sábado, 12 de abril de 2025

 

“FINLÂNDIA”

ou

(UMA “DR” DECISIVA.)

ou

(ROUPA SUJA SE LAVA NUM PALCO.)

 

 





 

         Iniciei a minha mais recente maratona teatral em São Paulo, de 5 dias e 8 peças, antes de viajar para o "Festival de Curitiba", em março passado, por um espetáculo que muito me interessava, por vários motivos, sendo um deles conferir a atuação de uma atriz por cujo trabalho tenho muita admiração. Falo de PAULA COHEN, mas além de ter gostado muito mais da peça do que já esperava, ainda tive a gratíssima surpresa de conhecer o trabalho de um excelente ator, que, além de marido de PAULA, com ela divide o protagonismo da montagem: JIDDU PINHEIRO. O casal também é responsável pela tradução do texto.



 

         A peça é “FINLÂNDIA”, um texto premiado, do dramaturgo francês PASCAL RAMBERT, montado, com sucesso de público e de crítica, em vários países – Espanha (Madri, em 2022, quando estreou.) França (Paris), Uruguai (Montevidéu) México (Cidade do México) e República Dominicana (Santo Domingo) -, com grande sucesso, de público e de crítica, repetido em São Paulo, inédito no Brasil, já tendo sido vista por mais de 10.000 pessoas. O espetáculo já saiu de cartaz, porém voltará em nova temporada, no próximo dia 16 de abril, no Teatro UOL (Fiquem atentos e não percam!), e é quase certo vir para o Rio de Janeiro e viajar por outras cidades, o que é muito bom, pois, sendo um excelente espetáculo, é ótimo que seja visto pelo maior número possível de espectadores.




 

 

SINOPSE:

“FINLÂNDIA” nos transporta para um quarto de hotel, em Helsinque, junto com as personagens Paula e Jiddu (os mesmos nomes dos atores), um casal partido, tentando estabelecer um diálogo sobre o futuro de seu relacionamento.

Paula está filmando na Finlândia, um país nórdico, considerado aquele que, por ironia, tem a população mais feliz do mundo, e Jiddu vai atrás dela, tendo dirigido por 4.000 quilômetros, para levar a filha, que a mãe carregara consigo e que dormia, com a babá, num quarto contíguo.

Na verdade, totalmente fora da realidade e do bom senso, ele também queria que a mulher abandonasse o trabalho e também voltasse com ele para casa, em Madri.

Numa narrativa pertinente para os tempos atuais, a peça emerge das complexidades e desafios emocionais enfrentados por um casal em crise, que ainda precisa encontrar um consenso sobre a criação e a guarda de uma filha ainda pequena e merecedora de cuidados.

A mudança estrutural de papéis entre homens e mulheres, dentro de uma relação, nas últimas décadas; as responsabilidades de cada um na criação de uma filha, entrando na adolescência, e a relação com seus trabalhos colocam essa discussão de casal em compasso com temas contemporâneos urgentes.


 



 

         E, nesse duelo de linguagem entre dois mundos, aparentemente, inconciliáveis, um espelho reflete o momento que vivemos, uma estrutura de padrões opressivos que está por ruir, um mundo em desconstrução que aponta novos caminhos. E, por consequência, junto com a mudança, vêm os conflitos, as quebras e as resistências.”, texto extraído do “release” a mim enviado por PAULA COHEN.



 

Não se trata de um espetáculo para puro deleite e divertimento. Aliás, “no frigir dos ovos”, ainda que aliviado por pequenos toques de humor, da parte de Paula, o espectador se vê diante de uma peça carregada nas tintas do drama, que causa, de certo modo, uma tensão no público, o qual acompanha um processo de pré-separação, o que nunca é coisa fácil de se vivenciar, seja como personagens do rompimento, seja como meros espectadores. Isso acontece sempre, mesmo que haja uma deliberação bem civilizada de ambas as partes. Agora imaginem quando uma das partes já se decidiu pelo fim da relação, por não enxergar mais como levá-la adiante, a esposa, e o marido insiste em continuar o relacionamento, que já despencou do pedestal fazia tempo.



 

         Ela, uma atriz famosa, num magnífico momento profissional, com condições de viver bem de seu trabalho; segura. Ele, também ator, um homem inseguro e “meio fracassado”, sentindo-se inferior, fora dos palcos e das telas, mostrando-se ser totalmente um dependente emocional daquela mulher. Ficamos sem entender bem se Jiddu, realmente, ama Paula e deseja preservar o vínculo ou se o faz por medo de ficar sozinho e de não encontrar meios de sobrevivência.



