UMA DELICIOSA
EXPERIÊNCIA
IMERSIVA NO
TEATRO PAULISTANO
(UMA MARATONA INESQUECÍVEL
– 7 ESPETÁCULOS EM 4
DIAS.)
Com muito atraso - cerca de um mês e meio -, que não dependeu da minha vontade,
estou escrevendo sobre uma inesquecível experiência imersiva no TEATRO
de São Paulo, mais uma, que me deu a oportunidade de assistir a sete espetáculos
em, apenas, quatro dias (um numa 5ª feira, outro na 6ª, três no sábado e dois
no domingo), todos de níveis que variam, segundo a minha classificação, de
BOM a OBRA-PRIMA, passando pelo MUITO BOM e pelo ÓTIMO,
experiência esta que ficará na minha memória afetiva, como já ocorreu em outras
ocasiões em que fiz a mesma coisa.
Sabendo dos muitos ótimos espetáculos em cartaz em
São Paulo sem, por vários motivos, a menor chance de vir para uma temporada
no Rio de Janeiro, e como amante do palco e apaixonado por ele,
desloco-me, de uns anos para cá, de vez em quando, até a capital paulista, com
o objetivo de não perder aquilo que tanto prazer me proporciona. E a mais
recente dessas “loucuras” se deu entre os dias 24 e 28 de outubro (2019),
e voltei feliz e encantado com tudo o que vi na “terra da garoa”, garoa esta
que, durante a minha estada naquela megalópole, não deu as caras; ao contrário,
suportei um calor que me fazia acreditar que estava no Rio de Janeiro e, que, de
repente, ao dobrar uma esquina (Poderia ser a da Avenida Ipiranga com a São João.) daria de cara com o azul do mar.
Procurarei não fazer uma (muito) detalhada crítica de cada um
dos espetáculos a que assisti (Eu disse "Procurarei", mas não garanto. Eu me conheço muito bem.), por um motivo meio óbvio: nada mais do
que falta de tempo. Os que vierem para o Rio, quando, e se, isso
acontecer, merecerão uma análise aprofundada (Apenas um já está com temporada
carioca confirmada, para maio e junho de 2020. Falarei sobre ele
adiante.), entretanto faço questão de registrar minha modesta opinião sobre cada um
deles, com o máximo de detalhes que a minha memória e a disponibilidade de
tempo permitirem, para que os que têm o hábito de ler o que escrevo possam imaginar
e avaliar a minha alegria, diante do que vi, e , até mesmo, se sentirem
atraídos a viajar a São Paulo, com o mesmo propósito que me moveu. Não
para assistir aos espetáculos aqui comentados, uma vez que quase todos
já terão encerrado suas temporadas (Somente três estarão, ainda, em cartaz,
quando este texto for publicado. Também falarei sobre isso adiante.). Com relação a um ou outro, há promessas de uma
segunda (Que os DEUSES DO TEATRO digam “AMÉM”!) e (Quem sabe?)
uma distante possibilidade de serem apresentados no Rio.
Pela ordem cronológica em que assisti a cada um, falarei
de “O FANTASMA DA ÓPERA”, “LAZARUS”, “MADAGASCAR – UMA
AVENTURA MUSICAL”, “COMO TER UMA VIDA QUASE NORMAL”, “AMIGAS,
PERO NO MUCHO”, “ESCOLA DO ROCK – O MUSICAL” e “CHAVES – UM
TRIBUTO MUSICAL”. Abri e fechei os trabalhos de forma magistral, com chave
de ouro, e do maior quilate.
“O FANTASMA DA ÓPERA”
(Fica em cartaz até 15
de dezembro/2019.)
Tudo o que se disser sobre este musical, dos mais vistos
e aclamados, no mundo inteiro, em cartaz há mais de 30 anos, desde 1988,
quando estreou na Broadway, e continua sendo encenado no mesmo Majestic
Theater de Nova York, será pouco e repetitivo. E, por tudo o que já foi
escrito sobre "O FANTASMA...", vou me limitar a poucas, porém sinceras, palavras a respeito
da montagem a que assisti, no dia 24 de outubro (2019),
no Teatro Renaut, São Paulo, onde vem cumprindo uma longa e
vitoriosa temporada, desde 1º de agosto de 2018. Era uma 5ª feira
e o Teatro estava superlotado, como ocorre todos os dias. É lamentável
que as produções da T4F não venham para o Rio de Janeiro, onde,
certamente, também teriam público, pela qualidade que apresentam.
O espetáculo teatral é baseado num romance
de ficção gótica francês, escrito por Gaston Leroux e publicado,
inicialmente, em capítulos, entre setembro de 1909 e janeiro de 1910.
SINOPSE:
“O Fantasma da Ópera” conta a história trágica de um triângulo amoroso, passado nos bastidores da Opéra de Paris.
O protagonista, ERICK, o FANTASMA
(THIAGO ARANCAM), uma entidade mascarada, que assombra a Ópera,
desenvolve uma paixão obsessiva por CHRISTINE DAAÉ (LINA MENDES), uma jovem
soprano, que ficou órfã e foi acolhida pela trupe.
Durante anos, de noite, ela escuta a voz de ERICK
e ele a ensina a cantar, dizendo que é o "Anjo da Música".
A chegada de RAOUL (FRED SILVEIRA), o
VISCONDE DE GHAGNY, novo patrono da Ópera, e que já fora namorado de
CHRISTINE, na infância, perturba a rotina dos dois e nela interfere
profundamente.
Quando se reencontram, logo se reconhecem e se
apaixonam de novo.
O FANTASMA ameaça e ataca a “prima donna”,
CARLOTTA (JOYCE MARTINS), a cantora principal, a qual acaba perdendo a voz
e sendo substituída por CHRISTINE.
Depois de vê-la no palco, RAOUL a procura e se
declara a ela, convidando-a para sair.
O FANTASMA escuta a proposta e fica
enraivecido de ciúmes, aparecendo, finalmente, diante da moça e sequestrando-a.
CHRISTINE é levada para o mundo subterrâneo, onde o FANTASMA vive.
Ele confessa o seu amor por ela, dizendo que precisa
da sua companhia e da sua voz, para a música que compõe.
Ela tenta ver o seu rosto e arranca a sua máscara,
provocando-lhe a fúria, causando-lhe vergonha.
ERICK, então, manda que CHRISTINE regresse ao Teatro, e a
moça conta para RAOUL que fora sequestrada.
Decidem fugir juntos, mas ela quer se despedir e
cantar uma última música para ERIK, o qual ouve a conversa e, no dia
seguinte, leva-a, novamente, para o seu esconderijo, querendo obrigá-la a se
casar com ele.
CHRISTINE se recusa, mas o FANTASMA ameaça matar RAOUL, o qual
se tornara seu refém.
Por amor ao VISCONDE, a moça acaba aceitando.
ERIK resgata RAOUL da sua câmara de tortura e CHRISTINE
levanta a máscara do infortunado, para beijar seu rosto.
O FANTASMA confessa, então, que nunca fora
beijado antes, nem mesmo por sua mãe, e os dois choram.
Suas lágrimas se misturam, num momento de grande
intimidade e emoção.
Em agradecimento, ERIK, num majestoso gesto de
generosidade e lucidez, permite que a amada parta, com RAOUL, mas faz a
moça prometer-lhe que vai regressar, quando ele morrer, e devolver o anel de
ouro que lhe dera.
Algum tempo depois, ERIK morre, “de amor”, e CHRISTINE
volta à Opéra, para enterrar o seu corpo em um local escondido,
devolvendo o seu anel.
Piegas?
Sem a menor dúvida! Melodramático e romântico demais? Idem. Açucarado ao extremo?
Saturadamente doce!!! Então, a que se pode creditar, em pleno século XXI,
o grande sucesso dessa história, que já vem atravessando três décadas,
entrando na quarta, nos palcos do mundo inteiro, e que será sempre sucesso, até
quando resolverem parar de encenar este musical? Muitos fatores podem
servir como justificativa. Em primeiro lugar, por mais “água-com-açúcar” que
seja, qualquer história de amor sempre agrada. A quem já amou, a quem está
amando e a quem virá a amar. Depois, eu diria que é impossível não se apaixonar
pela belíssima e inspiradora música de Sir ANDREW LLOYD WEBBER, para as letras de CHARLES HART e
RICHARD STILGOE. Por fim, além de diversos outros motivos, todo o “glamour”
do espetáculo, o bom gosto dos encenadores e os elencos,
em qualquer lugar em que tenha sido montado. Assisti a três encenações do musical
mais longevo da história da Broadway: lá, pela primeira vez, em 1998;
à primeira montagem nacional, em 2005; e à atual, que
considero tão boa quanto a original, da Broadway, sem
ufanismo.
O espetáculo já foi
visto por mais de 140 milhões de pessoas em 35 países, 160
cidades e, além do original, traduzido para 15 idiomas, ao
redor do mundo. Foi levado à cena, pela primeira
vez, em 1986, em Londres, no Her Majesty's Theatre, dois anos antes de ganhar a
meca dos musicais, a Broadway, um sucesso estrondoso, desde que
estreou até os dias atuais. Ir a Nova Iorque e não assistir a “O
FANTASMA DA ÓPERA” soa como o famoso “ir a Roma e não ver o papa”.
Guardadas as devidas proporções, o mesmo está acontecendo no Brasil:
muita gente que viaja para São Paulo, a turismo ou a trabalho, reserva
uma noite para ir ao Teatro Renaut.
A atual montagem é uma superprodução,
orçada em cerca de R$40.000.000,00, o maior custo, em se tratando de TEATRO
BRASILEIRO, e, ao que tudo indica, independentemente das crises (política,
econômica e social, principalmente), por que vem passando o Brasil, deve,
ao final da temporada (15 de dezembro de 2019), superar o número de assistentes
da primeira montagem nacional, que foi de 880.000 espectadores. São
expectativas. Os números ligados à produção são grandiosos e alguns
detalhes, interessantes: são muitos efeitos especiais, destacando-se a queda de
um gigantesco lustre, no qual são utilizados 75.025 cristais. Em casa
sessão, 10 máquinas
de fumaça
são usadas. Para o cenário, foram utilizados 7.700 metros de tecido,
na confecção das cortinas; 281 velas; 15 manequins em tamanho real;
10 candelabros e 1 elefante em tamanho real. No que diz respeito
ao figurino, são, ao todo, 230 trajes, 111 perucas e 35
máscaras, usadas na cena “Carnaval”. O ator que interpreta o FANTASMA
leva cerca de 90 minutos para ficar pronto, e todo FANTASMA tem
uma máscara personalizada, feita a partir de um molde de seu rosto.
O musical já ganhou mais de 70 grandes prêmios de TEATRO,
como sete Tony Awards, em 1988 (incluindo Melhor Musical)
e três Prêmios Olivier, além do Olivier Audience Award, de 2016,
no West End.
Cronologicamente, a peça é encenada em três momentos.
Começa em 1905, na Opéra
Populaire, durante um leilão, no qual RAOUL, já velho, compra um
lote, em que estão guardados artefatos antigos, relacionados com o mistério do FANTASMA
DA ÓPERA. Quando levantam o pano do lustre comprado, ele, magicamente, se
acende e sobe, ficando no cimo do palco. O cenário muda, como se os anos
voltassem e o Teatro recuperasse a sua era de esplendor. Passa a haver
um “flashback”. O primeiro ato ocorre em 1881 e o segundo,
seis meses depois do encerramento do primeiro.
O grande protagonista,
o FANTASMA, a despeito de suas crueldades, consegue a comiseração do espectador,
de uma forma geral, uma vez que, no fundo, é uma vítima e sofreu discriminação,
desde quando nasceu, com uma deformidade, o que levou sua mãe a abandoná-lo. O
sentimento de rejeição, antes de qualquer outro motivo, pode ser o que moldou a
personalidade doentia de ERIK: agressivo, egocêntrico e obsessivo; um
marginalizado, enfim. Ele se escondeu da convivência social, por medo e
vergonha, para evitar um sofrimento ainda maior. Mesmo assim, o personagem demonstra,
em certos momentos, um contraponto a si mesmo, revelando-se doce, com um
coração apaixonado, sensível ao amor, ainda que de forma obsessiva. A empatia,
por parte de quem assiste ao drama do FANTASMA, justifica a compaixão pelo
personagem, solitário e abandonado, rejeitado. O beijo de CHRISTINE,
dado não por piedade, mas por agradecimento, reconhecimento e amor ao próximo,
por pura empatia, representa o único momento em que ele se sentiu amado e
respeitado.
O titular
do papel é THIAGO ARANCAM, oriundo da ópera e que faz, com o pé direito,
sua estreia em musicais, da forma mais brilhante possível. Não
encontro adjetivos para qualificar sua atuação. O tenor, que já
viveu doze anos radicado na Europa, e cantando por outras partes do
mundo, é reconhecido internacionalmente. Já se apresentou em mais de 40
países e foi o primeiro brasileiro a ingressar na italiana Academia de
Canto Lírico do Teatro Alla Scala, depois de ter vencido o Concurso
Internacional de Canto Erudito Bidu Sayão. Na ópera, apresentou-se ao lado
de nomes consagrados do “bello canto”, como Plácido Domingo, e já cantou em importantes palcos,
como o da Opera de Roma, na Itália; Opera Nacional de
Washington, nos EUA; Opera Estadual de Viena, na Áustria;
Deutsche Opera de Berlim, na Alemanha; Bolshoi, em Moscou;
além de inúmeras produções no Japão, Emirados Árabes, Malásia,
Canadá, Espanha, França, Polônia, Letônia, Mônaco
e Reino Unido. Com esse currículo, não se poderia esperar nada diferente
do que um incomensurável talento em cena.
Para
viver a personagem CHRISTINE DAAÉ, pareceu-me acertadíssima a escolha de
LINA MENDES, a qual, como ARANCAM, faz seu “début”,
em musicais, já que, também, até então, só atuava como soprano,
em óperas, com uma longa carreira de sucesso, já tendo feito parte da Accademia
Teatro Alla Scala em Milão e se apresentado no Teatro Regio di Parma,
na Itália, e em Atenas, na Grécia. Também já se apresentou
nos centenários Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Theatro
Municipal de São Paulo. Fez parte do Centre de Perfeccionament Plácido
Domingo, na Espanha, onde, também, se apresentou no Palau de les
Arts de Valencia. LINA, paralelamente, também tem uma sólida
carreira como dubladora. É excelente sua atuação como CHRISTINE,
a qual vive um grande dilema, ao se ver numa bifurcação da estrada: a opção por
um homem que a sequestra e quer obrigá-la a casar, continuando na carreira de
cantora lírica, e ceder à pressão de um amor de infância, com quem teria de
fugir, para, com ele, se casar, abrindo mão de sua carreira artística.
