quinta-feira, 16 de janeiro de 2020


TSUNANY

(UM TALENTO E UM SUCESSO
SURGIDOS “DO NADA”.)





            Antes que alguém já comece a me xingar, se é que já não o estão fazendo, após ter lido o subtítulo desta crítica, quero deixar bem claro que se trata de uma brincadeira que faço com a queridíssima e talentosa NANY PEOPLE, apropriando-me de algo que ela repete, muitas vezes, de forma jocosa, no seu espetáculo, o qual já vi quatro vezes e não me canso de rever. A própria NANY e os que assistiram a ele já entenderam o que eu quis dizer.

            Estou, de certa forma, fugindo à minha pratica de crítico, já que escrevo sobre espetáculos (peças) teatrais, e o que NANY nos apresenta é algo diferente: um “show” (?) ou quase um “stand-up comedy” (?) (Não exatamente um, uma vez que, a despeito de tanta improvisação, o espetáculo conta com um roteiro e um ótimo e divertidíssimo texto, escritos pela própria NANY, o que contraria um dos “mandamentos” daquele tipo de espetáculo.). Mas nada disso vem ao caso. “TSUNANY” é um espetáculo, não importa o gênero, apresentado num Teatro, feito num palco, que, no fundo, no fundo, conta uma história – a história de vida de NANY, como pessoa e como grande artista que é -, com muito bom humor. Sei que serei repetitivo, contudo usarei, com muita frequência o termo “espetáculo”, pelo que já peço desculpas, mas é o melhor substantivo que encontro para denominar o que NANY faz em cena.

            Eu não poderia deixar de escrever um pouco sobre este espetáculo; não me perdoaria, se não o fizesse, porque sou grande admirador da obra, da artista e da pessoa, de quem me tornei amigo, com muita honra e alegria, via outro grande e querido amigo, CAIO BUCKER, produtor do espetáculo, a quem agradeço pelo envio de um “release”  e por algumas fotos que ilustram estes escritos. Juro, porém, que escrevo com total isenção afetiva, como deve ser o papel de um crítico.












 NANY mostra, neste trabalho solo, o seu interior, desnuda-se, no sentido figurado, sem nenhum pudor nem medo se der julgada. E sabem por quê? Porque quem está em cena é ninguém mais do que NANY PEOPLE, uma pessoa autêntica e corajosa, guerreira, que nasceu homem, tinha um grande sonho, lutou muito, batalhou e sofreu, para chegar ao merecido “status” que hoje ocupa no universo artístico brasileiro. Tiro o meu chapéu para ela.

NANY tinha receio de se apresentar num Teatro, no Rio de Janeiro, pois acreditava que os cariocas não a conheciam, uma vez que, apesar de viajar com seus espetáculos pelo Brasil, já há alguns bons anos, é em São Paulo que ela estabeleceu sua base, embora seja mineira, de nascimento. Ledo engano, NANY! Agora, você já pode ter a certeza de como é conhecida e admirada pelos cariocas; aliás, pelos brasileiros, graças à força das mídias, com destaque para a TV, sem dúvida, as quais foram apenas os veículos de divulgação de um talento incomensurável. NANY não surgiu “do nada”; NANY (ex-Jorge) chegou à NANY PEOPLE que hoje conhecemos por força de muito trabalho, suor e sofrimento. E, acima de tudo, TALENTO!!!

Até o estrondoso sucesso de seu/sua personagem, Marcos Paulo, na novela “O Sétimo Guardião”, na Rede Globo de Televisão (novembro de 2018 a maio de 2019), o povo do Rio não conhecia muito, mesmo, NANY, entretanto seu grande talento e profundo carisma, aliado à tanta generosidade e humildade, fizeram-na conhecida e popular no país inteiro, o que se multiplicou, algumas vezes, depois de sua marcante participação no “reality show” “Popstar”, recentemente encerrado, na mesma emissora, quando pôde mostrar que, além de boa atriz é, também, ótima cantora, tendo chegado bem próximo às fases finais da competição.
 
            Saber que seu trabalho agrada aos cariocas, como penso que agrada a qualquer público, de qualquer outro estado ou cidade, NANY sabia, sim, uma vez que já apresentou “TSUNANY” em várias outras temporadas na ex-Cidade Maravilhosa, sempre com lotação esgotada e sendo obrigada a abrir sessões extras. Embora seu espetáculo agrade em qualquer estação do ano e em qualquer lugar, acho que NANY e “TSUNANY” têm a cara do verão carioca, o que já vem fazendo superlotar o Teatro PetroRio das Artes (VER SERVIÇO.), desde o dia de estreia. A temporada será encerrada no dia 26 de janeiro (2020), mas tem tudo para ser prorrogada por muito mais tempo.

