quarta-feira, 24 de setembro de 2025

 “DREAMGIRLS –

EM BUSCA

DE UM SONHO”

ou

(UM ESPETÁCULO “BLACK MUSIC” RAIZ.)

ou

(UM SONHO DE

ESPETÁCULO.)

        


         Encerrei minha mais recente incursão no TEATRO paulistano, assistindo, na segunda sessão de um domingo, ao musical “DREAMGILS – EM BUSCA DE UM SONHO”, em cartaz no Teatro Santander, palco de algumas das maiores produções em TEATRO musical na capital paulista. Não poderia ter escolhido melhor programa. Fechei a maratona de seis espetáculos em quatro dias, aplaudindo, efusivamente, um sonho de musical, daqueles que nos dão orgulho de nossa brasilidade, que, certamente, nada fica a dever a produções da Broadway e de outras praças.





 

SINOPSE:

“DREAMGIRLS – EM BUSCA DE UM SONHO” retrata a ascensão de um grupo de cantoras afro-americanas, nos Estados Unidos, na década de 1960, musical inspirado nas histórias de mulheres da Motown, a lendária gravadora, como, por exemplo, “The Supremes”.

A trama reflete a era de ouro da música “soul” e as transformações da indústria fonográfica dos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970, abordando pautas como racismo, desigualdade de gênero, o preço da fama e a complexidade das relações pessoais e profissionais no “showbiz”.

A história é centrada nas The Dreamettes”, um trio formado pelas personagens Effie White (LETÍCIA SOARES), Deena Jones (LAURA CASTRO) e Lorrell Robinson (SAMANTHA SCHMÜTZ), que começam suas carreiras, participando de concursos amadores e como backing vocals” de Jimmy Early (REYNALDO MACHADO), e atingem o sucesso, tornando-se as The Dreams”.


 

 

         Não havia, até então, assistido a nenhuma montagem do espetáculo, porém ansiava muito por uma nacional, feita, como sempre, com o maior requinte e bom gosto, marca registrada de todos os espetáculos estrangeiros que aportam no Brasil, mormente os musicais, principalmente quando a direção geral leva a assinatura de GUSTAVO BARCHILON.




DREAMGIRLS...” é um dos mais aplaudidos espetáculos da Broadway, que chega, pela primeira vez, aos palcos brasileiros. Impactado com a beleza, a plasticidade e a altíssima qualidade da montagem, posso entender como a produção e a direção geral chegou à FICHA TÉCNICA responsável por tanta perfeição. Para as audições, foram inscritos mais de 600 atores e atrizes, sendo que 182 candidatos foram testados durante o processo, gerando grande repercussão na classe artística. Após a seleção final, passaram 25 artistas multitalentosos.




Agregaram muito valor à produção alguns dos mais importantes artistas de criação do TEATRO brasileiro, como, na parte plástica, NATÁLIA LANA, que criou uma colossal cenografia, cheia de pequenos elementos e outras gigantescas estruturas cênicas; FABIO NAMATAME, sempre preciso na criação dos muitos lindos e requintados figurinos de época; TÚLIO PEZZONI, responsável por um contundente desenho de luz, adequado ao que exige cada cena, com destaque para a parafernália luminosa utilizada no frenesi dos shows musicais; e, por último, mas não menos importante, DICKO LORENZO, que responde por um visagismo que nos transporta à época em que se dão as ações da peça.




Ainda no campo do visual, ganham destaque as excelentes coreografias, criadas por RAFA L, com um desenho coreográfico, às vezes, considerado “cafona”, no mundo de hoje, mas totalmente pertinente, considerada a época em que se passa a trama.




No que tange ao que nos é dado ouvir, louvo o trabalho de TOCKO MICHELAZZO, que faz chegar aos nossos ouvidos até os sussurros, por conta de um impecável desenho de som, e de GUI LEAL, que assina uma competente direção musical, função fundamental em espetáculos musicais.




Não poderia escrever nada diferente do que farei, quando me proponho a avaliar, muito humildemente, o trabalho de um dos mais talentosos diretores de musicais, com tantos sucessos que já o provaram, como “Barnum – O Rei do Show”, “Funny Girl – A Garota Genial”, “Alguma Coisa Podre” e “Bob Esponja – O Musical”, todos detentores de inúmeras premiações. Falo, evidentemente, de GUSTAVO BARCHILON. Para os amantes dos musicais, GUSTAVO já anuncia sua próxima direção, com o espetáculo “Titanique”, prestes a estrear. BARCHILON é um jovem e muito talentoso diretor, que sabe tirar, de cada um dos trabalhos que dirige, o essencial e adorná-lo com muita beleza, bom gosto e precisão, e, até mesmo, muito bom humor, sendo um excelente diretor de atores.




E, já que falei destes, passo a comentar o rendimento de um elenco eclético, de 25 atores e atrizes, a quase totalidade de negros artistas que provam, como jamais poderia deixar de ser, que talento independe de cor, em qualquer tipo de arte. Vemos, no palco, uma bela reunião de atores e atrizes (“cantrizes”), dramáticos e/ou cômicos, que se amalgamam para entregar um espetáculo dos sonhos.




As atrizes titulares do trio de protagonistas são LETÍCIA SOARES, SAMANTHA SCHMÜTZ e LAURA CASTRO. Na sessão em que estive presente, o papel de Effie White, que cabe a LETÍCIA foi interpretado por SUZANA SANTANA, “Cover” de Effie. Seria hipócrita, se dissesse que não fiquei um pouco frustrado, por não ter visto LETÍCIA em cena, contudo – é fundamental que se diga – não fiquei aborrecido por ter conferido a brilhante “performance” de SUZANA, outra velha e querida conhecida minha de outros musicais de sucesso, também de um talento formidável.




