sábado, 3 de agosto de 2024

“NESTE MUNDO

LOUCO,

NESTA NOITE

BRILHANTE”

ou

(UM É POUCO,

DOIS É BOM,

TRÊS “NÃO” É DEMAIS.)

ou

(UM ESPETÁCULO

FEITO SÓ DE ACERTOS.)

 





         Para uma peça de TEATRO dar certo, atrair numerosas plateias que a aprovem e gerar boas críticas especializadas, tem que ser um espetáculo feito só de acertos, para o que muita coisa é necessária. Dentre tantas outras, as quais me reservo o direito de, por ora, omitir, mas falarei sobre elas no momento oportuno, está o acerto na escolha do elenco e, com relação a isso, o entrosamento entre as “peças do tabuleiro”, atores e atrizes, a chamada “química no palco”, o que não falta a DÉBORA FALABLLA e YARA DE NOVAES, quer a primeira atuando e a segunda dirigindo, quer as duas contracenando, como em “NESTE MUNDO LOUCO, NESTA NOITE BRILHANTE”, instigante texto de SILVIA GOMEZ, em cartaz no Teatro Firjan SESI Centro (VER SERVIÇO.), as duas sob a direção de GABRIEL FONTES PAIVA, o terceiro vértice de um “triângulo equilátero”, que forma o “GRUPO 3 DE TEATRO”, justificando o primeiro subtítulo para esta crítica.

 

 

 

         Mesmo antes de receber o convite, de DOUGLAS PICCHETTI e HELÔ CINTRA (Pombo Correio Assessoria de Comunicação), para assistir à peça, já aguardava, com bastante interesse e, até mesmo, um certo grau de ansiedade, o momento de poder conhecer o espetáculo em tela, atraído pela oportunidade de, mais uma vez, ver um trabalho de DÉBORA, uma atriz das que mais aprecio num palco (A mais recente foi, há bem pouco tempo, no Teatro Adolpho Bloch, na peça “Prima Facie”, um espetáculo fascinante, tanto quanto este, sobre o qual escrevi uma crítica que só poderia ter sido favorável: https://oteatromerepresenta.blogspot.com/2024/06/prima-facie-ou-desagradavel-surpresa-de.html), e conhecer, como atriz, mais uma atuação de YARA DE NOVAES (Já tivera a oportunidade de vê-la, pisando num palco, em “Contrações” e “Love Love Love”.), tantas vezes por mim incensada, em outras críticas, por seus trabalhos de direção. A propósito, a minha teoria de que - apesar de não ser uma exigência - um(a) bom/boa diretor(a), via de regra, assim se comporta quando vem de uma formação de ator/atriz, mais uma vez, ganha robustez. YARA é uma dessas. Dos vários de seus trabalhos de direção a que assisti, meus destaques vão para duas montagens, em especial: um notável Tio Vania”, feito com o “Grupo Galpão”, de Belo Horizonte, em 2011, e o genial solo “A Ira de Narciso”, meu primeiro contato com o dramaturgo uruguaio Sergio Blanco, um memorável trabalho de Gilberto Gawronski, como ator, em 2019.

  

 


 

 

SINOPSE:

Enquanto aviões decolam e aterrissam, em várias partes do mundo, a rotina da Vigia do KM 23 (YARA DE NOVAES) de uma rodovia brasileira é alterada pela presença de uma garota (DÉBORA FALABELLA) que delira, largada no asfalto, após ter sido violentada naquela noite cheia de estrelas.

Uma mulher fica à mercê de um grupo de homens e é, violentamente, estuprada por todos, um a um saciando seus instintos animalescos, de forma longa e repetida, até ela desfalecer.

A vil e monstruosa cena é testemunhada, de longe, pela Vigia do Km 23, a qual, de posse de um inseparável aparelho de radiotransmissão, comunica-se, repetida e exaustivamente, com uma controladora de voo na torre de operações de um aeroporto ao lado daquele ponto de uma rodovia.

Como uma espécie de “voyeur”, sem intenção, a Vigia assiste ao crime, nada fazendo, para impedir ou interromper a barbárie, quer por estar acostumada àquela cena, quer por medo de também sofrer um ataque dos criminosos.

Ou por alguma outra causa ou “justificativa”?

E o que estaria fazendo aquela jovenzinha num lugar ermo e perigoso, àquela avançada hora da noite/madrugada?

Rompendo a quarta parede e funcionando, em momentos intercalados por diálogos e ações, como uma narradora, a personagem Vigia descreve a cena “em tempo real”, mostrando ora uma frágil empatia, ora um descaso total pela dor alheia.