 

         Um dos motivos que fazem do texto um sucesso, sendo muito bem recebido, talvez seja o fato de o enredo ser universal e atemporal. Nada mais compatível com universalidade e atemporalidade do que a discussão das relações familiares, mormente as contemporâneas. É algo que sempre mexe com a emoção dos seres humanos.



 

          No decorrer da peça, notamos uma terrível luta interior do casal (mais da parte do marido), dupla criada para reproduzir modelos de casamento como o de seus pais, avós e outros ascendentes, fazendo força para romper com o grande tabu de uma separação. Quem não passou pelo mesmo momento, certamente, já o testemunhou, aplicado a familiares ou amigos, conseguindo enxergar até onde vai o sofrimento dos envolvidos diretamente nele.



 

         Achei deveras interessante uma declaração de JIDDU PINHEIRO, que faz parte do já citado “release”, motivo pelo qual não me furto a reproduzi-la: “O debate sobre opressores e oprimidos, no ambiente público e privado; o embate político-ideológico, nos mais diversos fóruns; as lutas por igualdade de direitos de gêneros e representatividade feminina; a forma como a estrutura patriarcal moldou e molda subjetividades de homens e mulheres são pautas de primeira ordem neste momento. O texto de RAMBERT traz, de forma brilhante, esse imaginário e esse debate nas subjacências dos dizeres desses personagens, fazendo com que tudo pareça orgânico e cotidiano.”.



 

         A montagem é dirigida, com muita sabedoria, por PEDRO GRANATO, que soube extrair o melhor da dupla de atores, sem muita, ou nenhuma, pirotecnia, para fazer com que o embate se dê com a maior naturalidade possível. As marcações são bem discretas, atadas a um aspecto claustrofóbico do quarto de hotel em que a história se passa”. Paula se sente profundamente incomodada pela invasão de Jiddu. Ela está cansada de um longo dia de filmagem e precisa dormir e estar bem, física e mentalmente, para novas filmagens bem cedo, na outra manhã. Como já está decidida a colocar fim à relação, não lhe interessa, naquele momento, uma “dr”. Mas Jiddu não respeita aquele “não é não”. É uma peça íntima e intimista, que parecem sinônimos, mas não o são, na sua essência.



 

         Aplaudo, com o maior empenho, a atuação brilhante do casal de atores, totalmente tomados por seus personagens, imersos numa realidade estonteante, ostensiva e verdadeiramente humanos, e, como tais, sujeitos a reações inesperadas, principalmente numa calorosa discussão. Os dois trocam farpas contundentes, alternando os papéis de agressor(a)/agredido(a), por meio de ofensas e humilhações pessoais, os dois não temendo o embate. Creio que muito da agressividade do marido se deve ao fato de não aceitar o “status” de ascensão profissional da mulher, no cinema, enquanto ele, também ator, enfrentava um momento em que não tendo trabalho, só fazia se dedicar à educação da filha e aos trabalhos do lar. O espectador não deve se ocupar em encontrar um “mocinho” ou um “bandido” naquela discussão, mas, sim, permitir que a empatia dite quem tem menos culpa naquele combate.



 

         Dos elementos plásticos que entraram na montagem da peça, abro espaço especial para um destaque voltado à beleza de cenário, bem realista, em todos os seus detalhes, de um luxuoso quarto de hotel, trabalho da competente MARISA BENTIVEGNA.

 


 

 

FICHA TÉCNICA:

Texto: Pascal Rambert

Tradução: Paula Cohen e Jiddu Pinheiro

Direção: Pedro Granato


Elenco: Paula Cohen e Jiddu Pinheiro

(Participação Turí)

 

Cenografia: Marisa Bentivegna

Figurino: Iara Wisnik

Iluminação: Marisa Bentivegna

Fotos: José de Holanda


 

 


 

         Estou torcendo bastante, para que o espetáculo faça um “pit stop” no Rio de Janeiro. Uma peça que representa, com tanto realismo, um retrato atual de casais que se separam; questiona, abertamente, os papéis tradicionais de gênero; discute, à farta, temas atuais, como afetos, guarda dos filhos e o fim de uma história de amor; propõe, diretamente, uma discussão de casal, pertinente para os tempos atuais, é algo que sempre ocupa um papel de destaque no TEATRO, arte em que o poder de comunicação, estando os atores a poucos metros do espectador, é sempre potente.


