“NESTE MUNDO
LOUCO,
NESTA NOITE
BRILHANTE”
ou
(UM É POUCO,
DOIS É BOM,
TRÊS “NÃO” É DEMAIS.)
ou
(UM
ESPETÁCULO
FEITO SÓ DE
ACERTOS.)
Para uma
peça de TEATRO dar certo, atrair numerosas plateias que a aprovem e gerar
boas críticas especializadas, tem que ser um espetáculo feito só de acertos,
para o que muita coisa é necessária. Dentre tantas outras, as quais me reservo
o direito de, por ora, omitir, mas falarei sobre elas no momento oportuno, está
o acerto
na escolha do elenco e, com relação a isso, o entrosamento entre as “peças
do tabuleiro”, atores e atrizes, a chamada “química no palco”, o que
não falta a DÉBORA FALABLLA e YARA DE NOVAES, quer a primeira atuando
e a segunda dirigindo, quer as duas contracenando, como em “NESTE
MUNDO LOUCO, NESTA NOITE BRILHANTE”, instigante texto de SILVIA GOMEZ, em cartaz no Teatro Firjan SESI Centro (VER
SERVIÇO.), as duas sob
a direção de GABRIEL FONTES PAIVA, o
terceiro vértice de um “triângulo
equilátero”, que forma o “GRUPO
3 DE TEATRO”, justificando o primeiro subtítulo para esta crítica.
Mesmo antes de receber o convite, de DOUGLAS PICCHETTI e HELÔ
CINTRA (Pombo Correio Assessoria de Comunicação), para assistir à
peça, já aguardava, com bastante interesse e, até mesmo, um certo grau de
ansiedade, o momento de poder conhecer o espetáculo em tela, atraído pela
oportunidade de, mais uma vez, ver um trabalho de DÉBORA, uma atriz das que mais aprecio num palco (A mais recente foi, há bem pouco tempo,
no Teatro Adolpho Bloch, na peça “Prima Facie”, um espetáculo fascinante, tanto
quanto este, sobre o qual escrevi uma crítica que só poderia ter sido favorável:
https://oteatromerepresenta.blogspot.com/2024/06/prima-facie-ou-desagradavel-surpresa-de.html), e conhecer, como atriz, mais uma atuação de
YARA DE NOVAES (Já tivera a oportunidade de vê-la, pisando num palco, em
“Contrações” e “Love Love Love”.), tantas vezes por mim incensada, em
outras críticas, por seus trabalhos de direção.
A propósito, a minha teoria de que -
apesar de não ser uma exigência - um(a) bom/boa diretor(a), via de
regra, assim se comporta quando vem de uma formação de ator/atriz, mais uma
vez, ganha robustez. YARA é uma
dessas. Dos vários de seus trabalhos de direção a que assisti, meus destaques vão para duas montagens,
em especial: um notável “Tio Vania”, feito com o “Grupo
Galpão”, de Belo Horizonte, em 2011, e o genial solo “A Ira
de Narciso”, meu primeiro contato com o dramaturgo uruguaio Sergio
Blanco, um memorável trabalho de Gilberto Gawronski, como ator, em 2019.
SINOPSE:
Enquanto aviões decolam e aterrissam, em várias
partes do mundo, a rotina da Vigia do KM 23 (YARA DE NOVAES) de uma rodovia brasileira é alterada pela presença
de uma garota (DÉBORA FALABELLA) que
delira, largada no asfalto, após ter sido violentada naquela noite cheia de
estrelas.
Uma mulher fica à mercê de um grupo de homens
e é, violentamente, estuprada por todos, um a um saciando seus instintos animalescos,
de forma longa e repetida, até ela desfalecer.
A vil e monstruosa cena é testemunhada, de
longe, pela Vigia do Km 23, a qual, de posse de um inseparável aparelho de
radiotransmissão, comunica-se, repetida e exaustivamente, com uma controladora
de voo na torre de operações de um aeroporto ao lado daquele ponto de uma
rodovia.
