quarta-feira, 21 de agosto de 2019


QUANDO EU SONHO,
VIRO SONHO.

(SEM LUXO NEM RIQUEZA,                                                
MAS, COM AMOR E COMPETÊNCIA,

TAMBÉM SE FAZ UM BOM

TEATRO INFANTOJUVENIL.)




         Embora meio sem tempo para escrever e com dificuldade de enfrentar um longo tempo sentado, em frente a um computador, em função de uma recém-cirurgia, resolvi reservar um tempinho, para tecer uma merecida crítica, positiva, ainda que de forma muito superficial, diferente do que me é habitual fazer, sobre um espetáculo infantojuvenil, que, de superficial, não tem nada. É bem simples, é verdade, o que não é nenhum defeito, tanto quanto poético, singelo e com um conteúdo muito enriquecedor. Falo de “QUANDO EU SONHO, VIRO SONHO”, em cartaz no Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim (VER SERVIÇO.).









SINOPSE:

Quantos sonhos cabem na cabeça de uma criança?

A quantos lugares se pode ir, sem sair do quarto, apenas usando a imaginação?

É isso que ELISA (CAROL LEIPELT), uma menina apaixonada pelo mundo dos sonhos, tenta nos mostrar. Aliás, consegue.

Mas... E quando surge um pesadelo?

O que fazer para superar os medos?

Para isso, ela conta com personagens já presentes em sua vida, como a mãe e a avó, e com personagens inusitados, como um pássaro e um caderno (Ou seria uma "caderna"?) falante.

Toda essa história de superação é embalada pelas músicas de TOQUINHO, que também trazem o lúdico e o imaginário infantil, em suas letras e melodias.

Embarque nas asas da imaginação, com ELISA, e sonhe também, pois, como ela mesma diz: “Quando chega a hora de sonhar, eu que viro sonho”.









            E como é importante virar sonho, principalmente nos dias de hoje, quando pesadelos são mais frequentes! Não podemos, entretanto, nos acovardar e nos deixar contaminar por eles. É preciso sonhar. E muito!!! Sonhar como ELISA. Sonhar colorido, pensando, sempre, que “sonho que se sonha junto, é realidade” (“Prelúdio” - Raul Seixas).

            A vida não é feita só de sonhos, infelizmente. De vez em quando, surge um ou outro pesadelo, que nos amedronta, que nos tira a calma e a paz. E isso é muito natural. O autor do texto, o jovem DANIEL DE MELLO, em sua estreia como dramaturgo (Já há outras peças na gaveta.), também, ator e diretor, teve a ideia dupla de passar a necessidade de se viver intensamente cada sonho, focando, sempre, na possibilidade de sua realização, porém ensinando-nos que, quando o onírico desaparece e surge a realidade, representada pelos pesadelos, não podemos ter medo ou fugir deles. É hora, sim, de buscar ajuda, apoio, de reunir forças e lutar contra o “inimigo”.







            DANIEL escreveu um texto muito simples, de facílima assimilação por crianças bem pequeninas e que consegue deslumbrar, também, os adultos, porque “gente grande” também tem o direto de sonhar – e deve – e porque o belo, o que é positivo, agrada a pessoas, a gente, antes de tudo, não importando a idade. Utiliza um vocabulário bem comum e, sabiamente, encontrou, na dramaturgia, um momento próprio, para que a personagem interaja com as crianças, chamando algumas ao palco. Isso agrada e funciona muito bem.





            Como sonho e música formam uma combinação perfeita, DANIEL selecionou algumas canções de TOQUINHO, para fazer parte de uma deliciosa trilha sonora, acompanhada, em uníssono, pelo público: as crianças e os adultos. São canções conhecidas, que fazem parte da memória afetiva de todos e serão, para sempre, atemporais: “O Filho Que Quero Ter”, “O Poeta Aprendiz”, “Canção do Medo”, “Valsa Para Uma Menininha”, “Ao Que Vai Chegar (Voa Coração)”, “O Caderno” e a emblemática e icônica “Aquarela” (“Numa folha qualquer, / Eu desenho um sol amarelo. / E, com cinco ou seis retas, / É fácil fazer um castelo.), que encerra o espetáculo; todas as canções se encaixam, perfeitamente, nas cenas.

               Também deve ser citado o fato do bom aproveitamento, por parte do autor/diretor, das cenas em que inclui o velho e bom Teatro de Sombras, que sempre terá sua importância e despertará interesse no público.