Cabe a alguém julgá-la?

 

 

 

        O espetáculo é o sexto montado pelo “GRUPO 3 DE TEATRO”, uma companhia fundada e formada pelas duas atrizes e o diretor do espetáculo, em 2005, em Belo Horizonte, e estreou, em São Paulo, em 2019, com a intenção de logo vir para o Rio, o que não pôde ocorrer, por conta da pandemia de COVID-19. Tão logo os Teatros voltaram a funcionar, depois daquele dantesco período, infelizmente, não foi possível a temporada prevista para o Rio de Janeiro, por conta de outros óbices, como compromissos assumidos pelos envolvidos no projeto, e só agora pôde desembarcar por estas bandas. É bom registrar que os seis espetáculos de repertório da companhia – “A Serpente” (2005), “O Amor e Outros Estranhos Rumores” (2011), “O Continente Negro” (2007), “Contrações” (2013), “Love Love Love” (2017) e “NESTE MUNDO LOUCO, NESTA NOITE BRILHANTE” (2019) - foram consagrados por premiações e críticas e pelo público e, até hoje, são reencenados, entre temporadas, excursões e apresentações esparsas. Deles, tive o prazer e o privilégio de ter assistido aos três últimos, tendo-os aplaudido bastante.

 

 

 

          Voltemos nossa atenção para os tenebrosos e inadmissíveis números e dados publicados pela imprensa brasileira, de que, a cada dez minutos, uma mulher é vítima de estupro no Brasil. A informação em negrito foi extraída de um “release” da peça, porém, ao buscar confirmação, acabei sendo surpreendido por algo mais assustador ainda. Há um erro na afirmação. É muito pior: Segundo dados do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), lançado em 24 de abril do ano em curso, em Brasília, pelo Ministério das Mulheres, em 2022, foram registradas 67.626 ocorrências de estupros praticados em mulheres no Brasil, o equivalente a 1 a cada 8 minutos. E essa aberração se torna mais grave ainda, quando paramos para pensar nos muitos casos que não entram no cômputo das estatísticas, por não terem sido comunicados, pelos mais diversos motivos, dentre os quais ganham força o medo e a vergonha da vítima. Isso faz com que não nos reste outra reação, a não ser aceitar, como extremamente atual e necessária, a montagem desta peça, apoiada num delicado, verdadeiro e dolorido texto de SILVIA GOMEZ, concebido em linguagem não realista e poética, eivado de um forte humor ácido, “discutindo as relações de dominação e resistência, de conflito e poder, praticadas pela humanidade desde tempos imemoriais”, com características explícitas de “uma obra, ao mesmo tempo, política e psicológica, local e universal, escrita por uma das principais dramaturgas brasileiras atuais, que já teve seus trabalhos publicados em sete idiomas”. Apesar de se dizer que “só quem passou por uma situação de ser estuprado(a) pode saber da dor e do horror de se sentir no mundo”, penso que a dramaturga conseguiu, por meio de muita empatia, captar, bastante de perto, o que vai na alma de uma vítima desse monstruoso crime.

 

 

 

 

 

    Palavras da autora do texto, com as quais concordo plenamente, retiradas do já referido “release”, que me foi enviado pela assessoria de imprensa do espetáculo: “Acho que a peça é uma alegoria, uma resposta artística a essa realidade (número de estupros registrados em nosso país), buscando falar dela em outra camada: escrevo sobre um encontro entre duas mulheres num KM abandonado do Brasil. Uma delas acaba de ser violentada e, no delírio da violência, fala. Busco, no delírio, um diálogo com a realidade impossível de alcançar. De que sintoma complexo do nosso tempo e do nosso país as estatísticas falam? Não tenho respostas exatas, mas muita perplexidade e perguntas que procuro elaborar na cena absurda”. Para mim, a peça é, realmente, uma grande alegoria e o KM 23 é um microcosmo de um espaço maior: o Brasil. O “aquele tempo” é o tempo atual e o de “agora a daqui a um pouquinho”, sendo que pouco se pode fazer para pôr fim a esse drama. Ou seria isso possível? As leis relacionadas aos praticantes de tal crime passaram a ser mais austeras, é verdade, porém muito pouco é concretizado, em termos de punição, por motivos vários, inclusive incompetência, inoperância e apatia, por parte da autoridade destinada a apurar os fatos e punir os criminosos.

 

 

Silvia Gomez.

