“A DESCOBERTA
DAS
AMÉRICAS –
RUMO À MAIORIDADE”
OU
(UMA SAGA,
BEM CONTADA,
QUE VEIO PARA SER
ETERNIZADA
NOS PALCOS.)
E
um espetáculo teatral está prestes a completar a maioridade,
sempre com casas lotadas e o aplauso do público e da crítica.
Óbvio é que isso só pode acontecer quando a montagem é de excelente
qualidade, além de alguns outros fatores. No Brasil, tal fato
é uma raridade, uma verdadeira efeméride, motivo maior para que
exaltemos JULIO ADRIÃO e sua “A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS”, peça
a que já assisti algumas vezes, cinco ou seis, porém, por vários motivos, mais
que alheios à minha vontade, sobre a qual nunca havia escrito. Foi por esse
motivo que, mais uma vez, parodiando o poeta Fernando Brant,
apliquei um dos meus lemas, com relação ao TEATRO, “Todo crítico
teatral tem de ir aonde o artista está.”, e me desloquei até o bairro
de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, a
30 quilômetros da minha residência, sob a ameaça de um temporal, que
acabou marcando presença naquela noite, para aplaudir, com mais vigor ainda, JULIO
e seu “carro chefe”, nos palcos, sem medir esforços. E,
logicamente, não me arrependi, ainda mais porque pude retornar ao Teatro
Arthur Azevedo, que frequentei bastante, na década de 1970,
quando ministrei aulas de interpretação teatral por aquelas bandas. Bons
tempos aqueles!!!
Contemplado no “Edital FUNARJ de Circulação Teatral 2022”, que “visa ao desenvolvimento da economia criativa, estimulando a formação de plateia e a democratização da cultura fluminense, “A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS – RUMO À MAIORIDADE” voltou aos palcos, em comemoração aos seus quase 18 anos, a serem completados em 2023, em cartaz, ora aqui, ora ali, já tendo percorrido mais de 100 municípios, de todos os estados brasileiros, 8 países, de 4 continentes, em mais de 700 apresentações em festivais, temporadas e turnês. Não é para ser chamado de um fenômeno do TEATRO BRASILEIRO?
SINOPSE:
Um “zé
ninguém”, de nome Johan Padan (JULIO ADRIÃO),
rústico, esperto e carismático, num solo narrativo, escapa da fogueira
da Inquisição, embarcando, em Sevilha, numa
das caravelas de Cristóvão Colombo.
No Novo
Mundo, o herói sobrevive a naufrágios, testemunha massacres, é preso,
escravizado e quase devorado pelos canibais.
Com o tempo,
aprende a língua dos nativos, cativa-os e safa-se, fazendo “milagres”,
com alguma técnica e uma boa dose de sorte.
Venerado como “filho
do sol e da lua”, catequiza e guia os nativos, numa batalha de
libertação contra os espanhóis invasores.
O texto,
cujo título original é “Johan Padan a La Descoverta de La Americhe”,
foi escrito por DARIO FO, escritor, dramaturgo e comediante
italiano, além de arquiteto, nascido em San Giano, em 1926,
falecido, aos 90 anos, em Milão, no ano de 2016.
Esse texto surgiu em 1992, em Sevilha,
quando FO improvisou o espetáculo, para as comemorações do quinto
centenário da descoberta da América. DARIO FO recebeu, em 1997,
o “Prêmio Nobel de Literatura”. Bastante influenciado por Bertolt
Brecht, Antonio Gramsci, Alfred Jarry, Karl
Marx, Vladimir Mayakovsky e Federico García Lorca,
o dramaturgo tinha, como marca registrada, um viés anarquista,
vindo de uma família que combatia, ferrenhamente, o fascismo.
FO
já nasceu com o TEATRO lhe correndo pelas veias, uma vez que seu pai, Felice,
um socialista, era ator, numa companhia amadora do TEATRO. Apaixonado por Franca Rame, também atriz, FO com ela
se casou, em 1954, e, juntos, encenaram muitos de seus textos
– mais de 40 peças teatrais – numa companhia de TEATRO fundada
por eles, a “Companhia Dario Fo – Franca Rame”.
Quando
“A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS” chegou ao Brasil, DARIO FO
já era, aqui, conhecido e aplaudido por alguns de seus textos, como “Morte Acidental de um
Anarquista” (Morte Accidentale di un Anarchico”) e “Mistério
Buffo”, principalmente, encenada esta, em território brasileiro, com o
título original, “Mistero Buffo”. É considerado um autor
de um TEATRO político, que abusa da blasfêmia e da
escatologia e se baseia na tradição da “commedia dell'arte”.