Como uma espécie de “voyeur”, sem intenção, a
Vigia
assiste ao crime, nada fazendo, para impedir ou interromper a barbárie, quer por
estar acostumada àquela cena, quer por medo de também sofrer um ataque dos
criminosos.
Ou por alguma outra causa ou “justificativa”?
E o que estaria fazendo aquela jovenzinha num
lugar ermo e perigoso, àquela avançada hora da noite/madrugada?
Rompendo a quarta parede e funcionando, em
momentos intercalados por diálogos e ações, como uma narradora, a personagem Vigia descreve a cena “em tempo real”, mostrando ora uma frágil empatia, ora um
descaso total pela dor alheia.
Cabe a alguém julgá-la?
O
espetáculo é o sexto montado pelo “GRUPO
3 DE TEATRO”, uma companhia fundada e formada pelas duas atrizes e o
diretor do espetáculo, em 2005, em Belo Horizonte, e estreou, em São Paulo, em 2019,
com a intenção de logo vir para o Rio, o que não pôde ocorrer, por
conta da pandemia de COVID-19. Tão logo os Teatros
voltaram a funcionar, depois daquele dantesco período, infelizmente, não foi
possível a temporada prevista para o Rio de Janeiro, por conta de outros
óbices, como compromissos assumidos pelos envolvidos no projeto, e só agora
pôde desembarcar por estas bandas. É bom registrar que os seis espetáculos de repertório da companhia – “A
Serpente” (2005), “O Amor e Outros Estranhos Rumores” (2011), “O
Continente Negro” (2007), “Contrações” (2013),
“Love Love Love” (2017) e “NESTE MUNDO LOUCO, NESTA NOITE BRILHANTE”
(2019) -
foram consagrados por
premiações e críticas e pelo público e, até hoje, são reencenados, entre
temporadas, excursões e apresentações esparsas. Deles, tive o prazer e o privilégio de ter assistido
aos três últimos, tendo-os aplaudido bastante.
Voltemos nossa atenção para os tenebrosos e inadmissíveis
números e dados publicados pela imprensa brasileira, de que, a cada dez minutos, uma mulher é vítima de
estupro no Brasil. A
informação em negrito foi extraída de um “release” da peça, porém, ao buscar
confirmação, acabei sendo surpreendido por algo mais assustador ainda. Há um
erro na afirmação. É muito pior: Segundo dados do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), lançado em 24 de abril do ano em curso, em Brasília,
pelo Ministério
das Mulheres, em 2022, foram registradas 67.626
ocorrências de estupros praticados em mulheres no Brasil, o equivalente a 1 a cada 8 minutos. E essa
aberração se torna mais grave ainda, quando paramos para pensar nos muitos casos
que não entram no cômputo das estatísticas, por não terem sido comunicados,
pelos mais diversos motivos, dentre os quais ganham força o medo e a vergonha
da vítima. Isso faz com que não nos reste outra reação, a não ser aceitar, como extremamente atual e necessária, a
montagem desta peça, apoiada num delicado, verdadeiro e dolorido texto
de SILVIA GOMEZ, concebido em linguagem
não realista e poética, eivado de um forte humor ácido, “discutindo as relações de
dominação e resistência, de conflito e poder, praticadas pela humanidade desde
tempos imemoriais”, com características explícitas de “uma
obra, ao mesmo tempo, política e psicológica, local e universal, escrita por
uma das principais dramaturgas brasileiras atuais, que já teve seus trabalhos
publicados em sete idiomas”. Apesar de se dizer que “só
quem passou por uma situação de ser estuprado(a) pode saber da dor e do horror
de se sentir no mundo”, penso que a dramaturga conseguiu, por meio de muita
empatia, captar, bastante de perto, o que vai na alma de uma vítima desse
monstruoso crime.
