domingo, 9 de outubro de 2016


ENTREPARTIDAS

 

(ENTRE PARTIDAS, PARADAS, IDAS E CHEGADAS.

ou

ENTRE GESTOS, PALAVRAS, OUSADIA, GENIALIDADE, EMOÇÃO E BELEZA.

ou

ENTRE OUTRAS COISAS...)

 

 

 



A maior "caixinha de surpresas", como se diz, não é o futebol que nos oferece; é o TEATRO.
Nos meus 67 anos de idade, com a bagagem teatral que carrego, de ator, crítico e jurado de prêmios de TEATRO, com quase 300 espetáculos teatrais vistos, por ano, não poderia imaginar que a noite de 7 de outubro de 2016  me guardaria uma surpresa tão interessante, agradável, marcante, indelével, como o espetáculo "ENTREPARTIDAS", apresentado pela companhia TEATRO DO CONCRETO, comemorando seus 10 anos de existência, de Brasília, que, felizmente, não é, apenas, um celeiro, um antro, de políticos ladrões e corruptos, praticamente um pleonasmo.

"ENTREPARTIDAS" é daqueles espetáculos que gostaríamos de que o mundo inteiro visse, de que a temporada fosse eterna.
É uma experiência LINDA e EMOCIONANTE, também divertida, do primeiro ao último momento.
 

 
 
 
 

É difícil escrever sobre ele, porque é um explodir de emoções e sentimentos, e emoções e sentimentos não podem ser descritos; têm de ser sentidos, vividos.

Ao me despedir dos atores e do diretor, na porta do cemitério São João Batista, após uma demorada ovação aos atores e enquanto uma senhora fazia um despacho, no canto do muro do cemitério, confessei a todos que, provavelmente, eu não conseguiria escrever sobre a peça, por total incapacidade de encontrar as palavras que pudessem exprimir o meu estado de graça, naquele momento.

Texto brilhante, direção impecável, produção cuidadosa e competente e um elenco de "tirar o chapéu"

Deu vontade de que a noite jamais acabasse...
 


 
 


Sendo assim, vou me ater a pequenas considerações, insistindo em que TODOS DEVERIAM ASSISTIR A ESTA EXPERIÊNCIA ÍMPAR, e vou me apropriar, bastante, do “release” que me foi encaminhado pela assessoria de imprensa, nas pessoas de JÚNIA AZEVEDO e BERNARDO MOURA (ESCRITA COMUNICAÇÃO), para que fiquem sabendo do espetáculo e da companhia.

Segue o "release", com adaptações) que me enviaram (LEIAM ATÉ O FIM!)

 

 
 
 
 
 
 
“Uma experiência de teatro inusitada pelas ruas do Rio.

Em peça itinerante, espectadores circulam, de ônibus, pela cidade, rompendo a fronteira entre o público e o privado, entre a ficção e a realidade, numa viagem sobre ‘amor e abandono’.
O espetáculo é vencedor do Prêmio SESC do Teatro Candango 2011 de Melhor Espetáculo, Direção, Dramaturgia e Ator.
A peça será apresentada, no Rio de Janeiro, de 7 de outubro a 14 de novembro (VER SERVIÇO), e em Paraty, de 17 a 20 de novembro (idem).
O espetáculo tem a direção de FRANCIS WILKER, e é um dos mais aplaudidos projetos do TEATRO DO CONCRETO, grupo que pesquisa as relações entre TEATRO e outras linguagens artísticas, como a intervenção urbana e a 'performance'. A peça conta com o incentivo do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC) e do Prêmio Myriam Muniz da Funarte.


 
 
 


O espetáculo acontece durante uma viagem de ônibus pela cidade. As cenas se desenrolam dentro do veículo e, ao longo do caminho, por onde os espectadores transitam. Durante o percurso, que inclui algumas paradas, 14 atores entram e saem de cena, quase todos fazendo mais de um personagem, misturando-se com o público, quebrando a fronteira entre palco e plateia.
Com texto de JONATHAN ANDRADE, os personagens trazem histórias de amor e abandono, encontros e desencontros, chegadas e partidas, vida e morte. ‘A peça é um mergulho nas relações humanas e no espaço urbano. A partir de uma viagem pela cidade, queremos levar o espectador a uma viagem para dentro de si mesmo’, explica WILKER.
Além da peça, haverá um encontro, com grupos de teatro de cada cidade, para intercâmbio de conhecimento. A temporada inclui, ainda, um ‘workshop’, sobre cena e espaço urbano, e o lançamento do livro “Do Concreto [Inventário Fotográfico] Uma Década De Teatro”, do fotógrafo Thiago Sabino.
 Encenado desde 2010, sempre com muitos elogios, ‘ENTREPARTIDAS’ é resultado de dois anos de pesquisa do TEATRO DO CONCRETO sobre o tema “amor e abandono na sociedade contemporânea”. É o sexto trabalho do grupo, que mantém atividade contínua desde 2003.
 