RAOUL, VISCONDE DE CHAGNY, brilhantemente vivido por fred
silveira, é o novo patrono da ÓPERA de
PARIS, o qual reencontra CHRISTINE, uma paixão de infância, e passa
a reviver os sentimentos do passado. Esse encontro é o responsável pela
deflagração de um profundo conflito, quando os três lados de um triângulo
amoroso se veem frente a frente, lado a lado. O personagem, para
defender o seu amor pela infortunada CHRISTINE, é capaz de assumir e
correr todos os riscos, inclusive o de perder a própria vida, para libertar a
amada do jugo do “bandido”. Sou, de longa data, grande admirador de seu
trabalho, basicamente, em musicais, todos de grande sucesso, nos quais o
ator sempre se destacou, embora também tenha atuado em óperas. Dentre
suas marcantes atuações, em musicais, destaco “Jesus Cristo
Superstar”, “Les Misérables”, “Godspell”, “My Fair Lady”,
“Os Produtores”, “Alô, Dolly”, “West Side Story”, “Avenida
Q”, “Evita” e o próprio “O FANTASMA DA ÓPERA”, na primeira
montagem brasileira. Por esses trabalhos, recebeu vários prêmios e indicações
a. Também preenche seu tempo como professor de canto, compositor de
trilhas sonoras e dublador. Ao lado de THIAGO ARANCAM e LINA
MENDES, forma um trio de intérpretes merecedor de todos os “BRAVOs”.
Além
dos três, todo o elenco se comporta de forma impecável, com grande
estofo, merecedor de elogios e aplausos.
Não
sinto necessidade de falar sobre a direção, a não ser que me pareceu
muito correta e precisa.
É
uma pena que, na ficha técnica oficial e no programa da peça, não
constam os nomes de quem assina o cenário e os figurinos, ambos
elementos de inquestionável destaque, na peça. Deslumbrantes!!!
Quanto ao cenário, que prima pela beleza e pelo acabamento, chama a atenção, principalmente, o gigantesco lustre, que, num determinado momento, por conta de um gesto de revolta e vingança do FANTASMA, de forma “mágica”, cai sobre o palco e que, durante o intervalo, é içado até o teto, no meio da plateia, onde permanece até o fechamento das cortinas. Impossível não fixar o olhar nele. Além disso, chamam a atenção muitos detalhes cenográficos – muitos, mesmo –, de difícil e prolongada descrição, os quais, por si sós, já justificam uma ida ao Teatro Renaut, o mesmo podendo ser dito com relação aos magníficos figurinos, que ultrapassam duas centenas.
Quanto ao cenário, que prima pela beleza e pelo acabamento, chama a atenção, principalmente, o gigantesco lustre, que, num determinado momento, por conta de um gesto de revolta e vingança do FANTASMA, de forma “mágica”, cai sobre o palco e que, durante o intervalo, é içado até o teto, no meio da plateia, onde permanece até o fechamento das cortinas. Impossível não fixar o olhar nele. Além disso, chamam a atenção muitos detalhes cenográficos – muitos, mesmo –, de difícil e prolongada descrição, os quais, por si sós, já justificam uma ida ao Teatro Renaut, o mesmo podendo ser dito com relação aos magníficos figurinos, que ultrapassam duas centenas.
A
orquestra também é um destaque à parte.
Trata-se
“O FANTASMA DA ÓPERA” de uma grandiosa, impactante e corajosa montagem,
que conta com um elenco de 39 pessoas, envolve dezenas de competentes
artistas criadores e emprega, direta e indiretamente, centenas de
pessoas.
Embora
um clichê, digo que este musical, como o vinho, fica mais saboroso, à
medida que envelhece; apenas no tempo.
FICHA TÉCNICA:
Baseado no livro de Gaston Leroux
Música: Andrew Lloyd Webber
Letras: Charles Hart
Letras Adicionais: Richard Stilgoe
Libreto: Richard Stilgoe e
Andrew Lloyd Webber
Atualização
de “Script”: Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaller
Versão
Brasileira: Claudio Botelho
Direção: Harold Prince
Diretor
Associado: Arthur Masella
Assistente
de Diretor Associado: Rainer Fried
Diretor
Residente: Rodrigo Miallaret
Elenco:
O Fantasma -Thiago Arancam
Elenco:
O Fantasma -Thiago Arancam
Christine Daaé – Lina Mendes
Christine Daaé Alternante – Giulia Nadruz
Raoul, Visconde de Chagny e Cover de Fantasma – Fred Silveira
Monsieur Firmin – Sandro Christopher
Monsieur André – Marcos Lanza
Carlotta Giudicelli – Joyce Martins
Ubaldo Piangi e 2º Cover de Fantasma – Cleyton Pulzi
Madame Giry – Taís Víera
Meg Giry – Fernanda Muniz
Ensemble – Alexandra Liambos
Ensemble – Anderson Barbosa
Ensemble Bailarina – Ariadne Okuyama
Ensemble Bailarina – Carol Paz
Ensemble Bailarina e Cover de Meg Giry – Carol Tangerino
Ensemble Bailarina e Cover de Meg Giry – Caru Truzzi
Ensemble e Cover de Christine Daaé – Daruã Góes
Ensemble, Cover de Raoul, Visconde de Chagny e Cover de Monsieur André – Felipe Assis Brasil
Ensemble – Gabriela Bueno
Ensemble e Cover de Ubaldo Piangi – Gilberto Chaves
Ensemble e Cover de Raoul, Visconde de Chagny – Henrique Moretzsohn
Ensemble Bailarina – Isabella Morcinelli
Ensemble e Cover de Ubaldo Piangi – Leandro Cavalcante
Ensemble e Cover Monsieur Firmin – Leo Diniz
Ensemble e Cover de Carlotta Giudicelli – Natália Hubner
Ensemble e Cover de Madame Giry – Natacha Wiggers
Ensemble – Paulo Grossi
Ensemble – Paulo Santos
Ensemble e Cover de Carlotta Giudicelli – Roseane Soares
Ensemble Bailarino – Thiago Garça
Ensemble Bailarino – Victor Vargas
Ensemble Bailarina – Yasmin Barbosa
Swing e Cover de Madame Giry – Bianca Tadini
Swing e Cover de Monsieur André – Diego Luri
Swing – Gustavo Ceccarelli
Swing Bailarino e Dance Captain – João Luis da Matta
Swing Bailarina – Larissa Leão
Swing – Maria Netto
OBSERVAÇÃO: Em vermelho, estão os nomes dos que atuaram no dia em que assisti ao musical.
Orquestrações:
David Cullen e Andrew Lloyd Webber
“Design”
de Produção: Maria Björnson
“Design”
de Luz: Andrew Bridge
“Designer”
de Luz Associado: Michael Odam
“Design”
de Som: Mick Potter
“Designer”
de Som Associado: Nick Gray
Direção
de Movimento e Coreografia: Gillian Lynne
Coreógrafa
Associada: Denny Berry
Coreógrafa
Residente: Olívia Branco
Assistente
de Coreografia Associada: Joelle Gates
Supervisor
Musical: Guy Simpson
Cenário: NÃO CONSTA NA FICHA TÉCNICA
“Designer”
de Cenário Associado: Jonathan Allen
Figurino: NÃO CONSTA NA FICHA TÉCNICA
Supervisão
de Figurino: Sam Fleming
Supervisão
de Montagem, Máscara e Próteses: Christian Gruaz
Supervisão
de Perucaria e Confecção de Perucas: Feliciano San Roman
Diretor
Técnico: Stewart Crosbie
Gerente
Geral de Divisão de Teatro T4F: Renata Alvim
Diretor
Musical Residente / Regente: Miguel Briamonte
Assistente
de Direção Musical Residente / 2º Regente: Thiago Rodrigues
Produtora
de Elenco: Marcela Altberg
Produtor:
José Vinícius Toro
SERVIÇO:
Temporada: Até 15
de dezembro de 2019.
Local: Teatro
Renaut.
Endereço: Avenida
Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela Vista – São Paulo – SP.
Dias e Horários:
5ª e 6 feira, às 21h; sábado,
às 16h e às 21h; domingo, às 15h e às 20h.
Valor dos Ingressos:
De R$40,00 a R$250,00, com direito a meia entrada, para os que fizerem jus ao
benefício.
Horário de Funcionamento
da Bilheteria: 2ª feira: Fechada; entre 3ª feira e sábado: das 12h às 20h; domingo:
Das 13h às 20h.
Duração: 2h50min.
Classificação Etária:
Livre (Menores de 12 anos, apenas acompanhados pelos pais).
Gênero: Musical
Dramático.
INFELIZMENTE,
COMO TODAS AS PRODUÇÕES DA T4F, MUSICAIS, O ESPETÁCULO NÃO VIRÁ PARA O RIO DE
JANEIRO.
(FOTOS: DIVULGAÇÃO.)
“LAZARUS”
Embora nunca tenha sido admirador de DAVID BOWIE,
além de pouco conhecer sua obra, por falta de interesse mesmo, ainda que
confiasse nos amigos que gostam de seu trabalho, tinha muita curiosidade para assistir ao musical “LAZARUS”, o que fiz na última semana de sua
temporada, mais precisamente, no dia 25 de outubro (2019), quando estava
em cartaz no excelente mais novo espaço cultural paulistano, o Teatro
Unimed, sob a curadoria de programação a cargo dos produtores MONIQUE
GARDENBERG e JEFFREY NEALE. Era uma 6ª feira e a lotação
estava esgotada, o que me parece ter sido uma constante, durante toda a
temporada.
A
escolha de “LAZARUS”, musical dirigido por FELIPE HIRSCH,
para inaugurar o novo e simpático Teatro Unimed, com 246 lugares,
distribuídos entre plateias inferior e superior, com um palco de 100 metros
quadrados, boca de cena com 12 metros de largura e um pequeno fosso,
para acomodar músicos, com um entorno agradabilíssimo, partiu de JEFFREY
NEALE, sócio de MONIQUE GARDENBER, na DUETO PRODUÇÕES,
empresa responsável por grandes eventos culturais.
O
conteúdo informativo da peça, encontrado nesta crítica, foi
extraído, com supressões e adaptações - motivo pelo qual não usarei, sempre,
aspas -, do “release” que me foi enviado por JÚLIA ENNE, ASSESSORA
DE IMPRENSA - CANIVELLO COMUNICAÇÃO, a quem agradeço, imensamente, o
convite.
O
espetáculo foi escrito por DAVID BOWIE e o dramaturgo
irlandês ENDA WALSH, baseado no romance “O Homem Que Caiu Na Terra”,
que, na versão para o cinema, teve o próprio BOWIE no papel de protagonista.
O roteiro narra a vida atormentada de THOMAS NEWTON (JESUÍTA
BARBOSA), um alienígena, que viaja para a Terra, a fim de salvar seu
planeta. O musical estreou, oficialmente, em Nova Iorque, em dezembro
de 2015, com a presença de BOWIE, um mês antes de sua morte.
Diretor
reconhecido por seu grande talento, já tendo emplacado inúmeros sucessos, é a
primeira vez que FELIPE HIRSCH, grande conhecedor e admirador contumaz
da obra de DAVID BOWIE, encena um musical. Para chegar ao elenco
final (BRUNA GUERIN, CARLA SALLE, JESUÍTA BARBOSA,
RAFAEL LOSSO, GABRIEL STAUFFER, LUCI SALUTES, MARCOS DE
ANDRADE, NATASHA JASCALEVICH, OLIVIA TORRES, VALENTINA
HERSZAGE e VITOR VIEIRA), ele testou, junto com as diretoras
musicais MARIA BERALDO e MARIÁ PORTUGAL, mais de duas
centenas de atores, selecionados pela produtora de elenco, MARCELA ALTBERG.
SINOPSE:
“LAZARUS” conta a história de um alienígena, THOMAS NEWTON (JESUÍTA
BARBOSA), que migra para o planeta Terra, porque seu lar, o seu
planeta, cujo nome é Anthea, já não é mais habitável.
Corre para a Terra, na esperança de refazer a
vida e trazer seu povo para cá.
Não demora e começa a sentir o peso de viver aqui.
Um estranho em terra estranha.
Frustrado, torna-se um alcoólatra, rodeado de
fantasmas e memórias.
A
sinopse é bem simples – pelo menos, para mim - e acho que o
público não consegue entender, a fundo, a proposta do espetáculo,
o desenrolar do enredo, a não ser os iniciados em DAVID BOWIE, o
que – espero que fique bem claro – não interfere na qualidade da peça,
para a qual, embora classificada como um musical, contendo 18 músicas
de diversas fases da carreira de BOWIE, alguns de seus grandes sucessos,
obviamente, como “Life on Mars” e “Heroes”, incluindo, também,
músicas do seu último álbum, “Blackstar”, prefiro me valer do termo “performance”.
Sim, uma excelente “performance”, pelo ótimo resultado do trabalho do
elenco, sem exceção, com destaque, obviamente, para a atuação de JESUÍTA
BARBOSA, motivo principal de meu interesse pela peça, de quem me
declaro, despudoradamente, fã incondicional.
“A
vida é essa tragédia: como um espetáculo, em um palco, uma hora acaba. Sendo o
primeiro artista que entendeu a dimensão ‘pop’ da tragédia de nossa condição existencial,
DAVID BOWIE tratou de escrever e dirigir sua própria vida. Antes de, como a maioria
de nós, tornar-se o que o mundo quisesse que ele se tornasse, foi ser o que ele
decidiu ser. Você, então, ao sentar na poltrona, é ao mesmo tempo espectador do
espetáculo ‘LAZARUS’ e figurante no espetáculo (...).”
“Se
você perguntar a FELIPE HIRSCH, diretor de ‘LAZARUS’, como ele se sentiu,
aos 17 anos, ao ver, ao vivo, DAVID BOWIE, no palco do antigo estádio do Palmeiras,
em São Paulo, ele passará vinte minutos, contando como foi a viagem de
Curitiba, dar detalhes de como se comportava a plateia, os momentos preferidos
do ‘show’. Mas o momento em que viu BOWIE, pela primeira vez, isso as palavras
não alcançam. Uma coisa é certa: BOWIE foi fundamental para a calibragem do
peso da vida para FELIPE. ‘LAZARUS’ é todo sobre gravidade, reflexão
e desfoque.”.
O
programa da peça é muito bem cuidado, entretanto, por mais que eu
tenha lido, atentamente, e relido, os longos textos nele contidos, assinados por JEFFREY
NEALE, FELIPE HISRSH, ENDA WALSH, NÉLSON MOTTA e DODÔ
AZEVEDO, não consegui entender o espetáculo, que é muito confuso.
Mas isso pode ser uma limitação minha. Certamente o é. Embora, por opção,
jamais tenha vivido a experiência de ter sido introduzido no mundo das drogas,
ainda que não me faltassem oportunidades de oferta – e não vai, aqui,
qualquer julgamento a quem delas faz uso -, penso que, talvez, o que eu
senti possa ser comparável a uma “viagem” alucinógena.
Quero
dizer que o espetáculo não me tocou, como eu esperava, porém não posso
negar que se trata de uma ótima e cuidada produção, na qual o destaque,
a meu juízo, recai no trabalho de canto e corpo de todo o elenco,
principalmente.
Também
merece realce a ótima atuação da banda, ao vivo, da qual fazem parte FÁBIO
SÁ (baixo acústico, baixo elétrico, guitarra, synth e piano), MARIA
BERALDO (clarinete, clarone, guitarra, eletrônica, piano) e MARIÁ
PORTUGAL (bateria, eletrônica, MPC e piano).
