ENTREPARTIDAS
(ENTRE PARTIDAS, PARADAS, IDAS
E CHEGADAS.
ou
ENTRE GESTOS, PALAVRAS,
OUSADIA, GENIALIDADE, EMOÇÃO E BELEZA.
ou
ENTRE OUTRAS COISAS...)
A maior "caixinha
de surpresas", como se diz, não é o futebol que nos oferece; é o TEATRO.
Nos meus 67 anos de
idade, com a bagagem teatral que carrego, de ator, crítico e jurado de prêmios
de TEATRO, com quase 300 espetáculos
teatrais vistos, por ano, não poderia imaginar que a noite de 7 de outubro de 2016 me guardaria uma surpresa tão interessante, agradável,
marcante, indelével, como o espetáculo "ENTREPARTIDAS",
apresentado pela companhia TEATRO DO
CONCRETO, comemorando seus 10 anos
de existência, de Brasília, que,
felizmente, não é, apenas, um celeiro, um antro, de políticos ladrões e
corruptos, praticamente um pleonasmo.
"ENTREPARTIDAS" é daqueles
espetáculos que gostaríamos de que o mundo inteiro visse, de que a temporada
fosse eterna.
É uma experiência LINDA e EMOCIONANTE, também divertida, do primeiro ao último momento.
É difícil escrever
sobre ele, porque é um explodir de emoções e sentimentos, e emoções e
sentimentos não podem ser descritos; têm de ser sentidos, vividos.
Ao me despedir dos
atores e do diretor, na porta do cemitério São
João Batista, após uma demorada ovação aos atores e enquanto uma senhora
fazia um despacho, no canto do muro do cemitério, confessei a todos que,
provavelmente, eu não conseguiria escrever sobre a peça, por total incapacidade
de encontrar as palavras que pudessem exprimir o meu estado de graça, naquele
momento.
Texto brilhante, direção impecável, produção cuidadosa
e competente e um elenco de
"tirar o chapéu"
Deu vontade de que
a noite jamais acabasse...
Sendo assim, vou me
ater a pequenas considerações, insistindo em que TODOS DEVERIAM ASSISTIR A ESTA EXPERIÊNCIA ÍMPAR, e vou me
apropriar, bastante, do “release”
que me foi encaminhado pela assessoria
de imprensa, nas pessoas de JÚNIA
AZEVEDO e BERNARDO MOURA (ESCRITA
COMUNICAÇÃO), para que fiquem sabendo do espetáculo e da companhia.
Segue o "release", com adaptações) que me enviaram (LEIAM ATÉ O FIM!)
“Uma experiência
de teatro inusitada pelas ruas do Rio.
Em peça
itinerante, espectadores circulam, de ônibus, pela cidade, rompendo a fronteira
entre o público e o privado, entre a ficção e a realidade, numa viagem sobre ‘amor e abandono’.
O espetáculo é
vencedor do Prêmio SESC do Teatro
Candango 2011 de Melhor Espetáculo, Direção, Dramaturgia e Ator.
A peça será
apresentada, no Rio de Janeiro, de 7 de outubro a 14 de novembro (VER
SERVIÇO), e em Paraty, de 17 a 20 de novembro (idem).
O espetáculo tem a direção de FRANCIS WILKER, e é um dos mais aplaudidos projetos do TEATRO DO CONCRETO, grupo que pesquisa
as relações entre TEATRO e outras
linguagens artísticas, como a intervenção urbana e a 'performance'. A peça
conta com o incentivo do Fundo de Apoio
à Cultura do DF (FAC) e do Prêmio
Myriam Muniz da Funarte.
O espetáculo
acontece durante uma viagem de ônibus pela cidade. As cenas se desenrolam
dentro do veículo e, ao longo do caminho, por onde os espectadores transitam.
Durante o percurso, que inclui algumas paradas, 14 atores entram e saem de cena, quase todos fazendo mais de um
personagem, misturando-se com o público, quebrando a fronteira entre palco e
plateia.
Com texto de JONATHAN ANDRADE, os personagens trazem histórias de amor e
abandono, encontros e desencontros, chegadas e partidas, vida e morte. ‘A
peça é um mergulho nas relações humanas e no espaço urbano. A partir de uma
viagem pela cidade, queremos levar o espectador a uma viagem para dentro de si
mesmo’, explica WILKER.
Além da peça,
haverá um encontro, com grupos de teatro de cada cidade, para intercâmbio de
conhecimento. A temporada inclui, ainda, um ‘workshop’, sobre cena e espaço
urbano, e o lançamento do livro “Do
Concreto [Inventário Fotográfico] Uma Década De Teatro”, do fotógrafo Thiago Sabino.
Encenado desde 2010,
sempre com muitos elogios, ‘ENTREPARTIDAS’
é resultado de dois anos de pesquisa do TEATRO
DO CONCRETO sobre o tema “amor e
abandono na sociedade contemporânea”. É o sexto trabalho do grupo, que
mantém atividade contínua desde 2003.