 

 


 

 

 

FOTOS: JOSÉ DE HOLANDA

 

 

 

GALERIA PARTICULAR:

 


Com a querida Paula Cohen.



 

 

É preciso ir ao TEATRO, ocupar todas as salas de espetáculo, visto que a arte educa e constrói, sempre; e salva. Faz-se necessário resistir sempre mais. Compartilhem esta crítica, para que, juntos, possamos divulgar o que há de melhor no TEATRO brasileiro! 

















































































sexta-feira, 11 de abril de 2025

“RAY - VOCÊ NÃO

ME CONHECE”

ou

(O LADO ESCURO

DE UM MITO.)

OU

(DE, E COM, DORES

E TRISTEZA,

SE CONSTRÓI

UMA FAMA.)

 


         Já perseguia o musical “RAY - VOCÊ NÃO ME CONHECE”, desde quando ele esteve em cartaz em São Paulo, porém, por conta de incompatibilidades entre as nossas agendas, não consegui assistir ao espetáculo, o que só pude fazer no “33º FESTIVAL DE CURITIBA”, muito recentemente. Acertou bastante a curadoria do “FESTIVAL”, quando, com muito empenho e sacrifício, conseguiu incorporar, à programação do megaevento, um musical de alto porte e importância, como este.



 

 

SINOPSE:

         O espetáculo se resume numa homenagem ao consagrado artista RAY CHARLES, baseada num livro homônimo de seu filho, RAY CHARLES JR..

         No dia seguinte ao enterro do ídolo da canção norte-americana, seu filho, o JR., num encontro fictício, se depara com o fantasma de seu pai dentro de casa.

         Em uma atmosfera de reencontro, os dois passam a limpo questões nunca mencionadas entre eles.

         Um acerto de contas entre o famoso gênio da “soul music” e do “jazz” e seu anônimo primogênito.

         Um espetáculo íntimo e musical sobre amor e paternidade, esta exercida ao jeito do grande artista, não necessariamente como deveria ser.

A peça, um musical biográfico, conta a história do consagrado músico, negro e deficiente visual, desde sua infância, com uma trajetória incrível, como artista e ativista.

A peça mergulha na vida e na obra de RAY CHARLES, explorando não apenas os desafios e conquistas de sua vida e carreira, mas, sobretudo, a complexa relação entre pai e filho.


 

 



           Trata-se de um espetáculo que encanta e emociona, sobremaneira, tanto os que conhecem a obra do artista como os que, por qualquer motivo, não têm referências sobre ela e, principalmente, sua conturbada vida. A propósito deste último aspecto, LETÍCIA SOARES, um dos pontos altos da encenação, durante uma coletiva de imprensa no “FESTIVAL”, sobre o grande protagonista da peça, aconselhou as pessoas a verem seus ídolos, antes de tudo, como seres humanos, o seu lado “fraco”, como quaisquer outros iguais, cheios de defeitos, fraquezas e medos, contrastando com suas qualidades artísticas. “Não se aproximem muito do mito, para não se decepcionarem.”, disse ela. E é o que vemos em cena.



 

         Quem ainda não assistiu à peça poderá achar que verá mais um musical biográfico, “engessado” em formatos e modelos tradicionais, nesse gênero, entretanto, preparem-se para assistir – Ele voltará ao cartaz e há chances de que venha a ser apresentado no Rio de Janeiro e em outras praças, pelo que muito torço e conto com a “forcinha” dos DEUSES DO TEATRO – a uma montagem “sui generis”, graças à brilhante ideia do diretor do espetáculo, RODRIGO PORTELLA, colocando quatro atores se revezando na interpretação do protagonista e o filho, este representado, na infância, por um encantador menino de 8 anos, com uma inteligência cênica e fora do palco de causar inveja a muitos adultos. Falo do pequeno CAIO SANTOS, que só não seguirá a carreira de ator se não o desejar, visto que talento natural já apresenta de sobra. CAIO roubou a cena durante a já citada coletiva de imprensa. RODRIGO, que acumula grandes espetáculos de estrondoso sucesso, os quais já lhe renderam muitos prêmios, é um dos meus diretores prediletos, o melhor de sua geração, certamente.



 

        A prodigiosa ideia de PORTELLA concede à peça muito dinamismo e desperta, mais ainda, o interesse do público pela narrativa, que engloba tanto os momentos de glória da vida do artista como também os percalços vividos em 73 anos de existência.