Dentre os 110 profissionais envolvidos na montagem
brasileira deste musical, aplaudo os diretores de arte, DANIELA
THOMAS e FELIPE TASSARA, pelo ótimo cenário: apenas uma
plataforma, no palco, que sobe e desce, inclinando-se, e um gigantesco espelho,
ao fundo, que também se inclina, num desafio à lei da gravidade, criando
efeitos muito interessantes. A banda fica instalada nas duas laterais do
palco. Incluo os figurinos, assinados por VERÔNICA JULIAN e DIOGO
COSTA, a curiosa e instigante direção de movimento, cuja responsabilidade
cabe a ALEJANDRO AHMED, e a provocante iluminação, de BETO
BRUEL, que cria momentos os quais reportam a alucinações.
Embora não esteja à vista do espectador, esta superprodução
reúne, atrás do palco, quase duas toneladas de equipamento: 700 kg de
luz, 300 kg de áudio, 600 kg de projeção, 300 kg de
cenário.
“Em ‘LAZARUS’,
tudo é estranho. O texto é cifrado, há referências que só se percebe se você for
interessado o suficiente para aprofundar-se no(s) universo(s) de DAVID(s)
BOWIE(s). Se você estiver de fato vivo. A encenação do espetáculo, o tempo todo,
nos convida a tentar ver beleza em descompassos de tempo. Atores e atrizes
estão em lugares e funções nunca antes experimentados por eles.”.
FICHA TÉCNICA:
Texto: David Bowie e Enda Walsh
Direção Geral: Felipe Hirsch
Elenco: Bruna Guerin, Carla Salle, Jesuíta Barbosa, Rafael Losso, Gabriel Stauffer, Luci Salutes, Marcos de Andrade, Natasha Jascalevich, Olívia Torres, Valentina Herszage e
Vitor Vieira
Músicos: Fabio Sá, Maria Beraldo e Mariá Portugal
Direção Musical: Maria Beraldo e Mariá Portugal
Direção de Arte: Daniela Thomas e Felipe Tassara
Figurino: Verônica Julian e Diogo Costa
Direção de Movimento: Alejandro Ahmed
Iluminação: Beto Bruel
"Casting": Marcela Altberg
Produção: Bruno Girello e Ricardo Frayha
Realização: Dueto Produções
Infelizmente,
tudo indica que o espetáculo não fará temporada no Rio de Janeiro,
mas consta que os DEUSES DO TEATRO estão “mexendo os seus pauzinhos”,
para que os cariocas posamos assistir ao espetáculo. Que assim seja!
Gostaria de revê-lo.
(FOTOS: DIVULGAÇÃO.)
“MADAGASCAR – UMA AVENTURA MUSICAL”
O sábado, dia 26 de outubro (2019), foi de jornada tripla, começando por “MADAGASCAR – UMA AVENTURA MUSICAL”,
às 15h, no Theatro Net São Paulo. Trata-se de uma superprodução, levada à cena, graças à TOUCHÉ
ENTRETENIMENTO (Leia-se RENATA BORGES, que já viabilizou, para os
brasileiros, montagens inesquecíveis, como as recentes “Peter Pan – O
Musical”, vista por mais de 200.000 pessoas, e “Cinderella, O
Musical”, que atraiu 100.000 espectadores). São 6 cenários,
uso de efeitos em 3D, mais de 60 figurinos e um gigantesco
telão de “led”, com tecnologia inédita, no Brasil.
Para a alegria dos cariocas, com a autorização da produtora, RENATA
BORGES, já estou antecipando que o musical fará temporada, na ex-Cidade
Maravilhosa, em maio e junho de 2020, no Teatro Village Mall,
antigo Teatro Bradesco, na Barra da Tijuca, razão pela qual
deixarei para fazer uma crítica mais aprofundada depois de ter assistido
à versão que, para o Rio, será trazida (Espero que com o mesmo ótimo
elenco.). Por ora, vou me limitar a alguns comentários, mais informativos e
leves, os quais, certamente, serão mais que suficientes para aguçar a
curiosidade dos futuros espectadores e despertar seu interesse pela peça.
SINOPSE:
O espetáculo, que não é infantojuvenil, e sim destinado à família, é baseado num filme de animação, de 2005, realizado pela DreamWorks e idealizado pela divisão teatral do estúdio (DreamWorks Theatricals).
Conta a divertida história de animais
criados no Zoológico de Nova York, que organizam um plano de fuga, com o
objetivo de conhecer o que existia fora dos muros do local em que sempre
viveram, entretanto algo dá errado e eles embarcam em um navio, acabando,
acidentalmente, por ir parar na ilha que dá nome ao espetáculo.
E os personagens, os
protagonistas, são MARTY, a zebra (MAURÍCIO XAVIER), ALEX, o leão (ANDRÉ
LODDI), GLÓRIA, o hipopótamo fêmea (LUDMILLAH ANJOS) e MELMAN, a
girafa (IVAN PARENTE), os quais passam por situações perigosas e
inusitadas, que, no fundo, servem para divertir o público, independentemente da
idade dos espectadores.
Além
dos quatro protagonistas, o elenco conta, ainda, com as atuações
de LUCAS CÂNDIDO [REI JULIEN e FUNCIONÁRIO DO ZOO I], WILL
SANCAR [CAPITÃO, FUNCIONÁRIO DO ZOO V, LÊMURE V e MARTY (COVER)]; RENATO
BELINI [RICO, FUNCIONÁRIO DO ZOO IV, LÊMURE II e FOOSA II]; FERNANDO
PALAZZA [KOWALSKI, FUNCIONÁRIO DO ZOO VII, LÊMURE IV, FOOSA I e MELMAN (COVER)]; JÚLIO
OLIVEIRA (RECRUTA, FUNCIONÁRIO DO ZOO VI, LÊMURE III, MORT, REI JULIEN
(COVER) e POLICIAL (COVER)]; NALIN JÚNIOR (MAURICE,
FUNCIONÁRIO DO ZOO II, CAPITÃO DO NAVIO, POLICIAL, KOWALSKY e RICO (COVER),
LÊMURE II E IV (COVER), FOOSA I E II (COVER), FUNCIONÁRIO DO ZOO IV E VII
(COVER)]; RAFAEL ARAGÃO (ZEKE - FUNCIONÁRIO DO ZOO, MASON (O
MACACO), CONTROLE DE ANIMAIS, LÊMURE I, FOOSA LÍDER E ALEX (COVER)]; BRENDA
NADLER (ZELDA - FUNCIONÁRIO DO ZOO, DULCE NAPAFORTE, LYNN LÊMURE, RECRUTA
(COVER), FUNCIONÁRIO DO ZOO VI (COVER), LÊMURE III (COVER)]; VANESSA
MELLO (FUNCIONÁRIO DO ZOO III, MORT, LARS LÊMURE, GLÓRIA (COVER), CAPITÃO
(COVER), LÊMURE V (COVER), FUNCIONÁRIO DO ZOO V (COVER); e LETÍCIA
MAMEDE (SWING FEMININO) e GUILHERME PEREIRA (SWING
MASCULINO). Por ora, sobre o elenco, apenas registro que todos defendem
muito bem seus personagens, num trabalho bastante harmonioso.
O sucesso do filme foi tamanho, que deu origem
a duas continuações, no cinema, e ao musical. “MADAGASCAR fala da busca
de um sonho, da importância da amizade e da família e, principalmente, do
respeito ao próximo e sobre aceitar as diferenças. São temas que devem sempre
ser pauta de uma sociedade”, explica MARLLOS SILVA, diretor
do espetáculo. Como se pode ver, os temas abordados no enredo são todos
construtivos e, no caso, muito bem explorados, no texto de KEVIN DEL AGUILA,
assim como nas alegres músicas originais e letras de GEORGE
NORIEGA e JOEL SOMEILLAN.
No Brasil, o
espetáculo ganhou versão de DANIEL SALVE, cenografia
de RENATA BORGES, direção musical de NATAN BÁDUE, coreografias
de VIVIEN FORTES, figurinos de FAUSE HATEN e direção
associada de CARINA GREGÓRIO.
Como já disse,
farei uma crítica aprofundada do espetáculo quando de sua estreia
no Rio de Janeiro, entretanto gostaria de, apenas, registrar dois
detalhes que enriquecem, por demais, a montagem: os figurinos, de
FAUSE HATEN, extremante criativos, e a cenografia, de RENATA BORGES, que faz sua
iniciação, com o pé direito, nessa seara, com um ousado projeto cenográfico
de alta tecnologia. A cenografia foi, quase toda, produzida na China,
uma grande novidade para o Teatro Brasileiro. Se não é nenhuma novidade
o apuro, no trabalho de HATEN, para vestir os personagens, com
relação à cenografia, em nada se parece com o trabalho de uma neófita, e sim obra de uma profissional muito experiente. Uma agradabilíssima surpresa.
A montagem
nacional, uma superprodução, de quase 9 milhões de reais, é 100% original, e a equipe teve total liberdade de
criação. “Estamos criando um musical muito alegre, colorido e dançante,
diferente de qualquer outra versão já encenada”, acrescenta MARLLOS
SILVA. “O que torna esse espetáculo encantador é a história de
amizade entre este grupo de animais. Estamos sendo fiéis ao original, mas com o
nosso tempero brasileiro. Quando se faz uma versão, algumas piadas perdem a
força e, para que elas voltem a fazer sentido, dentro da história, nós as
adaptamos para a nossa cultura. Nossas referências estão presentes no estilo de
interpretação, nas coreografias e na forma como os personagens são construídos”,
explica, ainda, o diretor.
“O musical propõe,
ainda, uma forte interação com o público, que irá aprender uma coreografia
antes de cada sessão. Sendo assim, a plateia terá a oportunidade de dançar com
os animais do zoo e também será convidada a responder a algumas questões. É um
desafio imenso, mas o espetáculo está lindo, com todos olhando para a mesma
direção. Um projeto para ser feliz e para deixarmos o público feliz”, finaliza RENATA.
A ficha técnica desta encenação traz, ainda, BRUNO JUNQUEIRA
(efeitos especiais), ANDRÉ GARRIDO (designer de som) e RAFAEL
REIS (“stage manager”). O próprio diretor, MARLLOS SILVA, assina
o “design” de luz, tendo TÚLIO PEZZONI como “designer” de luz
associado. Muito importante, nesta peça, é a preparação de
atores, a cargo de uma experiente profissional na área: INÊS ARANHA.
Agora,
é só torcer para que o tempo cronológico “passe logo” e chegue maio
de 2020, para que os cariocas possamos nos divertir e nos encantar bastante
com esta linda produção. É claro que vou rever, mais de uma vez.
(FOTOS: DIVULGAÇÃO.)
“COMO TER UMA VIDA QUASE NORMAL”
A
segunda peça daquele sábado, 26 de outubro de 2029, foi
uma grata surpresa, para mim. Atendi a um gentil convite da minha querida amiga
CÉLIA FORTE, para assistir a um monólogo – como se já bastassem
os trocentos a que já assisti este ano, no Rio de Janeiro - NADA
CONTRA ELES; MUITO PELO CONTRÁRIO -, estrelado por MONIQUE ALFRADIQUE,
atriz cujo trabalho eu conhecia, com pouca profundidade, apenas na TV.
A televisão é uma mídia muito perigosa, que
“constrói” ídolos e mitos e os destrói, na mesma velocidade empregada na sua
criação (Ver “Roda Viva”, musical de Chico Buarque.) e
consegue esconder, ou boicotar, por vezes, o talento de muita gente. Como vou,
diariamente, aos Teatros, não me sobra tempo para me ligar na TV;
quase não assisto a novelas; somente a um capítulo ou outro, ou a parte de um, bissextamente,
o que não me permitia avaliar o talento da jovem atriz MONIQUE
ALFRADIQUE, a mim revelado, naquela agradável noite de sábado, no palco do Teatro
Folha (São Paulo), onde o solo está em cartaz, desde 21 de
setembro, com o término da temporada previsto para 15 de dezembro (2019).
Com
dramaturgia de um querido e talentoso amigo, RAFAEL PRIMOT, ótimo
ator também, livremente inspirada no livro “Como Ter Uma vida Normal, Sendo
Louca”, de CAMILA FREMDER e JANA ROSA, o espetáculo,
também dirigido pelo RAFAEL, é uma excelente indicação, para quem
deseja se divertir bastante, e, também, exercitar a empatia e fazer suas
reflexões acerca do que venha a ser “levar uma vida normal” ou “ser
normal”, vendo uma talentosa atriz em cena, dizendo um texto
muito bom, com um humor que oscila entre o escrachado e o refinado, inteligente,
sobretudo, espetáculo que indico, sem pensar duas vezes.
SINOPSE:
MONIQUE ALFRADIQUE protagoniza uma comédia, em forma de solo,
sobre a vida de uma mulher contemporânea, tentando sobreviver nos dias de hoje.
O texto narra a história de uma mulher
moderna, que, depois de passar por decepções amorosas, fracassos profissionais
e experiências nada convencionais na vida virtual, permanece incansável,
tentando lidar e sobreviver com seus dilemas contemporâneos, os quais, no fundo,
são os de todos nós.
Dona de seu destino, ela tenta fazer suas próprias
escolhas, apesar da pressão constante da sociedade, para que ela leve uma vida
considerada “normal”.
E, afinal, será que se encaixar nos padrões é assim
mesmo tão necessário?
Sufocada, ansiosa, impulsiva, a personagem,
muitas vezes, se perde no turbilhão de informações que recebemos por todos os
lados, nos dias de hoje.
A peça fala sobre a vida, as dores, os amores
e todas as mazelas que assolam os 30 e poucos anos: Venci na vida? Sou,
suficientemente, independente? Sou bem-sucedida? Sou amada? Sei amar?
Os efeitos da ansiedade, na vida desta mulher,
aparecem sob o filtro de uma cabeça fervilhante de pensamentos, mãos trêmulas,
falta de ar e, sobretudo, humor.
E, claro, sempre rindo de si mesma, o que confere, a
tudo isso, graça, humanidade e identificação.
Ansiosa e caótica, ela atravessa seus dias na busca
por encontrar a si mesma e acaba descobrindo que, talvez, precise de muito
menos do que imagina para ser feliz.
Sempre repito que adoro, quando a minha expectativa, todas
as vezes em que que vou ao Teatro, sempre a melhor possível, tem um
resultado potencializado, ao final da peça, em função da qualidade do espetáculo,
exatamente o que aconteceu quando assisti a este monólogo, cujo texto,
de RAFAEL PRIMOT, é delicioso: leve, com um humor inteligente, engraçado
e que provoca reflexões. No fundo, a função primeira do humor é provocar
reflexões, por meio do exercício da empatia. O público, ou boa parte
dele, se identifica com a personagem, que ri de si mesma (Rir é sempre o
melhor remédio; nem que seja de si próprio.) e que não tem nome, porque pode
ser qualquer pessoa; é universal. As gargalhadas que saem da plateia indicam essa
identificação.
A direção, também de PRIMOT, é marcada por
uma agilidade, que prende a atenção do público, durante os 70 minutos
que dura essa experiência, essa conversa, esse abrir de coração, essa troca de
alegria e emoções, para o que é fundamental, imprescindível, o talento
da atriz MONIQUE ALFRADIQUE, que se revelou uma excelente
atriz de comédia (O pouco que conhecia de seu trabalho se limitava a papéis
não-cômicos. Pelo menos, é do que me lembro.), com o “timing”
exigido por aquele gênero teatral. Muito comunicativa e carismática, com
uma excelente presença e domínio de palco, MONIQUE “traz nas rédeas”,
todo um público, que lota, em todas as sessões, o Teatro Folha, pelo que
pude apurar. Faz humor com o texto e com silêncios, marcados por
pausas, muito bem encaixadas no contexto, e expressões faciais e corporais.
