“VIRGINIA”
ou
(EU NÃO TENHO MEDO DE
VIRGINIA WOOLF.)
ou
(PRECISAMOS DE MUITAS COMO ELA,
NOS DIAS DE HOJE;
E SEMPRE.)
Inicio esta crítica, justificando o
primeiro subtítulo a ela dedicado. Para quem não respira TEATRO,
como eu, pode parecer estranho, mas ele faz alusão a uma peça do dramaturgo
norte-americano Edward Albee, escrita em 1962, “Quem
Tem Medo de Virgínia Woolf” (“Who’s Afraid of Virginia Woolf”),
a qual, até onde sei, teve quatro grandes montagens no Brasil, às
quais tive o prazer de assistir, com exceção de uma, em 1965,
estrelada por uma dupla de ”entidades” do TEATRO BRASILEIRO: Cacilda Becker e Walmor Chagas. As outras três
aconteceram em 1978, com outros dois ícones do nosso TEATRO,
Tônia Carrero e Walmor Chagas; em 2000,
com Marieta Severo e Marco Nanini, pontuando nos papéis
principais; e a mais recente, em 2014, trazendo Zezé
Polessa e Daniel Dantas, como protagonistas,
dirigidos por Victor Garcia Peralta. A peça está
enquadrada num gênero teatral chamado de TEATRO do Absurdo,
e seu título foi dado, pelo autor, partindo de uma relação entre o
refrão de uma canção infantil, “Quem tem medo do Lobo Mau...”,
com o sentimento que a brilhante escritora britânica, e uma ardorosa defensora dos
direitos das mulheres, provocava em muitas pessoas, nos homens,
principalmente, e que poderia ser equivalente, na peça de Albee,
a “Quem
tem medo de encarar a realidade?”.
Antes de partir para os comentários que tenho a fazer sobre “VIRGINIA”, um solo, com CLÁUDIA ABREU, em cartaz no Teatro XP, infelizmente, já em final de temporada (VER SERVIÇO.), julgo interessante falar um pouco sobre a mulher que deu origem a este espetáculo, a fonte de inspiração, para que ele existisse. Procurarei ser o mais sucinto possível, com o propósito de não ocupar tanto espaço e, também, para respeitar a paciência dos que me leem, ainda que não me falte muito material sobre a vida de uma mulher muito à frente do seu tempo, uma “transgressora”, “subversiva”, que “abalou estruturas”.
Refiro-me a VIRGINIA WOOLF, nascida Adeline Virginia Stephen,
em 1882, em Kensington, Middlesex, Londres, e falecida em 1941,
em Sussex, um condado inglês. Foi uma importante escritora, ensaísta e editora britânica. Destacam-se, no meio de grandes obras de sua
lavra, “Mrs. Dalloway” (1925), “ To The Lighthouse” (1927) e “Orlando: A Biography” (1928). WOOLF “foi uma das precursoras do uso do fluxo de consciência (uma
de suas digitais), técnica literária modernista, que marcou seu estilo, o
de James Joyce e, também, o de William Faulkner. Com seu trabalho de vanguarda, é uma das
autoras mais importantes do modernismo clássico, ao lado de Gertrude Stein.”. Por ser filha de um editor, o qual
lhe proporcionou uma educação esmerada – não tradicional, uma vez que não
frequentou escola; em vez disso, foi educada por excelentes professores
particulares e através de aulas com seu pai -, desde cedo, a jovem frequentou o
universo literário. VIRGINIA WOOLF sempre demonstrou crises depressivas, a ponto de cometer suicídio. Foi participante do “Grupo de Bloomsbury”, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra Mundial,
se posicionou contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Foi grande entusiasta e pregadora da liberdade
de criação e do prazer da leitura, fã daqueles que não leem por obrigação,
mas para seu próprio desfrute pessoal. Era contagiante o seu amor pelos livros,
pela literatura. Em sua autobiografia, afirma ter sido abusada,
sexualmente, por seus dois meio-irmãos, o que poderia ser a causa de seus
momentos de depressão.
