“DREAMGIRLS –
EM BUSCA
DE UM SONHO”
ou
(UM
ESPETÁCULO “BLACK MUSIC” RAIZ.)
ou
(UM SONHO DE
ESPETÁCULO.)
Encerrei
minha mais recente incursão no TEATRO paulistano, assistindo, na segunda sessão de
um domingo, ao musical “DREAMGILS – EM
BUSCA DE UM SONHO”, em cartaz no Teatro Santander, palco de algumas
das maiores produções em TEATRO musical na capital paulista.
Não poderia ter escolhido melhor programa. Fechei a maratona de seis espetáculos
em quatro dias, aplaudindo, efusivamente, um sonho de musical, daqueles que nos
dão orgulho de nossa brasilidade, que, certamente, nada fica a dever a
produções da Broadway e de outras praças.
SINOPSE:
“DREAMGIRLS – EM BUSCA DE UM SONHO” retrata a ascensão
de um grupo de cantoras afro-americanas, nos Estados Unidos, na década
de 1960,
musical inspirado nas histórias de mulheres da Motown, a lendária
gravadora, como, por exemplo, “The Supremes”.
A trama reflete a era de ouro da música “soul”
e as transformações da indústria fonográfica dos Estados Unidos durante os
anos 1960
e 1970,
abordando pautas como racismo, desigualdade de gênero, o preço da fama e a
complexidade das relações pessoais e profissionais no “showbiz”.
A história é centrada nas “The
Dreamettes”, um trio formado pelas personagens Effie
White (LETÍCIA SOARES), Deena
Jones (LAURA CASTRO) e Lorrell
Robinson (SAMANTHA SCHMÜTZ),
que começam suas carreiras, participando de concursos amadores e como “backing vocals” de Jimmy
Early (REYNALDO MACHADO), e
atingem o sucesso, tornando-se as “The Dreams”.
Não havia,
até então, assistido a nenhuma montagem do espetáculo, porém ansiava muito por
uma nacional, feita, como sempre, com o maior requinte e bom gosto, marca
registrada de todos os espetáculos estrangeiros que aportam no Brasil, mormente
os musicais, principalmente quando a direção geral leva a assinatura de GUSTAVO BARCHILON.
“DREAMGIRLS...” é um dos mais aplaudidos espetáculos da Broadway,
que chega, pela primeira vez, aos palcos brasileiros. Impactado com a beleza, a
plasticidade e a altíssima qualidade da montagem, posso entender como a produção
e a direção
geral chegou à FICHA TÉCNICA responsável por tanta
perfeição. Para as audições, foram inscritos mais de 600 atores e atrizes,
sendo que 182 candidatos foram testados durante o processo, gerando
grande repercussão na classe artística. Após a seleção final, passaram 25
artistas multitalentosos.
Agregaram muito valor à
produção alguns dos mais importantes artistas de criação do TEATRO
brasileiro, como, na parte plástica, NATÁLIA
LANA, que criou uma colossal cenografia, cheia de pequenos
elementos e outras gigantescas estruturas cênicas; FABIO NAMATAME, sempre preciso na criação dos muitos lindos e requintados figurinos
de época; TÚLIO PEZZONI, responsável
por um contundente desenho de luz, adequado ao que exige cada cena, com
destaque para a parafernália luminosa utilizada no frenesi dos shows musicais;
e, por último, mas não menos importante, DICKO
LORENZO, que responde por um visagismo que nos transporta à época
em que se dão as ações da peça.
Ainda no campo do visual,
ganham destaque as excelentes coreografias, criadas por RAFA L, com um desenho coreográfico, às
vezes, considerado “cafona”, no mundo de hoje, mas totalmente pertinente,
considerada a época em que se passa a trama.
No que tange ao que nos
é dado ouvir, louvo o trabalho de TOCKO
MICHELAZZO, que faz chegar aos nossos ouvidos até os sussurros, por conta de
um impecável desenho de som, e de GUI
LEAL, que assina uma competente direção musical, função fundamental em
espetáculos musicais.
