1ª “MARATONA” TEATRAL
EM SÃO PAULO / 2015
(CHAPLIN, O MUSICAL;
GALILEU GALILEI;
MAS POR QUÊ? A
HISTÓRIA DE ELVIS;
NINE;
MUDANÇA DE HÁBITO.)
Santa
semana a Semana Santa em São Paulo, com o objetivo de assistir a espetáculos de
TEATRO, principalmente musicais, que
têm nenhuma, ou pouca, chance de vir para o Rio de Janeiro. Cinco espetáculos em quatro dias.
Com
um mês de atraso, vou me ater a apenas alguns comentários sobre cada um deles,
aguardando a oportunidade de fazer uma crítica, completa e profunda, aos que
desembarcarem no Rio.
Por
questões técnicas, dividirei os comentários em cinco partes, separadamente.
PARTE
V
MUDANÇA DE HÁBITO
(7/6/2015 – TEATRO
RENAULT)
Fechei, com
chave de ouro, a minha estadia em São Paulo com o que há de melhor em cartaz,
no momento, naquela capital, em termos de musicais, excetuando-se, logicamente,
“O Homem De La Mancha”, por ser “hors-concours”: MUDANÇA DE HÁBITO, uma superprodução de 30 milhões de reais, com música de ALAN MENKEN, letras de GLENN SLATER e libreto de CHERI e BILL STEINKELNNER. O musical, já visto por mais de cinco milhões
de pessoas, em onze países, é baseado no filme “Sister Act”, escrito por JOSEPH
HOWARD, e que ganhou, aqui, o mesmo título dado à peça.
Como,
infelizmente, o espetáculo não virá para o Rio de Janeiro, falarei mais sobre
ele, embora em poucas palavras, já que se torna uma tarefa difícil analisar
todos os detalhes de uma montagem impecável.
Sim, impecável!!!
Teria de
escrever muito sobre MUDANÇA DE HÁBITO,
e material para isso não me faltaria, mas nada do que eu conseguisse dizer
sobre a peça seria suficiente para descrever o prazer que se sente, quando se
assiste a ela. O melhor mesmo é fazer
uma rápida visita a São Paulo, num final de semana, para comprovar o que estou
dizendo.
Vou tentar ser
breve nas minhas considerações.
O espetáculo é
“vendido”, no Brasil, como “MUDANÇA DE
HÁBITO – a divina comédia musical da Broadway”. Acho perfeitamente correta a estratégia de
“marketing”, porque, sentando-se numa das poltronas do delicioso e emblemático Teatro Renaut, que já passou por tantas
reformas e recebeu tantos outros nomes, abertas as cortinas, tem-se a exata
sensação de que a Broadway se transferiu para a Avenida Brigadeiro Luís
Antônio, em São Paulo, tal é a correção do espetáculo. Original, também, é o adjetivo “divina”, inserido no subtítulo, com
sentido ambíguo.
Como tantos
que já foram produzidos, em nossa terra, pela Time For Fun, o espetáculo já vem com toda a estrutura
“broadwayana” montada (Sim. E daí?),
encaixando-se nela “apenas” o elenco brasileiro e alguns técnicos, o que em
nada diminui o seu valor, já que os profissionais brasileiros têm de ser de
altíssima qualidade, para “merecer” fazer parte do projeto.
É, exatamente,
nessa hora, que somos levados a comparar o nosso material humano ao que existe
lá fora, seja na Broadway, seja em outros lugares onde são montados grandes
musicais. Temos, sim, excelentes
profissionais, competentíssimos, aptos a encarar qualquer grande produção de
musicais que venham do exterior ou que sejam genuinamente brasileiros.
O enredo não é
diferente do que se viu no filme. Aqui
vai a sinopse da peça:
Karin Hils.
SINOPSE:
DELORIS
(KARIN HILS), uma cantora de bares e cabarés, aspirante ao posto de
“superstar”, envolve-se com um bandido, CURTIS
JACKSON (CÉSAR MELLO) e acaba presenciando, sem querer, um crime, o que a
faz precisar se esconder, para não ser morta pela quadrilha do marginal e virar
um arquivo, literalmente, morto, indo parar num convento, o único lugar em que “ninguém
pensaria em encontrá-la”, levada pela Polícia, por iniciativa de um policial, (EDDIE), vivido, brilhantemente, por THIAGO MACHADO, e passa a viver como
uma falsa freira, a IRMÃ MARY CLARENCE.