Com um formato que
foge aos modelos tradicionais de encenação, o espetáculo transita entre os
espaços público e privado: a rua, a praça, a casa. A peça fala da rotina
caótica da grande cidade, do individualismo e da solidão, da transitoriedade
das relações afetivas.
‘ENTREPARTIDAS’ estreou em Brasília, em
abril de 2010. Em seguida, participou da mostra local do Projeto Palco Giratório, do
SESC DF e do Festival Internacional
de Teatro Cena Contemporânea. Em 2011, participou da mostra Concreto Em 7 Atos, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil)
Brasília, e foi vencedor do Prêmio
SESC do Teatro Candango 2011: melhor
espetáculo, direção, dramaturgia e ator. No mesmo ano, o espetáculo foi tema de debate no Festival Internacional de Teatro de Cádiz,
na Espanha. Em 2012, foi apresentado nas unidades do SESC DF e convidado para participar em Goiânia da Mostra de Teatro
da Aldeia Diabo Velho, do SESC GO”.
Poderia ser melhor o currículo de
apresentação da peça? (ESTAS SÃO PALAVRAS MINHAS.)
“Do ponto de vista
da pesquisa de linguagem, ‘ENTREPARTIDAS’
é um espetáculo que possibilita, ao público, a fruição das diferenciadas
dinâmicas do fazer teatral, retrato da pesquisa de linguagem que tem pautado o
teatro brasileiro contemporâneo e criado novos significados para o encontro
entre obra de arte e público.
Sobre o TEATRO DO CONCRETO: Ao longo dos
últimos 13 anos de atividade, o TEATRO
DO CONCRETO contribuiu para a renovação da linguagem cênica na região Centro-Oeste, com o fortalecimento do teatro de grupo, influenciando
artistas, grupos e projetos na área de artes cênicas. Sua trajetória acumula
oito criações e quatro publicações, que se destacaram na cena regional e
nacional e, também, fora do país, levando o coletivo a ser reconhecido como um
dos mais importantes grupos de teatro brasileiros.
Sua produção é
fortemente marcada pela contínua pesquisa de linguagem, em busca de espaços
alternativos, para encenação e da relação ativa com o espectador. Em geral, os
espetáculos do grupo resultam de longas pesquisas, que duram, em média, de dois
a três anos.
A estética
inventiva, a intensidade com que aborda assuntos relevantes na cena
contemporânea e o diálogo com o espaço, marcas do coletivo, foram temas da
série Teatro e Circunstância,
realizada pela TV SESC, em programa
do crítico Sebastião Millaré,
veiculada em rede nacional.
SINOPSE:
Início da noite, a cidade se move como
um complexo organismo.
É hora do embarque!
O público toma um ônibus e viaja pelas
ruas da cidade, onde conhece diversos personagens, que se equilibram no fio do
tempo, lembrando-nos de que a vida é feita de encontros e instantes.
Um espetáculo que fala, sobretudo,
daquilo que é efêmero, chegadas e partidas, saudades, desejos, possibilidades,
vida e morte.
A viagem, pela cidade, como pretexto
para viajar pelas ruas de si mesmo.
FICHA
TÉCNICA:
Dramaturgia: Jonathan Andrade
Direção: Francis Wilker
Assistente de Direção: Ivone Oliveira
Assistente de Direção de Cena: Aline Seabra
Direção: Francis Wilker
Assistente de Direção: Ivone Oliveira
Assistente de Direção de Cena: Aline Seabra
Elenco: (por ordem alfabética) Adílson Dias, Alonso Bento, Giselle
Ziviank, Gleide Firmino, Jhony Gomantos, Lisbeth Rios, Maria Carolina Machado,
Micheli Santini e Nei Cirqueira
Desenho de Luz: Diego Bresani
Montagem e Operação de Luz: Higor Filipe
Figurinos e Direção de Arte: Hugo Cabral e Júlia Gonzales
Produção: Tatiana Carvalhedo – Carvalhedo Produções
Produção (capital) Rio de Janeiro: Nevaxca Produções
Montagem e Operação de Luz: Higor Filipe
Figurinos e Direção de Arte: Hugo Cabral e Júlia Gonzales
Produção: Tatiana Carvalhedo – Carvalhedo Produções
Produção (capital) Rio de Janeiro: Nevaxca Produções
SERVIÇO:
Datas no Rio de Janeiro:
Temporada: De7 de outubro a 14 de novembro (2016)
Dias e Horários: 6ª feira, sábado e 2ª feira, às 20h; domingo, às 19h
Local (embarque e desembarque): Rua General Polidoro, s/n – Botafogo (em frente ao portão principal do cemitério São João Batista)
Capacidade: Público Limitado: 29 lugares
Ingressos no local de embarque, com 30 minutos de antecedência
Informações: (21) 7725-5278
Temporada: De7 de outubro a 14 de novembro (2016)
Dias e Horários: 6ª feira, sábado e 2ª feira, às 20h; domingo, às 19h
Local (embarque e desembarque): Rua General Polidoro, s/n – Botafogo (em frente ao portão principal do cemitério São João Batista)