Não poderia escrever
nada diferente do que farei, quando me proponho a avaliar, muito humildemente,
o trabalho de um dos mais talentosos diretores de musicais, com tantos sucessos
que já o provaram, como “Barnum – O Rei do Show”, “Funny
Girl – A Garota Genial”, “Alguma Coisa Podre” e “Bob
Esponja – O Musical”, todos detentores de inúmeras premiações. Falo,
evidentemente, de GUSTAVO BARCHILON.
Para os amantes dos musicais, GUSTAVO
já anuncia sua próxima direção, com o espetáculo “Titanique”, prestes a
estrear. BARCHILON é um jovem e
muito talentoso diretor, que sabe tirar, de cada um dos trabalhos que dirige, o
essencial e adorná-lo com muita beleza, bom gosto e precisão, e, até mesmo,
muito bom humor, sendo um excelente diretor de atores.
E, já que falei destes,
passo a comentar o rendimento de um elenco eclético, de 25 atores
e atrizes, a quase totalidade de negros artistas que provam, como
jamais poderia deixar de ser, que talento independe de cor, em qualquer tipo de
arte. Vemos, no palco, uma bela reunião de atores e atrizes (“cantrizes”),
dramáticos e/ou cômicos, que se amalgamam para entregar um
espetáculo dos sonhos.
As atrizes titulares do
trio de protagonistas são LETÍCIA SOARES,
SAMANTHA SCHMÜTZ e LAURA CASTRO. Na sessão em que estive
presente, o papel de Effie White, que cabe a LETÍCIA foi interpretado por SUZANA SANTANA, “Cover” de Effie.
Seria hipócrita, se dissesse que não fiquei um pouco frustrado, por não ter visto
LETÍCIA em cena, contudo – é fundamental
que se diga – não fiquei aborrecido por ter conferido a brilhante “performance”
de SUZANA, outra velha e querida
conhecida minha de outros musicais de sucesso, também de um talento formidável.
Tenho minhas “cantrizes”
preferidas, em grande número, e LAURA
CASTRO é uma delas. É claro que ela não me desapontou – muito ao contrário – na
pele de sua Deena Jones.
A grande a
agradabilíssima surpresa, para mim, me chegou via SAMANTA SCHMÜTZ, cujo trabalho em papéis cômicos sempre me agradou.
Sabia que ela também era uma boa cantora, todavia não poderia imaginar que pudesse atingir notas tão altas e se sair tão bem, cantando em trio ou solando.
Sua Lorell
Robinson é perfeita.
No naipe masculino, me
causaram uma profunda admiração os trabalhos de REYNALDO
MACHADO (Jimmy Early) e ROBSON NUNES (Curtis Taylor Jr. Alternante).
A trilha
sonora é excelente e bastante versátil, seguindo,
principalmente, o estilo de R&B, com forte influência
do “soul” e do “pop” das décadas de 1960
e 1970.
Algumas músicas também incorporam elementos de “gospel”, “funk”,
e “disco”, acompanhando a evolução da música afro-americana ao
longo do tempo retratado na história.
FICHA
TÉCNICA:
Texto
Original: Tom Eyen
Músicas
e Letras: Henry Kieger
Versão
Brasileira: Bianca Tadini e Luciano Andrey
Direção
Geral: Gustavo Barchilon
Direção
Musical: Gui Leal
Coreografias:
Rafa L
Elenco:
Letícia Soares (Effie White), Samantha Schmütz (Lorrell Robinson), Laura Castro
(Deena Jones), Toni Garrido (Curtis Taylor Jr.), Robson Nunes (Curtis Taylor Jr.
