quarta-feira, 15 de julho de 2020


NA COXIA, COM... ...MARCELLO H.




       As pessoas, de um modo geral, quando vão ao TEATRO, saem, principalmente, com comentários feitos sobre a história e, principalmente, o elenco. É por aí que as conversas, durante o “chopinho pós-sessão”, giram. Quem não está mais envolvido com o processo teatral, geralmente, não leva em consideração o batalhão de pessoas que há por trás de um projeto e o quanto cada um “ralou”, na sua área, para que o espetáculo pudesse ser erguido.

Artistas criadores e técnicos são esquecidos totalmente, ou não são lembrados e reverenciados, como mereciam. Um desses profissionais, da maior importância, numa montagem teatral, é aquele que mexe com a “MÚSICA” ou com tudo ligado a ela, num espetáculo teatral, seja ele um musical ou não.

            É com um desses grandes profissionais que vou conversar hoje: MARCELLO HENRIQUE, na certidão, e MARCELLO H, nome artístico.






            Creio que a maior parte dos que estarão lendo esta entrevista, o público, em geral, não o conheça, mas todos vão saber de quem estou falando, se assistiram a espetáculos como “TOM NA FAZENDA”, “TEBAS LAND”, “A ÚLTIMA PEÇA”, “FOLHAS DE VIDRO”, “PELOS 4 CANTOS DO MUNDO”, “INSETOS”, “PRIMEIRA MORTE”, “ELA”, “ALGUÉM ACABA DE MORRER LÁ FORA”, “GRITOS” (com Beto Lemos), “MEMÓRIAS DE ADRIANO”, “SHIRLEY VALENTINE”, “O ESTRANGEIRO”, “BRANCA”, “A PESTE”, “TRÁGICA.3”, “HAMLET CANDIDATO”, “ATRAVÉS DA ÍRIS”, “UMA RELAÇÃO PORNOGRÁFICA”, "AS CRIANÇAS" (com Federico Puppi) e outras.

            MARCELLO H é aquele profissional disputado pelos produtores, diretores e atores, sempre que se pensa numa nova montagem teatral. E por quê? Porque é um profissional competente, dedicado, estudioso e uma pessoa agradabilíssima, de fácil trato, que contribui para uma boa coxia, que é onde começa, via de regra o bom resultado de uma peça.






1) O TEATRO ME REPRESENTA: MARCELLO, você respira música 24 horas por dia. Ou estaria eu errado? Sobra tempo para fazer que coisas que lhe dão prazer?


MARCELLO H: Não. Adoro um silêncio. (Risos) A música é, realmente, muito presente no meu dia a dia, é meu trabalho e o meu prazer, em boa parte do tempo, mas preciso do silêncio para trabalhar. O TEATRO me ensinou isso. No silêncio, consigo perceber melhor os sons ao meu redor e a percepção desses sons é fundamental no meu processo de criação. Acho que as coisas que mais me dão prazer estão relacionadas, de alguma forma, com o meu trabalho. Sou apaixonado pelas artes, só me sinto bem estando perto delas. Além da música, desenvolvo minhas experiências com pintura, desde de cedo, e acho que, por isso, não me vejo como uma pessoa de “hobbies”. É como se os meus possíveis “hobbies” tenham se transformado no meu trabalho.








2) OTMR: Eu o conheço, e somos amigos, há uns dez anos, creio. Já o conheci trabalhando com o que faz hoje. Você teve alguma outra formação acadêmica anterior e chegou a trabalhar nela? Antes de ter se tornado um vitorioso profissional da “MÚSICA”, no TEATRO, você trabalhou em outra área e como surgiu a sua paixão pela “MÚSICA” para os palcos?