 
 


Com um formato que foge aos modelos tradicionais de encenação, o espetáculo transita entre os espaços público e privado: a rua, a praça, a casa. A peça fala da rotina caótica da grande cidade, do individualismo e da solidão, da transitoriedade das relações afetivas.
‘ENTREPARTIDAS’ estreou em Brasília, em abril de 2010. Em seguida, participou da mostra local do Projeto Palco Giratório, do SESC DF e do Festival Internacional de Teatro Cena Contemporânea. Em 2011, participou da mostra Concreto Em 7 Atos, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) Brasília, e foi vencedor do Prêmio SESC do Teatro Candango 2011: melhor espetáculo, direção, dramaturgia e ator. No mesmo ano, o espetáculo foi tema de debate no Festival Internacional de Teatro de Cádiz, na Espanha. Em 2012, foi apresentado nas unidades do SESC DF e convidado para participar em Goiânia da Mostra de Teatro da Aldeia Diabo Velho, do SESC GO”.

Poderia ser melhor o currículo de apresentação da peça? (ESTAS SÃO PALAVRAS MINHAS.)

 
 




“Do ponto de vista da pesquisa de linguagem, ‘ENTREPARTIDAS’ é um espetáculo que possibilita, ao público, a fruição das diferenciadas dinâmicas do fazer teatral, retrato da pesquisa de linguagem que tem pautado o teatro brasileiro contemporâneo e criado novos significados para o encontro entre obra de arte e público.

Sobre o TEATRO DO CONCRETO: Ao longo dos últimos 13 anos de atividade, o TEATRO DO CONCRETO contribuiu para a renovação da linguagem cênica na região Centro-Oeste, com o fortalecimento do teatro de grupo, influenciando artistas, grupos e projetos na área de artes cênicas. Sua trajetória acumula oito criações e quatro publicações, que se destacaram na cena regional e nacional e, também, fora do país, levando o coletivo a ser reconhecido como um dos mais importantes grupos de teatro brasileiros.






 
Sua produção é fortemente marcada pela contínua pesquisa de linguagem, em busca de espaços alternativos, para encenação e da relação ativa com o espectador. Em geral, os espetáculos do grupo resultam de longas pesquisas, que duram, em média, de dois a três anos.  
A estética inventiva, a intensidade com que aborda assuntos relevantes na cena contemporânea e o diálogo com o espaço, marcas do coletivo, foram temas da série Teatro e Circunstância, realizada pela TV SESC, em programa do crítico Sebastião Millaré, veiculada em rede nacional.








 
SINOPSE:
 
Início da noite, a cidade se move como um complexo organismo.
 
É hora do embarque!
 
O público toma um ônibus e viaja pelas ruas da cidade, onde conhece diversos personagens, que se equilibram no fio do tempo, lembrando-nos de que a vida é feita de encontros e instantes.
 
Um espetáculo que fala, sobretudo, daquilo que é efêmero, chegadas e partidas, saudades, desejos, possibilidades, vida e morte.
 
A viagem, pela cidade, como pretexto para viajar pelas ruas de si mesmo.




 






 
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia: Jonathan Andrade
Direção: Francis Wilker
Assistente de Direção: Ivone Oliveira
Assistente de Direção de Cena: Aline Seabra
Elenco: (por ordem alfabética) Adílson Dias, Alonso Bento, Giselle Ziviank, Gleide Firmino, Jhony Gomantos, Lisbeth Rios, Maria Carolina Machado, Micheli Santini e Nei Cirqueira
Desenho de Luz: Diego Bresani
Montagem e Operação de Luz: Higor Filipe
Figurinos e Direção de Arte: Hugo Cabral e Júlia Gonzales
Produção: Tatiana Carvalhedo – Carvalhedo Produções
Produção (capital) Rio de Janeiro: Nevaxca Produções
 

 

 
 
 
 

 
SERVIÇO:
Datas no Rio de Janeiro:
Temporada: De7 de outubro a 14 de novembro (2016)
Dias e Horários: 6ª feira, sábado e 2ª feira, às 20h; domingo, às 19h
Local (embarque e desembarque): Rua General Polidoro, s/n – Botafogo (em frente ao portão principal do cemitério São João Batista)
Capacidade: Público Limitado: 29 lugares
Ingressos no local de embarque, com 30 minutos de antecedência
Informações: (21) 7725-5278
 