O cenário, leve e criativo, de muito bom gosto, de
WILLIAN LINITCHE, e a direção de arte, assinada por CAROLINA
BERTIER, merecem elogios e serem mencionados num só parágrafo, uma vez que
esta complementa aquele, da forma mais harmoniosa possível.
KAREN BRUSTTOLIN é a responsável por um figurino,
leve, prático e funcional, que se encaixa, com total ajuste, à proposta do espetáculo,
o qual recebeu uma correta iluminação, criada por ALINE SANTINI.
O solo é embalado, nos momentos em que a música
se faz necessária, por uma boa trilha sonora, inspirada e muito
apropriada aos momentos em que as canções entram, a cargo de DAN MAIA.
FICHA TÉCNICA:
Livremente inspirado num livro de Camila Frender
e Jana Rosa, “Como Ter Uma Vida Normal, Sendo Louca”
Dramaturgia e Direção: Rafael Primot
Assistente de Direção: Haroldo Miklos
Elenco: Monique Alfradique
Direção de Arte: Carolina Bertier
Cenografia: Willian Linitch
Figurino: Karen Brusttolin
Desenho de Luz: Aline Santini
Trilha Sonora: Dan Maia
Preparação de Danças: Rodrigo Frampton
Coordenação de Comunicação: Beth Gallo
Assessoria de Imprensa: Daniela Bustos e Thaís Peres
– Morente Forte Comunicações
Coordenação do Projeto Gráfico: Haroldo Miklos e Carolina
Bertier
Fotografia: Caio Gallucci
Conteúdo Web: Jady Forte
Redes Sociais: Gabriela Torres, Lorraine Fonseca e Paloma
Adeodato
Coordenação de Produção: Egberto Simões
Produção Executiva: Martha Lozano
Coordenação Administrativa: Dani Angelotti
Assistência Administrativa: Alcení Braz
Administradora: Magali Morente
Idealização: Monique Alfradique e EnkapothadoArtes Ltda.
Produtores Associados: Selma Morente, Célia Forte, Monique
Alfradique e Rafael Primot
Uma produção Morente Forte Produções Teatrais
SERVIÇO:
Temporada: Até 15 de dezembro de 2019.
Local: Teatro Folha.
Endereço: Avenida Higienópolis, 619 – Santa Cecília –
São Paulo – SP. (Shopping Pátio Higienópolis – Terraço.).
Telefone: (11) 3823-2323.
Dias e Horários: 6ª feira, às 21h30min; Sábados e
domingos, às 20h.
Valor dos ingressos: R$60,00 (Setor I) e R$50,00 (Setor
II) - 50% de desconto para Clube folha e Funcionários, além dos casos previstos
em lei.
Vendas: (11) 3823.2423 / 3823-2737.
Venda de espetáculos para grupos e escolas: (11)
3104-4885.
Horários de Funcionamento da Bilheteria: Consultar o “site”
do Teatro Folha.
Não aceita cheques, porém são aceitos cartões de crédito:
todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e Amex.
Acesso para cadeirantes, ar-condicionado e
estacionamento do shopping: R$14,00 (Primeiras duas horas).
Informações: (11) 3823-2323.
Capacidade: 305 pessoas.
Duração: 70 minutos.
Recomendação Etária: 14 anos.
Gênero: Comédia (monólogo).
www.morenteforte.com – (11) 3255-6183 e (110 3259-3545.
“COMO TER UMA VIDA QUASE NORMAL” é daqueles espetáculos
que agradam a qualquer tipo de pessoa - quem gosta de comédia ou quem
prefere o drama -, porque toca, com suas verdades, a todos.
Recomendo, com empenho, este monólogo.
(FOTOS: DIVULGAÇÃO.)
“AMIGAS, PERO NO MUCHO”
Estava
pensando, aqui, em como começar a escrever sobre uma peça que se tornou
um dos maiores sucessos de público e de crítica, em São Paulo, nos
últimos tempos, há 12 anos em cartaz, e cheguei à conclusão de que a
melhor maneira para isso seria dizer que esta crítica vai,
principalmente, para quem não gosta de comédias e, pior ainda,
considera-as uma “arte menor”. COMÉDIA é uma coisa muito
boa, porque faz bem à alma, desde que feita com competência, como é o caso de “AMIGAS,
PERO NO MUCHO”, uma delícia de espetáculo, totalmente despretensioso,
na linha da chanchada ou do besteirol, ambos os termos já considerados
anacrônicos, mais aquele que este, porém um gênero que eu adoro e que é tão presente e necessário, ainda nos dia de hoje.
Nenhum espetáculo
teatral, ainda mais nos dias de hoje, e sendo uma comédia, consegue fazer tanto sucesso, durante
tanto tempo, se não contiver elementos que o sustentem no alto do pódio.
“AMIGAS, PERO NO MUCHO”, de certa forma, pode até ser considerado um fenômeno, não por falta de merecimento, mas por sua fórmula, sua proposta despretensiosa, simples, porém que também tem seu lugar e sua função, para uma boa parte do público que vai a TEATRO.
“AMIGAS, PERO NO MUCHO”, de certa forma, pode até ser considerado um fenômeno, não por falta de merecimento, mas por sua fórmula, sua proposta despretensiosa, simples, porém que também tem seu lugar e sua função, para uma boa parte do público que vai a TEATRO.
O espetáculo,
escrito por CÉLIA FORTE, teve sua estreia em fevereiro de 2007,
no Teatro Renaissance, inaugurando o horário da meia-noite. “Tirando
cola” do “release”, que me foi enviado pela própria CÉLIA
(MORENTE FORTE COMUNICAÇÕES), “O sucesso foi tanto, com o elenco de
atores interpretando as quatro 'amigas', que, por cinco anos, percorreu vários
teatros de São Paulo, com temporada também no Rio de Janeiro. Ganhou montagem
baiana, com apresentações em várias capitais do nordeste e Angola. Tem seu
texto traduzido para o espanhol, alemão e inglês. Doze anos depois, as 'amigas' seguem em cartaz, em nova temporada no Teatro Folha, com apresentações as
sextas e sábados, até 23 de novembro (2109)”. Desde sua
estreia, a hilária comédia já foi aplaudida por mais de 170 mil
pessoas.
SINOPSE:
A peça reúne,
na tarde de um sábado, quatro “amigas” – “pero no mucho” -, mulheres da
nossa época, as quais tentam dar conta de tudo: do cotidiano, do corpo, da
mente, do trabalho, da família e da amizade, causando inusitadas situações
típicas do universo feminino, virando tudo uma grande “lavagem de roupa
suja”.
São quatro mulheres
que sustentam, durante todo o decorrer da peça, uma relação de amor e
ódio, afogadas em neuroses e idiossincrasias, expondo ironias e irreverências a
rodo, pondo em destaque seus devaneios e loucuras.
O encontro se dá na
sala de estar do apartamento de uma delas.
É claro que as
conversas exploram, em tom de “fofoca’, as fraquezas umas das outras, quando
não entram terceiras, citadas, nesse jogo de vaidades e autoafirmações, sem
qualquer tipo de censura, principalmente de autocensura, tudo regado ao melhor
molho de um humor cáustico.
As personagens
são representadas por homens, o que já é o pontapé inicial para 80 minutos
de pura diversão.
Pelo elenco da peça, já passaram alguns ótimos atores, em temporadas diferentes e em viagens, como Leopoldo Pacheco, Norival Rizzo e Nilton Bicudo. No atual, estão ELIAS ANDREATO (O único remanescente da temporada de estreia.), LEANDRO LUNA, RAPHAEL GAMA e ROMIS FERREIRA.
A comédia teve seu embrião
num fertilíssimo encontro de CÉLIA com o Senhor Paulo Autran,
tendo a peça sido “abençoada’, também, por Marcelo Médici. Tinha
como não dar certo? Paulo, segundo a autora, ajudou-a a
reescrever algumas partes e Marcelo foi o autor da ideia de que as
quatro “amigas” fossem representadas por homens, já que, originalmente,
seriam as personagens feitas por atrizes. Em princípio, a direção
seria de Autran, porém, por motivos que desconheço, acabou caindo nas
mãos competentes de JOSÉ POSSI NETO.
Para que o público tome conhecimento
de quem é quem, naquele encontro surreal e bizarro, as personagens são
apresentadas, em “off”, no início da peça, pela voz marcante e inconfundível de Denise Fraga, cada
qual com um perfil mais singular e “exótico” do que a outra. Já nesse momento, a plateia começa a dar boas gargalhadas, a partir de cada apresentação:
ELIAS ANDREATO é FRAM,
50 anos - Divorciada, dois filhos, que moram com o pai. É a mais velha
das quatro "amigas". Já passou dos 50 anos, mas quer parecer 30. Ninfomaníaca.
Fala muito palavrão, quando está sozinha; em público, jamais. Faz meditação,
mas, quando está com raiva, tem tiques nervosos. (É muita contradição numa
só mulher.)
LEANDRO LUNA é SARA,
35 anos - Solteira. Executiva. A mais reservada. Parece ser fria, mas
esconde grande esperança. Fuma descontroladamente. Não perdoa as "amigas", mas
pouco se importa com a opinião dos outros. Desconfiada. Odeia as hipocrisias de
FRAM. (Mas são “amigas”.)
RAPHAEL GAMA é DEBORA,
40 anos - Divorciada, sem filhos. Inteligente, perspicaz, irônica, mas
do tipo “dona da verdade”. Sempre tem uma consideração a fazer, tentando que
sua opinião prevaleça. Idealiza o amor. Come compulsivamente. (Reprimida,
até a página 5.)
ROMIS FERREIRA é OLÍVIA,
40 anos – Casada, com filhos. Foi rica, não é mais. Tem que dirigir sua van,
que leva crianças para a escola. Julga-se, constantemente, perseguida. Está sempre
perguntando: “O que vocês estão falando de mim?” Exalta o marido,
Alfredo, para as "amigas". (“Frustração” resume tudo.)
CÉLIA FORTE diz
que as personagens “São pessoas que conheço, parentes e amigas,
que juntei nessas quatro personagens.”. Quem assiste à peça,
certamente dirá: Nós também as conhecemos. Sim, porque são arquétipos, mais do
que “figurinhas carimbadas” e presentes na vida de todos, quer de forma muito
próxima, quer um pouco mais afastadas. São mulheres da vida (Não no sentido
conotativo.). Estão na vida; de todos; é o que quero dizer.
Um detalhe interessante do texto é que ele não
conta, propriamente, uma história, não desenvolve um enredo. Não há um
aprofundamento em nenhuma temática, especialmente; seria, no bom sentido, uma
“colcha de retalhos”, pulando de um tema a outro, tudo, aparentemente, solto,
porém alinhavado num mesmo sentido e com um mesmo propósito.
Embora pareça, aos olhos dos leigos, muito fácil montar
este espetáculo, na verdade, não o é. Primeiro, pela complexidade que
envolve o ato de fazer rir. Depois, por outros motivos, como diz o diretor
da peça: “Elas trazem suas pequenas tragédias cotidianas, que não interessam
a ninguém, nem mesmo ao TEATRO, por serem tão medianas. Nesse mundo de emoções
baratas, as 'amigas' tentam tornar suas vidas num drama. Por isso, não há nobreza
nem vileza”. As quatro personagens são toscas e, no fundo,
patinam na mediocridade, tentando valorizar, uma mais que a outra, as suas
mazelas, os seus sofrimentos, as suas queixas da vida, alternando momentos de
tentativas de autoafirmação e superioridade, em relação às outras. Tudo isso,
junto e misturado, resulta num delicioso espetáculo, que diverte muito o
espectador, ávido por boas comédias.
Não resta a menor dúvida de que (Sou eu quem está
dizendo.), sem querer tirar, em absoluto, o mérito do texto, o grande
trunfo, para o humor, nesta peça, reside no fato de as personagens
femininas serem representadas por homens, que “são mulheres”;
não “gays” ou travestis, como bem lembra o diretor.
Podemos dizer que a produção tem um toque
franciscano, sem “glamours”, desnecessários mesmo, com elementos
técnicos bem simples, os quais servem de apoio para que se destaquem o texto,
o trabalho da direção e, “last, but not least”, a atuação
do elenco.
O cenário, de JEAN-PIERRE TORTIL, reproduz, com fidelidade e simplicidade, uma sala de
estar de um apartamento de classe média, com poucos móveis e detalhes.
Os figurinos,
assinados por JOSÉ POSSI NETO, me parecem bem adequados à personalidade
de cada uma das quatro mulheres, com alguns toques de exagero, cafonice e
excentricidade, tudo, perfeita e propositalmente, pensado, conferindo, a cada visagismo,
detalhes que já provocam risos, antes mesmo que os atores digam qualquer
coisa.
Aliás, por falar em visagismo,
as perucas, de ADRIANA ALMEIDA, contribuem, sobremaneira, para a
composição exterior de cada personagem. Na verdade, esses adereços, se
podemos assim nos referir a elas, são, a bem dizer, a base de construção
exterior das quatro “mulheres”, e os quatro atores tiram muito
partido delas, movimentando-as, explorando-as de forma repetitiva, exagerada e muito engraçada.
WAGNER FREIRE é o responsável pela iluminação,
tendo pensado num desenho de luz sem qualquer sofisticação, dentro do
espírito da peça.
Os quatro atores fazem um
excelente trabalho de interpretação, todos muito nivelados, com momentos, oferecidos pelo texto,
e valorizados pela direção, em que cada um tem a oportunidade de se
destacar. E todos sabem fazê-lo da melhor forma possível. Os quatro atores/personagens
são hilários, entretanto ELIAS ANDREATO parece-me encarnar a
“amiga” que mais agrada ao público, em geral (A mim também, confesso.), a FRAM,
aquela que respira sexo e transpira-o por todos os poros. A sua obstinação em
querer parecer ter vinte anos a menos que sua idade real incomoda as outras “amigas”,
provocando-lhes, pelo que estas demonstram, uma certa inveja, uma pontinha de “dor
de cotovelo”. Imaginem uma senhora que quer se fazer de jovem, totalmente “fora
da caixinha”, querendo se mostrar uma mulher livre e que não tem o menor pudor,
quando se trata de pisar nas “amigas”. ANDREATO se apossou da personagem
de tal forma e a interpreta com um proposital cinismo, que, mesmo não
participando, diretamente, de alguma cena, quando eu, instintivamente, creio,
desviava o meu olhar para ele, explodia numa gargalhada, pensando no que a personagem
já dissera e imaginando o que ainda seria capaz de dizer e fazer, ou no que estaria arquitetando. Há um
fato, envolvendo FRAM e OLÍVIA, que não revelarei, para não dar “spoiler”,
o qual, quando de sua revelação, leva os espectadores à loucura, de tanto rir. ANDREATO
brilha, até calado.
