terça-feira, 15 de novembro de 2022

 “VIRGINIA”

ou

(EU NÃO TENHO MEDO DE

VIRGINIA WOOLF.)

ou

(PRECISAMOS DE MUITAS COMO ELA,

NOS DIAS DE HOJE; 

E SEMPRE.)

 

        

     Inicio esta crítica, justificando o primeiro subtítulo a ela dedicado. Para quem não respira TEATRO, como eu, pode parecer estranho, mas ele faz alusão a uma peça do dramaturgo norte-americano Edward Albee, escrita em 1962, “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf” (“Who’s Afraid of Virginia Woolf”), a qual, até onde sei, teve quatro grandes montagens no Brasil, às quais tive o prazer de assistir, com exceção de uma, em 1965, estrelada por uma dupla de ”entidades” do TEATRO BRASILEIROCacilda Becker e Walmor Chagas. As outras três aconteceram em 1978, com outros dois ícones do nosso TEATRO, Tônia Carrero e Walmor Chagas; em 2000, com Marieta Severo e Marco Nanini, pontuando nos papéis principais; e a mais recente, em 2014, trazendo Zezé Polessa e Daniel Dantas, como protagonistas, dirigidos por Victor Garcia Peralta. A peça está enquadrada num gênero teatral chamado de TEATRO do Absurdo, e seu título foi dado, pelo autor, partindo de uma relação entre o refrão de uma canção infantil, “Quem tem medo do Lobo Mau...”, com o sentimento que a brilhante escritora britânica, e uma ardorosa defensora dos direitos das mulheres, provocava em muitas pessoas, nos homens, principalmente, e que poderia ser equivalente, na peça de Albee, a “Quem tem medo de encarar a realidade?”.





      Antes de partir para os comentários que tenho a fazer sobre “VIRGINIA”, um solo, com CLÁUDIA ABREU, em cartaz no Teatro XP, infelizmente, já em final de temporada (VER SERVIÇO.), julgo interessante falar um pouco sobre a mulher que deu origem a este espetáculo, a fonte de inspiração, para que ele existisse. Procurarei ser o mais sucinto possível, com o propósito de não ocupar tanto espaço e, também, para respeitar a paciência dos que me leem, ainda que não me falte muito material sobre a vida de uma mulher muito à frente do seu tempo, uma “transgressora”, “subversiva”, que “abalou estruturas”.

        Refiro-me a VIRGINIA WOOLF, nascida Adeline Virginia Stephen, em 1882, em KensingtonMiddlesex, Londres, e falecida em 1941, em Sussex, um condado inglês. Foi uma importante escritoraensaísta e editora britânica. Destacam-se, no meio de grandes obras de sua lavra, “Mrs. Dalloway” (1925)“ To The Lighthouse” (1927) “Orlando: A Biography” (1928). WOOLF “foi uma das precursoras do uso do fluxo de consciência (uma de suas digitais), técnica literária modernista, que marcou seu estilo, o de James Joyce e, também, o de William Faulkner. Com seu trabalho de vanguarda, é uma das autoras mais importantes do modernismo clássico, ao lado de Gertrude Stein.”. Por ser filha de um editor, o qual lhe proporcionou uma educação esmerada – não tradicional, uma vez que não frequentou escola; em vez disso, foi educada por excelentes professores particulares e através de aulas com seu pai -, desde cedo, a jovem frequentou o universo literário. VIRGINIA WOOLF sempre demonstrou crises depressivas, a ponto de cometer suicídio. Foi participante do “Grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra Mundial, se posicionou contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Foi grande entusiasta e pregadora da liberdade de criação e do prazer da leitura, fã daqueles que não leem por obrigação, mas para seu próprio desfrute pessoal. Era contagiante o seu amor pelos livros, pela literatura. Em sua autobiografia, afirma ter sido abusada, sexualmente, por seus dois meio-irmãos, o que poderia ser a causa de seus momentos de depressão.








