TSUNANY
(UM TALENTO E UM
SUCESSO
SURGIDOS “DO NADA”.)
Antes que alguém já comece a me xingar, se é que já não o
estão fazendo, após ter lido o subtítulo desta crítica, quero deixar bem
claro que se trata de uma brincadeira que faço com a queridíssima e talentosa NANY
PEOPLE, apropriando-me de algo que ela repete, muitas vezes, de forma
jocosa, no seu espetáculo, o qual já vi quatro vezes e não me canso de rever.
A própria NANY e os que assistiram a ele já entenderam o que eu quis
dizer.
Estou, de certa forma, fugindo à minha pratica de crítico,
já que escrevo sobre espetáculos (peças) teatrais, e o que NANY nos
apresenta é algo diferente: um “show” (?) ou quase um “stand-up
comedy” (?) (Não exatamente um, uma vez que, a despeito de tanta
improvisação, o espetáculo conta com um roteiro e um ótimo e
divertidíssimo texto, escritos pela própria NANY, o que
contraria um dos “mandamentos” daquele tipo de espetáculo.). Mas nada
disso vem ao caso. “TSUNANY” é um espetáculo, não importa o gênero,
apresentado num Teatro, feito num palco, que, no fundo, no fundo, conta
uma história – a história de vida de NANY, como pessoa e como grande artista
que é -, com muito bom humor. Sei que serei repetitivo, contudo usarei, com
muita frequência o termo “espetáculo”, pelo que já peço desculpas, mas é
o melhor substantivo que encontro para denominar o que NANY faz em cena.
Eu não poderia deixar de escrever um pouco sobre este espetáculo; não me perdoaria, se não o fizesse, porque sou grande admirador da obra, da
artista e da pessoa, de quem me tornei amigo, com muita honra e alegria, via
outro grande e querido amigo, CAIO BUCKER, produtor do espetáculo,
a quem agradeço pelo envio de um “release” e por algumas fotos que ilustram estes
escritos. Juro, porém, que escrevo com total isenção afetiva, como deve ser o
papel de um crítico.
NANY
mostra, neste trabalho solo, o seu interior, desnuda-se, no sentido
figurado, sem nenhum pudor nem medo se der julgada. E sabem por quê? Porque
quem está em cena é ninguém mais do que NANY PEOPLE, uma pessoa
autêntica e corajosa, guerreira, que nasceu homem, tinha um grande sonho, lutou
muito, batalhou e sofreu, para chegar ao merecido “status” que
hoje ocupa no universo artístico brasileiro. Tiro o meu chapéu para ela.
NANY
tinha receio de se apresentar num Teatro, no Rio de Janeiro, pois
acreditava que os cariocas não a conheciam, uma vez que, apesar de viajar com
seus espetáculos pelo Brasil, já há alguns bons anos, é em São
Paulo que ela estabeleceu sua base, embora seja mineira, de nascimento. Ledo
engano, NANY! Agora, você já pode ter a certeza de como é conhecida e
admirada pelos cariocas; aliás, pelos brasileiros, graças à força das mídias,
com destaque para a TV, sem dúvida, as quais foram apenas os veículos de
divulgação de um talento incomensurável. NANY não surgiu “do nada”;
NANY (ex-Jorge) chegou à NANY PEOPLE que hoje conhecemos por força de muito
trabalho, suor e sofrimento. E, acima de tudo, TALENTO!!!
Até
o estrondoso sucesso de seu/sua personagem, Marcos Paulo, na
novela “O Sétimo Guardião”, na Rede Globo de Televisão (novembro de
2018 a maio de 2019), o povo do Rio não conhecia muito, mesmo, NANY,
entretanto seu grande talento e profundo carisma, aliado à tanta generosidade e
humildade, fizeram-na conhecida e popular no país inteiro, o que se
multiplicou, algumas vezes, depois de sua marcante participação no “reality
show” “Popstar”, recentemente encerrado, na mesma emissora, quando
pôde mostrar que, além de boa atriz é, também, ótima cantora,
tendo chegado bem próximo às fases finais da competição.
Saber que seu trabalho agrada aos cariocas, como penso
que agrada a qualquer público, de qualquer outro estado ou cidade, NANY
sabia, sim, uma vez que já apresentou “TSUNANY” em várias outras
temporadas na ex-Cidade Maravilhosa, sempre com lotação esgotada e sendo
obrigada a abrir sessões extras. Embora seu espetáculo agrade em
qualquer estação do ano e em qualquer lugar, acho que NANY e “TSUNANY”
têm a cara do verão carioca, o que já vem fazendo superlotar o Teatro
PetroRio das Artes (VER SERVIÇO.), desde o dia de estreia. A temporada
será encerrada no dia 26 de janeiro (2020), mas tem tudo para ser
prorrogada por muito mais tempo.