A SARA, de LEANDRO
LUNA, é o protótipo da mulher fútil, que já pode ser considerada
solteirona, uma vez que, aos 35 anos, ainda está sem um homem para
chamar de seu, mas não perde a esperança de se dar bem na vida, encontrando um
marido rico, que lhe dê boa vida. Das quatro, é a que mais obteve sucesso profissional,
trabalhando, e se portando, como uma executiva, extremamente fria, sem se importar
com a opinião alheia, fixada em ganhar dinheiro e alimentar suas futilidades.
Em suas palavras, percebe-se uma forte dose de crueldade, em relação às outras,
as quais se fragilizam, ante suas agressões. LUNA parece ter sido talhado
para o papel.
Dentre as quatro, há aquela
que simboliza a “mulher perfeita", a esposa e mãe “modelo”. Essa é OLÍVIA,
personagem de ROMIS FERREIRA. A sua condição de base, alicerce, de uma
família “padrão” faz com que ela tripudie, de certa forma, sobre as outras,
“desajustadas”. Sua “pièce de resistence”, conotativamente
falando, para se colocar num patamar superior ao das outras, se concentra nos
exacerbados elogios que não poupa ao marido e na maneira como fala do “paraíso”
que é ter uma família “normal” e feliz, na qual ninguém tem defeitos, nem mesmo
a sogra. Por outro lado, vê-se obrigada a trabalhar, no volante de uma van, utilizada
em transporte escolar, para ajudar na renda familiar. ROMIS faz uma
excelente OLÍVIA.
A RAPHAEL GAMA cabe
interpretar DÉBORA, em cujo apartamento se dão as costumeiras reuniões das
“amigas”. Ela procura ser a melhor anfitriã possível, o que,
aparentemente, faz com que angarie a simpatia e o amor de todas. Solteirona,
aos 40 anos, vive nas nuvens, como uma jovenzinha romântica, idealizando
e aguardando a chegada de um homem perfeito, o seu “príncipe encantado”. Sua
compulsão por devorar os petiscos que tem em casa, para, em princípio, oferecer
às visitas, arranca muitas gargalhadas também. Um detalhe curioso da personagem
é que seu pai é “gay”, com o que ela diz, da boca para fora, não
se preocupar, não ter nenhum problema com relação a isso, o que não se revela
verdadeiro. RAFAEL também é um dos destaques da peça.
Além de interpretar, os atores
também cantam e dançam, e isso também provoca risos à farta. E, já que falamos
em canto, chegamos à música, quando não podemos, de forma alguma,
ignorar a participação do músico ANDERSON BELTRÃO, ao piano,
acompanhando, ao vivo, os atores, nas canções. E, continuando no
quesito música, faz-se necessário, e obrigatório, citar o nome do maestro MIGUEL
BRIAMONTE, que compôs uma ótima trilha sonora original.
JOSÉ POSSI NETO, como de hábito (Não me
lembro de ter assistido a nenhum trabalho dirigido por ele que não me
tenha agradado.), sai-se muito bem, na direção do elenco, o que já vem
fazendo desde a primeira temporada, tomando o cuidado, obviamente, de ir
moldando seu trabalho às novidades que surgem a cada dia. Embora esta tenha
sido a primeira vez em que assisti à comédia, acredito ter havido, ao
longo de mais de uma década em cartaz, muito de atualizações, não só no texto
como também na direção, até por considerar as substituições no elenco.
Embora eu saiba do rigor, no melhor sentido possível, e necessário, do perfeccionismo que POSSI
imprime às suas montagens, nos seus trabalhos, a ideia que me passou foi a de que ele deixou
os atores bem à vontade, para que se vestissem (das) e investissem (nas) personagens. E não me parece se importar muito com as "ótimas improvisações e "cacos" dos quatro em cena.
Embora a interpretação dos atores, na procura da “finesse” feminina, acabe resvalando no
escracho, o quarteto se desloca, pelo espaço cênico, procurando, à sua
maneira, deixar o toque de feminilidade, por conta do trabalho de direção de
movimento, a cargo de VIVIEN BUCKUP.
FICHA
TÉCNICA:
Texto:
Célia Forte
Direção
Geral: José Possi Neto
Elenco:
Elias Andreato, Leandro Luna, Raphael
Gama e Romis Ferreira
Músico
(Piano ao vivo): Anderson Beltrão
Trilha Sonora Original: Miguel Briamonte
Música
“Amigas Pero Para Siempre” - Dueto (Versão Livre): Elias Andreato
Participação
Especial: Denise Fraga (Voz em "Off")
Cenário:
Jean-Pierre Tortil
Figurinos:
José Possi Neto
Sapatos:
Fernando Pires
Iluminação:
Wagner Freire
Direção
de Movimento: Vivien Buckup
Supervisão
Cenográfica: Luís Rossi
Execução
Cenográfica: FCR Produções Artísticas
Perucas:
Adriana Almeida
Coordenação de Comunicação: Beth Gallo
Assessoria de Imprensa: Daniela Bustos e Thaís
Peres – MORENTE FORTE COMUNICAÇÕES
Programação
Visual: Vicka Suarez
Adaptação
de Arte Visual: Luciano Angelotti
Filmagens
e Edições para Web: Jady forte - DESTEATRANDO
Fotos:
João Caldas Fº
Assistente
de Fotografia: Andréia Machado
Redes
Sociais: Gabriela Torres, Lorraine Fonseca e Paloma Adeodato
Coordenação
de Produção: Egberto Simões
Produção
Executiva: Martha Lozano
Coordenação Administrativa: Dani Angelotti
Assistência
Administrativa: Alcení Braz
Administração:
Magali Morente Lopes
Produção:
Selma Morente
Realização:
MORENTE FORTE PRODUÇÕES TEATRAIS
Podem anotar: Acabei de saber, pela querida CÉLIA FORTE, que o espetáculo emplacará, pelo menos, o 13º ano de vida, uma vez que retornará em 2020, em local e horários a serem anunciados. Seria tão bom que viesse para o Rio de Janeiro novamente!!!
(FOTOS: DIVULGAÇÃO.)
“ESCOLA DO ROCK – O MUSICAL”
Minha paixão é o TEATRO.
Gosto de todos os gêneros, mas nunca escondi minha predileção pelos musicais,
um formato tão difícil de ser montado, que exige grandes investimentos, um
batalhão de profissionais e um elenco especialíssimo, uma vez que, além
de exigir a presença, no palco, de atores de alto nível, é
preciso que estes também dominem o canto e a dança. Ultimamente,
até é melhor que, também, sejam musicistas.
Muita gente pensa que sabe fazer musical, que
conhece todas as manhas e exigências, para que um espetáculo desse gênero
agrade e se mantenha em cartaz por muito tempo. O Brasil, embora ainda
se discuta muito o assunto e se contestem os números, aparece, no “ranking”
mundial, como o terceiro maior produtor de musicais do mundo e,
certamente, um dos países que reúnem grande quantidade de consumidores.
A grande produção de musicais, de uma forma geral, se concentra em dois
polos: Rio de Janeiro e São Paulo. Creio que mais nesta cidade. Seria
ótimo se houvesse um intercâmbio total entre as duas capitais, as maiores do
país, e que todos os musicais montados em uma delas fossem apresentados,
também, na outra, e vice-versa. Melhor, ainda, seria se todos rodassem o país, para que muitos
brasileiros pudessem ter acesso a eles, na sua grande maioria, de excelente
qualidade, alguns nada ficando a dever a produções estrangeiras
(Leia-se: Broadway e West End.), ainda que, para muitos, esse meu
pensamento soe como excesso de ufanismo, coisa que não conheço, ou pura sandice,
mesmo, o que também não me incomoda. Continuo firme na minha opinião, alicerçada
nos espetáculos a que assisto, com muita frequência, alguns deles mais
de uma vez.
Exatamente porque sei que muitas das melhores montagens
de musicais, de São Paulo, não vêm para o Rio de Janeiro, como já disse - a
maioria -, é que, vou a Sampa, três ou quatro vezes, por ano, para poder
assistir a eles, aproveitando, também, para ver outros tipos de espetáculos.
Mas a minha prioridade são os musicais. Na mais recente visita que fiz à
capital paulista, a qual está motivando estes escritos, dos sete
espetáculos a que assisti, cinco eram musicais, sendo que, infelizmente,
apenas um já tem data para estrear no Rio, como também já disse (“MADAGASCAR – UMA
AVENTURA MUSICAL”).
Desses
cinco, quatro me marcaram muito e “ESCOLA DO ROCK”, espetáculo
ao qual assisti, na primeira sessão de um domingo, 27 de outubro (2019),
foi um deles. E me marcou mesmo, a ponto de eu ter vontade de permanecer no Teatro
Santander, onde fica em cartaz, até o dia 15 e dezembro (2019), para a segunda sessão, e,
até mesmo, voltar a São Paulo, para rever a peça, mais duas
vezes, pelo menos. Era meu desejo, mas, infelizmente, não pude realizá-lo. “ESCOLA
DO ROCK” não é para ser visto apenas uma vez. Mas não é mesmo!!!
O musical é baseado no filme homônimo, “School of Rock”, título original, de 2003, escrito por Mike White e dirigido por Richard Linklater. O filme fez um enorme sucesso, com o público jovem, tornando-se um clássico da cultura “pop” dos anos 2000. Em dezembro de 2015, virou um musical de grande sucesso, encenado na Broadway. Atualmente, ainda podem ser vistas montagens de “ESCOLA DO ROCK” em Londres (West End), na Austrália e na Coreia do Sul. Em março de 2016, foi lançada uma série de televisão, no canal Nickelodeon.
O musical é baseado no filme homônimo, “School of Rock”, título original, de 2003, escrito por Mike White e dirigido por Richard Linklater. O filme fez um enorme sucesso, com o público jovem, tornando-se um clássico da cultura “pop” dos anos 2000. Em dezembro de 2015, virou um musical de grande sucesso, encenado na Broadway. Atualmente, ainda podem ser vistas montagens de “ESCOLA DO ROCK” em Londres (West End), na Austrália e na Coreia do Sul. Em março de 2016, foi lançada uma série de televisão, no canal Nickelodeon.
SINOPSE:
O enredo principal gira em torno de DEWEY FINN (ARTHUR BERGES), um cantor e guitarrista de “rock”, que é demitido da banda “No Vacancy”, e, posteriormente, se disfarça, como professor substituto em uma prestigiosa escola preparatória.
O protagonista, na casa dos 30 e poucos anos, ainda deseja
se tornar uma estrela do “rock”.
Depois de testemunhar o talento musical de seus alunos, DEWEY
forma uma banda, com os da 5ª série do ensino fundamental, para vencer um
concurso, a “Batalha das Bandas”, e poder pagar o seu aluguel.
DEWEY mora com o amigo NED SCHNEEBLY (CLETO BACCIC), este, sim,
professor de música, e a namorada deste, ROSALIE MULLINS (SARA SARRES),
mas ela não aguenta mais o namorado sustentando o amigo e manda DEWEY
conseguir dinheiro, se quisesse continuar morando com o casal.
O roqueiro, por conta de uma artimanha, se passa por NED e vai trabalhar, como professor substituto, numa escola tradicional.
Lá, DEWEY assiste às crianças, na aula de canto, e descobre que elas têm talento para a música.
Resolve, então, montar uma banda, na classe, dizendo, aos pequenos, que eles iriam participar de uma competição com as outras escolas e ganhariam pontos em seu histórico escolar.
Para conseguir levar a efeito seu plano, DEWEY embebeda a reprimida diretora da escola, PATTY DI MARCO (THAIS PIZA), e consegue convencê-la a deixá-lo levar as crianças a uma “excursão”.
Um dia antes da “Batalha”, na “Noite dos Pais”, encontro entre pais e mestres, para que aqueles tomem conhecimento de como seus filhos estão indo nos estudos, todos descobrem que DEWEY é uma farsa.
No dia seguinte, as crianças ficam tristes, mas não desistem, fogem da escola e vão até a casa de DEWEY, a fim de chamá-lo para o “show”, no qual acabam, como não poderia deixar de ser, bem-sucedidas.
O final já pode ser adivinhado.
O roqueiro, por conta de uma artimanha, se passa por NED e vai trabalhar, como professor substituto, numa escola tradicional.
Lá, DEWEY assiste às crianças, na aula de canto, e descobre que elas têm talento para a música.
Resolve, então, montar uma banda, na classe, dizendo, aos pequenos, que eles iriam participar de uma competição com as outras escolas e ganhariam pontos em seu histórico escolar.
Para conseguir levar a efeito seu plano, DEWEY embebeda a reprimida diretora da escola, PATTY DI MARCO (THAIS PIZA), e consegue convencê-la a deixá-lo levar as crianças a uma “excursão”.
Um dia antes da “Batalha”, na “Noite dos Pais”, encontro entre pais e mestres, para que aqueles tomem conhecimento de como seus filhos estão indo nos estudos, todos descobrem que DEWEY é uma farsa.
No dia seguinte, as crianças ficam tristes, mas não desistem, fogem da escola e vão até a casa de DEWEY, a fim de chamá-lo para o “show”, no qual acabam, como não poderia deixar de ser, bem-sucedidas.
O final já pode ser adivinhado.
Não cabe à história, ao enredo,
ao texto a responsabilidade pelo grande sucesso do musical. Nada
de novo, com muita coisa, até mesmo, previsível. O texto serve, apenas,
para que a direção e o elenco, além dos artistas criadores,
mostrem a que vieram. É claro que não se pode desprezar, por completo, a dramaturgia,
que apresenta alguns pontos em comum com outras obras já do conhecimento do
grande público, como é o caso de um professor revolucionário, com pensamentos
modernos, que “subverte” a ordem, numa escola extremamente conservadora e
rígida. Alguém não viu “Sociedade dos Poetas Mortos”, uma das maiores obras-primas
do cinema universal, a meu juízo? DEWEY e o Professor John
Keating, brilhantemente interpretado pelo falecido ator Robin Williams,
em “Sociedade...”, são muito parecidos. E da canção “Another Brick in
tke Wall”, grande “hit” da banda inglesa Pink Floyd,
alguém se lembra ou conhece o teor de sua letra, que fala de alunos
presos a regras inadmissíveis, numa escola “linha dura’, que se utilizam da
rebeldia para se libertar do sistema escolar? A canção se
encaixaria, inteira, na trilha sonora de “ESCOLA DO ROCK”. Um
paralelo com a referida canção também pode ser feito, no musical
em tela. Por oportuno, não devemos nos esquecer de que “a rebeldia foi,
durante muito tempo, marca fundamental do ‘rock 'n roll’”.
Por meio de um acordo especial com a
Really Usefull
Group, o musical
chegou ao Brasil apenas quatro anos após sua estreia na Broadway,
o que é pouco comum acontecer. É preciso que aqueles que detêm os direitos da
peça confiem muito em quem irá produzir uma versão, em outro país, em outro
idioma. Essa confiança o ATELIER DE CULTURA mereceu, merece e merecerá,
sempre, pelo tanto de excelentes produções pelas quais são responsáveis,
no Brasil, bastando citar, apenas quatro, campeãs de sucesso e bilheteria:
“O Homem de La Mancha”, “Annie – o Musical”, “A Noviça Rebelde”
e “Billy Elliot”, todas OBRAS-PRIMAS, das coisas mais lindas e
emocionantes a que já assisti, até hoje, em termos de musicais.