      Sua vida pessoal sempre foi muito conturbada e marcada por tragédias. Quando sua mãe faleceu, WOOLF, então com 13 anos, sofreu seu primeiro colapso mental. Sua meia-irmã Stella, foi quem, primeiro, comandou a casa, após aquele fato marcante, a qual se casou, dois anos depois, deixando a casa da família, vindo, também, a falecer, pouco depois de sua lua de mel, grávida. Que tragédia! Dez semanas após morte de seu pai, em 1904, VIRGINIA sofreu seu segundo episódio de doença mental, do qual demorou muito para se recuperar. Em 1906, Thoby Stephen, irmão mais velho de VIRGINIA, adoeceu e morreu, pouco antes de completar 26 anos, uma perda difícil de ser superada pela escritora. Em 1941, com o estopim da Segunda Guerra Mundial, a destruição da sua casa, em Londres, em consequência de um ataque da aviação alemã, e a fria recepção da crítica à sua biografia de Roger Fry, VIRGINIA WOOLF “foi condicionada ao impedimento da sua escrita e caiu em uma depressão, semelhante às que sofreu durante a juventude”. Para cometer o tresloucado e desesperado gesto de suicídio, VIRGINIA “colocou seu casaco, encheu os seus bolsos com pedras, caminhou em direção ao Rio Ouse, perto de sua casa, e se afogou. Seu corpo foi encontrado somente três semanas mais tarde (...), por um grupo de crianças (...)”.





  É considerada uma das maiores romancistas do século XX e uma das principais modernistas. Para uma legião de críticos literários, VIRGINIA WOOLF é, indiscutivelmente, a maior romancista lírica do idioma inglês. Encontramos, em sua obra, da forma mais marcante possível, denúncias às guerra e à opressão à mulher. Desafiou a moral vitoriana e influenciou várias gerações de autoras, fazendo rasgada oposição ao modelo de mulheres que se curvavam àquele tipo de moral, no papel de “anjos do lar”, as quais “destilam obediência e sentem em silêncio”. Foi, ostensivamente, crítica às duas Grandes Guerras Mundiais e ao fascismo. Sem dúvida, é considerada uma “precursora do movimento feminista, na literatura, criticando a falta de independência econômica das mulheres, em relação aos seus companheiros, em todas as classes sociais, denunciando as leis que a respaldavam, mas também contra as nefastas consequências para as mulheres da moral patriarcal, as quais sofreu em primeira pessoa”. Manteve uma relação secreta, homoafetiva, com a também escritora Vita Sackville-West, em 1922, por quem foi extremamente apaixonada; isso numa sociedade britânica, extremamente LGBTfóbica, que previa penas de prisão para os “delitos contra as pessoas”, como era conhecida esse tipo de relação e que perdurou até os anos 70, na Grã Bretanha e nas antigas colônias em que foram implantadas. Foi, profundamente, corajosa e, mais que isso, audaciosa, quando partiu para tratar (de) e defender temas como a homossexualidade, o desejo sexual feminino, ou a transexualidade, sem medo de desafiar a LGBTfobia vitoriana, tanto do ponto de vista cultural como político.







  Creio que as informações supra podem colaborar, e muito, para quem não teve, antes, acesso a elas e, por esse motivo, possa não ter entendido alguma coisa, em cena, e para os que ainda irão assistir a este magnífico espetáculo, no sentido de que possam perceber o significado de todas as palavras e os movimentos corporais da estupenda atriz, que é CLÁUDIA ABREU, responsável pela idealização do projeto e pela rica dramaturgia, além, evidentemente, de ser a grande protagonista deste solo. (Faço, aqui, uma confidência: Em alguns momentos, tentei olhar para algumas pessoas, com o objetivo de perceber se elas estavam compreendendo, ou não, as ações no palco. Não consegui chegar a alguma conclusão, mas tive a certeza de que todos estavam hipnotizados pela VIRGINIA em cena.)




 

 

 

SINOPSE (Resumida):

 

CLÁUDIA ABREU estreia seu primeiro monólogo, que foi idealizado e escrito por ela, a partir da vida e da obra de VIRGINIA WOOLF (1882-1941).

Em cena, a atriz interpreta a genial escritora inglesa, cuja trajetória foi marcada por tragédias pessoais e uma linha tênue entre a lucidez e a loucura.

A estrutura do texto se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de “dar corpo” às vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente.

 

 




 Pode parecer “redundância” o emprego do adjetivo “resumida”, após o vocábulo SINOPSE, mas é assim mesmo que está escrito no “release” que recebi de RICARDO OLIVEIRA (Factoria Comunicação – Assessoria de Imprensa).