MH: Estudei na PUC do Rio. Entrei para desenho industrial e, depois, acabei indo para comunicação/publicidade. Mas a música, na minha vida, veio bem antes disso. Comecei, ainda na adolescência, a compor minhas canções e a ter bandas de “rock”. Entrei para o TEATRO, porque achava que poderia ajudar a melhorar minha “performance” nos “shows” e, depois de um bom tempo, percebi que a MÚSICA e o TEATRO estavam, profundamente, conectados na minha vida.









3) OTMR: Você já começou assumindo a responsabilidade pela parte musical de um espetáculo, assinando o trabalho, ou, antes, trabalhou como assistente de algum outro profissional do ramo, já “craque” no assunto? Qual foi o seu primeiro trabalho na área?


MH: Sou curioso, gosto muito de aprender e ter parceiros na criação, por isso tive alguns mestres na minha carreira, não necessariamente ligados à MÚSICA ou ao TEATRO, mas pessoas que me ensinaram sobre arte e processo criativo. Quando fiz minha primeira trilha, não me via, ainda, como um profissional da área. Foi na peça “Geringonça”, com texto e direção de Caio de Andrade, na qual eu também atuava. Desenvolvi essa trilha junto com um parceiro de banda e composições, JR Tostoi. Juntos, temos o “Vulgue Tostoi”, um potente laboratório de criação sonora, no qual aprimorei minha linguagem musical. Lançamos dois álbuns, de composições próprias, e acredito que tenha sido a minha maior escola de criação. Depois dessa primeira experiência com trilha para TEATRO, ainda levou um tempo pra que eu mergulhasse de cabeça na direção musical. Foi a partir da peça “A Forma das Coisas”, dirigida por Guilherme Leme Garcia, que o casamento MÚSICA/TEATRO se concretizou. Segui, trabalhando em outros projetos, e não parei mais.









4) OTMR: Eu sou seu admirador de carteirinha - não faço segredo, nunca o fiz -, porque acho que você sempre acerta a mão, nas suas escolhas. Quando é convidado a fazer parte de um projeto, o que o leva, principalmente, a aceitá-lo e, a partir do “sim”, qual é o passo a passo, até o dia da estreia? Que critérios você utiliza para fazer as suas escolhas, para uma peça?


MH: Sou completamente apaixonado por TEATRO. Sou uma pessoa melhor, quando estou trabalhando em alguma peça, participando dos ensaios, pensando e discutindo os caminhos da obra... Dificilmente, digo “não” a algum convite. Procuro não ter preconceito em relação ao projeto e me entregar, com igual paixão, ao processo de criação. Considero que tive muita sorte nas escolhas. Algumas peças marcam mais que outras, mas não me lembro de nenhum trabalho que não tenha sido proveitoso pra mim. Sou um grande entusiasta dos projetos de que participo. Preciso me envolver, estar presente e acompanhar todas as etapas do processo. Gosto de criar na sala de ensaio, experimentar com os atores, escutar as ideias de cenografia e figurino, jogar junto com iluminador e ficar muito perto da direção. A troca precisa ser intensa. As ideias estão em ebulição, na sala de ensaio, e eu me alimento disso, para desenhar os sons da peça.






5) OTMR: É um pouco confuso, para o público em geral e, até mesmo, para os que fazem parte do universo teatral, entender uma coisa: nas fichas técnicas dos espetáculos, o responsável pela parte musical da peça aparece sob as mais diversas rubricas: “música”, “trilha sonora”, “trilha sonora original”, “direção musical”, "arquitetura musical"... Qual é o “quadrado” de cada um desses profissionais? O que compete a cada um. E você? Joga em qual posição?