O
espetáculo, que estreou em São Paulo, em janeiro de 2013,
está completando seis anos em cartaz e já rodou o Brasil inteiro,
em todas as regiões, incluindo cidades vizinhas ao Rio de Janeiro,
sempre com grande sucesso de público. Nesse mesmo ano, NANY levou seu solo
ao Japão (setembro), para participar de um evento, ao lado de ouros
humoristas, todos homens, tendo voltado, sozinha, ao “país do sol nascente”, em
2014, para muitas outras apresentações.
Considero
um grande achado o título do espetáculo, o qual, segundo a própria NANY,
foi batizado pelo genial Fábio Porchat, o qual, durante uma viagem com
ela, num determinado momento teria declarado que “era muito bom fazer apresentações com NANY PEOPLE, porque, quando
ela entra, não tem meia risada; é um 'TsuNANY'”. Estava, e sempre estará, certo, quanto a isso, Fábio. O
espectador não consegue parar de rir, sequer um minuto, com as coisas que NANY
diz, e sai com o rosto e os maxilares doloridos, de tanto gargalhar. De verdade!!!
Seja do que está no roteiro, seja daquilo que ela improvisa – e não é pouco -,
aproveitando-se de bolas que alguns espectadores levantam, para ela matar no
peito e chutar a gol.
A propósito, tenho que dizer, de coração, que uma das coisas que
mais admiro em NANY, e que é fundamental para qualquer comediante (“aquele(a)
que atua numa comédia”) ou humorista (“aquele(a) que promove humor, podendo, ou não, ser
comediante”) – NANY joga nas duas posições -, é a
inteligência, que permite ao/à artista improvisar, de forma ágil e
certeira, no alvo. NANY é inteligentíssima e faz isso de olhos fechados.
Ela não perde um gol. Converte todos, sem que ninguém espere.
Há um outro aspecto, muito importante, também, que aprecio no trabalho da NANY. É que sou muito intolerante com “números de
plateia”, aqueles nos quais quem está se apresentando, do próprio palco ou
descendo ao auditório, escolhe uma ou mais pessoas, para interagir com ela(s),
provocando, muitas vezes, situações inconvenientes e constrangedoras (Já passei
por isso e, por duas vezes, abandonei o Teatro, deixando os “atores”
“no vácuo”.), passando aqueles que são os “escolhidos” a ser alvo de chacota para o resto do público. Acho isso muito errado, deselegante – para ser leve no adjetivo
-, de uma forma geral, uma vez que a pessoa paga para assistir a um espetáculo
e não para servir de motivo de graça e deboche para os outros. Muito que bem!!! NANY
interage, o tempo inteiro, com o público, porém faz isso com muita graça, bom humor, espontaneidade
e, acima de tudo respeito. E, aqui, faço um adendo: Se o/a artista
é inteligente, percebe se a pessoa deseja, ou não, entrar no jogo, ser “zoada”,
e, caso sinta que sua escolha foi errada, parte para outro espectador. Se,
porém, encontra quem tope entrar na brincadeira, não há motivo para não
desenvolver a cena. NANY faz isso com a maior perfeição e com total
respeito aos espectadores, ainda que não abra mão de explorar a “sen(sex)sualidade”
dos participantes, homens, das cenas. As pessoas aceitam, espontaneamente,
participar das brincadeiras e, nas quatro vezes em que assisti ao espetáculo,
diverti-me muito com a reação dos convidados e não percebi a menor intenção de
exposição humilhante. Muito pelo contrário. Inteligência e sensibilidade
são os parâmetros para o artista que intenta fazer uso de tal recurso. Isso
abunda (O verbo foi utilizado de propósito.) em NANY.
Não quero dar
nenhum “spoiler” sobre o espetáculo, não vejo o menor
sentido nisso e acho que apenas a sinopse, abaixo transcrita, já é
motivo para atrair o público ao Teatro.
SINOPSE:
A
comédia relata, de maneira divertida, os diversos "malsucedidos
hábitos" da vida moderna, como a cirurgia plástica sem limites, os
exercícios físicos em excesso, os hábitos tecnológicos desregrados, como o uso
indiscriminado de celulares e aplicativos e as consequências em nossos
relacionamentos sociais, afetivos e sexuais.