Quando assisti à peça, apenas anteontem, domingo, 13 de novembro de 2021, quase ao final da temporada, que estava previsto, anteriormente, para o dia 20 de novembro próximo e foi prorrogado por mais uma semana, um pouco tarde, desde a sua estreia, o que não dependeu da MINHA vontade, deixei o Teatro imensamente feliz, por ter assistido a uma excelente montagem do TEATRO BRASILEIRO e aplaudi CLÁUDIA ABREU quadruplamente: por sua irretocável atuação, mas também por sua iniciativa de empreendedora, por ter-se lançado no grande desafio de, solitariamente, não dividir o palco com ninguém e por assinar sua primeira dramaturgia, para o TEATRO, fruto de um longo trabalho de pesquisa e experimentação, ao longo de mais de cinco anos, o que só se propõe a fazer uma profissional do TEATRO apaixonada pela personagem e sua obra.





  Poucas vezes tive a oportunidade de vê-la no palco, visto que sua carreira artística sempre foi muito absorvida pela televisão e o cinema, entretanto jamais me esquecerei dela, em 1989, dirigida por Bia Lessa, de forma arrojadíssima, na peça “Orlando”, baseada numa das obras de VIRGINIA WOOLF. Vem de lá, quando ainda tinha 20 anos, a paixão, pela escritora. Também guardo boas recordações de seus trabalhos em “Um Certo Hamlet” (1991), “Viagem ao Centro da Terra” (1994), “Noite de Reis” (1997), “As Três Irmãs” (1999) e “Pi – Panorâmiva Insana” (2019), além de vários espetáculos voltados para as crianças e adolescentes, que ela fez no palco do Teatro Tablado, de onde, orgulhosamente, “é cria”.

Antes de chegar ao Rio de Janeiro, o solo fez uma vitoriosa temporada, em São Paulo, além de ter passado por outras capitais, de modo que os cariocas podemos ver uma encenação bem “azeitada”, na qual a atriz vive VIRGÍNIA WOOLF, nos “vários atravessamentos” por que a escritora passou, em seus quase 60 anos de vida. Na verdade, VIRGINIA provocou CLAUDIA ABREU, ao longo de sua trajetória”, desde quando, antes mesmo de ter participado da icônica montagem de “Orlando”, a atriz já havia travado contato, ainda aos 18 anos, com os escritos de WOOLF.





  No palco, constatamos que “a vida e a obra da consagrada e polêmica autora inglesa são os motores de criação deste espetáculo”. Em 2016, seguindo a indicação de uma professora de literatura, que reencontrou, CLÁUDIA resolveu mergulhar, “de cabeça”, no universo da autora, tendo relido alguns de sus livros, incluindo as memórias, biografias e diários, além de outras publicações sobre a escritora, o que fez com que a vontade de escrever sobre VIRGINIA falasse mais alto e a atriz pensou neste projeto e a ele se dedicou, quase que em “full time”.

Segundo a própria CLÁUDIA, agora bem mais madura e vivendo a realidade das mulheres, ela voltou a se apaixonar por VIRGÍNIA, totalmente “fascinada, ao perceber como uma pessoa conseguiu construir esta obra brilhante com tanto desequilíbrio, tragédias pessoais e problemas que teve na vida. Como ela conseguiu reunir os cacos?”. Outro viés pelo qual se interessou a nova dramaturga brasileira foi enxergar VIRGINIA, também, como um marco de maturidade em sua trajetória, partindo do seu desejo de fazer algo que a tocasse, de verdade: “falar do ser humano, sobre o que fazemos com as dores da existência, sobre as incertezas na criação artística e, também, falar da condição da mulher, ontem e hoje. Não poderia fazer uma personagem tão profunda, sem a vivência pessoal e teatral que tenho hoje” - palavras da talentosa atriz.







  Extraído do já citado “release”: “A dramaturgia de ‘Virginia’ foi concebida como inventário íntimo da vida da autora. Em seus últimos momentos, ela rememora acontecimentos marcantes em sua vida, a paixão pelo conhecimento, os momentos felizes com os queridos amigos do grupo intelectual de Bloomsbury, além de revelar afetos, dores e seu processo criativo. A estrutura do texto se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de ‘dar corpo’ às vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente.”.