Alternante), Reynaldo Machado (Jimmy Early), Eduardo Silva (Marty), Abrahão
Costa (C.C. White), Thales Cesar (Wayne e Cover de C.C. White), Luci Saluzzi
(Michelle Morris e Cover de Deena), Suzana Santana (Ensemble e Cover de Effie),
Edyelle Brandão (Ensemble e Cover de Effie 2), Caroll Badon (Ensemble e Cover
de Lorrell), Larissa Noel (Ensemble e Cover de Lorrell 2), Carol Roberto
(Ensemble e Cover de Deena 2), Rafael Machado (Ensemble e Cover de Marty e
Curtis Taylor 2), Edmundo Vitor (Ensemble e Cover de C.C. White 2), Renée Natan
(Ensemble e Cover de Wayne), Isaac Belfort (Ensemble e Cover de Jimmy Early),
Carol Botelho (Ensemble e Cover de Michelle Morris), Nicole Sacramento (Ensemble),
Gabi Germano (Ensemble), Rafa L (Swing) e Jesus Jadh (Swing)
Cenografia:
Natália Lana
Figurinos:
Fabio Namatame
Iluminação:
Túlio Pezzoni
Desenho
de Som: Tocko Michelazzo
Visagismo:
Dicko Lorenzo
Direção
Residente: Juba Janaína
Produção
de Elenco: Giselle Lima
Produção
Executiva: Júlio Figueiredo, Bárbara Guerra e Thiago Hofman
Coordenação
de Produção: Paola Bertolini
Assessoria
de Imprensa: Midiorama
Fotos: Tawan Santos
SERVIÇO:
Temporada: De 31 de julho a 30 de novembro de 2025.
Local: Teatro Santander.
Endereço: Avenida Presidente
Juscelino Kubitschek, nº 2041 – Complexo JK Iguatemi – Itaim Bibi – São Paulo.
Dias e Horários: Quintas-feiras, às 20h; Sextas-feiras,
às 20h; Sábados, às 16h e 20h; Domingos, às 15h e 19h.
Valores dos Ingressos: PLATEIA VIP: R$
190 (meia-entrada) e R$ 380 (inteira); PLATEIA SUPERIOR: R$ 125 (meia-entrada) e
R$ 250 (inteira); FRISA PLATEIA
SUPERIOR: R$ 125 (meia- entrada) e R$ 250 (inteira); BALCÃO A: R$ 90 (meia-entrada)
e R$ 180 (inteira); FRISA BALCÃO: R$
21 (meia-entrada) e R$ 42 (inteira); BALCÃO
B: R$ 21 meia-entrada) e R$ 42 (inteira). *Clientes Santander têm
30% de desconto nos ingressos inteiros, limitados a 2 por CPF.
Verificar outros tipos de desconto.
Venda de Ingressos: Internet (com taxa de
conveniência): Plataforma SYMPLA. Bilheteria Física (sem taxa de
conveniência): Teatro Santander. Horário de Funcionamento: Todos os dias, das
12h00 às 18h00. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o
início da apresentação. A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de
autoatendimento, para compras de ingressos, sem taxa de conveniência, 24h por
dia. Endereço: Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, nº 2041.
Classificação Etária: 10
anos (Menores só acompanhados dos pais ou responsáveis legais.).
Duração: 150 minutos,
com 15 minutos de intervalo.
Gênero: Musical
Sempre lamento o fato de musicais de
grande porte, como este, não virem para o Rio de Janeiro, mas compreendo os
motivos. RECOMENDO O ESPETÁCULO e espero,
na minha próxima visita a São Paulo, poder reassistir a ele.
FOTOS: TAWAN SANTOS
GALERIA PARTICULAR
(Fotos: CARLOS
SABBAG.)
É
preciso ir ao TEATRO, ocupar todas as salas de espetáculo, visto que a arte educa e
constrói, sempre; e salva. Faz-se necessário resistir sempre mais. Compartilhem esta crítica,
para que, juntos, possamos divulgar o que há de melhor no TEATRO BRASILEIRO!
Ótima crítica! Doidinha pra conferir 😉
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