“Neste solo, a atriz apresenta uma personagem, que expõe assuntos sobre diversos temas e permite, ao espectador,
se tornar um observador de si mesmo, mantendo, é claro, uma linha espontânea de intensa
interação com o público”. (Extraído do “release”.)
Na medida do possível, tudo isso vai sendo contado e comentado, seguindo a
história de vida pessoal de NANY PEOPLE Cunha Santos, mulher transexual, que “quebrou barreiras e foi uma das pioneiras
dentro da televisão brasileira. Seu nome de batismo era Jorge
Demétrio Cunha Santos, mas, após 20 anos de batalha judicial, conseguiu o
direito de usar o nome NANY PEOPLE Cunha Santos em todos os seus documentos.”.
(Wikipédia também é cultura; às vezes, não muito confiável, mas o é.
Detalhe: não tenho a menor pretensão de competir com NANY, no humor.).
Também extraído
do já referido “release”, “NANY PEOPLE é uma artista
multifacetada. Já integrou o elenco de diversos programas de TV, como ‘Goulart
de Andrade’, ‘Programa Hebe’, ‘Xuxa Meneghel’, ‘Flash’, ‘A Praça É Nossa’, ‘Cante,
Se Puder’, entre outros. Além disso,
construiu uma extensa carreira no TEATRO, rádio e cinema. No TEATRO,
destacam-se os espetáculos ‘Nany People Salvou Meu Casamento’, ‘Então...Deu No Que Deu!’, ‘Minhas Verdades’, ‘Nany People - 3 em 1’, ‘Caros Ouvintes’ e ‘Forever Young’”. Recentemente, como
já mencionado, destacou-se em “O Sétimo
Guardião”, sua primeira novela (Graças ao seu
talento e à aprovação do público, seu/sua personagem ganhou muito
destaque na trama, por parte de seu autor, Aguinaldo Silva.), que
lhe rendeu indicação de atriz revelação, num programa da própria
emissora, e participou, como forte
concorrente, do programa “Popstar”,
ambos na Rede Globo de Televisão.
FICHA TÉCNICA:
Texto, Direção e Atuação:
Nany People
Direção de Produção: Caio
Bucker
Produção Executiva e Turnê:
Ricardo Fernandes
Assistência de Produção:
Aline Monteiro
Foto
de Divulgação e Criação do “Design”: Marcos Guimarães
Fotos de Cena: Lally Zwetzch
Artes e Projeto Gráfico:
Marcello Queiroz
Assessoria Jurídica: Renan
Nazário
Realização: BUCKER
PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
Observação: Não constam, na ficha
técnica, os responsáveis por cenário (Este não existe mesmo. Palco nu.), figurino, iluminação e som.
SERVIÇO:
Temporada:
De 04 a 26 de janeiro de 2020.
Local:
Teatro PetroRio das Artes.
Endereço:
Rua Marquês de São Vicente, 52 - 2º piso – Shopping da Gávea - Gávea - Rio de
Janeiro - RJ.
Telefone:
(21) 2540-6004.
Dias
e Horários: Sábados, às 21 h, e domingos, às 20 h.
Valor
dos Ingressos: R$80,00 (inteira) e R$40,00 (meia entrada).
Classificação Indicativa:
14 anos.
Duração (média): 70
minutos.
Gênero: Comédia.
Oficialmente, o espetáculo está previsto para durar 70 minutos, entretanto, nas quatro oportunidades que tive de
assistir a ele, sempre durou mais tempo, em função dos improvisos que vão
surgindo, em cada sessão, muito na dependência da reação e do retorno do
público; e do estado de espírito de NANY, sempre de bom humor. Vá e torça para que, nesse
dia, ela esteja bem “atacada”, como, por exemplo, na última vez em que vi o espetáculo, na sessão para convidados, da atual temporada. NANY, felicíssima e “atacadíssima”, brilhou, em cena, por quase duas horas, as
quais voaram e deixaram o público, como sempre acontece, com aquele “gostinho
de quero mais”.
Ídola (Não se assustem! O vocábulo
existe, oficialmente, na língua portuguesa, segundo o VOLP -
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa -, da Academia Brasileira
de Letras. Momento cultural.) de NANY, Rogéria, infelizmente
já falecida, nascida Astolfo Barroso Pinto, costumava dizer que era a "travesti
da família brasileira". Digo eu: NANY é a mulher transexual da
família brasileira.
(FOTOS: MARCOS GUIMARÃES, divulgação,
e
LALLY ZWETZCH, cena.)
GALERIA PARTICULAR):
Com NANY, DEZO MOTA e CAIO BUCKER (Temporada no Teatro dos Grandes Atores.).
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
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PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
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