A opção por um monólogo deve-se ao fato de CLAUDIA pensar que “todas as vozes (de seus personagens) estão dentro dela”. Diz a atriz: “Eu nunca quis estar sozinha, sempre gostei do jogo cênico com outros colegas, mas a personagem me impeliu para isso.”.





 No palco, dirigida por um mestre, a quem o TEATRO BRASILEIRO muito deve, AMIR HADDAD, contando, ainda, com um luxuoso trabalho de direção de movimento, assinado por MARCIA RUBIN, CLAUDIA executa tudo o que atingiu durante o processo de criação, a partir de uma série de improvisações, que fez ao longo dos últimos anos, em especial durante o período pandêmico, já acompanhada pelo diretor, que lhe deu bastante liberdade para ocupar, esplendorosamente, o espaço cênico, totalmente nu, já que não existe qualquer peça, em cena, que possa, de leve, sugerir um cenário. E para quê? Um palco totalmente nu, para que uma atriz possa pôr em prática sua experiência profissional, que supera os 30 anos de abraço ao ofício de representar. AMIR HADDAD, uma fonte inesgotável de sabedoria, no que diz respeito a TEATRO, com foco na direção, de forma inteligente, foi “dando linha” à atriz, pois, para interpretar, com bastante verdade, um texto teatral – pode ser que eu esteja errado – ninguém melhor do que o(a) artista que o “gestou”. Em pleno processo, infelizmente, AMIR contraiu COVID-19 e foi preciso que outra pessoa, no caso, MALU VALLE, “entrasse em campo, para que a partida não fosse interrompida e adiada”. Dessa forma, MALU aparece, na FICHA TÉCNICA, como codiretora, e, nessa função, com sua enorme bagagem teatral, contribuiu em toda a etapa final do espetáculo. Ótimos os trabalhos de ambos!




(Foto: autoria desconhecida.)


          Embora já tenha citado, quase que “de passagem”, lá em cima, o nome de MARCIA RUBIN, sinto-me no desejo de jogar mais um pouco de luz sobre o seu lindo trabalho de direção de movimento. Toda a postura cênica de CLÁUDIA e seus deslocamentos pelo palco são harmônicos e nos passam uma “leveza”, como uma personagem já morta, e livre dos pesadelos que marcaram a sua existência, e não uma mulher ainda viva, sofrida e prestes a se matar, quando resolve fazer um balanço de sua vida, cheio de indagações e autocobranças, alternando momentos de uma explícita lucidez, que cede espaço para outros, em que deixa exposta sua porção de desequilíbrio mental. O trabalho de corpo, além do emprego da voz, obviamente, e um elemento fundamental para essas alterações de “humores”. MARCIA propõe e CLÁUDIA aceita a proposta de uma mestra. E o faz de forma harmoniosa.

     MARCELO OLINTO é o responsável por um figurino totalmente acorde com a atmosfera do espetáculo, resumido a um vestido branco, longo, confeccionado em tecido leve, rodado, que ganha destaque, de acordo com os muitos e variados movimentos de corpo da atriz.

Digo que um imenso “toldo de luz branca”, pensado e criado por BETO BRUEL, cobre todo o espaço cênico, numa iluminação marcada, apenas, pela intensidade de luz, sem variações de matizes. De forma correta, a luz de BETO também colabora, como um excelente “combustível”, para fazer “o carro andar na velocidade” que as cenas exigem e que o “as condições da estrada” permitem.

Funcionam, de forma perfeita, as inserções sonoras que fazem parte da trilha sonora, a cargo de DANY ROLAND, que contou com a colaboração de JOSÉ HENRIQUE FONSECA.