O espetáculo, que estreou em São Paulo, em janeiro de 2013, está completando seis anos em cartaz e já rodou o Brasil inteiro, em todas as regiões, incluindo cidades vizinhas ao Rio de Janeiro, sempre com grande sucesso de público. Nesse mesmo ano, NANY levou seu solo ao Japão (setembro), para participar de um evento, ao lado de ouros humoristas, todos homens, tendo voltado, sozinha, ao “país do sol nascente”, em 2014, para muitas outras apresentações.







Considero um grande achado o título do espetáculo, o qual, segundo a própria NANY, foi batizado pelo genial Fábio Porchat, o qual, durante uma viagem com ela, num determinado momento teria declarado que era muito bom fazer apresentações com NANY PEOPLE, porque, quando ela entra, não tem meia risada; é um 'TsuNANY'”. Estava, e sempre estará, certo, quanto a isso, Fábio. O espectador não consegue parar de rir, sequer um minuto, com as coisas que NANY diz, e sai com o rosto e os maxilares doloridos, de tanto gargalhar. De verdade!!! Seja do que está no roteiro, seja daquilo que ela improvisa – e não é pouco -, aproveitando-se de bolas que alguns espectadores levantam, para ela matar no peito e chutar a gol.

A propósito, tenho que dizer, de coração, que uma das coisas que mais admiro em NANY, e que é fundamental para qualquer comediante (“aquele(a) que atua numa comédia”) ou humorista (“aquele(a) que promove humor, podendo, ou não, ser comediante”) – NANY joga nas duas posições -, é a inteligência, que permite ao/à artista improvisar, de forma ágil e certeira, no alvo. NANY é inteligentíssima e faz isso de olhos fechados. Ela não perde um gol. Converte todos, sem que ninguém espere.

Há um outro aspecto, muito importante, também, que aprecio no trabalho da NANY. É que sou muito intolerante com “números de plateia”, aqueles nos quais quem está se apresentando, do próprio palco ou descendo ao auditório, escolhe uma ou mais pessoas, para interagir com ela(s), provocando, muitas vezes, situações inconvenientes e constrangedoras (Já passei por isso e, por duas vezes, abandonei o Teatro, deixando os “atores” “no vácuo”.), passando aqueles que são os “escolhidos” a ser alvo de chacota para o resto do público. Acho isso muito errado, deselegante – para ser leve no adjetivo -, de uma forma geral, uma vez que a pessoa paga para assistir a um espetáculo e não para servir de motivo de graça e deboche para os outros. Muito que bem!!! NANY interage, o tempo inteiro, com o público, porém faz isso com muita graça, bom humor, espontaneidade e, acima de tudo respeito. E, aqui, faço um adendo: Se o/a artista é inteligente, percebe se a pessoa deseja, ou não, entrar no jogo, ser “zoada”, e, caso sinta que sua escolha foi errada, parte para outro espectador. Se, porém, encontra quem tope entrar na brincadeira, não há motivo para não desenvolver a cena. NANY faz isso com a maior perfeição e com total respeito aos espectadores, ainda que não abra mão de explorar a “sen(sex)sualidade” dos participantes, homens, das cenas. As pessoas aceitam, espontaneamente, participar das brincadeiras e, nas quatro vezes em que assisti ao espetáculo, diverti-me muito com a reação dos convidados e não percebi a menor intenção de exposição humilhante. Muito pelo contrário. Inteligência e sensibilidade são os parâmetros para o artista que intenta fazer uso de tal recurso. Isso abunda (O verbo foi utilizado de propósito.) em NANY.

            Não quero dar nenhum “spoiler” sobre o espetáculo, não vejo o menor sentido nisso e acho que apenas a sinopse, abaixo transcrita, já é motivo para atrair o público ao Teatro.









SINOPSE:

A comédia relata, de maneira divertida, os diversos "malsucedidos hábitos" da vida moderna, como a cirurgia plástica sem limites, os exercícios físicos em excesso, os hábitos tecnológicos desregrados, como o uso indiscriminado de celulares e aplicativos e as consequências em nossos relacionamentos sociais, afetivos e sexuais.