Datas em Paraty: 17, 18, 19 e 20 de novembro
Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às 20h; domingo, às 19h
Local (embarque e desembarque): Em definição
Capacidade: Público Limitado: 29 lugares
Ingressos no local de embarque, com 30 minutos de antecedência
 
Valor do Ingresso: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada)
Duração do espetáculo: 2h30min
Classificação Indicativa: 16 anos
 
Informações: www.teatrodoconcreto.com.br
Facebook: //www.facebook.com/TeatroDoConcreto/?fref=ts
 
Assessoria de imprensa
Escrita Comunicação - www.escritacomunicacao.com.br
Júnia Azevedo
(21) 2122-3029 / 99124-6358
junia@escritacomunicacao.com.br
Bernardo Moura
(21) 99110 2615
bernardolmoura@gmail.com
 



 







            MINHAS CONSIDERAÇÕES:

            Não tenho o menor pudor em dizer que fui assistir ao espetáculo muito cético, em função de outra experiência parecida e extremamente desastrosa, há cerca de três anos, a ponto de nem merecer uma menção, do tipo: “Assisti a tal espetáculo...”. Ao mesmo tempo, estava muito curioso, pelo que li sobre a proposta do espetáculo.

            Sou avesso a peças interativas, pois acho que o espectador paga, para assistir a um espetáculo e não para servir de chacota, para os atores e os demais da plateia, como já vi acontecer várias vezes. Em duas, eu mesmo tive de abandonado as "peças", após ter sido ofendido e desrespeitado por atores. Isso me fez partir para assistir a “ENTREPARTIDAS” com o pé meio atrás.

            Mas não é nada disso o que acontece. As pessoas participam das ações, mesmo quando não são convidadas a isso, de uma forma tão espontânea e afetiva, que é de emocionar, em função da proposta do espetáculo e da cumplicidade que se forma, entre as duas partes, logos nos primeiros momentos da peça. Há um total respeito de ambas as partes. Trata-se de uma experiência muito válida e produtiva.

Os temas são tratados com tanto respeito, cuidado e verdade... Por vezes, ficamos sem saber, nas intervenções urbanas, quem, dos transeuntes, é ator, e participa da encenação, ou não. É tudo muito mágico, muito instigante, muito verdadeiro.

            As histórias são bem costuradas, por textos brilhantes, levando a uma dramaturgia de excelente nível técnico e profundidade de sentido.

            A direção é, simplesmente, genial e todos os elogios devem ser feitos, também, à equipe de produção, que, impecavelmente, não mede esforços para que tudo dê certo. Não há um “furo”, durante todo o espetáculo, o que seria naturalmente aceitável, dada a complexidade da produção, que implica a locomoção de atores, que acabam de fazer uma cena num espaço público e se deslocam, antes do público, para outros, onde assumem o mesmo personagem ou não.

            O trabalho do elenco é surpreendente. Se destacasse um nome, estaria cometendo uma grave injustiça com os outros. Todos são dignos de pisar os palcos dos maiores teatros brasileiros, merecedores de muitos aplausos. Devem ser elogiados pelo rendimento técnico e pela coragem de fazer TEATRO na rua, submetendo-se às reações dos transeuntes, na maioria das vezes (pelo menos na sessão em que estive presente) extremamente favoráveis e adesivas.

            Gostaria de poder descrever as sequências das cenas e falar de cada uma das histórias, porém, tão envolvido fiquei, durante toda a encenação, tomado de uma emoção superlativa, que nem ousei fazer as anotações que, normalmente, faço, para servirem de apoio às minhas críticas.

            Também não sei se conseguiria descrever tudo o que vi; menos, ainda, o que senti.

            Deixo, aqui, um recado:

 
 


POR FAVOR, MEUS AMIGOS, NÃO PERCAM ESTA MARAVILHA.

SÃO POUCAS APRESENTAÇÕES, NO RIO, E A LOTAÇÃO É LIMITADA A 29 PESSOAS, QUE EMBARCAM NUM ÔNIBUS, PARA UMA AVENTURA INDESCRITÍVEL.


Eu pretendo rever, no dia 24, uma 2ª feira.
 
 
 
(FOTOS: DIVULGAÇÃO.)
 
 
 
 
 


 





 


 




 






 

2 comentários:

  1. Eu tive a oportunidade de ver esse esplêndido espetáculo e confesso estar maravilhado com tudo até agora! Tudo muito bem feito, direção fantástica, atores bem preparados e verdadeiros e uma trilha sonora fascinante. Vale a pena ir prestigiá-los.

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  2. Realmente foi uma experiência inesquecível. Ainda consigo sentir aquela sensação maravilhosa de ficar entre a vida real e a ficção.

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