Sua
vida pessoal sempre foi muito conturbada e marcada por tragédias. Quando sua
mãe faleceu, WOOLF, então com 13 anos, sofreu seu primeiro
colapso mental. Sua meia-irmã Stella, foi quem, primeiro,
comandou a casa, após aquele fato marcante, a qual se casou, dois anos depois, deixando
a casa da família, vindo, também, a falecer, pouco depois de sua lua de mel,
grávida. Que tragédia! Dez semanas após morte de seu pai, em 1904,
VIRGINIA sofreu seu segundo episódio de doença mental, do qual demorou
muito para se recuperar. Em 1906, Thoby Stephen,
irmão mais velho de VIRGINIA, adoeceu e morreu, pouco antes de completar
26 anos, uma perda difícil de ser superada pela escritora. Em 1941,
com o estopim da Segunda Guerra Mundial,
a destruição da sua casa, em Londres, em consequência de um
ataque da aviação alemã, e a fria recepção da crítica à sua biografia
de Roger Fry, VIRGINIA WOOLF “foi condicionada ao
impedimento da sua escrita e caiu em uma depressão, semelhante às que sofreu
durante a juventude”. Para cometer o tresloucado e desesperado gesto de
suicídio, VIRGINIA “colocou seu casaco, encheu os
seus bolsos com pedras, caminhou em direção ao Rio Ouse, perto de sua casa, e se afogou. Seu corpo foi
encontrado somente três semanas mais tarde (...), por um grupo de crianças
(...)”.
É considerada uma das
maiores romancistas do século XX e uma das principais modernistas. Para uma
legião de críticos literários, VIRGINIA WOOLF é, indiscutivelmente, a
maior romancista lírica do idioma inglês. Encontramos, em sua obra, da
forma mais marcante possível, denúncias às
guerra e à opressão à mulher. Desafiou
a moral vitoriana e influenciou várias gerações de autoras, fazendo rasgada
oposição ao modelo de mulheres que se curvavam àquele tipo de moral, no papel
de “anjos do lar”, as quais “destilam obediência e sentem
em silêncio”. Foi, ostensivamente, crítica às duas Grandes
Guerras Mundiais e ao fascismo. Sem dúvida, é considerada uma “precursora
do movimento feminista, na literatura, criticando a falta
de independência econômica das mulheres, em relação aos seus companheiros, em
todas as classes sociais, denunciando as leis que a respaldavam, mas também
contra as nefastas consequências para as mulheres da moral patriarcal, as quais
sofreu em primeira pessoa”. Manteve uma relação secreta,
homoafetiva, com a também escritora Vita Sackville-West, em 1922,
por quem foi extremamente apaixonada; isso numa sociedade britânica, extremamente
LGBTfóbica, que previa penas de prisão para os “delitos contra as
pessoas”, como era conhecida esse tipo de relação e que perdurou até os
anos 70, na Grã Bretanha e nas antigas colônias em que foram
implantadas. Foi, profundamente, corajosa e, mais que isso, audaciosa,
quando partiu para tratar (de) e defender temas como a homossexualidade, o
desejo sexual feminino, ou a transexualidade, sem medo de desafiar a LGBTfobia
vitoriana, tanto do ponto de vista cultural como político.
Creio que as informações supra podem colaborar, e muito, para quem
não teve, antes, acesso a elas e, por esse motivo, possa não ter entendido
alguma coisa, em cena, e para os que ainda irão assistir a este magnífico
espetáculo, no sentido de que possam perceber o significado de todas as palavras
e os movimentos corporais da estupenda atriz, que é CLÁUDIA
ABREU, responsável pela idealização do projeto e pela rica
dramaturgia, além, evidentemente, de ser a grande protagonista deste
solo. (Faço, aqui, uma confidência: Em alguns momentos, tentei olhar
para algumas pessoas, com o objetivo de perceber se elas estavam compreendendo,
ou não, as ações no palco. Não consegui chegar a alguma conclusão, mas
tive a certeza de que todos estavam hipnotizados pela VIRGINIA em cena.)
SINOPSE (Resumida):
CLÁUDIA ABREU estreia seu
primeiro monólogo, que foi idealizado e escrito por ela, a partir da
vida e da obra de VIRGINIA WOOLF (1882-1941).
Em cena, a atriz interpreta
a genial escritora inglesa, cuja trajetória foi marcada por tragédias
pessoais e uma linha tênue entre a lucidez e a loucura.
A estrutura do texto se
apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a
alternância de fluxos de consciência, capaz de “dar corpo” às vozes
reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente.