MH: Também acho bem complexa essa questão da ficha técnica. São tantas as formas como a MÚSICA pode estar inserida numa peça, que acho difícil condensar tudo em uma só rubrica. No meu entendimento, depois de tantas experiências, vejo o título de “direção musical” mais representativo. São diversos os fatores que influenciam a maneira como vou conduzir a construção do projeto. O tempo de produção, o orçamento que teremos para a trilha, se haverá música ao vivo, se a trilha será original ou se será de pesquisa, por outros artistas... São coisas que precisam se equilibrar com as vontades e necessidades criativas da direção. Vejo todo esse equilíbrio e afinação como “direção musical”. Acho que representa melhor o funcionamento da MÚSICA dentro das engrenagens do TEATRO. A importância do equilíbrio de todas essas possíveis formas de sons (música, ruídos, ambiências, voz dos atores, silêncios), fazer fluir esses elementos, através da poética do espetáculo e achar o lugar da MÚSICA, para que ela não se sobreponha à palavra. É como se eu estivesse mixando uma única música, que dura o tempo da peça, regendo todos esses sons, em afinação com as ideias. Esse é o meu trabalho como “diretor musical”.









6) OTMR: Uma pergunta atrelada à anterior. Nos prêmios de TEATRO, não há distinção entre os profissionais que exercem as funções indicadas na pergunta anterior. Com raras exceções, eles dedicam um prêmio à “MÚSICA”, de maneira muito vaga, e, no meio dos indicados, há quem fez uma seleção de canções, para sublinhar as cenas; os que pesquisaram sons, para enriquecer as cenas (sonoplastia); há quem compôs canções originais; há quem se encarregou de fazer os arranjos... E por aí vai... Todos são colocados no mesmo “escaninho”. Você acha justo esse critério de premiação?


MH: Quando assisto a um espetáculo, não estou preocupado se foi feito através de pesquisa musical, se há trilha original ou música ao vivo. Não é isso que vai fazer, ou não, que eu me encante pela peça. Até porque isso, muitas vezes, se confunde em um mesmo trabalho. Já fiz várias peças em que músicas compostas especialmente para o projeto se misturavam com músicas de outros artistas. Mas acho que falta esse entendimento, nas premiações, e também nas críticas. Essas diferenças deveriam ser mais debatidas. Seria incrível, se pudéssemos ter todas essas maneiras de trabalhar trilha analisadas individualmente, mas o caminho que me parece mais possível, para iniciar essa mudança, é o de uma melhor compreensão sobre essas diferenças. Faltam mais espaços, como este, que você me disponibilizou, nos quais profissionais da área pudessem falar sobre os seus processos de criação. A análise de uma trilha sonora para TEATRO precisa ser mais profunda. Acho que ainda falta esse interesse. Acredito que uma maior compreensão sobre o nosso trabalho possibilite que as diversas formas de trilha sonora possam se equilibrar melhor em uma mesma categoria de premiação.









7) OTMR: O que se pode entender por “sonoplastia”, numa peça de TEATRO?


MH: “Sonoplastia” é toda essa construção sonora, organizada e desenhada para trabalhar pela dramaturgia. Procuro exercitar a escuta, andando pela rua e tentando dividir, na minha cabeça, os sons do ambiente, tentando isolar e dar nome aos sons que vão surgindo. Depois, tento aplicar isso no TEATRO, abrindo a escuta e isolando os sons que me chegam. Acho que, assim, consigo entender e respeitar os silêncios da peça. Acredito que a “sonoplastia”, no TEATRO, parta dos silêncios.









8) OTMR: Três perguntas numa só: que espetáculo lhe deu mais prazer em fazer, o que lhe rendeu mais trabalho e aquele, assinado por outro profissional, do qual que você gostaria de ter sido o autor?


