“MENINA LUA”
ou
(DAS AGRADÁVEIS
SURPRESAS QUE
O TEATRO NOS RESERVA.)
Quem é da “tribo do TEATRO”, como eu, quando vai assistir a algum espetáculo, já parte com determinadas expectativas, principalmente os críticos e jurados de prêmios, uma vez que recebemos, das assessorias de imprensa, um “release” sobre a peça. Às vezes, são completos e excelentes; outras, deixam bastante a desejar. Mas isso não nos interessa agora. Quando recebi o convite, acompanhado de um excelente “release”, para um solo, no SESC Tijuca (Teatro 2), enviado por BRUNO MORAIS (MARROM GLACÊ – Assessoria de Imprensa), imaginei que iria assistir a uma montagem “X”, entretanto – adoro, quando isso acontece – o que vi foi uma montagem “Y”, bem superior à minha expectação. A peça em questão é “MENINA LUA”, um monólogo, interpretado por uma jovem e talentosíssima atriz, LUIZA CESAR, cujo trabalho eu não conhecia, até então, também autora do texto, com direção de RICARDO ROCHA.
SINOPSE:
LARA (LUIZA CESAR) é uma jovem adulta,
cheia de energia e intensidade, que observava a Lua, desde pequena, e sempre se
sentiu conectada com ela, com suas fases, sua luz prateada e essa influência
inexplicável sobre a Terra e sobre ela.
Como podia um “pedaço de pedra”,
flutuando no universo, ser tão misterioso e iluminado?
Impulsionada pela sua magia e pela
vontade de se conectar, mais profundamente, com ela, embarca em sua primeira
grande aventura: viver a experiência de morar sozinha.
O solo é narrativo
e musicado, ao vivo, por KATARINA ASSEF. A montagem
apresenta a história de LARA (LUIZA CESAR), uma jovem adulta, que
sempre sentiu uma conexão profunda com a Lua, tendo nisso um dos
principais motivos que a impulsionaram a embarcar em sua primeira grande
aventura: a experiência de morar sozinha, como já foi dito. Um solo sobre um “voo
solo”. Extraído do já citado “release”,
“O texto aborda as mudanças pelas quais passa uma jovem, com a chegada da
vida adulta. Encarar uma nova e desafiadora experiência é o mote do espetáculo.
Abarcando as dúvidas, emoções, vazios e pensamentos acelerados da
juventude, que costumam deixar os sentimentos todos misturados, as fases
lunares são usadas, como guias, na trajetória de LARA, ao longo da peça, bem
como de todas as transições pelas quais ela passa.”. Uma ideia assaz
interessante.
(Divulgação.)
Idealizadora do projeto, um sonho
acalentado há muito tempo, LUIZA criou seu texto, partindo de uma
pergunta: “Se a Lua respondesse às nossas inquietações, o que ela nos
diria?”. Essa pergunta permeou, para LUIZA, todo o período mais crítico
da pandemia de COVID-19, que nos obrigou a praticar um isolamento
social, jamais imaginado por nenhum ser humano.
Gostei muito do texto,
que se apresenta leve e bem-humorado, abordando a “importância do
contato com as próprias emoções, em meio às mudanças e reviravoltas da vida”.
Um detalhe muito importante,
nesta montagem, é a interação da atriz com a plateia, a qual
compra a sua ideia, o seu propósito, logo de início, e compartilha, com ela,
aquelas sensações vividas pela personagem, torcendo por sua “vitória”.
Essa saudável interação já começa quando o público adentra o pequeno
espaço do Teatro 2, do SESC Tijuca, local ideal, a
meu juízo, para aquela encenação, intimista, que pede um espaço
idem, e é recebido, afetuosamente, pela atriz, um a um. Isso é muito cativante. Importante é dizer que o espetáculo é direcionado ao público
adulto, apesar do título, que nos reporta a uma peça
infantojuvenil, mas atinge, de forma mais aguda, os jovens, os quais
se identificam com a personagem. Mas eu também, nada jovem, também me
identifiquei com ela, até porque penso que a idade está na nossa cabeça, nas
nossas atitudes, na maneira como vivemos e encaramos o mundo à nossa volta.
(Foto: Gilberto Bartholo)
(Divulgação.)
Achei muito interessante a ideia de LUIZA
de construir um texto dramatúrgico em que apresenta a trajetória
da personagem obedecendo a uma sequência de fases da Lua e seus
arquétipos; ou seja, a LUA NOVA corresponde ao nascimento; a LUA
CRESCENTE, ao desenvolvimento; a LUA CHEIA simboliza a plenitude;
e a LUA MINGUANTE tem relação com a morte, “para que, depois, tudo
possa recomeçar”, como a própria multiartista diz, no referido “release”.