Em suas peças,
nas quais sempre encontramos um humor
aguçado e, igualmente, uma sátira
certeira, FO demostra acreditar na ideia de que o TEATRO era um
veículo de ideais políticos, o que, todos sabemos ser óbvio. Quando transposta
para a televisão, “Mistero Buffo” foi considerada, pela Igreja
Católica, como a obra mais blasfema da história da TV. Na verdade, todas
as suas peças sempre soaram como “desconfortáveis”, para
vários segmentos da sociedade.
Dario Fo
(Foto: autor desconhecido.)
No Brasil,
“A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS” ganhou tradução e adaptação, a
quatro mãos, de ALESSANDRA VANNUCCI e JULIO ADRIÃO, cabendo,
também, àquela a direção do solo. O espetáculo estreou, no
Rio de Janeiro, em 2005, num espaço alternativo
- rua do Mercado, no Centro do Rio de Janeiro,
sede do Grupo Pedras, do Teatro de Anônimo e do Cordão
do Boitatá, local que era conhecido como CASA (Cooperativa
de Artistas Autônomos) - tendo rendido, a JULIO ADRIÃO, o “Prêmio
Shell”, de Melhor Ator, além das mais consagradoras
críticas. Eu, que, como já disse, havia assistido ao espetáculo cinco ou seis
vezes, porém nunca havia escrito sobre ele, sentia-me na “obrigação”
de revê-lo, para poder escrever com mais propriedade, aproveitando a
oportunidade que me foi oferecida, agora, quando da abertura das comemorações
para os 18 anos do aclamado espetáculo.
Mas de
que precisa uma montagem teatral, para atingir uma carreira tão longeva e ser
aclamada por unanimidade? Aqui, mais uma vez, aproveito para discordar,
totalmente, de Nelson Rodrigues, a meu juízo, muito “leviano”, quando afirmou que “toda unanimidade é burra”. Nem todas, Senhor
Rodrigues; há exceções, e “A DESCOBERTTA DAS AMÉRICAS”,
certamente, é uma delas. Voltando à pergunta que inicia este parágrafo, eu
diria que não é necessária muita coisa. Basta um excelente texto, uma direção
competente e um ator com o potencial artístico e a sensibilidade de JULIO
ADRÃO. É, exatamente, isso o que vemos em cena. Um palco nu, sem qualquer
vestígio de cenografia, uma iluminação sem alterações, da
primeira à última cena (Nos cinco primeiros minutos, com um pouco menos
intensidade; depois, aumenta e permanece inalterada, até o fim do espetáculo.),
um figurino desprovido de qualquer sofisticação. Mas o vazio do
espaço cênico é totalmente preenchido pelo ator, numa interpretação vibrante
e contagiante, tirando partido, à exaustão, de um trabalho de
corpo e voz, rarissimamente visto sobre as tábuas.
Numa
prova de muita inteligência, ALESSANDRA VANNUCCI percebeu que um ator
do quilate de JULIO ADRIÃO bastava, para contar aquela história e partiu
para uma direção isenta de “grandes novidades”, deixando JULIO
bastante livre, no palco, como narrador e personagens. A direção
apostou “na simplicidade, mas também na sofisticação, quando utiliza
apenas os recursos cênicos indispensáveis. No palco, JULIO ADRIÃO, em
interpretação enérgica e dinâmica, narra as aventuras de Johan Padan e todos os
personagens, como índios, espanhóis, cavalos, galinhas, peixinhos, Jesus e Maria
Madalena. Com profunda conexão e cumplicidade com o público, JULIO ADRIÃO é um
ator só em cena, que atua em estado essencial e de emergência”. (Texto
extraído do “release”, a mim encaminhado por SILVANA
CARDOSO e JULIANA FELTZ – Passarim Comunicação.)
Isso prova que não basta ser ator; é preciso estar pleno, na posição
de ator.
E já que
falei em trabalho de corpo e de voz, vale ressaltar, como um dos grandes
destaques, nesta encenação, toda a parte de sonoplastia da peça,
feita, unicamente, com os recursos vocais do magnífico ator. Sendo assim,
não há uma trilha sonora, na FICHA TÉCNICA, do mesmo modo como ninguém
assina uma cenografia, porque esta não existe, de forma palpável, porém
pode ser “vista”, pelos espectadores, descrita pelo ator/personagem.
Ninguém é capaz de, após ter assistido a esta montagem, não demonstrar
um certo grau de perplexidade, diante dos efeitos que ADRIÃO consegue
com seu corpo, de um homem de 62 anos (Acho que cometi uma
indiscrição, pela qual peço desculpas ao JÚLIO, na certeza de que serei
perdoado.). O resultado final do que se vê, no palco, é fruto de muita
dedicação, de um trabalho bastante desgastante, do ponto de vista físico, sem o
qual não seria possível atingir aquela perfeição. Que sirva de exemplo para os que
estão se iniciando no nobre ofício de representar!