Capacidade: Público Limitado: 29 lugares
Ingressos no local de embarque, com 30 minutos de antecedência
Informações: (21) 7725-5278
Datas em Paraty: 17, 18, 19 e 20 de novembro
Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às 20h; domingo, às 19h
Local (embarque e desembarque): Em definição
Capacidade: Público Limitado: 29 lugares
Ingressos no local de embarque, com 30 minutos de antecedência
Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às 20h; domingo, às 19h
Local (embarque e desembarque): Em definição
Capacidade: Público Limitado: 29 lugares
Ingressos no local de embarque, com 30 minutos de antecedência
Valor do Ingresso: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada)
Duração do espetáculo: 2h30min
Classificação Indicativa: 16 anos
Duração do espetáculo: 2h30min
Classificação Indicativa: 16 anos
Júnia Azevedo
(21) 2122-3029 / 99124-6358
junia@escritacomunicacao.com.br
(21) 2122-3029 / 99124-6358
junia@escritacomunicacao.com.br
MINHAS
CONSIDERAÇÕES:
Não
tenho o menor pudor em dizer que fui assistir ao espetáculo muito cético, em
função de outra experiência parecida e extremamente desastrosa, há cerca de três
anos, a ponto de nem merecer uma menção, do tipo: “Assisti a tal espetáculo...”. Ao mesmo tempo, estava muito
curioso, pelo que li sobre a proposta do espetáculo.
Sou
avesso a peças interativas, pois acho que o espectador paga, para assistir a um
espetáculo e não para servir de chacota, para os atores e os demais da plateia,
como já vi acontecer várias vezes. Em duas, eu mesmo tive de abandonado as
"peças", após ter sido ofendido e desrespeitado por atores. Isso me fez partir para
assistir a “ENTREPARTIDAS” com o pé
meio atrás.
Mas
não é nada disso o que acontece. As pessoas participam das ações, mesmo quando
não são convidadas a isso, de uma forma tão espontânea e afetiva, que é de
emocionar, em função da proposta do espetáculo e da cumplicidade que se forma,
entre as duas partes, logos nos primeiros momentos da peça. Há um total respeito de ambas as partes. Trata-se de uma experiência muito válida e produtiva.
Os temas são
tratados com tanto respeito, cuidado e verdade... Por vezes, ficamos sem saber,
nas intervenções urbanas, quem, dos transeuntes, é ator, e participa da encenação,
ou não. É tudo muito mágico, muito instigante, muito verdadeiro.
As
histórias são bem costuradas, por textos
brilhantes, levando a uma dramaturgia de excelente nível técnico e profundidade
de sentido.
A
direção é, simplesmente, genial e
todos os elogios devem ser feitos, também, à equipe de produção, que,
impecavelmente, não mede esforços para que tudo dê certo. Não há um “furo”,
durante todo o espetáculo, o que seria naturalmente aceitável, dada a
complexidade da produção, que implica a locomoção de atores, que acabam de
fazer uma cena num espaço público e se deslocam, antes do público, para outros,
onde assumem o mesmo personagem ou não.
O
trabalho do elenco é surpreendente. Se destacasse um nome, estaria cometendo uma grave injustiça com os outros. Todos são dignos de pisar os palcos dos maiores
teatros brasileiros, merecedores de muitos aplausos. Devem ser elogiados pelo
rendimento técnico e pela coragem de fazer TEATRO
na rua, submetendo-se às reações dos transeuntes, na maioria das vezes (pelo
menos na sessão em que estive presente) extremamente favoráveis e adesivas.
Gostaria
de poder descrever as sequências das cenas e falar de cada uma das histórias,
porém, tão envolvido fiquei, durante toda a encenação, tomado de uma emoção
superlativa, que nem ousei fazer as anotações que, normalmente, faço, para
servirem de apoio às minhas críticas.
Também
não sei se conseguiria descrever tudo o que vi; menos, ainda, o que senti.
Deixo,
aqui, um recado:
POR FAVOR,
MEUS AMIGOS, NÃO PERCAM ESTA MARAVILHA.
SÃO POUCAS
APRESENTAÇÕES, NO RIO, E A LOTAÇÃO É LIMITADA A 29 PESSOAS, QUE EMBARCAM NUM
ÔNIBUS, PARA UMA AVENTURA INDESCRITÍVEL.
Eu pretendo
rever, no dia 24, uma 2ª feira.
(FOTOS: DIVULGAÇÃO.)
Eu tive a oportunidade de ver esse esplêndido espetáculo e confesso estar maravilhado com tudo até agora! Tudo muito bem feito, direção fantástica, atores bem preparados e verdadeiros e uma trilha sonora fascinante. Vale a pena ir prestigiá-los.
ResponderExcluirRealmente foi uma experiência inesquecível. Ainda consigo sentir aquela sensação maravilhosa de ficar entre a vida real e a ficção.
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