Ao lê-lo e, depois, mais ainda, assistindo à peça, fiz uma analogia
disso com o que escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade, numa
crônica, cuja leitura deveria ser obrigatória, para todos os habitantes
do planeta Terra, que é redondo. Chama-se “Fala,
Amendoeira” e eu recomendo, com veemência, sua leitura. Com ela, o autor
tenta ensinar um homem velho a conviver com a velhice, a enxergar a beleza que
há nela e a aceitá-la, fazendo, também, uma correlação entre o ciclo vital
de um ser humano e o de uma árvore. A PRIMAVERA seria o nascimento,
estação durante a qual as plantas começam a brotar e as flores desabrocham. O VERÃO
corresponde à fase madura do ser humano, seu momento de maior vigor,
com o sol quente, que caracteriza a estação. Após isso, vem o OUTONO,
que equivale à velhice, quando, assim como as árvores perdem as
folhas, o ser humano perde dentes e cabelos, e perde seu vigor físico. Depois,
inevitavelmente, virá o INVERNO, quando tudo morre. A diferença
entre o ser humano e a Amendoeira é que esta tem um ciclo vital
que se renova a cada ano, como a renovação das fases da Lua, enquanto o Homem só passa uma vez, na vida,
por cada “estação”. No fundo, Drummond, nas
entrelinhas, sugere a teoria do “Carpe Diem!” (Aproveite o
momento, o dia de hoje!).
(Foto: Gilberto Bartholo)
(Divulgação.)
Há quem aplique uma
verba alta numa produção teatral e não consegue um bom resultado, por
vários motivos, entretanto existem, para a nossa alegria, pessoas que se
agarram a um pequeno patrocínio ou a um edital com que foram agraciadas e, com
parcos recursos, mas muito talento e criatividade, muito amor e garra
envolvidos num projeto, conseguem erguer um espetáculo simples,
porém lindo, leve, poético, cheio de verdade e emoção.
É assim que qualifico “MENINA LUA”.
(Foto: Gilberto Bartholo)
A simplicidade, nesta montagem,
é diretamente proporcional à sua alta qualidade, quer pela beleza do
texto; quer pelo excelente trabalho de direção, de RICARDO ROCHA,
e o de direção de movimento, desenvolvido por BÁRBARA ABI-RHIAN;
quer pela cenografia, de NÍVEA FASO, que se resume a muitas
almofadas, espalhadas pelo espaço cênico, e uma mesinha, com alguns
abajures, basicamente; quer pela luz descomplicada e bem desenhada, por ISABELLA
CASTRO; quer pelo figurino “descolado”, também criado
por NÍVEA FASO; e quer, acima de tudo, pela excelente interpretação
de LUIZA CESAR.
(Foto: Gilberto Bartholo)
É impressionante o modo
como a atriz se apropria do pequeno espaço e “ligada a uma
tomada de 220 volts”, gasta muita energia, dizendo o texto,
muitas vezes, numa velocidade incrível, sem que percamos qualquer coisa do que ela
diz, graças, certamente, ao seu talento, em primeiro lugar, e ao trabalho de preparação
vocal, feito pela competentíssima fonoaudióloga LUÍSA CATOIRA, cujo
trabalho sei que é de um nível estupendo de excelência, e se movimentando, num
ritmo frenético. Que bela dicção e respiração ajustada ao ritmo com que o texto sai da boca de LUIZA! Quanto carisma acumulado numa só artista!!!
(Foto: Gilberto Bartholo)
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia: Luiza Cesar
Direção: Ricardo Rocha
Atuação: Luiza Cesar
Musicista: Katarina Assef
Direção de Movimento: Bárbara
Abi-Rihan
Direção Musical e Trilha Sonora:
Antonia Medeiros
Cenário: Nívea Faso
Figurino: Nívea Faso
Assistente de Cenário e Figurino:
Carol Matheus
Iluminação: Isabella Castro
Fonoaudiologia: Luísa Catoira
Técnico de Luz: Gilson Antônio
Direção de Produção: Multifoco
Produções Culturais e Meraki Produções Artísticas
Produção Executiva: Rafael Fernandes
Intérprete de Libras: FlorDeLibras
Identidade Visual e Fotografia:
Códigos.art (Daniel Debortoli e Viviane Dias)
Assessoria de Mídias Sociais: Rafael Fernandes
Assistente de Mídias Sociais: Iris
Cesar
Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê
Assessoria
Realização: SESC e Olimpo
Apoio: Escola Técnica Estadual de
Teatro Martins Penna, Teatro Cesgranrio e DeVoar
(Foto: Gilberto Bartholo)
(Foto: Gilberto Bartholo)
SERVIÇO:
Temporada: De 1º a 25 de setembro de
2022.
Local: SESC Tijuca (Teatro 2).
Endereço: Rua Barão de Mesquita, nº
539 – Tijuca – Rio de Janeiro.
Dias e Horários: De quinta-feira a
sábado, às 19h; domingo, às 18h.
Valor dos Ingressos: R$30,00
(inteira), R$15,00 (meia entrada, em casos previstos por lei, professores e
classe artística, com documento comprobatório) e R$7,50 (credencial plena).
Duração: 60 minutos.
Classificação Indicativa: 12 anos.
Capacidade: 44 lugares.
Gênero: Monólogo.
Apresentações com sessão de libras: 17 e
24 de setembro (sábado) – 19h.
(Divulgação.)
Um sonho de uma jovem
atriz, guerreira e talentosa, realizado, merece ser aplaudido por quem
admira uma boa peça de TEATRO, motivo que me faz recomendar, com
bastante empenho, este ótimo espetáculo.
(Foto: Bruno Morais.)
FOTOS: DANIEL DEBORTOLI
(Oficiais.)
E VAMOS AO TEATRO,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO
DO BRASIL,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE
MAIS!!!
COMPARTILHEM ESTE
TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
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