Palavras da autora do texto, com as quais concordo
plenamente, retiradas do já referido “release”, que me foi enviado pela assessoria
de imprensa do espetáculo: “Acho que a peça é uma alegoria, uma
resposta artística a essa realidade (número de estupros registrados em nosso país), buscando falar dela em outra camada: escrevo sobre um encontro entre duas
mulheres num KM abandonado do Brasil. Uma delas acaba de ser violentada e, no
delírio da violência, fala. Busco, no delírio, um diálogo com a realidade
impossível de alcançar. De que sintoma complexo do nosso tempo e do nosso país
as estatísticas falam? Não tenho respostas exatas, mas muita perplexidade e
perguntas que procuro elaborar na cena absurda”. Para mim, a peça é, realmente, uma grande alegoria e o KM 23
é um microcosmo de um espaço maior: o Brasil. O “aquele tempo” é o tempo
atual e o de “agora a daqui a um pouquinho”, sendo que pouco se pode fazer
para pôr fim a esse drama. Ou seria isso possível? As leis relacionadas aos
praticantes de tal crime passaram a ser mais austeras, é verdade, porém muito
pouco é concretizado, em termos de punição, por motivos vários, inclusive
incompetência, inoperância e apatia, por parte da autoridade destinada a apurar
os fatos e punir os criminosos.
Silvia Gomez.
O
texto, habilmente escrito, mergulha nos subterrâneos de uma realidade tenebrosa
e mostra os sentimentos de uma mulher marcada, indelevelmente, pela
perversidade de monstros humanoides, machucada, por fora e, mais ainda, por
dentro, e que parece, em seus agônicos e agudos devaneios, querer fugir a uma
realidade, sem conseguir acreditar na solidariedade do ser, dito, humano, ainda
que existam muitos deste tipo, felizmente, como a Vigia do KM 23.
O espetáculo dura 80 minutos, que parecem muito mais. Não porque a peça seja ruim – muito pelo contrário - e provoque, em nós, uma briga entre o tempo cronológico (externo) do espectador e o interno (psicológico) – o público torcendo para que o tempo passe logo e os ponteiros do relógio insistindo em se movimentar “mais vagarosamente” -, mas porque a encenação, como bem observou, em seus escritos, o meu querido colega de crítica José Cetra, de São Paulo, convida o público “a embarcar num delírio e é um pouco nesse estado que devemos assistir ao espetáculo”. Não há como não aceitar esse convite; é bem melhor, para doer menos, por mais estranho que isso possa parecer.
Agradou-me muito a arquitetura dramatúrgica, que recebeu um tratamento, quando saiu do papel para as tábuas, muito delicado e, paradoxalmente, até poético, ao mesmo tempo, preciso e cirúrgico por parte da direção. SILVIA GOMEZ dividiu o texto em um prólogo e algumas cenas, anunciadas numa projeção, ao fundo do palco, em forma de pequenos títulos, como se fossem capítulos de um livro, todos interligados. Por vezes, o espectador tem que estar muito atento ao que é dito, para poder decodificar tudo. SILVIA apresenta os fatos em diálogos bem ágeis e ao alcance da compreensão de um espectador de inteligência média, dita “normal”. A agilidade que há entre as conversas é um desafio para as duas atrizes, que dão suas falas, muitas vezes longas, de um fôlego só, mesmo que sejam muito extensas e cheias de nuances diversas, mas nada fica perdido, graças à perfeita dicção e projeção de voz de DÉBORA e YARA.
Um
texto mais que aprovado. Aí, chega a hora de ele ser muito bem digerido por um diretor,
o qual tem que perceber todas as intenções e recados que o/a autor/a, no caso SILVIA GOMEZ, pretende fazer chegar ao
espectador, incluindo tudo o que pode estar sugestionado nos porões das entrelinhas.
É a vez de GABRIEL
FONTES PAIVA se fazer presente. E que presença!