Creio que, ao longo destes meus escritos, já enalteci bastante o trabalho de interpretação de CLÁUDIA ABREU, um valiosíssimo “presente afetivo” para o público, entretanto é preciso, ainda, falar um pouco mais sobre essa marcante atuação. Não é preciso fazer um exercício muito apurado de avaliação, para se perceber, logo nos primeiros minutos da peça, que sair de casa e ir a um TEATRO, mais uma vez, valeu a pena, quando o espetáculo é “VIRGINIA” e quem está em cena é CLÁUDIA ABREU, que reina, no palco, soberana. Se não tem com quem contracenar, em compensação conta, à sua frente, com uma plateia, lotada, que, num silêncio sepulcral, está atenta à sua presença sob as luzes. Apesar da densidade do belo texto e de sua, até certo ponto, complexidade, não permitindo que um espectador mais cansado cochile, a atriz nos “suga” até ela, como se todos estivéssemos ao alcance de seus braços. Que estupenda aula de interpretação teatral, em todas as cenas, da primeira à última! CLÁUDIA escreveu o texto. CLÁUDIA é “PhD” em WOOLF. CLÁUDIA é apaixonada por VIRGINIA e sua obra. CLAUDIA está fazendo aquilo de que gosta e sabe como fazer. NÃO HAVIA COMO NÃO DAR MUITO CERTO!

 




 


FICHA TÉCNICA:


Idealização, Dramaturgia e Atuação: Cláudia Abreu

 

Direção: Amir Haddad

Codireção: Malu Valle

Direção de Movimento: Marcia Rubin

 

Figurino: Marcelo Olinto

Iluminação: Beto Bruel

Trilha Sonora: Dany Roland, com a colaboração de José Henrique Fonseca

Operação de Som: Bruna Moreti

Operação de Som nos Ensaios: Máxima Cutrim

“Design” Gráfico: Carolina Pinheiro

Fotos: Rogério Faissal, Pablo Henriques e José Henrique Fonseca

Assessoria de Imprensa: Vanessa Cardoso e Pedro Neves (Factoria Comunicação)

Direção de Produção: Dadá Maia

Produtores Associados: Cláudia Abreu, Dadá Maia e Mario Canivello


 

 


  


SERVIÇO:

 

Temporada: De 21 de outubro a 27 de novembro de 2022.

Local: Teatro XP.

Endereço: Avenida Bartolomeu Mitre, nº 1110, Leblon - Rio de Janeiro (Dentro do Jockey Clube Brasileiro).

Capacidade: 366 lugares.

Dias e Horários: 6ªs feiras e sábados, às 20h; domingos, às 19h.

Vendas: Sympla.com.br

Valor dos Ingressos: R$80,00 (inteira) e R$40,00 (meia entrada).

Indicação Etária: 14 anos.

Gênero: Monólogo Dramático.



 

 


          Encero esta crítica voltado para o segundo subtítulo com que a batizei. Observando, na História, sob a ótica da sociologia, a função da mulher na sociedade, salta aos nossos olhos o papel de coadjuvante que sempre lhe atribuíram – os homens - e que, culturalmente, a maioria dos povos, infelizmente, aceita, até hoje, apesar de alguns avanços, como algo “enraizado e petrificado” em suas culturas. Isso ocorre em maior ou menor escala, aqui ou ali. No Brasil, por conta de um (DES)governo, que está com seus dias contados, para o bem do povo brasileiro, exercido por quem nunca teve a menor qualificação para exercer um cargo de tal importância, um ser xenófobo, homofóbico e MISÓGINO, entre tantos defeitos, os casos extremos de feminicídio alcançaram índices absurdos. Essa aberração, de “pisar nas mulheres”, é uma ignomínia, que as humilha e causa vergonha aos homens que as tratam – como deve ser e merecem – como iguais. Nesse sentido, VIRGINIA WOOLF faz falta, ainda que tenha deixado seu legado de valorização da mulher como ser humano e “feito a cabeça” de muitas guerreiras, as quais lhes seguem os passos. É preciso que estas bravas combatentes se multipliquem, muitas vezes. O espetáculo “VIRGINIA” pode ser, ou melhor, É um instrumento de grito contra a injustiça que se comete contra o feminino, ao mesmo tempo que serve como um fator para a conscientização de todos, homens e mulheres, que clamam por uma sociedade igualitária e justa. E isso está contido num lindo e comovente espetáculo, que nos apresenta a uma VIRGINIA WOOLF verdadeira, como ela foi e viveu.

 


 

 

  

FOTOS: ROGÉRIO FAISSAL,

PABLO HENRIQUES

e

JOSÉ HENRIQUE FONSECA

 

 

 

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