Vestir-se de freira é a mesma coisa
que discordar, radicalmente, de seu estilo de vida, porém, a partir dessa
imperiosa necessidade, ela teria que seguir uma disciplina rígida, imposta pela
MADRE SUPERIORA (ADRIANA QUADROS). Não é preciso dizer que sua temporada no
claustro acaba contagiando as freiras de verdade (“de verdade” com duplo sentido: as “verdadeiras” e “realmente”) e revolucionando o coral do lugar, até então de
péssima qualidade.
Usando seu carisma, suas
habilidades musicais e sua voz poderosa, para inspirar o coro do convento, DELORIS acaba por trazer um pouco de ar
fresco à igreja da comunidade. Entretanto,
ao fazê-lo, tem seu disfarce descoberto.
Trata-se de uma
comédia muito divertida, leve, para toda a família, e na qual, torna-se difícil
dizer o que mais se destaca.
O texto, incluindo as letras das canções, de GLENN SLATER, é ótimo, mérito, em
parte, devido à excelente tradução e
versão (BIANCA TADINI e LUCIANO
ANDREY). O magnífico libreto foi escrito por CHERI e BILL STEIKELLNER.
Apesar de não
muito conhecidas entre nós, as quase 20 canções da peça, melodias de ALAN MENKEN,
são muito boas, algumas excelentes.
Na cenografia (KLARA ZIEGLEROVA),
exuberante, foram empregados os recursos mais modernos da tecnologia aplicada a
esta prática, e o resultado não poderia ser diferente do que nos é oferecido:
cenários fantásticos e funcionais. No
palco, vemos bares, ambientes exteriores
(ruas), uma delegacia, uma boate, uma igreja e, como não poderia deixar de
ser, o já referido convento. É
impressionante a velocidade com que os cenários são trocados, surgindo e
desaparecendo, num átimo, os elementos que os compõem.
Os fantásticos
figurinos (LEZ BROTHERSTON) - creio
que superam a casa de uma centena -, sem exceção, são primorosos, estética e
tecnicamente falando.
Poucas vezes,
vi, em TEATRO, uma luz (NATASHA KATZ) tão linda e adequada – PERFEITA! -, como a deste espetáculo, no qual são utilizados, em
efeitos especiais, recursos da mais moderna geração, nesse setor. A iluminação
contribui, em muito, para o brilho estético da peça. Sobra luz em cena!
Quanto ao desenho de som (GARETH OWEN), não poderia ser melhor. Puro, cristalino!
As coreografias (ANTHONY VAN LAAST) são a
cara da Broadway, muito previsíveis, por vezes, porém, não por isso,
sensacionais, alegres, envolventes.
A supervisão musical, assim como os arranjos vocais e músicas adicionais
são da responsabilidade de MICHAEL
KOSARIN. A orquestração fica a cargo de DOUG
BESTERMAN e os arranjos musicais
para coreografia são de MARK HUMMEL.
A direção original do espetáculo recebe a
assinatura de JERRY ZAKS.
A equipe criativa no Brasil, além dos já
citados nomes de BIANCA TADINI e LUCIANO ANDREY, responsáveis pela
excelente versão brasileira, tarefa
das mais difíceis, agrega os nomes de profissionais do mais alto gabarito, como
FERNANDA CHAMMA, brilhante, como diretora e coreógrafa residente; VÂNIA
PAJARES, como excelente diretora
musical residente e 1ª regente; CARINA GREGÓRIO, como assistente de direção e coreografia; JOÃO CANDELORO, como assistente
de direção musical residente, 2º
regente e pianista; e MARCELA ALTBERG, como produtora de elenco. Todos
com trabalhos impecáveis!!!
E chegamos,
então, ao excelente elenco, do qual
faz parte um bom contingente de ótimos atores negros, trazendo KARIN HILS, como DELORIS, a protagonista, uma atriz completa, em termos de musicais,
já tendo participado de vários, anteriormente.
Mas, certamente, é com este trabalho que passa fazer parte do seleto
grupo das grandes atrizes de musicais brasileiros. É ótima, interpretando e dançando, porém é no
canto que se destaca. Tem uma voz
potente e, ao mesmo tempo, suave, dependendo da exigência das canções, e é afinadíssima,
sem falar no seu carisma e sua forte presença em cena. Não só conquista as freias do convento, como
ao público. Conquistou, também, o
aplauso e a admiração de Whoopi Goldberg,
idealizadora e produtora do espetáculo na Broadway. Whoopi
encantou-se com o trabalho de KARIN,
e não poderia ser diferente. Não há quem
não se encante.