“Neste solo, a atriz apresenta uma personagem, que expõe assuntos sobre diversos temas e permite, ao espectador, se tornar um observador de si mesmo, mantendo, é claro, uma linha espontânea de intensa interação com o público”. (Extraído do “release”.) Na medida do possível, tudo isso vai sendo contado e comentado, seguindo a história de vida pessoal de NANY PEOPLE Cunha Santos, mulher transexual, que “quebrou barreiras e foi uma das pioneiras dentro da televisão brasileira. Seu nome de batismo era Jorge Demétrio Cunha Santos, mas, após 20 anos de batalha judicial, conseguiu o direito de usar o nome NANY PEOPLE Cunha Santos em todos os seus documentos.”. (Wikipédia também é cultura; às vezes, não muito confiável, mas o é. Detalhe: não tenho a menor pretensão de competir com NANY, no humor.).

            Também extraído do já referido “release”, “NANY PEOPLE é uma artista multifacetada. Já integrou o elenco de diversos programas de TV, como ‘Goulart de Andrade’, ‘Programa Hebe’, ‘Xuxa Meneghel’, ‘Flash’, ‘A Praça É Nossa’, ‘Cante, Se Puder’, entre outros.  Além disso, construiu uma extensa carreira no TEATRO, rádio e cinema. No TEATRO, destacam-se os espetáculos Nany People Salvou Meu Casamento, Então...Deu No Que Deu!, Minhas Verdades, Nany People - 3 em 1, Caros Ouvintes e Forever Young’”. Recentemente, como já mencionado, destacou-se em O Sétimo Guardião, sua primeira novela (Graças ao seu talento e à aprovação do público, seu/sua personagem ganhou muito destaque na trama, por parte de seu autor, Aguinaldo Silva.), que lhe rendeu indicação de atriz revelação, num programa da própria emissora, e participou, como forte concorrente, do programa Popstar, ambos na Rede Globo de Televisão.









FICHA TÉCNICA:

Texto, Direção e Atuação: Nany People

Direção de Produção: Caio Bucker

Produção Executiva e Turnê: Ricardo Fernandes

Assistência de Produção: Aline Monteiro
Foto de Divulgação e Criação do “Design”: Marcos Guimarães
Fotos de Cena: Lally Zwetzch

Artes e Projeto Gráfico: Marcello Queiroz
Assessoria Jurídica: Renan Nazário
Realização: BUCKER PRODUÇÕES ARTÍSTICAS

Observação: Não constam, na ficha técnica, os responsáveis por cenário (Este não existe mesmo. Palco nu.), figurino, iluminação e som.









SERVIÇO:

Temporada: De 04 a 26 de janeiro de 2020.
Local: Teatro PetroRio das Artes.
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 52 - 2º piso – Shopping da Gávea - Gávea - Rio de Janeiro - RJ.
Telefone: (21) 2540-6004.
Dias e Horários: Sábados, às 21 h, e domingos, às 20 h.
Valor dos Ingressos: R$80,00 (inteira) e R$40,00 (meia entrada).
Classificação Indicativa: 14 anos.
Duração (média): 70 minutos.
Gênero: Comédia.









            Oficialmente, o espetáculo está previsto para durar 70 minutos, entretanto, nas quatro oportunidades que tive de assistir a ele, sempre durou mais tempo, em função dos improvisos que vão surgindo, em cada sessão, muito na dependência da reação e do retorno do público; e do estado de espírito de NANY, sempre de bom humor. Vá e torça para que, nesse dia, ela esteja bem “atacada”, como, por exemplo, na última vez em que vi o espetáculo, na sessão para convidados, da atual temporada. NANY, felicíssima e “atacadíssima”, brilhou, em cena, por quase duas horas, as quais voaram e deixaram o público, como sempre acontece, com aquele “gostinho de quero mais”.  

Ídola (Não se assustem! O vocábulo existe, oficialmente, na língua portuguesa, segundo o VOLP - Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa -, da Academia Brasileira de Letras. Momento cultural.) de NANY, Rogéria, infelizmente já falecida, nascida Astolfo Barroso Pinto, costumava dizer que era a "travesti da família brasileira". Digo eu: NANY é a mulher transexual da família brasileira.

RECOMENDO, COM O MAIOR EMPENHO, O ESPETÁCULO!!!









(FOTOS: MARCOS GUIMARÃES, divulgação,
e

 LALLY ZWETZCH, cena.)






GALERIA PARTICULAR):


Com NANY e CAIO BUCKER (Temporada no Teatro XP Investimentos.)


Com NANY, DEZO MOTA e CAIO BUCKER (Temporada no Teatro dos Grandes Atores.).



E VAMOS AO TEATRO!!!


OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!


A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!


RESISTAMOS!!!


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PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR

O QUE HÁ DE MELHOR NO

TEATRO BRASILEIRO!!!




























































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