Creio
que deve girar em torno dos dez anos a última vez que tive a oportunidade de
assistir à peça, e é claro que esperava “coisas novas” no
palco. E não me enganei. Poderiam elas acrescentar ou retirar o brilho da encenação.
Sabia que iria encontrar uma “nova peça”, e, jamais, me passou
pela cabeça que tais “modernidades” poderiam embaçar o seu
brilho. Em 18 anos, a humanidade evoluiu (ou involuiu), e o que fazia
sentido, anos atrás, já não tem, hoje, o mesmo peso de outrora, da mesma forma
como muita coisa aconteceu, e ainda vem acontecendo, que merecia estar em
evidência no palco. Foram de uma sagacidade a toda prova os tradutores e
adaptadores do texto, ao “cortar gorduras”
(Leia-se: o que já não faz muito sentido hoje, não funcionando muito bem, portanto.) e trazer à tona frases e
citações que provocam o público de hoje, com o cuidado de não tomar partido,
praticamente, por esta ou aquela causa, e procurando não ser panfletários,
pensando, também, em não criar “atritos” ou “desconfortos”
com/para determinados tipos de “religiosos”. Mas o que merecia ser “cutucado”,
para gerar reflexões, foi acrescido, ao texto, o qual, a meu juízo,
tornou-se mais rico, ainda, se é que isso poderia ser possível, e, salvo
engano, a peça ganhou uns minutos a mais, sendo que ninguém consegue
conciliar o tempo cronológico do espetáculo, 90 minutos,
com o psicológico, de forma que “o tempo parece voar”. O espetáculo
lucrou – ou foi o público –, com mais um pouco de “frescor” ao texto.
Extraí,
do “release”, já citado, este preciso depoimento de JULIO
ADRIÃO: “Continuar é tentar não repetir, mas buscar sempre refazer,
novo e único, a cada vez, com o vigor de sempre e a motivação do dia,
respeitando o processo de amadurecimento da obra, em que o ator é esse
privilegiado guardião, que a conhece, nas entranhas, e a reconhece mais
importante que ele próprio”. Depoimento, para mim, bastante comovente e
verdadeiro. Outra frase, que retirei daquele “release”, que julgo
importante, não só para os espectadores, como também para os atores
em formação: “Saber que o público que já assistiu será sempre menor
do que o que jamais assistirá, é uma boa razão para renovar esse compromisso,
pois, se o cinema é uma vez para sempre, o TEATRO é várias vezes para nunca.”.
JULIO se apresenta, 18 anos após a estreia da peça e com 10 quilos a mais,
com a mesma garra e a mesma energia e entrega de quem é apaixonado por seu
ofício, a ponto de repartir seu talento e conhecimento sobre o TEATRO
com seus alunos, em cursos ou oficinas que ministra. A propósito,
chamo a sua atenção para a oficina que ADRIÃO está oferecendo,
paralelamente às apresentações que estão acontecendo no momento (VER
SERVIÇO.).
FICHA TÉCNICA:
Texto
Original: Dario Fo
Tradução e
Adaptação: Alessandra Vannucci e Julio Adrião
Direção: Alessandra
Vannucci
Atuação: Julio
Adrião
Figurino: Gabriella
Marra
Iluminação: Luiz
André Alvim
Montagem e
Operação de Luz: Guiga Ensá
Fotografia: Christina
Amaral, Maria Elisa Franco e Daniel Barboza
Mídia Digital: Rebelados
Criação - Andrea Rebelo
Assessoria de
Imprensa: Passarim Comunicação - Silvana Cardoso e Juliana Feltz
Produção e “Design”: Fernando
Alax - Casa136 Produções Artísticas
Realização: Julio
Adrião Produções Artísticas Ltda.
SERVIÇO:
Local: CAMPO GRANDE: TEATRO ARTHUR AZEVEDO.
Endereço: Rua
Vitor Alvez, nº 454 – Campo Grande – Rio de Janeiro.
Telefone:
(21)2332-7516.
Dias e
Horários: 11, 12 e 13 de novembro de 2022 - 6ª feira e sábado, às 20h;
domingo, às 19h.
Valor dos Ingressos: R$5,00 (inteira)
e R$2,50 (meia entrada).
Classificação
Etária: 14 anos.
Oficina “Solo
Narrativo”, com Julio Adrião.
Dia 11/11 – 6ª
feira, das 10h às 14h / 12 vagas.
