em duplas ou em conjunto, em inesquecíveis interpretações das composições que ficaram na memória afetiva de toda uma geração, como “Samba De Uma Nota Só, “Ela É Carioca” “O Barquinho”, “Chega De Saudade”, “Garota De Ipanema”, “Samba De Verão”... São, ao todo, 28 canções, algumas repetidas parcialmente, incluindo três ou quatro que não são da BOSSA NOVA, mas necessárias à estrutura dramática do musical.

 

 
                           Stephanie Serrat e Cláudio Lins.
 
 
 
                                                Cláudio Lins e Tatih Köhler.
 
 
 

 
 “SET LIST”:
 
RIO (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli)
SÓ DANÇO SAMBA (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
SAMBA DE UMA NOTA SÓ (Tom Jobim e Newton Mendonça)
ELA É CARIOCA (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
SAMBA DA MINHA TERRA (Dorival Caymmi)
BALANÇO ZONA SUL (Tito Madi)
O BARQUINHO ( Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli)
CORCOVADO (Tom Jobim)
CHEGA DE SAUDADE (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
COPACABANA (João de Barro e Alberto Ribeiro)
NINGUÉM ME AMA (Antônio Maria e Fernando Lobo)
OUÇA (Maysa)
TUDO ACABADO (J. Piedade e Osvaldo Martins)
ESTRADA DO SOL (Tom Jobim e Dolores Duran)
SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
MINHA NAMORADA (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes)
DINDI (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira)
MANHÃ DE CARNAVAL (Luiz Bonfá e Antônio Maria)
A FELICIDADE (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
INFLUÊNCIA DO JAZZ (Carlos Lyra)
GAROTA DE IPANEMA (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
SAMBA DE VERÃO (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle)
MAS QUE NADA (Jorge Bem Jor)
MEDITAÇÃO ( Tom Jobim e Newton Mendonça)
O MORRO NÃO TEM VEZ (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
ESSE MUNDO É MEU (Sérgio Ricardo e Ruy Guerra)
CANTO DE OSSANHA (Baden Powell e Vinícius de Moraes)
SAMBA DO AVIÃO (Tom Jobim)
 


 
Eduarda Fadini.
 


Faço questão de concordar com CLÁUDIO LINS, e lamentar muito, como ele, quando diz que “Percebo que a cidade do Rio de Janeiro, apesar de ser o berço da Bossa Nova, não tem, na sua programação fixa, ‘shows’ e espetáculos que tratem do tema. Então, acredito que possamos preencher essa lacuna, com humor, leveza, emoção e boa música, logicamente!”. Acrescento duas observações: a primeira é que o brasileiro, de uma forma geral, não sabe reconhecer e valorizar o que representou, e ainda representa, a BOSSA NOVA para a nossa cultura; a segunda é que, se a BOSSA NOVA tivesse sido “inventada” pelos americanos, estaria dominando o mundo inteiro, até hoje. Felizmente, temos um “BOSSA NOVA EM CONCERTO”, que espero ver em cartaz por muitas outras temporadas, uma espécie de "Sassaricando" dos tempos atuais, para nos alegrar e resgatar um pouco daquela época de ouro da chamada MPB

            O espetáculo é muito simples, porém de uma incrível qualidade superlativa. É para os ouvidos, menos para os olhos, tanto que, além dos belos, elegantes e discretos figurinos, criados pelos próprios atores e pela direção do espetáculo, não há, no palco, além dos instrumentos musicais, outros elementos cênicos. Resumindo, praticamente, não há cenário, o que não faz a menor falta.

A boa e comedida, como deveria mesmo ser, direção é de SÉRGIO MÓDENA, que, além de já ter assinado grandes espetáculos teatrais, que não são musicais, todos de excelente qualidade, também já teve suas experiências no gênero teatral em tela, como "Sambinha”, “Bossa Novinha” e “Forró Miudinho", de Ana Velloso, uma linda e premiada trilogia para o TEATRO INFANTIL, dentre outros espetáculos. 



Tatih Köhler.