Também é dele a direção de um espetáculo ao qual assisti três vezes e, em todas
elas, encharquei lenços: “A Golondrina”. O diretor se aplica em
seu trabalho aqui com total coragem para inovar e se lançou a um voo muito
arriscado, que poderia ter dado errado, porém além de ter sido muito bem
planejado, GABRIEL sabia que poderia contar com o enorme talento da
dupla de atrizes. Há ideias “supimpas” no decorrer da encenação (“Supimpas”?
Vez por outra, entrego a idade. Perguntem ao Tio Google! Momento descontração!),
a começar pela “preparação” proposta ao público, para “suportar
o peso da peça”. Ao adentrar o auditório do Teatro, o espectador vê as
atrizes em cena, recebendo o público,
como num ritual de aquecimento, mas que pode, também, sugerir outra coisa. Elas
têm em mãos dois bastões e executam movimentos que reportam a lutas marciais.
Esse jogo cênico inicial sugere luta e coragem, principalmente esta. Ao fim
dessa preparação, as atrizes dizem, juntas, um pequeno trecho que invoca a “coragem”:
para lutar, para fazer a peça, para assistir a ela...
GABRIEL FONTES PAIVA.
Outra magistral ideia da direção é deixar as coxias à
mostra, revelando, uma em cada lado, duas mulheres, que operam as mesas de som
e de luz/projeção, com as quais as atrizes, principalmente YARA, interagem, como se fossem mais duas pessoas do elenco. Elas recebem,
da forma mais natural possível, como as atrizes saídas de suas personagens e sendo elas
próprias, pedidos e orientações, para que façam esta ou aquela manobra de
aumentar ou diminuir a intensidade da luz, mudança de cores, fazer entrar uma
projeção ou inserir um determinado som ou música, elementos de uma excelente trilha
sonora original, criada por LUCAS
SANTTANA e FÁBIO PINCZOWISK.
A estética da direção optou, e eu adorei, por injetar, na peça, um trabalho executado por três (se não me engano) mulheres, fazendo as vezes de contrarregras ou assistentes de palco, que entram em cena, várias vezes, para entregar ou recolher objetos de cena, num apoio às atrizes. Sempre me interesso por essas intervenções, que, no fundo, mostram ao público como funciona a engrenagem coletiva do TEATRO e, ao mesmo tempo, dão uma trava na magia que essa arte milenar nos oferece. Como canja de galinha, para um enfermo, um pouquinho de quebra dos mistério e da magia que envolvem o TEATRO faz dele algo mais atrativo e palatável. Para mim, pelo menos.
Cada
executor de uma peça do quebra-cabeça teatral deve ter total liberdade de
criação, entretanto seu trabalho criativo deve ser muito bem discutido com o
diretor, que é o “maestro” dessa “orquestra”, é quem dá o “OK”
final, para que tudo dê certo e que este possa pôr em ação seu projeto de
montagem. Muitas conversas e trocas produtivas devem ter acontecido entre GABRIEL FONTES PAIVA e ANDRÉ CORTEZ, o cenógrafo da peça. Antes
de assistir ao espetáculo, tão logo li a sua SINOPSE, fiquei pensando
no desafio que seria para o responsável pela cenografia de uma peça
como esta. Como levar para o palco um “set” onde deveriam caber uma pista
de decolagem e aterrissagem de aeronaves, um aeroporto, e um trecho de
uma rodovia? Isso, porém, não me parece ter sido um obstáculo tão substancial para a
criatividade do artista. ANDRÉ
resolveu o problema com uma plataforma inclinada, no centro do palco, que se
transforma, no momento exato, em algo diferente. Os postes, com pequenos “spots”,
que se distribuem pelas laterais da pista/estrada e que avançam por parte da
plateia, são fruto de uma ideia genial, quando acesos, sequencialmente. E aqui
já aproveito para “pôr luzes” (Não acredito que tive a coragem de escrever
essa bobagem de trocadilho de 5ª série Z! Segundo momento descontração!)