 

 Extraído da Wikipédia, enciclopédia “livre”, com devidas omissões deliberadas e adaptações, Ray Charles Robinson nasceu em Albany, cidade do estado de Nova Iorque, a 23 de setembro de 1930, tendo falecido em Los Angeles, no dia 10 de junho de 2004. Pianista, compositor e cantor, é considerado um dos artistas mais icônicos e influentes da história e foi, frequentemente, referido, pelos contemporâneos como “O Gênio”. Entre amigos e colegas músicos, preferia ser chamado de “Brother Ray”. Sua cegueira foi adquirida na infância, aos 7 anos de idade, possivelmente devido a um glaucome. CHARLES foi o pioneiro da "soul music", durante a década de 1950, combinando estilos de “blues, jazz, rhythm and blues e gospel nas canções que gravava. Também contribuiu (para) e influenciou deveras a música country" e a "pop", durante a década de 1960, tendo emplacado vários “hits” nas paradas de sucessos, canções as quais, até hoje, embalam os românticos, como “Stella By Starlight”, "I Can't Stop Lovin You", seu maior sucesso, e “Georgia On My Mind”, esta a minha favorita, apresentada, na peça, com um arranjo belíssimo, que me levou às lágrimas.


Ray Charles - foto da internet, autoria desconhecida.


RAY teve uma origem humilde e ficou órfão, de pai e mãe, na adolescência, quando teve que aprender a “se virar sozinho”. Se, por um lado, frequentou as manchetes por sua divina arte, é fato que também era mencionado por seus problemas com drogas pesadas, como a heroína, principalmente, e pelos muitos relacionamentos que vivenciou. Teve 12 filhos, com 9 mulheres diferentes, notório mulherengo que era. RAY CHARLES casou-se, oficialmente, apenas duas vezes.




“RAY – VOCÊ NÃO ME CONHECE” é daqueles espetáculos que marcam a vida de quem ama o TEATRO e a música, sendo, portanto um fã de musicais, como eu. Uma infinidade de motivos me impelem a afirmar que RECOMENDO O ESPETÁCULO, COM O MAIOR EMPENHO, razões que fixarei nos próximos parágrafos.




  A dramaturgia e a direção, de RODRIGO PORTELLA, são dois dos principais motivos para o credenciamento da peça, bem como a excelente FICHA TÉCNICA do musical, pesando mais a excelência do elenco. Também a qualidade do livro, embrião da peça, focado em detalhes importantíssimos, como a origem pobre do protagonista e sua escalada ao sucesso e à riqueza, o peso do racismo, as inseguranças do artista e seu comportamento pessoal, nada ortodoxo. O grande desafio deste musical, assumido pelo diretor, é fazer com que mais de um ator viva os mesmos personagens, Ray e o filho, o que poderia, até facilmente, confundir o espectador, risco que não ocorre, por conta da preciosidade da direção. Mas é preciso que o espectador esteja muito atento às ações, para não se confundir.




Da forma como o musical foi construído, com um ótimo texto, aliado a elementos plásticos de extrema qualidade – cenografia e direção de arte (GUSTAVO GRECO), figurinos (KAREN BRUSTTOLIN) e iluminação (GABRIELE SOUZA) -, além de uma “setlist” de altíssimo bom gosto, ele consegue prender a atenção do público desde os primeiros momentos e assim se mantém até o final, alicerçado por um grandioso elenco, no qual destaques não faltam, como todos os atores que interpretam pai e filho e LETÍCIA SOARES, no papel da primeira esposa de Ray. A propósito dos que representam Ray Charles, FLÁVIO BAURAQUI é o único a viver o fantasma do artista falecido e, de todos, mais me encantaram, na interpretação, CÉSAR MELLO e o ator e músico da banda, LUIZ OTÁVIO, que também é deficiente visual.




Apesar de abordar temas robustos, como o inadmissível preconceito racial, tão forte nos Estados Unidos da época em que se passa a trama, bem como um posicionamento misógino, não notei, no desenvolvimento do enredo, nada que pudesse marcá-lo como um espetáculo panfletário, que ergue bandeiras de forma austera, ainda que deixe escapar situações que envolvam uma posição política severa.


 

  Na parte musical, além de todos os atores que cantam, merecem destaque duas coisas: a participação de um trio - LU VIEIRA, LUCI SALUTES e ROBERTA RIBEIRO, formando um coro que valoriza o espetáculo, fazendo excelentes inserções musicais, e a presença, no palco, de uma corretíssima banda, formada pelo já citado LUIZ OTÁVIO, DAN MOTTA, JONAS RICARTE, JOHNY CAPLER, RAMON MEDINA e RAFAEL GOMES, que acompanham os atores ao vivo, sob a perfeita direção musical de CLAUDIA ELIZEU e ANDRÉ MUATO, também responsáveis pelos belos arranjos musicais.