Inscrição até
9/11, 4ª feira, pelo e-mail: julioadriaoproducoes@gmail.com
Sobre a Oficina:
Oficina conduzida por Julio Adrião, para atores interessados em um processo de
criação cênica, baseado em suas ferramentas de ator – técnicas adquiridas e
qualidades expressivas próprias, por meio de uma experimentação desarmada,
generosa e autodisciplinada, sob uma observação atenta, provocativa e
respeitosa. Pesquisa prática sobre o trabalho de criação do ator, no solo
narrativo, com enfoque na expressão física.
Local: MARECHAL HERMES: TEATRO ARMANDO GONZAGA.
Endereço: Avenida
General Oswaldo Cordeiro de Farias, nº 511 – Marechal Hermes – Rio de Janeiro.
Telefone: (21)2332-1040.
Dias e Horários:
18, 19 e 20 de outubro de 2022 - 6ª feira e sábado, às 20h; domingo, às 19h.
Valor dos Ingressos: R$5,00 (inteira)
e R$2,50 (meia entrada).
Classificação Etária:
14 anos.
Oficina “Solo
Narrativo”, com Julio Adrião.
Dia 18/11 – 6ª
feira, das 10h às 14h / 12 vagas.
Inscrição até 16/11,
4ª feira, pelo e-mail: julioadriaoproducoes@gmail.com
Local: BANGU: TEATRO MÁRIO LAGO
Endereço: Rua Jaime Redondo, nº 2 – Bangu (Vila Kennedy – Rio de Janeiro.
Telefone: (21)2332-4851.
Dia e Horário:
03 de dezembro de 2022, sábado, às 18h.
Valor do
Ingresso: GRÁTIS.
Classificação
Etária: 14 anos.
Gênero:
Monólogo Cômico.
Para terminar,
deixo, aqui, algo que não tenho por hábito fazer, em outras críticas,
que é reproduzir uma “mini bio” do fabuloso ator protagonista
deste grandioso espetáculo: “Carioca, ator, produtor e diretor
teatral. Formado pela CAL/RJ, em 1987, trabalhou durante seis anos na Itália,
com foco no treinamento físico do ator, nas Cias Teatro Potlach, de Fara
Sabina, Abraxa Teatro e Qabaloquá. De volta ao Brasil, em 1994,
criou e integrou o trio cômico 'Cia. do Público', até 2002. Produziu e dirigiu
espetáculos de TEATRO e, como ator, participou de diversas produções, em curtas
e longa metragens, no cinema e séries na TV. Ganhou o ‘Prêmio Shell/RJ’ de Melhor
Ator, em 2005, com o espetáculo solo ‘A Descoberta das Américas’, de Dario Fo,
e, em 2021, dividiu, com o ator Vertin Moura, o ‘Troféu Conceição Moura’, do ‘VI
Cine Jardim/PE’, pela atuação no longa ‘Sertânia’, de Geraldo Sarno. No TEATRO,
trabalhou com os diretores Moacyr Góes, Fábio Junqueira, Lucia Coelho, Mauricio
Abud, Isabella Irlandini, Dudú Sandroni, Márcia do Valle, Sidnei Cruz,
Alessandra Vannucci, Tim Rescala, Moacir Chaves, Bia Lessa, Ivan Sugahara e
Miwa Yanagisawa. Como diretor, dirigiu ‘Roda Saia, Gira Vida’, com o Teatro de
Anônimo; a Ópera ‘O Elixir do Amor’, na UFRJ; o solo ‘Roliude’, do ator João
Ricardo Oliveira; o espetáculo ‘clown’ bufão ‘Blefes Excêntricos’, do ‘Circo
Dux’; e o solo musical ‘Fico’, com a Cia chilena ‘Tryo Teatro Banda’.
Para quem não
viu, ainda, essa OBRA-PRIMA, é imperdoável não aproveitar esta
oportunidade. Para os que já tiveram a ventura de aplaudir a peça, e são
muitos, por mais de uma vez, como eu, aconselho-os a conhecer um “bebê
que cresceu e está prestes a atingir a maioridade”, com a mesma pujança
como veio ao mundo e, cada vez mais, super atual.
FOTOS: CHRISTINA AMARAL,
MARIA ELISA FRANCO
e DANIEL BARBOZA (OFICIAIS)
e
GILBERTO BARTHOLO
(GB – REGISTROS FOTOGRÁFICOS
DA SESSÃO DE 11 DE NOVEMBRO DE 2022,
NO TEATRO ARTHUR AZEVEDO –
CAMPO GRANDE –
RIO DE JANEIRO.)
GALERIA PARTICULAR:
VAMOS AO TEATRO,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO
DO BRASIL,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE
MAIS!!!
COMPARTILHEM ESTE
TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
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