Tenho minhas “cantrizes” preferidas, em grande número, e LAURA CASTRO é uma delas. É claro que ela não me desapontou – muito ao contrário – na pele de sua Deena Jones.





A grande a agradabilíssima surpresa, para mim, me chegou via SAMANTA SCHMÜTZ, cujo trabalho em papéis cômicos sempre me agradou. Sabia que ela também era uma boa cantora, todavia não poderia imaginar que pudesse atingir notas tão altas e se sair tão bem, cantando em trio ou solando. Sua Lorell Robinson é perfeita.





No naipe masculino, me causaram uma profunda admiração os trabalhos de REYNALDO MACHADO (Jimmy Early) e ROBSON NUNES (Curtis Taylor Jr. Alternante).





A trilha sonora é excelente e bastante versátil, seguindo, principalmente, o estilo de R&B, com forte influência do “soul” e do “pop” das décadas de 1960 e 1970. Algumas músicas também incorporam elementos de “gospel”“funk”, e “disco”, acompanhando a evolução da música afro-americana ao longo do tempo retratado na história.

 



 

 

FICHA TÉCNICA:

Texto Original: Tom Eyen

Músicas e Letras: Henry Kieger

Versão Brasileira: Bianca Tadini e Luciano Andrey

Direção Geral: Gustavo Barchilon

Direção Musical: Gui Leal

Coreografias: Rafa L

 

Elenco: Letícia Soares (Effie White), Samantha Schmütz (Lorrell Robinson), Laura Castro (Deena Jones), Toni Garrido (Curtis Taylor Jr.), Robson Nunes (Curtis Taylor Jr. Alternante), Reynaldo Machado (Jimmy Early), Eduardo Silva (Marty), Abrahão Costa (C.C. White), Thales Cesar (Wayne e Cover de C.C. White), Luci Saluzzi (Michelle Morris e Cover de Deena), Suzana Santana (Ensemble e Cover de Effie), Edyelle Brandão (Ensemble e Cover de Effie 2), Caroll Badon (Ensemble e Cover de Lorrell), Larissa Noel (Ensemble e Cover de Lorrell 2), Carol Roberto (Ensemble e Cover de Deena 2), Rafael Machado (Ensemble e Cover de Marty e Curtis Taylor 2), Edmundo Vitor (Ensemble e Cover de C.C. White 2), Renée Natan (Ensemble e Cover de Wayne), Isaac Belfort (Ensemble e Cover de Jimmy Early), Carol Botelho (Ensemble e Cover de Michelle Morris), Nicole Sacramento (Ensemble), Gabi Germano (Ensemble), Rafa L (Swing) e Jesus Jadh (Swing)

 

Cenografia: Natália Lana

Figurinos: Fabio Namatame

Iluminação: Túlio Pezzoni

Desenho de Som: Tocko Michelazzo

Visagismo: Dicko Lorenzo

Direção Residente: Juba Janaína

Produção de Elenco: Giselle Lima

Produção Executiva: Júlio Figueiredo, Bárbara Guerra e Thiago Hofman

Coordenação de Produção: Paola Bertolini

Assessoria de Imprensa: Midiorama

Fotos: Tawan Santos


 

 




 

SERVIÇO:

Temporada: De 31 de julho a 30 de novembro de 2025.
Local: 
Teatro Santander.
Endereço: Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, nº 2041 – Complexo JK Iguatemi – Itaim Bibi – São Paulo.

Dias e Horários: Quintas-feiras, às 20h; Sextas-feiras, às 20h; Sábados, às 16h e 20h; Domingos, às 15h e 19h.
Valores dos Ingressos: PLATEIA VIP: R$ 190 (meia-entrada) e R$ 380 (inteira); PLATEIA 
SUPERIOR: R$ 125 (meia-entrada) e R$ 250 (inteira); FRISA PLATEIA SUPERIOR: R$ 125 (meia- entrada) e R$ 250 (inteira); BALCÃO A: R$ 90 (meia-entrada) e R$ 180 (inteira); FRISA BALCÃO: R$ 21 (meia-entrada) e R$ 42 (inteira); BALCÃO B: R$ 21 meia-entrada) e R$ 42 (inteira). *Clientes Santander têm 30% de desconto nos ingressos inteiros, limitados a 2 por CPF.

Verificar outros tipos de desconto.

Venda de Ingressos: Internet (com taxa de conveniência): Plataforma SYMPLA. Bilheteria Física (sem taxa de conveniência): Teatro Santander. Horário de Funcionamento: Todos os dias, das 12h00 às 18h00. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação. A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento, para compras de ingressos, sem taxa de conveniência, 24h por dia. Endereço: Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, nº 2041.

Classificação Etária: 10 anos (Menores só acompanhados dos pais ou responsáveis legais.).

Duração: 150 minutos, com 15 minutos de intervalo.

Gênero: Musical


 




         Sempre lamento o fato de musicais de grande porte, como este, não virem para o Rio de Janeiro, mas compreendo os motivos. RECOMENDO O ESPETÁCULO e espero, na minha próxima visita a São Paulo, poder reassistir a ele.

  

 

FOTOS: TAWAN SANTOS

 

  

GALERIA PARTICULAR

(Fotos: CARLOS SABBAG.)

 

 



 

 


É preciso ir ao TEATRO, ocupar todas as salas de espetáculo, visto que a arte educa e constrói, sempre; e salva. Faz-se necessário resistir sempre mais. Compartilhem esta crítica, para que, juntos, possamos divulgar o que há de melhor no TEATRO BRASILEIRO!

 






































































































































































































































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