sobre o ótimo desenho de luz, a cargo de ANDRÉ
PRADO e GABRIEL FONTES PAIVA. Completando
o trabalho cenográfico, incluo, com aplausos, a obra de LUIZ DUVA, criador das imagens que são projetadas
ao fundo. Para completar o time dos “criativos”, apenas resta citar os figurinos
de FABIO NAMATAME, sobre os quais
destaco o aspecto do conforto que oferecem às atrizes, as quais são submetidas
a muitas quedas e movimentos bruscos. Ah!!! Injusto eu seria se não mencionasse
dois trabalhos muito importantes, de duas colaboradoras: ANA LUZIA (preparação vocal) e ANA PAULA LOPEZ (direção de movimento).
Fiquei aqui pensando em que “frisson” eu causaria a quem chegou a este ponto da leitura e não encontrasse nenhum comentário sobre o trabalho das atrizes, o que julgo completamente desnecessário. Por outro lado, também me perguntava: “Há quem não conheça os trabalhos de DÉBORA FALABELLA e YARA DE NOVAES?”. Sim, é claro que há! E isso não é nenhum absurdo! A primeira talvez seja conhecida de todos e uma unanimidade, em termos de ser considerada uma atriz estupenda, por conta de suas muitas aparições na TV, o que não acontece com a segunda. Pesei daqui, pesei dali, de lá e de acolá, e resolvi, sucintamente, dizer o que senti, vendo as duas em cena. Fiquei extasiado!!! É indescritível o altíssimo grau de cumplicidade que existe entre as duas magníficas atrizes num palco. Demonstram uma interação abissal essas duas, que se entendem até nos silêncios e nas pausas, pelo olhar.
Não me
parece que, tecnicamente falando, em termos de dramaturgia, exista alguma personagem
protagonista, na peça. Talvez a balança pesasse um pouco mais para o lado da
vítima do estupro, todavia, na minha visão, ambas as personagens protagonizam
as ações, de lados diferentes, sob ângulos distintos e distantes, mas que, no
fundo, convergem para um mesmo ponto: ambas são mulheres, ambas estão à mercê
da sanha criminosa de deletérios. Mais, sobre a força inimaginável do trabalho
de atuação da dupla, não digo, esperando que o leitor veja, ele próprio, e tire
suas conclusões. Só um detalhe: a personagem de YARA domina o verbo; a de DÉBORA
idem, porém seu trabalho de corpo é irretocável e, para mim, sobressai de forma
superlativa. E mais, podendo ser uma “viagem” que faço: o nome próprio Diana,
atribuído à VIGIA do KM 23, pode ter relação com a deusa romana da caça, a
que deve estar sempre em vigília (Será que esta “colou”?). Já o
epíteto pelo qual, a partir de um determinado momento da peça, a Vigia
passa a chamar a vítima do estupro, Chapeuzinho, tem a ver com a pureza
e a ingenuidade da moça, incapaz de detectar uma situação de perigo. (Posso
ter dado uma “escorregada”, mas acho que evitei uma queda. Mais um momento
descontação!).