“ESCOLA DO ROCK” é uma arrojadíssima e impecável
produção, que conta com 63 atores, o maior elenco jamais
apresentado no Brasil (42 crianças e 21 adultos), em mais uma superprodução
do ATELIER DE CULTURA, desta vez em parceria com SIR ANDREW LLOYD
WEBBER.
Por exigência legal, há três
elencos de crianças e adolescentes, 14 por sessão, num total de 42
pessoas, multiartistas, os quais representam, cantam e
dançam magnificamente bem, além de, também, tocar, ao vivo, vários instrumentos (Quatro
deles: guitarra, baixo, bateria e teclado). A propósito,
antes do início de cada sessão, num vídeo, Mr. WEBBER faz questão de falar
de sua felicidade, pelo fato de o musical estar sendo apresentado no Brasil,
concluindo seu breve pronunciamento com a informação de que “todos tocam
de verdade”.
SIR
ANDREW LLOYD WEBBER é o consagrado autor de grandes
sucessos universais, em musicais, como “O Fantasma da Ópera”, “Cats”,
“Jesus Cristo Superstar” e tantos outros. A “ESCOLA...” é sua
mais recente criação de sucesso. Para a nossa alegria, e motivo de grande
orgulho, “a produção do ATELIER DE CULTURA, em 2019, é o primeiro
licenciamento internacional do título e a primeira vez em que o espetáculo é
apresentado, em versão para a língua local”. (Extraído do “release”,
enviado por CÉLIA FORTE (MORENTE FORTE COMUNICAÇÃO).
Muito
motivos me levaram ao encantamento com a peça. Não tanto o texto,
como já disse, libreto de JULIEN FELLOWES, com letras de GLEEN
SLATER. A música, sim, do gênio LLOYD WEBBER, alegre,
comunicativa, extremamente dançante e agradável, melodicamente, faz com que
saiamos do Teatro saltitantes e com algumas frases melódicas na cabeça.
E eu tive de me esforçar, a fim de me abstrair delas e me preparar para
assistir a um outro musical, em seguida, sobre o qual falarei adiante, para
finalizar estas considerações.
Não
há apenas um ponto alto, nesta montagem,
entretanto, se me fosse cobrado, sob a mira de uma arma de fogo, que eu
apontasse um único elemento de destaque, para ter a vida poupada – e tão
somente por isso –, eu diria que é o elenco. Em especial, ARTHUR
BERGES, que interpreta o protagonista. A depender de mim, o ator
ganharia todos os prêmios de Melhor Ator de Musicais, de 2019,
não só em São Paulo como também em qualquer outra cidade em que a peça
fosse encenada, no Brasil. Os aplausos e os gritos de “BRAVO!”
são uma unanimidade, em relação ao rapaz. Na saída do Teatro Santander,
o assunto não era outro, partindo de uma multidão, que, como eu, acabara de
assistir a uma atuação irretocável, em todos os sentidos, daquelas
indeléveis. Jamais conseguirei apagar, da minha mente, as imagens e os sons
de ARTHUR e seu DEWEY.
Sobre
ARTHUR, é difícil falar, além do que já disse. Começo por esclarecer que
já conhecia o seu trabalho, em vários espetáculos anteriores, todos de
grande porte, como “Um Violinista no Telhado”, “Godspell”, “Os
Dez Mandamentos”, “Rent”, “Urinal”, “Chaplin – o Musical”
e “Aparecida – um Musical”. Infelizmente, não pude aplaudi-lo em outros
trabalhos, aos quais não assisti, mas o fiz, e muito, nos citados. É quase
inacreditável a energia, física e emocional, que ARTHUR utiliza neste espetáculo.
Seu "pique", em cena, parece coisa sobrenatural. E não estou exagerando. Por
força de seu personagem, ele não para de se locomover, freneticamente,
no palco, e canta com uma voz possante, afinada, tal qual um roqueiro de
verdade. O DEWEY FINN é para lá de carismático, e acho que só um ator
com o talento, o preparo físico e o carisma de ARTHUR
poderia dar vida ao personagem, da forma como este se apresenta ao
público. É impossível não tirar os olhos dele, até quando, raramente, não é o
foco da cena. Senti-me, profundamente, gratificado com seu trabalho e
orgulhoso, por saber que é um artista brasileiro que faria sucesso em
qualquer parte do mundo.
Quero
fazer um registro especialíssimo com relação a dois grandes nomes dos
musicais, CLETO BACCIC e SARA SARRES, por tantas vezes protagonistas,
por terem, generosamente, cedido o protagonismo do musical ao jovem ARTHUR.
CLETO e SARA, que fazem parte da linha de frente do TEATRO
MUSICAL BRASILEIRO, aqui, interpretam dois personagens coadjuvantes,
ainda que de importância na história. Os personagens é que são
coadjuvantes; o casal de atores não. O talento dos dois valoriza qualquer
papel, como ocorre aqui. Ambos não atuam em tantas cenas, entretanto, quando
fazem parte de alguma, valorizam-na, quer na interpretação, quer no canto. Respectivamente,
NED SCHNEEBLY e ROSALIE MULLINS, ambos, sem nenhuma surpresa,
compõem, com perfeição, o papel do amigo “boa praça”, que abriga e sustenta DEWEY,
este numa fase ruim da vida, financeiramente, e da namorada do amigo, a qual
não consegue mais admitir a “indolência” do “hóspede”, o que gera um pequeno
conflito conjugal.
THAIS
PIZA também tem seu grande mérito, na pele de
PATTY DI MARCO, a severa (Até a página 50.) diretora da escola,
interpretando, cantando e dançando. Uma atriz completa, de musicais.
Já
imaginaram o que é ter 14 crianças e adolescentes em cena, atuando,
cantando, dançando e, quatro delas, tocando um instrumento
musical? E tudo de forma perfeita? Isso é possível, e em dose tripla, uma
vez que, conforme já mencionei acima, há três elencos infantojuvenis.
Como pude assistir ao musical, infelizmente, apenas uma vez, só posso
avaliar o grupo que atuou na primeira sessão do domingo, 27 de outubro de
2019, ainda que não de forma individual. Como não os conheço, fico sem condições de fazer um julgamento particular,
de cada um, limitando-me a dizer que o conjunto dos 14 que vi é excelente.
Sei, contudo, por quem teve a grata oportunidade de ver a peça com os três
elencos, que “não há como apontar o melhor ou os melhores de cada
grupo”, no que acredito piamente. Os
14 talentos que vi atuando estão, na ficha técnica, com seus nomes destacados em vermelho, entretanto faço questão de citar todos os outros 28, na
certeza de que aplaudiria a todos da mesma forma como,
entusiasticamente, aplaudi os que vi: MAFÊ MOSSINI, NINA MEDEIROS e
SOPHIA MARIE – KATIE (BAIXISTA); AGYEI AUGUSTO, HENRIQUE BONADIO e NICOLAS CRUZ – ZACK
(GUITARRISTA); JOÃO PEDRO DELFINO, RAFAEL MEZADRI e THOMAS DINIZ –
FREDDY (BATERISTA); DUDU EJCHEL, HENRY GASPAR e KAUÃ SOARES – LAWRENCE
(TECLADISTA); BIA BRUMATTI, DUDDA ARTESE e LUISA BRESSER – SUMMER; LUIZA
GATTAI, MARIA CLARA ROSIS e RINON UEYAMA – TOMIKA; GIGI PATTA, GIOVANA
MACIEL e VALENTHINA RODARTE – SCHONELLE; ISABELLA DANELUZ, JULIA RIBAK e
MARTHA NOBEL – MARCY; FELIPE COSTA, FELIPE DE SOUZA e LUIS PRUDÊNCIO –
ANDY; LORENZO TARANTELLI, ISIDORO GUBNITSKY e PAULO GOMES – BILLY; DAVI
LOURENÇO, GUSTAVO SPINOSA e RODRIGO SPINOSA – JAMES; JUJU MORGADE,
MARIANA DIAS e MILENA BLANK – MADISON; GU FERREIRA, GABRIEL MEIRELLES e
MICHEL SINGER – MASON; e DUDA RAMALHO, ERIN BORGES e PAULA SERRA
– SOPHIE.
Ainda,
em papéis de adultos, contamos com ótimas atuações de CLARTY GALVÃO,
JANA AMORIM (COVER DE ROSALIE MULLINS), KELIA BUENO, LAURA CAROLINAH, LEILANE
TELES, LUCIANA ARTUSI e ROBERTA JAFET, formando o grupo de
ENSEMBLE FEMININO; e ABNER DEPRET, BERNARDO BERRO, BRUNO SIGRIST,
CADU BATANERO, FABRICIO NEGRI, GUILHERME LEAL, MAU ALVES, THIAGO PERTICARRARI,
TONY GERMANO e TCHELLO GASPARINI
(COVER DE DEWEY), o grupo de ENSEMBLE MASCULINO.
Quem
responde pela direção do espetáculo é MARIANO DETRY, o qual “traz
um projeto cênico inédito, que nos faz transitar pelo mundo do ‘rock’n’roll’
com gigantesca eficácia (...)”, como consta no “release”.
São palavras do diretor: “É incrível dirigir ‘ESCOLA DO ROCK’, um
musical encantador, para toda a família, que não vai te deixar parado.”.
Não tenho como desmentir DETRY, quanto a isso. O diretor soube
tirar partido do texto, de qualidade mediana, não por culpa de quem
assina a versão brasileira, MARIANA ELISABETSKY e VICTOR
MÜHLETHALER, ambos excelentes versionistas, mas pelo teor do
original, mesmo. A direção acertou no alvo, considerando o
público-alvo (Perdão pelo trocadilho redundante!).
O ATELIER
DE CULTURA não poupou esforços, para pôr, no palco, um arrojado projeto,
poucas vezes visto num musical montado no Brasil, no que diz
respeito aos elementos de apoio - sem qualquer demérito a eles,
pelo “de apoio”; muito pelo contrário -, tais como cenografia, figurino,
iluminação e outros.
“O
espetáculo traz um arrojado projeto de cenografia e figurino, ambos
desenvolvidos, especialmente para o Brasil, pela cenógrafa e figurinista da
produção original na Broadway e no West End, ANNA LOUIZOS, de Nova Iorque
(...). Sua nova cenografia explora a altura da boca de cena do Teatro Santander
e cria alturas, com cinco elevadores automatizados, construídos, sob medida,
para a produção, além de projeções mapeadas, que tornam os ambientes
empolgantes”. (Extraído do “release”.) ANNA
divide a criação dos figurinos com ABBY HAHN. São, de verdade
obras que chamam a atenção, pelas dimensões, pelo acabamento e pela
funcionalidade, além de, obviamente, a criatividade nelas empregada.
“Os
figurinos remetem às tradicionais escolas americanas e ao mundo do ‘rock’, com
pintura de tecido feita a mão e diversas aplicações de ‘hotstamps’, penas e
lantejoulas, que engrandecem, ainda mais, o musical.” (Extraído do “release”.) Creio que não
há nada mais a acrescentar, com relação a este elemento. Todos os figurinos
são ajustados aos personagens e à época, apresentando um
visível, e necessário, contraste entre os que pertencem ao universo do “rock”
e aos que fazem parte do “mundo careta”.
Um musical
não pode abrir mão de uma ótima coreografia. “A coreografia
de ‘ESCOLA DO ROCK’, é assinada por PHILIP THOMAS, coreógrafo inglês (...). Assim
como a composição, a coreografia é fundamental para o ritmo elétrico que conduz
o espetáculo.” (Extraído do “release”.). É preciso que
toda coreografia, num musical, esteja inserida no contexto. Não pode
ser “gratuita”. Não faz sentido um desenho coreográfico que destoe da
proposta e da temática da peça. Quanto a este detalhe, tudo me parece
perfeito, em termos de passos e movimentos, acompanhando o “frenetismo” (Acabei
de criar um neologismo.) do espetáculo.
A música,
obviamente, também tem de ser de excelente qualidade e brilhar, num bom
musical. Além do quilate das canções, temos de render um preito à direção musical, a cargo do maestro DANIEL ROCHA, nome
sempre presente, e com destaque, em grandes musicais, aqui à frente de
uma orquestra de 9 músicos. Para ilustração, de acordo com o “release”,
“As músicas, de ANDREW LLOYD WEBBER, serão (são)
reproduzidas na formação original da orquestra, como realizado em Londres e em
Nova Iorque”.
“O
desenho de luz fica a cargo do premiado inglês MIKE ROBERTSON, um dos maiores
nomes para a iluminação de TEATRO MUSICAL da atualidade, vencedor do Prêmio
Olivier Award, entre outros tantos, ao redor do mundo. Seu projeto é criado em
conexão com a composição das músicas, do cenário e das movimentações do elenco,
do texto e das coreografias, construindo momentos emocionantes.”. Nada a acrescentar. E seria preciso?
E
onde entram os profissionais e criação, brasileiros, envolvidos no projeto?
É claro que, assumindo as responsabilidades locais, em consonância com os criadores
originais, há nomes de destaque, no TEATRO MUSICAL BRASILEIRO,
responsáveis pela sustentação da temporada, dentre os quais destaco FLORIANO
NOGUEIRA (diretor associado), LÍGIA ROCHA (figurinista associada)
e MARCELA ALTBERG (produtora de elenco).
FICHA TÉCNICA:
Libreto: Julian Fellowes
Letras: Glenn Slater
Músicas: Andrew Lloyd Webber
Originalmente dirigido por Laurence Connor
Direção Geral Mariano Detry
Diretor Associado: Floriano Nogueira
Versão Brasileira: Mariana Elizabetsky e Victor
Mületahler
Diretor Musical: Daniel Rocha
ENSEMBLE FEMININO: Clarty Galvão, Jana Amorim (Cover de Rosalie Mullins), Kelia Bueno, Laura Carolinah, Leilane Teles, Luciana Artusi e Roberta Jafet
ENSEMBLE MASCULINO: Abner Depret, Bernardo Berro, Bruno Sigrist, Cadu Batanero, Fabricio Negri, Guilherme Leal, Mau Alves, Thiago Perticarrari, Tony Germano e Tchello Gasparini (Cover de Dewey)
ELENCO / PERSONAGEM: Arthur Berges (Dewey Finn), Sara Sarres (Rosalie Mullins), Cleto Baccic (Ned Schneebly), Thais Piza (Patty Di Marco)
ELENCO INFANTOJUVENIL: Mafê Mossini, Nina Medeiros e Sophia Marie (Katie - Baixista); Agyei Augusto, Henrique Bonadio e Nicolas Cruz (Zack - Guitarrista); João Pedro Delfino, Rafael Mezadri e Thomas Diniz (Freddy - Baterista); Dudu Ejchel, Henry Gaspar e Kauã Soares (Lawrence - Tecladista); Bia Brumatti, Dudda Artese e Luisa Bresser (Summer); Luiza Gattai, Maria Clara Rosis e Rinon Ueyama (Tomika); Gigi Patta, Giovana Maciel e Valenthina Rodarte (Schonelle); Isabella Daneluz, Júlia Ribak e Martha Nobel (Marcy); Felipe Costa, Felipe de Souza e Luis Prudêncio (Andy); Lorenzo Tarantelli, Isidoro Gubnitsky e Paulo Gomes (Billy); Davi Lourenço, Gustavo Spinosa e Rodrigo Spinosa (James); Juju Morgade, Mariana Dias e Milena Blank (Madison); Gu Ferreira, Gabriel Meirelles e Michel Singer (Mason); e Duda Ramalho, Erin Borges e Paula Serra (Sophie)
ENSEMBLE FEMININO: Clarty Galvão, Jana Amorim (Cover de Rosalie Mullins), Kelia Bueno, Laura Carolinah, Leilane Teles, Luciana Artusi e Roberta Jafet
ENSEMBLE MASCULINO: Abner Depret, Bernardo Berro, Bruno Sigrist, Cadu Batanero, Fabricio Negri, Guilherme Leal, Mau Alves, Thiago Perticarrari, Tony Germano e Tchello Gasparini (Cover de Dewey)
Coreógrafo: Philip Thomas
Cenógrafa: Anna Louizos
Cenógrafa Associada: Christine Peters
Figurinistas: Anna Louizos e Abby Hahn
Figurinista Associada: Lígia Rocha
“Designer” de Luz: Mike Robertson
“Designer” de Luz Associado Adam Motley
“Designer” de Som: Gaston Birski
“Designer” de Som Associado: Alejandro Zambrano
Visagista: Feliciano San Roman
Produtora de Elenco: Marcela Altberg
Produtores Associados: Cleto Baccic, Carlos A.