O texto, de MÓDENA e do jornalista e pesquisador musical RODRIGO FAOUR, confere, ao espetáculo, um formato bem informal, criando uma cumplicidade com a plateia, que, em alguns momentos, é convidada a cantar com os artistas. Aliás, sem ser convidada, também, tão contagiante é a proposta.

Para o diretor, “a Bossa Nova é um estilo livre, descontraído e leve”, o que justifica o formato do espetáculo e a reação e participação do público.

A dinâmica estrutural do espetáculo o apresenta dividido em quatro partes: na primeira, são abordadas as histórias e curiosidades sobre o nome do movimento, o porquê de “BOSSA NOVA”; na segunda, fala-se da origem do estilo musical, as influências do passado e como o cenário musical brasileiro propiciou o seu surgimento; o terceiro bloco trata dos costumes dos artistas da época e os locais onde se reuniam para criar, fala do berço da BOSSA NOVA; e o último mostra como ela ganhou o mundo. O final da letra de “Estamos Aí” (de Maurício Einhorn) diz tudo: “E PRO MUNDO TODO VAI MOSTRAR, ENTÃO / QUE A BOSSA NOVA CRESCE / QUE A BOSSA NOVA VENCE / QUE A NOSSA BOSSA VALE / ESTAMOS AÍ”.
 
Stephanie Serrat e Tatih Köhler.


Indicada a prêmios e vencedora de alguns, DÉLIA FISCHER, destaca-se, mais uma vez, como arranjadora e diretora musical. Tanto os arranjos musicais como os vocais trazem a marca, mais que excelente, do trabalho e do talento de DÉLIA. Segundo ela, "A nova produção reúne canções que já faziam parte do musical 'Garota de Ipanema', acrescidas de outras, tão conhecidas e importantes como, mas que acabaram ficando de fora do outro espetáculo. O espectador terá a oportunidade de fazer uma viagem às décadas de 50 e 60 e se lembrar de músicas marcantes para a nossa história".

Não podem faltar comentários elogiosos, os trabalhos de ROBERTA SERRADO, que assina a coreografia, e TOMÁS RIBAS, responsável pelo correto desenho de luz

 

Cláudio Lins.





 
FICHA TÉCNICA:
 
Texto - Rodrigo Faour e Sérgio Módena
Direção - Sérgio Modena
 
Elenco: Cláudio Lins, Eduarda Fadini, Klésia Estácio, Stephanie Serrat e Tatih Köhler
 
Direção Musical - Délia Fischer
Coreografia - Roberta Serrado
Desenho de Luz - Tomás Ribas
Figurino: Elenco e Direção
 
Músicos: Cláudia Elizeu (pianista regente), Rafael Maia (bateria, percussão, trompete e flugel), Matias Correa (baixo) e Marcos Amorim (guitarra e violão)
 
 



 
Klésia Estácio. 



 
SERVIÇO:
 
Temporada: Até 20 de fevereiro (2017)
Local: Teatro Clara Nunes
Endereço: Shopping da Gávea - Rua Marquês de São Vicente, 52 / 3° piso, Gávea - Rio de Janeiro
Dias e horários: sábados, às 19h; domingos, às 18h; 2ªs feiras, às 21h
Duração: 75 minutos
Vendas:
Na bilheteria: De 2ª feira a sábado, das 13h às 21h; domingo, das 13h às 20h
Pelo site: www.ingresso.com
Preços: R$70,00 (inteira) / R$35,00 (meia-entrada, a quem fizer jus, legalmente, ao benefício)
Classificação Etária: Livre
 

 
 

 

 

            Para um final de tarde/início de noite (19h), de um horário de verão, aos sábados; ou para após a praia (18h), no domingo; ou, ainda, para iniciar bem a semana, numa segunda feira (21h); nada mais recomendável que assistir a “BOSSA NOVA EM CONCERTO”.

           

Vida longa a este musical!!!


 

 
(FOTOS: FELIPE PANFILI.)
 



 
GALERIA PARTICULAR
(FOTOS: ALEXANDRE POMAZALI.)
 

 

Com Cláudio Lins, Matias Correa e Délia Fischer.
 
 

Aplausos! Bravi!

 

 

 

 

 

 

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