Karin e Whoopi: encontro de divas.
ADRIANA QUADROS, com muitos anos de
carreira em TEATRO, incluindo
musicais, e uma coleção de sucessos, faz uma MADRE SUPERIORA “come Il faut”.
Não há como não acreditar na personagem interpretada por ADRIANA. Acho que nunca a vi cantar tão bem como neste
espetáculo. Sem dúvida, enobrece a
personagem.
Karin e Adriana.
CÉSAR MELLO é CURTIS JACKSON, o vilão da história. Excelente ator, cantor e bailarino, repete,
aqui, o sucesso que fez em “O Rei Leão”, como Mufasa.
THIAGO MACHADO é EDDIE, o
policial, herói da história, que
tem a brilhante ideia de esconder DELORIS
num convento e que acaba por se envolver, amorosamente, com ela. Bastante carismáticos, o ator e o personagem,
conquistam o público logo de cara, com seu
imenso coração, exagerada bondade e o jeitão atrapalhado. O público torce por um final feliz entre a
protagonista e o herói.
TIAGO BARBOSA, que, em “O REI LEÃO”, viveu o protagonista, Simba, aqui, é o personagem TJ, sobrinho e capanga de CURTIS, e responsável por bons momentos
de comicidade.
Os outros
capangas do grande vilão da história, e que também fazem o público rir muito,
são MAX GRÁCIO (JOEY) e BETO SARGENTELLI (PABLO), ambos
formando um trio hilário, com TIAGO
BARBOSA, principalmente em seus números musicais.
O divertido quarteto vilão.
FRED SILVEIRA, um já tarimbado e grande
ator de musicais, interpreta o MONSENHOR,
personagem de não muita relevância, no início da trama, mas que vai ganhando
importância e brilho, ao longo da história, por força do excelente trabalho do
ator.
Entre as
freiras do convento, além do destaque para o já citado coral (desafinado), têm
relevo as atrizes ANA LUIZA FERREIRA
(IRMÃ MARIA ROBERTA), indecisa, quanto ao caminho que quer seguir, não
tendo a certeza de ser, realmente, vocacionada para o ofício de religiosa; ANDREZA MASSEI (IRMÃ MARIA PATRÍCIA); e
NADIELA CURY (IRMÃ MARIA LÁZARUS). As três chamam a atenção por suas belas
vozes.
Os demais
atores fazem um trabalho correto, digno de coadjuvar os principais nomes do
elenco, inclusive a grande maioria com funções de substitutos destes. Destaco os nomes de DIEGO LURI, BRUNO SIGRIST, JOSI LOPES, ALESSANDRA VERSAMATTI, ANA
ARAÚJO, ANDRÉIA VITFER, LETÍCIA SOARES e MARIANA ELISABETSKY,
dentre outros.
Para quem estiver buscando um bom motivo para divertimento e boas
gargalhadas, um espetáculo leve, para toda a família, ao mesmo tempo que vai
encontrar razão para se emocionar e se deslumbrar com todo o visual de um
grande musical, a pedida é assistir a
MUDANÇA DE HÁBITO.
SERVIÇO:
Teatro Renault - Av. Brigadeiro Luís
Antônio, 411 – Bela Vista, São Paulo – SP
Temporada: Até dezembro (confirmar data) de
2015
Valor do Ingresso: De R$25,00 a R$260,00
Valor do Ingresso: De R$25,00 a R$260,00
Dias e Horários: 5ªs feiras, às 21h; 6ªs feiras e
sábados, às 17h e às 21h; domingos, às 16h e 20h
Pontos de venda:
- Bilheteria oficial (sem taxa): diariamente, das 12h às 20h (Em dias de espetáculo, a bilheteria funciona até o início da apresentação.)
- Internet: www.ticketsforfun.com.br
- Call-center: 4003 5588
Capacidade: 1.530 lugares.
Classificação etária indicativa: Livre. Menores de 12 anos: permitida a entrada, acompanhados dos pais ou responsáveis legais
Pontos de venda:
- Bilheteria oficial (sem taxa): diariamente, das 12h às 20h (Em dias de espetáculo, a bilheteria funciona até o início da apresentação.)
- Internet: www.ticketsforfun.com.br
- Call-center: 4003 5588
Capacidade: 1.530 lugares.
Classificação etária indicativa: Livre. Menores de 12 anos: permitida a entrada, acompanhados dos pais ou responsáveis legais
(FOTOS:
PRODUÇÃO e DIVULGAÇÃO DA PEÇA.)
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