Cavalcanti e Vinícius Munhoz
Realização: Atelier de Cultura, Secretaria Especial
de Cultura e Governo Federal
OBSERVAÇÃO: Em vermelho, estão os nomes de quem vi atuando, no elenco infantojuvenil.
OBSERVAÇÃO: Em vermelho, estão os nomes de quem vi atuando, no elenco infantojuvenil.
SERVIÇO:
Temporada:
De 15 de agosto a 15 de dezembro de 2019.
Local:
Teatro Santander.
Endereço:
Avenida Presidente Juscelino Kubitscheck, 2041 – Vila Olímpia – São Paulo.
Capacidade:
1100 espectadores.
Dias
e Horários: Às 5ªs e 6ªs feiras, às 20h30min; aos sábados e domingos, às 15h e
às 18h30min.
Informações:
(11) 4810-6868.
Valor
dos ingressos: Variam de R$75,00 a R$310,00 (Meia entrada para quem,
legalmente, faz jus ao benefício.).
Horário
de Funcionamento da Bilheteria: De domingo a 5ª feira, das 12h às 20h, ou até o
início do espetáculo; às 6ªs feiras e sábados, das 12h às 22h. Aceita todos os
cartões de crédito e de débito. Não aceita cheques.
Estacionamento
no local: R$35,00.
Duração:
120 minutos (com 20 minuto de intervalo).
Classificação
Etária: Livre.
Gênero:
Musical
(FOTOS: DIVULGAÇÃO.)
“CHAVES – UM TRIBUTO MUSICAL”
A vida nos reserva, de verdade, grandes surpresas, boas e
ruins. Destas, procuramos sempre nos esquecer. As boas, estas, sim, tratamos de
cultivá-las e mantê-las vivas na memória, a afetiva, como é o caso da
experiência que vivi, ao encerrar esta imersão pelo TEATRO de São Paulo,
com o musical “CHAVES – UM TRIBUTO MUSICAL”.
Acreditem: até assistir à peça, eu nutria uma
total aversão, com relação ao programa de TV e, obviamente, seus personagens,
e, sempre que estava zapeando e acontecia de passar pelo seriado, sentia
calafrios, de pavor. Não o tolerava mesmo. Acho que por puro
preconceito, em função de vários motivos, que não vale a pena serem citados. Eu
ODIAVA o CHAVES, pelo que era muito criticado por uma legião de crianças e
por amigos adultos também. "Como não gostar daquela maravilha?". Esse era eu. Depois daquela noite de domingo, 27 de
outubro de 2019, passei a AMAR o CHAVES e sua turma. Descobri que
“aquela bobeira”, na verdade, é uma delícia, que aquilo, que parecia um humor
tosco ou algo parecido com “falta de humor” é uma forma, muito simples de
divertir e criticar o que merece ser criticado, mais aquela intenção que esta,
apesar de que todo humor seja crítico.
Perguntariam: Se “ODIAVA o CHAVES”, por que,
então, foi assistir ao espetáculo? Masoquismo? NÃO!!! Três
motivos, muito fortes, me levaram a me empenhar, ao máximo (Agradeço aos amigos
FABIANO AUGUSTO, que faz parte do elenco, e FABIANA SERAGUSA,
uma queridona, que foi morar em Portugal.), para assistir a esta montagem:
o primeiro era a grande quantidade de queridos e talentosos amigos no elenco;
a segunda era a qualidade da encenação, de que tanto ouvia falar,
principalmente no que se referia ao trabalho dos atores, em especial o
de MATEUS RIBEIRO, e às caracterizações, que diziam ser
perfeitas; a terceira seria ratificar ou retificar a minha opinião sobre
o legado que nos deixou ROBERTO GÓMEZ BOLAÑOS, o idealizador do
programa, o dono da ideia, o “pai da criança”, infelizmente falecido
em 2014. RETIFIQUEI-A, e não tenho o menor pudor em confessar isso,
assim como não me envergonho de dizer que CHOREI, em alguns momentos da peça.
Não poderia ter escolhido melhor o espetáculo que
encerraria aqueles quatro dias de “confinamento” (Santo “confinamento”!)
nos Teatros de São Paulo. Desde que voltei para o Rio de
Janeiro, assisto, diariamente, aos episódios da série, atualmente em exibição em dois
canais de TV: um aberto, à tarde (SBT), e outro fechado (MULTISHOW),
este, no final da noite, início da madrugada, que é o meu horário. E rolo de
rir. Explodo em gargalhadas, porque a peça me ensinou a entender aquele
tipo de humor e a descobrir por que o seriado faz tanto sucesso, até hoje, no México,
onde surgiu, e em tantos outros países (Itália, França, Coréia
do Sul, Colômbia, Chile, Venezuela, Argentina, Peru,
Panamá, Porto Rico e Estados Unidos) No Brasil,
durante muito tempo, foi uma febre, atingindo grandes níveis de audiência, o
que ainda vem ocorrendo. É só constatar o auditório do Teatro Opus,
totalmente lotado, em todas as sessões, com um público que delira e vai à
loucura, com o que vê em cena.
Como o próprio título do musical
diz, trata-se de uma linda – linda mesmo – e merecida homenagem a um “gênio da
comédia, ROBERTO GÓMEZ BOLAÑOS, e todo o seu legado”, como consta no “release”,
enviado por GUILHERME OLIVEIRA (AGÊNCIA TAGA).
Valendo-me, ainda, do material
enviado por GUILHERME, com supressões e adaptações: “Esta é a
primeira grande produção dessa natureza, endossada e licenciada pelo GRUPO
CHESPIRITO e pelo SBT.”. Esta montagem, genuinamente brasileira,
traz um roteiro inédito, de FERNANDA MAIA, também a diretora
musical, e direção geral de ZÉ HENRIQUE DE PAULA, ambos
conhecidos por grandes e inesquecíveis musicais, como “Natasha, Pierre e o
Grande Cometa de 1812”, “Urinal - o Musical” e “Lembro Todo Dia
de Você”.
Na verdade, por total
ignorância e preconceito, eu não tinha noção do talento e da importância de BOLAÑOS
para a comédia, que “conquistou crianças e adultos do mundo
inteiro, com seu humor simples e carismático, criando personagens, que serviram
de inspiração para diferentes gerações de atores, comediantes e escritores. (...)
Foi assim que surgiu a ideia de se criar um roteiro inédito, que não apenas
trouxesse de volta aquela atmosfera lúdica, inocente e saudosista da vila da
série, mas que, também, desse pitadas da vida de BOLAÑOS e de sua trajetória,
como um grande mestre das artes cênicas e do ‘clown’. Mesmo não se tratando de
um ‘episódio do CHAVES, transposto para os palcos’, e, sim, de uma homenagem,
com uma história inédita, o musical reproduz, fielmente, o cenário mais
conhecido da carreira de BOLAÑOS - a Vila do Chaves – (...), para envolver o
público, ainda mais, na memória afetiva do mundo do seriado.”.
Achei genial a ideia de
ser montada uma exposição sobre CHESPIRITO no largo corredor, ou “foyer”,
que dá acesso ao Teatro Opus, o que já vai inserindo o público no
divertido universo de BOLAÑOS e seus personagens. São ambientes
cenográficos, imagens, fotografias e objetos do acervo
pessoal do “criador do personagem cômico mais icônico do México -
e da América Latina também”.
À frente do Grupo
CHESPIRITO, dando continuidade ao legado deixado pelo pai, Roberto Gómez
Fernandes, “comenta que se sentiu muito honrado e orgulhoso, quando
ficou sabendo da ideia do musical aqui, no Brasil, e que segue se surpreendendo
com o impacto que a obra de CHESPIRITO (apelido carinhoso de BOLAÑOS) ainda tem
em todo o mundo. Ele diz que (o musical) ‘é uma enorme
responsabilidade, para se preservar o legado do meu pai’, e que está ‘emocionado,
por saber que (o musical) está em mãos profissionais e talentosas, e com um
conceito único e original’”. Quanto a isso, o herdeiro de BOLAÑOS
tem toda a razão. O musical, felizmente, caiu em mãos de profissionais
muito competentes, que souberam honrar a memória e a obra do grande
artista mexicano. E arremata Roberto, dizendo que “CHAVES – UM
TRIBUTO MUSICAL” é um sonho que se tornou realidade”. Ele esteve em São
Paulo, creio que para a estreia do musical, e, segundo informações,
chegou a passar mal, de tanta emoção. Acho que, em seu lugar, eu também reagiria
da mesma forma, diante do acolhimento e o carinho do povo brasileiro por seu
pai.
Mateus Ribeiro/Chavez e Roberto Gómez Bolaños.
Não pensem que, indo ao
Teatro Opus, para assistir à peça, estariam os espectadores
diante de algum ou alguns episódios da série televisiva. Não se trata, em
absoluto, disso, como já foi dito. É um texto original, ótimo, diga-se
de passagem, que já o seria, se, apenas, se ativesse às trapalhadas de CHAVEZ
e sua turma. O que acontece, e isso me fez chorar muito, durante o espetáculo,
é que a ideia de FERNANDA MAIA contemplou, também, a presença de palhaços
em cena. Palhaços e circo sempre me comovem em dose cavalar. Eles não estão em cena por acaso, mas com um
propósito muito nobre, qual seja o de homenagear esses maravilhosos artistas
do picadeiro e, em especial, BENJAMIN (MILTON FILHO), o
primeiro palhaço negro brasileiro. (Pronto, já estou me contando, para não
chorar.). Para mim, a ideia de FERNANDA extrapolou os limites da criatividade,
do bom gosto e da capacidade de causar emoção, como pode ser conferido na sinopse
abaixo:
SINOPSE:
O espetáculo começa e o público
fica intrigado.
Em vez da Vila do Chaves, o
abrir da cortina deixa à mostra um grande paredão, com uma porta de elevador no
centro e um "bureau" de atendimento.
Palhaços em cena. (O que
estariam fazendo ali, na “peça do CHAVEZ?!”).
Num dos cantos do palco, três pessoas:
duas vestidas de palhaço, um homem e uma mulher. A terceira é um outro
homem, vestindo um terno. É BOLAÑOS (FABIANO AUGUSTO).
Na verdade, todos já estão mortos,
pleiteando uma entrada no “Céu dos Palhaços”, para o que teriam de
provar tal condição.
O primeiro candidato provou, entrou no
elevador e foi levado ao tal “Céu”.
O mesmo aconteceu com a simpática palhacinha
que o acompanhava.
O palhaço responsável pela
seleção não entendeu a presença do homem de terno e gravata e pergunta-lhe o
que ele estava fazendo ali.
BOLAÑOS diz que se achava
uma espécie de palhaço, embora não se caracterizasse, fisicamente, como
um.
Disse que, na verdade, era um escritor,
mas, como “não há um “Céu de Escritores”, achou que o mais próximo e
adequado a si seria o “Céu dos Palhaços”, uma vez que o que ele escrevia
sempre provocava risos.
O selecionador pede-lhe, então, que
prove que ele é um palhaço e, graças à magia do TEATRO, descem à Terra,
sem problema de serem vistos, uma vez que eram apenas espíritos, e BOLAÑOS
leva o palhaço-chefe e sus ajudantes, os quais o punham à prova, até os
estúdios em que estavam sendo gravadas cenas da série que ele escrevia e na qual
atuava também.
Então, desaparece aquele paredão, surge
o cenário da Vila e ocorre o dia a dia de seus moradores e
frequentadores: CHAVEZ (MATEUS RIBEIRO), CHIQUINHA (CAROL COSTA),
DIEGO VELLOSO (QUICO), ANDRÉ POTTES (SEU MADRUGA), ANDREZA
MASSEI (DONA CLOTILDE), PATRICK AMSTALDEN (PROFESSOR GIRAFALES), MARIA
CLARA MANESCO (DONA FLORINDA e PÓPIS), ETTORE VERÍSSIMO (SR.
BARRIGA e NHONHO).
A partir daí, é só diversão e muitas
gargalhadas.
Poderia existir maior criatividade
e poesia, por parte da dramaturga, quando pensou num “Céu de Palhaços”?
Isso já basta para nos emocionar. Neste espetáculo, diversão e emoção
dão as mãos, o tempo todo, em cerca de 150 minutos de duração. E
demora, bastante, para nos recuperarmos, quando a peça termina.
Eu teria muitos motivos
para recomendar este musical, feito, de propósito, para atingir crianças
e adultos, e agradar a todos, mas vou me limitar a alguns.
Quanto ao texto,
inédito (REPITO!), de FERNANDA MAIA, creio já ter esgotado a
minha empolgação com ele. Os diálogos são muito bem costurados, as piadas
funcionam na dose certa, algumas, sabiamente, adaptadas para a nossa realidade,
e, acima de tudo, a ideia do argumento é um achado. Homenagear um “palhaço”
sem tintas no rosto e sem roupas coloridas, utilizando “clowns”
de verdade é algo que merece todos os aplausos.
FERNANDA ainda é
a responsável pela parte musical da peça, que reúne alguns sucessos
conhecidos, clássicos do seriado, e composições inéditas e adaptações
dela. E o público canta junto, o que sabe e o que não sabe. A cada canção, uma
explosão: delírios e saudosismo.
Aplaudo, mais uma vez,
de pé, um trabalho de direção de ZÉ HENRIQUE DE PAULA,
principalmente pelo grande desafio que, certamente, foi, para ele, dirigir esta
montagem, uma vez que não faria o menor sentido levar à cena uma cópia
do que se vê na televisão. "Percebemos que não poderia ser uma
simples transposição, pois, se a TV oferece o ‘close’, o TEATRO ocupa mais o
olhar do espectador.". São palavras do diretor, o qual
acertou no centro do alvo, com seus toques pessoais, sem, contudo,
descaracterizar a obra de BOLAÑOS.
O elenco é digno
de todos os gritos de “BRAVO!!!”. O trabalho de todos é irretocável.
Houve, por parte de cada um, um visível comprometimento com o trabalho, a
vontade de dar o seu melhor, que acabou culminando nesta inesquecível montagem.