MH: Eu gosto muito de estar em processo; quanto mais envolvido e presente nos ensaios, melhor me sinto. Tento buscar isso em todos os projetos de que participo, mas nem sempre é possível. Os orçamentos, para a montagem de uma peça, estão cada vez mais apertados, e o tempo de ensaio, mais reduzido. Como disse, anteriormente, não gosto de negar trabalho. Diante disso, preciso me envolver com mais de um projeto ao mesmo tempo. Um dos que mais me permitiram esse mergulho foi “Gritos”, da Cia. Dos à Deux. Todo o processo de criação aconteceu no casarão da Cia. e eu, praticamente, me mudei para lá.  Trabalhei ao lado do Beto Lemos, um músico incrível, e ficávamos compondo em um dos cômodos da casa, enquanto um boneco, ou um figurino era criado no cômodo ao lado. No intervalo do café, íamos trocar ideia com o cenotécnico, que estava construindo o cenário em uma oficina no segundo andar, e experimentávamos as ideias na sala onde aconteciam os ensaios. É muito lindo acompanhar, tão de perto, o processo criativo dos outros profissionais. E como isso enriquece o pensamento! Por isso, foi um dos trabalhos que me deu mais prazer e, ao mesmo tempo, foi muito intenso. No espetáculo “Tom na Fazenda”, procurei dar continuidade a essa qualidade de relação com as outras partes criativas. É como se o diretor, Rodrigo Portella, funcionasse tal qual um maestro, e a equipe de criação, a orquestra. As ideias vão se equilibrando, à medida que vamos executando a obra. É maravilhoso se reconhecer nos outro artistas envolvidos no projeto! Tenho muita vontade de trabalhar com espetáculos de dança, ainda não tive essa oportunidade. Um espetáculo que gostaria muito de ter feito é o “O Corpo”, do Grupo Corpo, trilha do Arnaldo Antunes. Mesmo sendo uma trilha para dança, tornou-se uma grande influência para mim.








9) OTMR: Todo mundo sabe que o TEATRO é “arte do coletivo”; ninguém faz TEATRO sozinho. Na sua função, num projeto teatral, onde entra o dedo ou a influência do diretor e, talvez, do elenco?


MH: A MÚSICA está muito presente na vida das pessoas; todos acabam construindo suas próprias trilhas sonoras. Para trabalhar, para fazer exercício, para namorar, para cozinhar... A MÚSICA é uma forte geradora de emoções. É muito normal que os atores tragam ideias e sugestões musicais. Gosto demais, quando isso acontece. Fico muito atento a essas propostas. Afinal, estamos, todos, refletindo sobre a mesma obra. Com o diretor, a troca tem que ir além disso. Eu preciso estar muito perto da direção, preciso interpretar os sons daquela dramaturgia, a partir da escuta da direção, entender as referências musicais e tentar propor novos caminhos.  Essa troca é fundamental, no desenvolvimento da trilha, e me permite aprender muito com os diretores e diretoras com quem trabalho. Tenho formado grandes parcerias.






10) OTMR: Qual o peso da “MÚSICA” (Estou generalizando mesmo.), num espetáculo teatral?


MH: Na minha opinião, pensar a trilha sonora, como esse conjunto de sons, músicas, silêncios e espacialidade, faz com que ela adquira um peso bem expressivo no resultado final. Em muitos casos, pode ajudar até na construção da cenografia do espetáculo.









11) OTMR: MARCELLO, falar em você faz, automaticamente, com que nos lembremos de um grande amigo comum, o querido e grande ator Armando Babaioff, o nosso Baba. E vice-versa. Queria que você falasse um pouco de como surgiu essa amizade e de um projeto que vocês já vêm desenvolvendo, juntos, há bastante tempo, que é a “Festa Sopa”. E uma curiosidade: por que escolheram esse nome?