Pode parecer “redundância” o emprego do adjetivo “resumida”, após o vocábulo SINOPSE, mas é assim mesmo que está escrito no “release” que recebi de RICARDO OLIVEIRA (Factoria Comunicação – Assessoria de Imprensa).
Quando assisti à peça, apenas anteontem, domingo,
13 de novembro de 2021, quase ao final da temporada, que
estava previsto, anteriormente, para o dia 20 de novembro próximo
e foi prorrogado por mais uma semana, um pouco tarde, desde a sua
estreia, o que não dependeu da MINHA
vontade, deixei o Teatro imensamente feliz, por ter assistido a
uma excelente montagem do TEATRO BRASILEIRO e aplaudi CLÁUDIA ABREU
quadruplamente: por sua irretocável atuação, mas também por sua
iniciativa de empreendedora, por ter-se lançado no grande desafio de,
solitariamente, não dividir o palco com ninguém e por assinar sua
primeira dramaturgia, para o TEATRO, fruto de um longo trabalho de pesquisa e
experimentação, ao longo de mais de cinco anos, o que só se propõe a
fazer uma profissional do TEATRO apaixonada pela personagem e sua
obra.
Poucas vezes tive a oportunidade de vê-la no palco, visto que sua carreira artística sempre foi muito absorvida pela televisão e o cinema, entretanto jamais me esquecerei dela, em 1989, dirigida por Bia Lessa, de forma arrojadíssima, na peça “Orlando”, baseada numa das obras de VIRGINIA WOOLF. Vem de lá, quando ainda tinha 20 anos, a paixão, pela escritora. Também guardo boas recordações de seus trabalhos em “Um Certo Hamlet” (1991), “Viagem ao Centro da Terra” (1994), “Noite de Reis” (1997), “As Três Irmãs” (1999) e “Pi – Panorâmiva Insana” (2019), além de vários espetáculos voltados para as crianças e adolescentes, que ela fez no palco do Teatro Tablado, de onde, orgulhosamente, “é cria”.
Antes de chegar ao Rio de Janeiro, o solo fez
uma vitoriosa temporada, em São Paulo, além de ter passado
por outras capitais, de modo que os cariocas podemos ver uma encenação
bem “azeitada”, na qual a atriz vive VIRGÍNIA WOOLF,
nos “vários atravessamentos” por que a escritora passou,
em seus quase 60 anos de vida. Na verdade, VIRGINIA “provocou CLAUDIA ABREU, ao longo de sua trajetória”,
desde quando, antes mesmo de ter participado da icônica montagem de “Orlando”,
a atriz já havia travado contato, ainda aos 18 anos, com os escritos
de WOOLF.
No palco, constatamos que “a vida e a obra da consagrada e polêmica autora inglesa são os motores de criação deste espetáculo”. Em 2016, seguindo a indicação de uma professora de literatura, que reencontrou, CLÁUDIA resolveu mergulhar, “de cabeça”, no universo da autora, tendo relido alguns de sus livros, incluindo as memórias, biografias e diários, além de outras publicações sobre a escritora, o que fez com que a vontade de escrever sobre VIRGINIA falasse mais alto e a atriz pensou neste projeto e a ele se dedicou, quase que em “full time”.
Segundo a própria CLÁUDIA, agora
bem mais madura e vivendo a realidade das mulheres, ela voltou a se apaixonar
por VIRGÍNIA, totalmente “fascinada, ao perceber como uma pessoa
conseguiu construir esta obra brilhante com tanto desequilíbrio, tragédias
pessoais e problemas que teve na vida. Como ela conseguiu reunir os cacos?”.
Outro viés pelo qual se interessou a nova dramaturga brasileira foi
enxergar VIRGINIA, também, como um marco de maturidade em sua
trajetória, partindo do seu desejo de fazer algo que a tocasse, de verdade: “falar
do ser humano, sobre o que fazemos com as dores da existência, sobre as
incertezas na criação artística e, também, falar da condição da mulher, ontem e
hoje. Não poderia fazer uma personagem tão profunda, sem a vivência pessoal e
teatral que tenho hoje” - palavras da talentosa atriz.
Extraído do já citado “release”: “A dramaturgia de ‘Virginia’ foi concebida como inventário íntimo da vida da autora. Em seus últimos momentos, ela rememora acontecimentos marcantes em sua vida, a paixão pelo conhecimento, os momentos felizes com os queridos amigos do grupo intelectual de Bloomsbury, além de revelar afetos, dores e seu processo criativo. A estrutura do texto se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de ‘dar corpo’ às vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente.”.