 






            CAROL LEIPELT, cujo trabalho, como atriz, eu não conhecia ainda, encanta a plateia, por ser uma boa intérprete e ter uma bela presença de palco e muito carisma, tanto com relação aos pequenos quanto no que diz respeito aos adultos. Representa uma ELISA meio ingênua, doce, meiga, sonhadora, alegre e consegue que seja vista, adulta que é, como uma menina, mas sem aqueles vícios horrorosos, a que estamos acostumados a ver, infelizmente, no Teatro Infantojuvenil, de idiotização da criança. Seu trabalho é muito natural e ela consegue uma excelente comunicação com o público. Tem, ainda, a seu favor, o fato de ter uma belíssima voz e ser afinadíssima, outro ganho para a peça. Além da protagonista, interpreta outros personagens ou, simplesmente, reproduz as vozes deles (mãe, avó, pássaro e “caderna” – isso mesmo, no feminino), em pequenas participações, alterando a voz e a postura física.





            CAROL é a protagonista da peça, porém, generosamente, divide a cena com o ótimo músico RENAN FRANCIONI, que a acompanha, ao vivo, ao violão, apoiado num “playback”, muito bem gravado, e, meteoricamente, participa de alguma cena, com uma fala ou outra.





            Com parcos recursos financeiros, a produção é, contudo, muito bem cuidada, com elementos simples, entretanto funcionando muito bem, como o bonito cenário, de GUSTAVO PINHEIRO, que se resume a quatro guarda-chuvas coloridos, pendurados, utilizados em algumas cenas, e dois caixotes coloridos, além de alguns poucos objetos de cena.

            TERESA MELO criou um figurino muito simples e singelo, um vestido “de menininha”, que combina muito bem com a personagem. Não sei se devo incluir com parte do figurino ou considerar como objeto de cena uma peça, assemelhada a uma capa, que assume várias funções no decorrer da peça. Um aproveitamento muito criativo da direção.

              FRANCISCO HASHIGUCHI é o responsável por uma bela luz, que ajuda a criar o universo onírico do espetáculo.







            Ganham destaque, na montagem, os adereços, criados por LEANDRO MELO, todos fundamentais, na peça.

            Também deixaram a marca de sua participação e colaboração, para o bom resultado final do espetáculo, BRUNO COSTA, na direção musical; ELIS LOUREIRO, na direção de movimento; e WILLIAM LOPES, no desenho de som, além de outros profissionais, sem os quais o trabalho de equipe não existiria: GUILHERME QUADRADO (operador de luz e assistente de produção), ADRIANA MARINHO (“design” gráfico), MOISÉS SANTANA e MÁRCIA LOPES (fotos e vídeos) e ISADORA GUENKA (produção).









FICHA TÉCNICA:

Texto e Direção: Daniel de Mello

Atuação: Carol Leipelt

Músico: Renan Francioni
Direção Musical: Bruno Costa
Direção de Movimento: Elis Loureiro
Cenário: Gustavo Pinheiro
Figurino: Teresa Melo
Adereços: Leandro Melo
Iluminação: Francisco Hashiguchi

Desenho de Som: William Lopes
Operador de Luz: Guilherme Quadrado
“Design” Gráfico: Adriana Marinho
Fotos e Vídeos: Moisés Santana e Márcia Lopes
Produção: Isadora Guenka
Assistente de Produção: Guilherme Quadrado
Direção de Produção: Carol Leipelt e Daniel de Mello
Realização: Caramello Produções















SERVIÇO:

Temporada: De 03 a 25 de agosto de 2019.
Local: Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim.
Endereço: Avenida Vieira Souto, 167 – Ipanema – Rio de Janeiro.
Dias e Horários: Sábados e domingos, às 16:00.
Valor dos Ingressos: R$40,00 e R$20 (meia entrada).
Classificação: Livre.
Gênero: Teatro Infantojuvenil









            Está cada vez mais difícil encontrar boas montagens teatrais voltadas para o público infantojuvenil, que, quando nos deparamos com uma, como esta, de boa qualidade, desperta-nos, logo, a vontade de escrever sobre ela e recomendá-la.







E VAMOS AO TEATRO!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!

RESISTAMOS!!!

COMPARTILHEM ESTE TEXTO, 
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!


















(FOTOS: MOISÉS SANTANA.)































































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