Cada um reproduz, fielmente, os trejeitos, cacoetes e particularidades dos personagens.
Todos, no elenco, sem a
menor exceção, do protagonista ao personagem mais coadjuvante (Sempre
repito que “coadjuvante” é o personagem, não o ator.) são dignos dos mais
calorosos aplausos, como prova do nosso reconhecimento, por tanto talento
e dedicação.
Sinceramente, eu não
sei mais o que dizer sobre MATEUS RIBEIRO, porque, sempre que escrevo uma
crítica acerca de um espetáculo em que ele atua, não faço outra
coisa a não ser jogar todos os focos sobre ele. MATEUS faria uma
brilhante carreira internacional, se fosse seu desejo. Seu CHAVEZ,
garoto órfão, de 8 anos, que mora dentro de um barril, certamente, lhe renderá
mais prêmios, para a sua coleção. É inacreditável e indescritível o talento
desse rapaz, de quem tenho a honra de ser amigo, embora, quando escrevo,
sempre o faça com a maior isenção. Amigos, amigos; profissionais, à parte.
Também não posso deixar de registrar sua humildade e generosidade. MATEUS
é uma unanimidade, entre seus pares e amigos. Mas o que se pode dizer, de
verdade, sobre alguém que, em 2018, entrou para a lista “Under 30”,
da revista Forbes, como “um dos jovens, com menos de 30 anos, mais
promissores do país”? Só que, para mim, ele, faz tempo, deixou de ser
uma promessa, para se tornar uma feliz realidade e motivo de orgulho para os
brasileiros que amam o TEATRO MUSICAL. MATEUS é, sem a menor
sombra de dúvidas, um dos nossos mais completos e competentes atores de
musicais e, em cada novo trabalho, consegue a façanha de se superar, em
relação aos anteriores. “ISSO, ISSO, ISSO, ISSO!”; “FOI SEM QUERER,
QUERENDO.”; “NINGUÉM TEM PACIÊNCIA COMIGO!”; “É QUE ME ESCAPULIU!”; “TÁ BOM,
MAS NÃO SE IRRITE”!
MATEUS brilha,
em “CHAVEZ...”, mas não está sozinho. Com todo o seu talento, sua “luz”
não seria tão ofuscante, se não brilhassem, também, seus colegas de cena. Como
fiquei feliz por ver FABIANO AUGUSTO interpretando ROBERTO GÓMEZ
BOLAÑOS! O personagem, pessoa física, que não teria nada para
angariar tanta simpatia do público, misturado aos personagens que BOLOÑOS
criou, é importantíssimo, na trama, e ganha a total simpatia do público, pela
correção como é interpretado por FABIANO.
Acho que este trabalho
já se alongou demais, motivo pelo qual vou limitar, a poucas palavras, meus
comentários aos demais elementos do elenco. Paralelamente ao talento
individual de cada um, que é enorme, o trabalho de caracterização,
obviamente, contribuiu bastante para o sucesso de cada atuação, assim como a preparação
de atores, a cargo de uma das mais competentes profissionais no ramo, INÊS
ARANHA.
Não poderia haver melhor CHIQUINHA
que CAROL COSTA. É a própria, em carne, osso, trapalhadas e elogios
interesseiros. “O
QUE VOCÊ TEM DE BURRO VOCÊ TEM DE BURRO!"; "POIS É, POIS É, POIS
É!"; "PAPAIZINHO LINDO, MEU AMOR!"
O mesmo pode ser dito em relação a DIEGO
VELLOSO, com seu impagável QUICO e suas bizarrices, implicando com o
pobre do CHAVEZ, brigando com CHIQUINHA, levando a pior, com o SEU
MADRUGA, e superprotegido pela mãe, a DONA FLORINDA. “GENTALHA,
GENTALHA!"; "DA PARTE DE QUEM?"; "VOCÊ VAI VER, EU VOU
CONTAR TUDO PRA MINHA MÃE"; "DIZ QUE SIM, DIZ QUE SIM, VAI...
SIIIIIIM?"; "NÃO DEU!"; "AH! CALE-SE, CALE-SE, CALE-SE, QUE
VOCÊ ME DEIXA LOOOOUCO!"
ANDRÉ POTES, na pele de SEU
MADRUGA, de todos, é o que menos se parece, fisicamente, com o original, entretanto se comporta como o personagem original e também executa um ótimo trabalho, sempre incompreendido, dando “mancadas” e
apanhando da DONA FLORINDA. “QUE QUE FOI, QUE QUE FOI, QUE QUE
HÁ?"; "TINHA QUE SER O CHAVES MESMO!"; "SÓ NÃO TE DOU OUTRA
PORQUE..."; "COM TODA BARRIGA, SENHOR CERTEZA"; "SOU POBRE,
PORÉM HONRADO!"
Uma das grandes damas do TEATRO MUSICAL
BRASILEIRO, ANDREZZA MASSEI, convidada, especialmente, para o
elenco, é uma perfeita DONA CLOTILDE, a “BRUXA DO 71”. A personagem,
temida pelos vizinhos (Até a página 5.), não aparece tanto em cena,
porém, sempre que o faz, marca presença, graças ao imenso alento da atriz
e total domínio da personagem. Sempre furiosa, quando chamada de “bruxa”. Muitos aplausos
para ANDREZZA!!! “QUEM É BRUXA? EU NÃO
SOU NENHUMA BRUXA! COMO? CHAMOU QUEM DE BRUXA?"; "BONECO,
SIMPÁTICO!"; "O QUÊ?" É MELHOR NÃO DIZER NADA!"; “SATANÁS!
CADÊ VOCÊ, SATANÁS? SATANÁÁÁÁÁÁÁS!"; “AI, SEU MADRUGA! O SENHOR ME
ENCABULA!”; “É A SUA BISAVÓ, VIU?!”
MARIA CLARA
MANESCO interpreta, com muita propriedade, DONA FLORINDA, derretendo-se de amores pelo PROFESSOR
GIRAFALES, sem, contudo, “dar mole”, fazendo-se de “difícil”. Também, na
excelente cena que reproduz uma aula, do PROFESSOR GIRAFALES, muito parecida com a nossa impagável "Escolinha do Professor Raimundo", a atriz
faz uma “dobradinha”, dando vida a outra personagem, a menina PÓPIS.
“PROFESSOR GIRAFALES! QUE MILAGRE O SENHOR POR AQUI!";
"NÃO GOSTARIA DE ENTRAR, PARA TOMAR UMA XÍCARA DE CAFÉ?";
"VAMOS, TESOURO, NÃO SE MISTURE COM ESSA GENTALHA!"; "E, DA
PRÓXIMA VEZ, VÁ (...) A SUA VÓ!”
O PROFESSOR GIRAFALES, o qual,
por ser muito alto e magro, era chamado, por trás, pelos alunos, de vários
apelidos (“Quilômetro
Parado”, “Mangueira de Bombeiro”, “Trilho em Pé”,
“Tobogã de Salto Alto” e “ Professor
Linguiça”, este o melhor de todos, na minha opinião.), parece ter sido
escrito para PATRICK AMSTALDENN, ator também especialmente
convidado para o papel. Ele é o cortejador contumaz de DONA CLOTILDE,
que lhe corresponde, parcimoniosamente, o interesse. A gentileza em forma de
homem. “SE NÃO FOR INCÔMODO"; "VIM LHE
TRAZER ESTE HUMILDE PRESENTE"; "DEPOIS DA SENHORA."; "DIZIA
EU QUE A ARITMÉTICA..."; "SILÊÊÊÊÊNCIOOOO..."; "TÁ! TÁ! TÁ!
TÁ! TÁ!”
Para finalizar o universo dos amigos e
conhecidos de CHAVEZ, temos o pobre do SR. BARRIGA, o proprietário da Vila,
sempre na, quase impossível, missão de cobrar os aluguéis que lhe são devidos, personagem
de ETTORE VERÍSSIMO, que também é o NHONHO, um colega de
classe, que sofre “bullying”, por ser gordo, na já citada cena da
aula. “TINHA
QUE SER O CHAVES!" "TINHA QUE SER O CHAVES DE NOVO!".
Mas não para aí o ótimo e numeroso elenco do
musical. Os palhaços são um “show” à parte. Todos
os atores e atrizes que os vivem fazem excelentes trabalhos, a
começar por MILTON FILHO, interpretando BENJAMIN (Benjamin de Oliveira),
o primeiro palhaço negro, no Brasil, o responsável por selecionar quem
deve ou não entrar no “Céu dos Palhaços”. Ainda fazem parte dessa trupe
DANTE PACCOLA, o hilário PALHAÇO DR. ZAMBETA; DAVI NOVAES,
o PALHAÇO TUFO; LARISSA LANDIM, a graciosa PALHAÇA PATINETE;
LUCAS DRUMMOND, o PALHAÇO TUTUZINHO, que ainda aparece, de
relance, como CHAPOLIM COLORADO (Será que vem outro musical, na mesma linha, por aí?); NAY
FERNANDES, a PALHAÇA PAÇOQUINHA; THIAGO CARREIRA, o PALHAÇO
WLADIMIR; e BIA FREITAS (SWING).
Quase todos também podem ser utilizados, numa emergência, como “covers”
de outros personagens.
Esta crítica jamais estaria completa, se eu
não tecesse os mais merecidos elogios e aplausos à impecável cenografia,
digna de premiações, assinada por EROM REIGOTA e BRUNO ANSELMO (A reprodução da Vila é perfeita!!! A cenografia do "foyer" é de CÉSAR COSTA. Muitos aplausos para todos!!!)),
assim como os figurinos e o visagismo, feitos por um grande artista
no assunto, FÁBIO NAMATAME, inspiradíssimo, tanto na escolha, no desenho
e na confecção dos modelos e das cores como no cuidadoso trabalho de maquiagem
e adereços, que levaram o elenco a se transformar, fisicamente,
nos personagens. Trabalho de um grande mestre!
Dois outros elementos de criação, muito
próximos, entre si, são a direção musical e a coreografia.
Aquela, a cargo de FERNANDA MAIA, é excepcional, incluindo os arranjos
e as composições originais. Esta, muito alegre, como pede o espetáculo,
surgiu da criatividade de GABRIEL MALO. É divertida e muito bem
realizada em cena.
Não poderia ficar de fora o desenho de luz,
criado por FRAN BARROS, totalmente compatível com as cenas, moldado ao sabor e
intenção de cada uma delas.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Fernanda Maia
Direção Geral: Zé Henrique de Paula
Canções Originais: Fernanda Maia
Direção Musical: Fernanda Maia
Direção Musical: Fernanda Maia
Elenco: Mateus Ribeiro (Chavez), Carol Costa (Chiquinha),
Diego Velloso (Quico), André Pottes (Seu Madruga), Andreza Massei (Dona Clotilde),
Patrick Amstalden (Professor Girafales), Maria Clara Manesco (Dona Florinda e Pópis),
Ettore Veríssimo (Sr. Barriga e Nhonho), Fabiano Augusto (Roberto Gómez Bolaños) Milton Filho (Palhaço Benjamin), Dante
Paccola (Palhaço Dr. Zambeta), Davi Novaes (Palhaço Tufo), Larissa Landim (Palhaça
Patinete), Lucas Drummond (Palhaço Tutuzinho), Nay Fernandes (Palhaça Paçoquinha),
Thiago Carreira (Palhaço Wladimir) e Bia Freitas (Swing)
Músicos: Rafa Miranda (piano e regência), César
Roversi (flauta, clarinete e saxofone), Ivan de Andrade (clarinete e saxofone),
Leo Versolato (baixo), Lucas Brogiolo (bateria e percussão) e Renato Oliveira
(violão e guitarra)
Preparação de Elenco: Inês Aranha
Assistência de Direção Musical, Regência e Preparação Vocal: Rafa Miranda
Coreografia: Gabriel Malo
Assistência de Coreografia: Bia Freitas
Cenografia: Eron Reigota e Bruno Anselmo
Assistência de Cenografia: João Paulo Oliveira
Cenografia “foyer”: César Costa
Assistência de Cenografia: João Paulo Oliveira
Cenografia “foyer”: César Costa
Cenotécnicos: Fernando Bretas e Francisco Marcos
(Chiquinho)
Maquinista: Diego Machado
Figurino e Visagismo: Fábio Namatame
Assistência de Visagismo: Dhiego Durso
Maquinista: Diego Machado
Figurino e Visagismo: Fábio Namatame
Assistência de Visagismo: Dhiego Durso
“Design de Luz: Fran Barros
“Design” de Som: João Baracho e Guilherme Ramos
Operação de Som: João Baracho e Guilherme Ramos
Consultoria de Áudio: Vinícius Ribeiro
Microfonista: Beatriz Passeti
Camareira: Marisa Hiodo
“Stage Manager": João Paulo Oliveira
Coordenação de Produção: Tatiana Véliz Lobos
Produção Executiva: Cláudia Miranda e Rodrigo Burgese
Assistente de Produção e Contrarregra: Lipe Rasoilo
Fisioterapia: Physioart Studio
Marketing e Planejamento: Anne Crunfli
Projetos Incentivados: Malagodi Projetos Culturais
Financeira / Administração: Daniela Figueiredo
Diretora Comercial: Simone Carneiro
Diretor de Arte: Gustavo Perrella
Assessoria de Imprensa: Agência Taga
Mídias Sociais: Gumma Creative Consulting e Agência Taga
Fotografia: Stephan Solon e Rafael Beck
Consultoria: Antônio Felipe Purcino e Gustavo Berriel
Assessoria de Redes Sociais: Cristina Bordinhao, Isabela Leite e Jacqueline Plensack Viana
Produção Geral: Adriana Del Claro
Realização: Adriana Del Claro e Move Concerts
“Design” de Som: João Baracho e Guilherme Ramos
Operação de Som: João Baracho e Guilherme Ramos
Consultoria de Áudio: Vinícius Ribeiro
Microfonista: Beatriz Passeti
Camareira: Marisa Hiodo
“Stage Manager": João Paulo Oliveira
Coordenação de Produção: Tatiana Véliz Lobos
Produção Executiva: Cláudia Miranda e Rodrigo Burgese
Assistente de Produção e Contrarregra: Lipe Rasoilo
Fisioterapia: Physioart Studio
Marketing e Planejamento: Anne Crunfli
Projetos Incentivados: Malagodi Projetos Culturais
Financeira / Administração: Daniela Figueiredo
Diretora Comercial: Simone Carneiro
Diretor de Arte: Gustavo Perrella
Assessoria de Imprensa: Agência Taga
Mídias Sociais: Gumma Creative Consulting e Agência Taga
Fotografia: Stephan Solon e Rafael Beck
Consultoria: Antônio Felipe Purcino e Gustavo Berriel
Assessoria de Redes Sociais: Cristina Bordinhao, Isabela Leite e Jacqueline Plensack Viana
Produção Geral: Adriana Del Claro
Realização: Adriana Del Claro e Move Concerts
(FOTOS: DIVULGAÇÃO.)
GALERIA PARTICULAR:
Com Natasha Jascalevich e Gabriel Stauffer.
Com André Loddi, Leandro Luna e Maurício Xavier.
Com Mateus Ribeiro.
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
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O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
CENSURA NUNCA MAIS!!!
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