A opção por um monólogo deve-se ao
fato de CLAUDIA pensar que “todas as vozes (de seus
personagens) estão dentro dela”. Diz a atriz: “Eu
nunca quis estar sozinha, sempre gostei do jogo cênico com outros colegas, mas
a personagem me impeliu para isso.”.
No palco, dirigida por um mestre,
a quem o TEATRO BRASILEIRO muito deve, AMIR HADDAD, contando,
ainda, com um luxuoso trabalho de direção de movimento, assinado por MARCIA
RUBIN, CLAUDIA executa tudo o que atingiu durante o processo de
criação, a partir de uma série de improvisações, que fez ao longo
dos últimos anos, em especial durante o período pandêmico, já acompanhada pelo diretor,
que lhe deu bastante liberdade para ocupar, esplendorosamente, o espaço cênico,
totalmente nu, já que não existe qualquer peça, em cena, que possa, de leve, sugerir um cenário.
E para quê? Um palco totalmente nu, para que uma atriz possa pôr em
prática sua experiência profissional, que supera os 30 anos de
abraço ao ofício de representar. AMIR HADDAD, uma fonte inesgotável de
sabedoria, no que diz respeito a TEATRO, com foco na direção, de
forma inteligente, foi “dando linha” à atriz, pois, para interpretar,
com bastante verdade, um texto teatral – pode ser que eu esteja errado –
ninguém melhor do que o(a) artista que o “gestou”. Em pleno
processo, infelizmente, AMIR contraiu COVID-19 e
foi preciso que outra pessoa, no caso, MALU VALLE, “entrasse
em campo, para que a partida não fosse interrompida e adiada”. Dessa forma,
MALU aparece, na FICHA TÉCNICA, como codiretora, e, nessa
função, com sua enorme bagagem teatral, contribuiu em toda a etapa final do espetáculo.
Ótimos os trabalhos de ambos!
Embora já tenha citado, quase que “de passagem”, lá em cima, o nome de MARCIA RUBIN, sinto-me no desejo de jogar mais um pouco de luz sobre o seu lindo trabalho de direção de movimento. Toda a postura cênica de CLÁUDIA e seus deslocamentos pelo palco são harmônicos e nos passam uma “leveza”, como uma personagem já morta, e livre dos pesadelos que marcaram a sua existência, e não uma mulher ainda viva, sofrida e prestes a se matar, quando resolve fazer um balanço de sua vida, cheio de indagações e autocobranças, alternando momentos de uma explícita lucidez, que cede espaço para outros, em que deixa exposta sua porção de desequilíbrio mental. O trabalho de corpo, além do emprego da voz, obviamente, e um elemento fundamental para essas alterações de “humores”. MARCIA propõe e CLÁUDIA aceita a proposta de uma mestra. E o faz de forma harmoniosa.
MARCELO OLINTO é o responsável por um figurino totalmente acorde com a atmosfera do espetáculo, resumido a um vestido branco, longo, confeccionado em tecido leve, rodado, que ganha destaque, de acordo com os muitos e variados movimentos de corpo da atriz.
Digo que um imenso “toldo de luz
branca”, pensado e criado por BETO BRUEL, cobre todo o espaço
cênico, numa iluminação marcada, apenas, pela intensidade de luz,
sem variações de matizes. De forma correta, a luz de BETO também
colabora, como um excelente “combustível”, para fazer “o
carro andar na velocidade” que as cenas exigem e que o “as
condições da estrada” permitem.
Funcionam, de forma perfeita, as inserções
sonoras que fazem parte da trilha sonora, a cargo de DANY ROLAND,
que contou com a colaboração de JOSÉ HENRIQUE FONSECA.
Creio que, ao longo destes meus escritos,
já enalteci bastante o trabalho de interpretação de CLÁUDIA ABREU,
um valiosíssimo “presente afetivo” para o público,
entretanto é preciso, ainda, falar um pouco mais sobre essa marcante atuação. Não
é preciso fazer um exercício muito apurado de avaliação, para se perceber, logo
nos primeiros minutos da peça, que sair de casa e ir a um TEATRO,
mais uma vez, valeu a pena, quando o espetáculo é “VIRGINIA” e quem está
em cena é CLÁUDIA ABREU, que reina, no palco, soberana. Se não tem com
quem contracenar, em compensação conta, à sua frente, com uma plateia,
lotada, que, num silêncio sepulcral, está atenta à sua presença sob as luzes.