 

  Não poderia deixar de incensar o trabalho do ator mirim CAIO SANTOS, já aqui mencionado, que, apesar de ser uma criança, já demonstra bastante senso profissional.





 

         Contribuindo para uma integração garantida entre palco e plateia, há, em todo o decorrer do espetáculo, a quebra da quarta parede, em momentos perfeitamente propícios a esse tipo de situação. No caso, louve-se a pertinência de tal ideia, pelo fato de, em alguns momentos, essa quebra se dar com o objetivo de que seja feita uma descrição de alguma coisa (audiodescrição feita pelos próprios atores), como detalhes do cenário e dos figurinos ou de algo importante na cena, para os espectadores desprovidos de visão. “Para que todos possam ‘ver’...”.



 

      Nada pode justificar o lado oculto e escuro de Ray Charles, seu eu críptico, a sua dependência das drogas, que ele achava que lhe favorecia a criação artística, muito menos o seu comportamento quase amoral, com relação a seus amores e aos filhos que pôs no mundo, entretanto, sem querer “passar pano”, mas pondo em prática a empatia, penso no que se passava na cabeça de um negro e cego, órfão muito cedo, vítima do racismo, “jogado às feras”, passando por tantas privações, vindo de uma origem pobre, transformado num homem rico e famoso. Seria preciso muita estrutura interior, para não se deixar levar para a promiscuidade e os erros.



 

           Não posso omitir, de forma alguma, o nome de FELIPE HERÁCLITO LIMA, idealizador do espetáculo, um homem muito sensível e com um “faro apurado” para o sucesso, como ator e produtor.




 

 

 

FICHA TÉCNICA:

Idealização: Felipe Heráclito Lima
Dramaturgia: Rodrigo Portella

Direção: Rodrigo Portella
Direção Musical e Arranjos: Claudia Elizeu e André Muato

Elenco Adulto: Cesar Mello, Sidney Santiago, Abrahão Costa, Luiz Otavio, Augusto Pompeo, Leticia Soares, Luci Salutes, Lu Vieira e Roberta Ribeiro
Elenco Infantil: Caio Santos

Músicos: Luiz Otávio, Dan Motta, Jonas Ricarte, Johny Capler, Ramon Medina e Rafael Gomes

Cenografia e Direção de Arte: Gustavo Greco
Figurinos: Karen Brusttolin

Iluminação: Gabriele Souza
Preparação Corporal: Carmem Luz
Visagismo: Fabiane Monteiro
Tecladista e Músico Ensaiador: Dan Mota
Diretora Assistente: Glaucia da Fonseca
Programação Visual: Beto Martins
Fotos: Annelize Tozetto
Consultoria de Dramaturgia: Luh Mazza
Colaboração de Dramaturgia: Milla Fernandez
“Sound Design”: André Breda
Coordenação Geral: Maria Angela Menezes
Direção de Produção: Amanda Menezes
Produção Executiva: Juliana Domingos
Assistente de Produção: Carol Camelo
Manutenção de Mídias Sociais: Jéssica Christina
Captação de Apoios: Gerardo Franco
Gestão de Projeto e Prestação de Contas: Felipe Valle, Mariana Sobreira (Fomenta Soluções Culturais)
Supervisora de Projeto: Juliana Trimer
Analista de Projetos Incentivados: Thiago Monte
Assistente de Projetos: Bayron Alencar
Apoio Institucional: Fundação Dorina Nowill


 






       “RAY – VOCÊ NÃO ME CONHECE” faz parte do meu “top 5”, no “FESTIVAL DE CURITIBA”, ao lado de “Daqui Ninguém Sai”, “Rei Lear”, “Encantado” e “O Céu da Língua”, este o melhor de todos os espetáculos a que assisti.

 

 







 

(NOTA: Foi muito difícil escolher as fotos ilustrativas desta crítica, em função da extrema qualidade do trabalho de ANNELIZE TOZETTO.) 


FOTOS: ANNELIZE TOZETTO

 

 

 

É preciso ir ao TEATRO, ocupar todas as salas de espetáculo, visto que a arte educa e constrói, sempre; e salva. Faz-se necessário resistir sempre mais. Compartilhem esta crítica, para que, juntos, possamos divulgar o que há de melhor no TEATRO brasileiro!