MH: O Baba é um irmão que o TEATRO me deu. A gente se conheceu na peça “RockAntygona”. Já se vão 10 anos de amizade e parceria. Ele também é apaixonado por música, temos a mesma curiosidade e prazer em conhecer novos sons, independentemente do estilo musical. Na época em que a peça estava em cartaz, começamos a tocar, juntos, em festas para os amigos, e acabamos nos entendendo muito bem, dividindo a função de “Djs”. Mas foi durante o Festival de TEATRO “Cena Brasil Internacional”, no CCBB-RJ, que tivemos a ideia de transformar essa parceria numa festa. Foi quando criamos a “SOPA”. Já são quase 8 anos de festa, com edições mensais. O nome “SOPA” é uma brincadeira com essa nossa vontade de tocar qualquer estilo musical que se possa dançar: “pop”, “rock”, músicas de outras culturas e muita música brasileira. Tudo na panela, com uns temperinhos picantes. (Risos.) Com a peça “Tom na Fazenda”, passamos a viajar muito e, sempre que podemos, levamos a “SOPA” para as cidades onde a peça se apresenta. Este ano, fizemos uma versão dela, pela segunda vez, em Montreal, onde estivemos em temporada, em março. Foi um pouco antes da pandemia explodir. Agora, a “SOPA” também segue adormecida, esperando essa loucura toda passar.









12) OTMR: Uma pergunta que pretendo fazer a todos os entrevistados: O nosso futuro, como humanidade, é completamente uma incógnita, pós-pandemia. Disso, acho que ninguém tem dúvidas. No que concerne ao TEATRO, quais as suas previsões com relação a quando teremos sessões “normais” ou como deverá ser essa volta à “normalidade”?


MH: Quando a pandemia explodiu, no mundo, eu estava no Canadá, com a peça “Tom na Fazenda”. Estávamos começando uma turnê internacional, que ainda passaria pelos EUA e, depois, seguiria para o “Festival de Avignon”, na França. O vírus suspendeu nossos planos, e voltamos, correndo, para o Brasil, onde, mesmo antes da pandemia, já estávamos lutando contra os ataques e perdas que a cultura vem sofrendo. É fato que fomos os primeiros a ter nossas atividades interrompidas e, provavelmente, seremos os últimos a voltar. Somos muitos sem trabalho e sem perspectiva de retorno, sofrendo com a irresponsabilidade e descaso do governo. Mas o TEATRO já sobreviveu a outras pandemias, guerras, ditaduras... Vamos sobreviver a este momento também. Acredito que sairemos disso diferentes, mais unidos, talvez, com mais escuta. A pandemia está mostrando que precisamos conversar mais, ouvir mais o outro. Pensar em um futuro pós-pandemia ainda é aflitivo, para mim. Tenho tentado me manter no presente, ser produtivo e pensando TEATRO, mesmo que não seja em corpo físico. Estou trabalhando a trilha de um curta, dirigido pelo Ivan Sugahara, e envolvido com um projeto de TEATRO na internet, que minha esposa, Karen Coelho, desenvolveu com o diretor Moacir Chaves e a dramaturga Juliana Leite, “Onde Estão as Mãos, Esta Noite”. A peça é apresentada, via “zoom”, e a nossa casa se transforma em um Teatro, de 5ª feira a domingo, em uma temporada que já está no segundo mês. A peça não tem trilha sonora, mas acabei me envolvendo com a responsabilidade de preparar o espaço, cuidar da iluminação e monitorar o áudio. Eu brinco, dizendo que “estou administrando um pequeno Teatro”. Tem sido uma experiência, digamos, “salvadora”, neste momento, longe das casas de espetáculo. Conto os dias, para chegar a 5ª feira, poder transformar a nossa casa e ver a peça acontecer. Depois, ainda temos um bate-papo com o público, conversas sempre muito proveitosas e renovadoras. Sairemos dessa crise diferentes, como seres humanos, como cidadãos e como artistas. O TEATRO também sairá diferente, encontrando novos formatos e descobrindo novos espaços.  A vacina há de chegar em breve, mas não podemos esquecer que essa vacina não vai curar o descaso que estamos vivendo na cultura. Sigamos!




E VAMOS AO TEATRO (QUANDO HOUVER SEGURANÇA.)!!!


OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL (QUANDO HOUVER SEGURANÇA.)!!!


A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!


RESISTAMOS!!!


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O QUE HÁ DE MELHOR NO

TEATRO BRASILEIRO!!!

























































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