Apesar da densidade do belo texto e de sua, até certo ponto,
complexidade, não permitindo que um espectador mais cansado cochile, a atriz
nos “suga” até ela, como se todos estivéssemos ao alcance de seus
braços. Que estupenda aula de interpretação teatral, em todas as cenas, da
primeira à última! CLÁUDIA escreveu o texto. CLÁUDIA é
“PhD” em WOOLF. CLÁUDIA é apaixonada por VIRGINIA
e sua obra. CLAUDIA está fazendo aquilo de que gosta e sabe como fazer. NÃO
HAVIA COMO NÃO DAR MUITO CERTO!
FICHA
TÉCNICA:
Idealização,
Dramaturgia e Atuação: Cláudia Abreu
Direção:
Amir Haddad
Codireção:
Malu Valle
Direção
de Movimento: Marcia Rubin
Figurino:
Marcelo Olinto
Iluminação:
Beto Bruel
Trilha
Sonora: Dany Roland, com a colaboração de José Henrique Fonseca
Operação
de Som: Bruna Moreti
Operação
de Som nos Ensaios: Máxima Cutrim
“Design” Gráfico: Carolina Pinheiro
Fotos: Rogério Faissal, Pablo Henriques e José
Henrique Fonseca
Assessoria
de Imprensa: Vanessa Cardoso e Pedro Neves (Factoria Comunicação)
Direção
de Produção: Dadá Maia
Produtores
Associados: Cláudia Abreu, Dadá Maia e Mario Canivello
SERVIÇO:
Temporada: De 21 de outubro a 27
de novembro de 2022.
Local: Teatro XP.
Endereço: Avenida Bartolomeu
Mitre, nº 1110, Leblon - Rio de Janeiro (Dentro do Jockey Clube Brasileiro).
Capacidade: 366 lugares.
Dias e Horários: 6ªs feiras e
sábados, às 20h; domingos, às 19h.
Vendas: Sympla.com.br
Valor dos Ingressos: R$80,00
(inteira) e R$40,00 (meia entrada).
Indicação Etária: 14 anos.
Gênero: Monólogo Dramático.
Encero
esta crítica voltado para o segundo subtítulo com que a batizei. Observando,
na História, sob a ótica da sociologia, a função da
mulher na sociedade, salta aos nossos olhos o papel de coadjuvante
que sempre lhe atribuíram – os homens - e que, culturalmente, a maioria dos
povos, infelizmente, aceita, até hoje, apesar de alguns avanços, como algo “enraizado
e petrificado” em suas culturas. Isso ocorre em maior ou menor escala,
aqui ou ali. No Brasil, por conta de um (DES)governo, que
está com seus dias contados, para o bem do povo brasileiro, exercido por quem nunca
teve a menor qualificação para exercer um cargo de tal importância, um ser
xenófobo, homofóbico e MISÓGINO, entre tantos defeitos, os casos
extremos de feminicídio alcançaram índices absurdos. Essa aberração, de “pisar nas mulheres”,
é uma ignomínia, que as humilha e causa vergonha aos homens que as
tratam – como deve ser e merecem – como iguais. Nesse sentido, VIRGINIA
WOOLF faz falta, ainda que tenha deixado seu legado de valorização da
mulher como ser humano e “feito a cabeça” de muitas
guerreiras, as quais lhes seguem os passos. É preciso que estas bravas
combatentes se multipliquem, muitas vezes. O espetáculo “VIRGINIA” pode
ser, ou melhor, É um instrumento de grito contra a injustiça que se comete contra o
feminino, ao mesmo tempo que serve como um fator para a conscientização de
todos, homens e mulheres, que clamam por uma sociedade igualitária e justa.
E isso está contido num lindo e comovente espetáculo, que nos apresenta
a uma VIRGINIA WOOLF verdadeira, como ela foi e viveu.
FOTOS: ROGÉRIO FAISSAL,
PABLO HENRIQUES
e
JOSÉ HENRIQUE FONSECA
VAMOS AO TEATRO,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO
DO BRASIL,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE
MAIS!!!
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