 

              O texto, habilmente escrito, mergulha nos subterrâneos de uma realidade tenebrosa e mostra os sentimentos de uma mulher marcada, indelevelmente, pela perversidade de monstros humanoides, machucada, por fora e, mais ainda, por dentro, e que parece, em seus agônicos e agudos devaneios, querer fugir a uma realidade, sem conseguir acreditar na solidariedade do ser, dito, humano, ainda que existam muitos deste tipo, felizmente, como a Vigia do KM 23.

 

 


          O espetáculo dura 80 minutos, que parecem muito mais. Não porque a peça seja ruim – muito pelo contrário - e provoque, em nós, uma briga entre o tempo cronológico (externo) do espectador e o interno (psicológico) – o público torcendo para que o tempo passe logo e os ponteiros do relógio insistindo em se movimentar “mais vagarosamente” -, mas porque a encenação, como bem observou, em seus escritos, o meu querido colega de crítica José Cetra, de São Paulo, convida o público “a embarcar num delírio e é um pouco nesse estado que devemos assistir ao espetáculo”. Não há como não aceitar esse convite; é bem melhor, para doer menos, por mais estranho que isso possa parecer.

 

 

         Agradou-me muito a arquitetura dramatúrgica, que recebeu um tratamento, quando saiu do papel para as tábuas, muito delicado e, paradoxalmente, até poético, ao mesmo tempo, preciso e cirúrgico por parte da direção. SILVIA GOMEZ dividiu o texto em um prólogo e algumas cenas, anunciadas numa projeção, ao fundo do palco, em forma de pequenos títulos, como se fossem capítulos de um livro, todos interligados. Por vezes, o espectador tem que estar muito atento ao que é dito, para poder decodificar tudo. SILVIA apresenta os fatos em diálogos bem ágeis e ao alcance da compreensão de um espectador de inteligência média, dita “normal”. A agilidade que há entre as conversas é um desafio para as duas atrizes, que dão suas falas, muitas vezes longas, de um fôlego só, mesmo que sejam muito extensas e cheias de nuances diversas, mas nada fica perdido, graças à perfeita dicção e projeção de voz de DÉBORA e YARA.

 

 

          Um texto mais que aprovado. Aí, chega a hora de ele ser muito bem digerido por um diretor, o qual tem que perceber todas as intenções e recados que o/a autor/a, no caso SILVIA GOMEZ, pretende fazer chegar ao espectador, incluindo tudo o que pode estar sugestionado nos porões das entrelinhas. É a vez de GABRIEL FONTES PAIVA se fazer presente. E que presença! Também é dele a direção de um espetáculo ao qual assisti três vezes e, em todas elas, encharquei lenços: “A Golondrina”. O diretor se aplica em seu trabalho aqui com total coragem para inovar e se lançou a um voo muito arriscado, que poderia ter dado errado, porém além de ter sido muito bem planejado, GABRIEL sabia que poderia contar com o enorme talento da dupla de atrizes. Há ideias “supimpas” no decorrer da encenação (“Supimpas”? Vez por outra, entrego a idade. Perguntem ao Tio Google! Momento descontração!), a começar pela “preparação” proposta ao público, para “suportar o peso da peça”. Ao adentrar o auditório do Teatro, o espectador vê as atrizes em cena, recebendo o público, como num ritual de aquecimento, mas que pode, também, sugerir outra coisa. Elas têm em mãos dois bastões e executam movimentos que reportam a lutas marciais. Esse jogo cênico inicial sugere luta e coragem, principalmente esta. Ao fim dessa preparação, as atrizes dizem, juntas, um pequeno trecho que invoca a “coragem”: para lutar, para fazer a peça, para assistir a ela...

 

 

GABRIEL FONTES PAIVA.

          Outra magistral ideia da direção é deixar as coxias à mostra, revelando, uma em cada lado, duas mulheres, que operam as mesas de som e de luz/projeção, com as quais as atrizes, principalmente YARA, interagem, como se fossem mais duas pessoas do elenco. Elas recebem, da forma mais natural possível, como as atrizes saídas de suas personagens e sendo elas próprias, pedidos e orientações, para que façam esta ou aquela manobra de aumentar ou diminuir a intensidade da luz, mudança de cores, fazer entrar uma projeção ou inserir um determinado som ou música, elementos de uma excelente trilha sonora original, criada por LUCAS SANTTANA e FÁBIO PINCZOWISK.

 

 

 

           A estética da direção optou, e eu adorei, por injetar, na peça, um trabalho executado por três (se não me engano) mulheres, fazendo as vezes de contrarregras ou assistentes de palco, que entram em cena, várias vezes, para entregar ou recolher objetos de cena, num apoio às atrizes. Sempre me interesso por essas intervenções, que, no fundo, mostram ao público como funciona a engrenagem coletiva do TEATRO e, ao mesmo tempo, dão uma trava na magia que essa arte milenar nos oferece. Como canja de galinha, para um enfermo, um pouquinho de quebra dos mistério e da magia que envolvem o TEATRO faz dele algo mais atrativo e palatável. Para mim, pelo menos.

