ACADEMIA DO CORAÇÃO - UMA MENSAGEM DE OTIMISMO E UMA CELEBRAÇÃO À VIDA
Cristina Pereira, Sandro Christopher, Renato Reston, Bia Nunes, Ernani Moraes e Arlindo Lopes
Sempre
defendi a tese de que um bom espetáculo teatral começa por um bom texto. Vejo-me agora, na condição de reformular um
pouco esse meu conceito, em função do texto da peça ACADEMIA DO CORAÇÃO, comédia de FLÁVIO MARINHO, em cartaz no Teatro Maison de France. Pode parecer um tanto paradoxal, mas a
encenação é boa, apesar do texto.
No programa do
espetáculo, o próprio autor diz que a peça “é
uma comédia sentimental, que pretende uma abordagem mais original do tema de
superação: a chamada ‘sobrevida’”. “Sentimental”
demais para o meu gosto.
A ideia é
muito interessante e a intenção é a melhor possível, entretanto, desta vez, FLÁVIO, que tem inúmeros textos
teatrais bem-sucedidos, parece-me ter exagerado na pieguice, e os diálogos são
muito previsíveis, assim como o final da peça.
Mas isso não
deve afastar ninguém do desejo de assistir ao espetáculo, uma vez que verão um
seleto grupo de ótimos atores, valorizando (ou salvando) um texto “fraco”.
SINOPSE, de acordo com o programa da
peça: “Tudo se passa numa clínica de medicina esportiva, que difere das academias
convencionais de ‘malhação’. Lá, temos
uma jovem médica alemã (BIA NUNES),
durona, de plantão, que também é a dona do estabelecimento; um alegre e vaidoso
professor de educação física (RENATO
RESTON), sócio minoritário da ‘academia’ e três alunos de meia-idade,
razoavelmente abastados, já que a mensalidade da ‘academia’ é salgada: uma
senhora (CRISTINA PEREIRA), de seus sessenta
anos, que pensa que é bailarina, mas, na verdade, é artista plástica; um senhor
aposentado (ERNANI MORAES), na mesma
faixa, que sonha com um passado de sapateador, que ele não foi; e um garanhão (SANDRO CHISTOPHER), também sessentão,
antigo cantor de ópera, que não percebe que o tempo passou. Todos muito ranzinzas, muito mal-humorados,
de mal com a vida (todos se recuperam de sequelas por problemas cardíacos).
Malhação entre farpas
Um belo dia,
surge Lucas (ARLINDO LOPES), um jovem dos seus trinta anos, que sofreu um problema
cardíaco seriíssimo, mas que não perdeu a alegria de viver. Aos poucos, Lucas vai mudando a vida de todos, trazendo uma luz e um otimismo
que eles não acreditavam mais ser ainda possíveis.
Aos
poucos, eles desenvolvem, entre si, um inesperado afeto e amizade. E, quando Lucas anuncia a sua partida (recebeu alta), uma ponta de tristeza
se mistura à alegria da certeza de mudanças bem-vindas.”
Amigos para sempre
O
que há de melhor no espetáculo é o desempenho excelente de todos do elenco, no mesmo nível de interpretação.
Acrescentem-se
aos aspectos positivos da peça a cenografia,
de EDWARD MONTEIRO; os figurinos, de NEY MADEIRA, DANI VIDAL e PATI FAEDO (Espetacular! Produções &
Artes) e a iluminação, de PAULO CÉSAR MEDEIROS.
A
direção do espetáculo é do próprio FLÁVIO MARINHO.
Meus
sinceros me efusivos aplausos para os atores e atrizes de ACADEMIA DO CORAÇÃO. O
talento de vocês ilumina um texto frágil, pouco interessante.
AVISO AOS CARDÍACOS E DESESPERANÇADOS: ESTE ESPETÁCULO DEVE FAZER BEM A
VOCÊS.
SERVIÇO: Teatro Maison de France - 5ªs e 6ªs, às 20h30min; sábados, às 21h; e domingos, às 19h. Até 15 de dezembro
(Fotos: divulgação/produção e Marisa Sá)
Análise diz exatamente o senti a respeito do espetáculo.
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