FICHA TÉCNICA:
Texto: Silvia
Gomez
Direção: Gabriel
Fontes Paiva
Elenco:
Débora Falabella e Yara de Novaes
Cenografia: André
Cortez
Vídeo
Cenário: Luiz Duva
Figurinos: Fabio
Namatame
Iluminação: André
Prado e Gabriel Fontes Paiva
Trilha
Sonora Original: Lucas Santtana e Fábio Pinczowisk
Participação
Especial: Banda La Majas: Mayarí Romero, Lucia Dalence, Lucia
Camacho e Isis Alvarado, além do diretor Marvin Montes
Assistência de
Direção: André Prado e Ana Paula Lopez
Assistência de
Cenário e Produção de Objetos: Carol Bucek
Assistência de
Figurinos: Juliano Lopez
Preparação
Vocal: Ana Luiza
Preparação e
Direção de Movimento: Ana Paula Lopez
Oficinas: Dione
Carlos
"Workshops": Maria
Thais
Direção
Técnica e Operação de Luz: André Prado
Operação de
Vídeo: Pietra De Felippes Baraldi
Operadora de
Som: Consuelo Mar
Camareiro: Jô Nascimento
Técnica de Palco: Giovanna Siciliano
“Design” de Som: André Omote
Cenotécnicos: Alexandre
da Luz Alves e Murilo Alves
Assistentes de
Produção: Carolina Henriques e Rommaní Carvalho
Assistente Administrativo: Rogério
Prudêncio
Identidade
Gráfica: Patrícia Cividanes
“Design”: Gráfico: Lucas Sancho
Assessoria
de imprensa: Douglas Picchetti e Helô Cintra (Pombo Correio Assessoria de Comunicação)
Fotos de
Material Gráfico e Divulgação: Fábio Audi
Fotos do Espetáculo: Sergio
Silva e João Caldas
Vídeo do Espetáculo: FVFILMES
Gestão de
Projeto: Luana Gorayeb
Direção de Produção: Jessica
Rodrigues
Produção: Fontes
Realizações
Grupo 3 de
Teatro: Débora Falabella, Gabriel Fontes Paiva e Yara de Novaes
SERVIÇO:
Temporada: De 25 de
julho a 18 de agosto de 2024.
Local: Teatro Firjan SESI Centro.
Endereço: Ruas Almirante Barroso, nº 1 – Centro
– Rio de Janeiro.
Dias e Horários: Quintas e
sextas-feiras, às 19h; sábados e domingos, às 18h.
Valor dos Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20
(meia-entrada).
Duração: 80 minutos.
Classificação Etária: Não recomendado para menores de 16 anos.
Gênero: Drama.
Jamais
engano os que me leem. Quem está a fim de apenas se divertir, de rir, de ver
uma coisa bem leve e “digestiva”, feita, porém, de forma
genial, nem passe pela calçada do Teatro FIRJAN SESI Centro. Caminhe
uns 300
metros, talvez nem tanto, e vá em busca de um entretenimento de primeira
linha, o musical “HAIRSPRAY”, por exemplo, em cartaz no Teatro Riachuelo. Mas
também não pense que, depois de assistir a “NESTE
MUNDO LOUCO, NESTA NOITE BRILHANTE”, você
cairá em depressão e sentirá inclinações suicidas. É certo que a peça trata da
violência contra as mulheres; da estúpida e inaceitável dominação autoritária masculina/patriarcal; de estupros; de
desrespeito ao sagrado e garantido direito de ser mulher; de uma mulher que
vive num país que é, segundo estatísticas oficiais, o quinto que mais
mata mulheres, no mundo; no entanto, por mais louco que possa parecer,
tudo isso é tratado, no palco, com muita dignidade e, até mesmo uma certa dose
poética e lírica. Nem que seja para temperar a iguaria servida, neutralizando,
um pouco, o azedo do limão e a picância da pimenta. Sim, isso é possível no TEATRO.
Há um estupro coletivo em cena, representado por uma esplêndida expressão corporal
e por fabulosos gemidos de dor, sem a presença física das bestas estupradoras
nem a exposição de partes íntimas da atriz. E tudo acontece sobre o asfalto e
sob as luzes muito brilhantes das estrelas, projetadas sobre tudo e todos.
Reserve, desde agora, seu ingresso para este espetáculo, um dos melhores do
ano, até agora, no Rio de Janeiro, o qual RECOMENDO COM O MAIOR EMPENHO.
FOTOS: SERGIO SILVA
e
JOÃO CALDAS
GALERIA PARTICULAR
(Fotos: João Pedro Bartholo.)
VAMOS AO TEATRO!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE
ESPETÁCULO DO BRASIL!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE; E
SALVA!
RESISTAMOS SEMPRE MAIS!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA
QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO TEATRO BRASILEIRO!
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