 

 

         Cada executor de uma peça do quebra-cabeça teatral deve ter total liberdade de criação, entretanto seu trabalho criativo deve ser muito bem discutido com o diretor, que é o “maestro” dessa “orquestra”, é quem dá o “OK” final, para que tudo dê certo e que este possa pôr em ação seu projeto de montagem. Muitas conversas e trocas produtivas devem ter acontecido entre GABRIEL FONTES PAIVA e ANDRÉ CORTEZ, o cenógrafo da peça. Antes de assistir ao espetáculo, tão logo li a sua SINOPSE, fiquei pensando no desafio que seria para o responsável pela cenografia de uma peça como esta. Como levar para o palco um “set” onde deveriam caber uma pista de decolagem e aterrissagem de aeronaves, um aeroporto, e um trecho de uma rodovia? Isso, porém, não me parece ter sido um obstáculo tão substancial para a criatividade do artista. ANDRÉ resolveu o problema com uma plataforma inclinada, no centro do palco, que se transforma, no momento exato, em algo diferente. Os postes, com pequenos “spots”, que se distribuem pelas laterais da pista/estrada e que avançam por parte da plateia, são fruto de uma ideia genial, quando acesos, sequencialmente. E aqui já aproveito para “pôr luzes” (Não acredito que tive a coragem de escrever essa bobagem de trocadilho de 5ª série Z! Segundo momento descontração!) sobre o ótimo desenho de luz, a cargo de ANDRÉ PRADO e GABRIEL FONTES PAIVA. Completando o trabalho cenográfico, incluo, com aplausos, a obra de LUIZ DUVA, criador das imagens que são projetadas ao fundo. Para completar o time dos “criativos”, apenas resta citar os figurinos de FABIO NAMATAME, sobre os quais destaco o aspecto do conforto que oferecem às atrizes, as quais são submetidas a muitas quedas e movimentos bruscos. Ah!!! Injusto eu seria se não mencionasse dois trabalhos muito importantes, de duas colaboradoras: ANA LUZIA (preparação vocal) e ANA PAULA LOPEZ (direção de movimento).

 

 


 


            Fiquei aqui pensando em que “frisson” eu causaria a quem chegou a este ponto da leitura e não encontrasse nenhum comentário sobre o trabalho das atrizes, o que julgo completamente desnecessário. Por outro lado, também me perguntava: “Há quem não conheça os trabalhos de DÉBORA FALABELLA e YARA DE NOVAES?”. Sim, é claro que há! E isso não é nenhum absurdo! A primeira talvez seja conhecida de todos e uma unanimidade, em termos de ser considerada uma atriz estupenda, por conta de suas muitas aparições na TV, o que não acontece com a segunda. Pesei daqui, pesei dali, de lá e de acolá, e resolvi, sucintamente, dizer o que senti, vendo as duas em cena. Fiquei extasiado!!! É indescritível o altíssimo grau de cumplicidade que existe entre as duas magníficas atrizes num palco. Demonstram uma interação abissal essas duas, que se entendem até nos silêncios e nas pausas, pelo olhar.


 


Débora Falabella


Yara de Novaes.

   Não me parece que, tecnicamente falando, em termos de dramaturgia, exista alguma personagem protagonista, na peça. Talvez a balança pesasse um pouco mais para o lado da vítima do estupro, todavia, na minha visão, ambas as personagens protagonizam as ações, de lados diferentes, sob ângulos distintos e distantes, mas que, no fundo, convergem para um mesmo ponto: ambas são mulheres, ambas estão à mercê da sanha criminosa de deletérios. Mais, sobre a força inimaginável do trabalho de atuação da dupla, não digo, esperando que o leitor veja, ele próprio, e tire suas conclusões. Só um detalhe: a personagem de YARA domina o verbo; a de DÉBORA idem, porém seu trabalho de corpo é irretocável e, para mim, sobressai de forma superlativa. E mais, podendo ser uma “viagem” que faço: o nome próprio Diana, atribuído à VIGIA do KM 23, pode ter relação com a deusa romana da caça, a que deve estar sempre em vigília (Será que esta “colou”?). Já o epíteto pelo qual, a partir de um determinado momento da peça, a Vigia passa a chamar a vítima do estupro, Chapeuzinho, tem a ver com a pureza e a ingenuidade da moça, incapaz de detectar uma situação de perigo. (Posso ter dado uma “escorregada”, mas acho que evitei uma queda. Mais um momento descontação!).

    

 

 

 

FICHA TÉCNICA:

Texto: Silvia Gomez

Direção: Gabriel Fontes Paiva

 

Elenco: Débora Falabella e Yara de Novaes

 

Cenografia: André Cortez

Vídeo Cenário: Luiz Duva

Figurinos: Fabio Namatame

Iluminação: André Prado e Gabriel Fontes Paiva

Trilha Sonora Original: Lucas Santtana e Fábio Pinczowisk

Participação Especial: Banda La Majas: Mayarí Romero, Lucia Dalence, Lucia Camacho e Isis Alvarado, além do diretor Marvin Montes

Assistência de Direção: André Prado e Ana Paula Lopez

Assistência de Cenário e Produção de Objetos: Carol Bucek

Assistência de Figurinos: Juliano Lopez

Preparação Vocal: Ana Luiza

Preparação e Direção de Movimento: Ana Paula Lopez

Oficinas: Dione Carlos

"Workshops": Maria Thais

Direção Técnica e Operação de Luz: André Prado

Operação de Vídeo: Pietra De Felippes Baraldi

Operadora de Som: Consuelo Mar

Camareiro: Jô Nascimento

Técnica de Palco: Giovanna Siciliano

“Design” de Som: André Omote

Cenotécnicos: Alexandre da Luz Alves e Murilo Alves

Assistentes de Produção: Carolina Henriques e Rommaní Carvalho

Assistente Administrativo: Rogério Prudêncio

Identidade Gráfica: Patrícia Cividanes

“Design”: Gráfico: Lucas Sancho

Assessoria de imprensa: Douglas Picchetti e Helô Cintra (Pombo Correio Assessoria de Comunicação)

Fotos de Material Gráfico e Divulgação: Fábio Audi

Fotos do Espetáculo: Sergio Silva e João Caldas

Vídeo do Espetáculo: FVFILMES

Gestão de Projeto: Luana Gorayeb

Direção de Produção: Jessica Rodrigues 

Produção: Fontes Realizações

Grupo 3 de Teatro: Débora Falabella, Gabriel Fontes Paiva e Yara de Novaes






 

SERVIÇO:

Temporada: De 25 de julho a 18 de agosto de 2024.

Local: Teatro Firjan SESI Centro.

Endereço: Ruas Almirante Barroso, nº 1 – Centro – Rio de Janeiro.

Dias e Horários: Quintas e sextas-feiras, às 19h; sábados e domingos, às 18h.

Valor dos Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada).

Duração: 80 minutos.

Classificação Etária: Não recomendado para menores de 16 anos.

Gênero: Drama.

 

 

 

             Jamais engano os que me leem. Quem está a fim de apenas se divertir, de rir, de ver uma coisa bem leve e “digestiva”, feita, porém, de forma genial, nem passe pela calçada do Teatro FIRJAN SESI Centro. Caminhe uns 300 metros, talvez nem tanto, e vá em busca de um entretenimento de primeira linha, o musical “HAIRSPRAY”, por exemplo, em cartaz no Teatro Riachuelo. Mas também não pense que, depois de assistir a NESTE MUNDO LOUCO, NESTA NOITE BRILHANTE”, você cairá em depressão e sentirá inclinações suicidas. É certo que a peça trata da violência contra as mulheres; da estúpida e inaceitável dominação autoritária masculina/patriarcal; de estupros; de desrespeito ao sagrado e garantido direito de ser mulher; de uma mulher que vive num país que é, segundo estatísticas oficiais, o quinto que mais mata mulheres, no mundo; no entanto, por mais louco que possa parecer, tudo isso é tratado, no palco, com muita dignidade e, até mesmo uma certa dose poética e lírica. Nem que seja para temperar a iguaria servida, neutralizando, um pouco, o azedo do limão e a picância da pimenta. Sim, isso é possível no TEATRO. Há um estupro coletivo em cena, representado por uma esplêndida expressão corporal e por fabulosos gemidos de dor, sem a presença física das bestas estupradoras nem a exposição de partes íntimas da atriz. E tudo acontece sobre o asfalto e sob as luzes muito brilhantes das estrelas, projetadas sobre tudo e todos. Reserve, desde agora, seu ingresso para este espetáculo, um dos melhores do ano, até agora, no Rio de Janeiro, o qual RECOMENDO COM O MAIOR EMPENHO.



 

 

 

FOTOS: SERGIO SILVA

e

JOÃO CALDAS



GALERIA PARTICULAR

(Fotos: João Pedro Bartholo.)




 


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