quinta-feira, 22 de novembro de 2018


PROCÓPIO –
UM EXERCÍCIO
SOBRE O FUTURO


(EU DIRIA: SOBRE O PRESENTE.
ou
UM ESPETÁCULO
MUITO COMOVENTE.
ou
UMA JUSTA E MERECIDA
HOMENAGEM AO
TEATRO BRASILEIRO.)




            Em função de uma fratura de fêmur, que me deixou afastado dos espetáculos teatrais, por quase um mês, não pude assistir à peça “PROCÓPIO – UM EXERCÍCIO SOBRE O FUTURO”, quando de sua primeira curta temporada, na Arena do SESC Copacabana, em setembro deste ano (2018). Confesso que, pelo que li a respeito e pelos relatos de amigos que assistiram a ela, todos muito favoráveis, lamentei, profundamente, não ter podido vê-la, mas esperava que voltasse ao cartaz, em outro Teatro, o que ainda está acontecendo (VER SERVIÇO.), no Teatro Serrador, Centro do Rio de Janeiro.

            O Serrador é um dos teatros mais antigos, do Rio, e não conta com elevadores. Para se ter acesso à sala de espetáculo, é necessário subir uma extensa escadaria. Mais uma vez, a frustração me pegou, pois, ainda em processo de recuperação, não conseguiria subir tantos degraus. Como, porém, este está sendo excelente, à custa de muita fisioterapia e por eu estar nas mãos de bons profissionais, achei que já teria condições de assistir à tão desejada encenação, no Serrador, na reta final da temporada. E não é que eu consegui, para a minha alegria?!

            Valeu muito a pena qualquer sacrifício, para conferir o ótimo texto de CARLA FAOUR, magnificamente dirigido por DANI BARROS, em seu segundo trabalho de direção, e excepcionalmente interpretado por dois grandes atores, tão ligados, profissionalmente, que se entendem até nos silêncios, apenas pelos olhares: KADU GARCIA e PAULO GIANNINI, os idealizadores desta produção.








SINOPSE:

No futuro, os moradores de uma praça são afetados por um “decreto”, que muda a vida de todos.

Toda e qualquer manifestação artística está proibida.

Neste contexto, dois estranhos se encontram, no interior de um prédio abandonado.

A tensão da convivência forçada e suas opiniões divergentes sobre a “ordem estabelecida” provocam situações, que vão revelando – com humor, poesia e humanidade – as mudanças na vida desses dois homens.








            A sinopse é, por demais, “enxuta”, se comparada à grandeza do espetáculo, mas é a oficial, que me foi enviada, dentro do corpo do “release” do espetáculo, por SHEILA GOMES (ASSESSORIA DE IMPRENSA).

            CARLA FAOUR é uma das mais dignas representantes dos jovens dramaturgos brasileiros, a despeito de já ter escrito tantos textos premiados, coisa de veterana. Sempre se superando, creio ter assistido, agora, à montagem de um de seus melhores textos, se não o melhor. Atualíssimo, com a maior certeza, foi escrito bem recentemente e, após o resultado da recente eleição presidencial, no Brasil, tornou-se mais atual, ainda, a ponto de eu, por conta própria, achar que o substantivo “FUTURO”, do título, já pudesse ser, infelizmente, guardadas as devidas proporções, trocado por “PRESENTE”.

            Vivemos um tempo muito conturbado, do ponto de vista político, quando nunca se falou tanto da importância da ARTE, até mesmo, sem exageros, para a sobrevivência e perpetuação da raça humana, e nunca se temeu tanto por seu proposital sucateamento, por parte de quem detém o poder, uma vez que a ARTE liberta, esclarece, traz o Homem à luz, faz abrir os olhos do povo para tudo de mal que lhe tentam fazer. É por meio da ARTE que as pessoas denunciam as artimanhas, as maracutaias, articuladas na calada da noite, com o objetivo de tentar calar a sua voz. É por isso que nunca foi tão importante falar de ARTE como agora. Em função disso, é mais que verdadeiro dizer que o espetáculo aqui analisado é oportuníssimo. E que bom que “PROCÓPIO...” está de volta, após a vitoriosíssima primeira temporada, de apenas três semanas.

            CARLA FAOUR foi felicíssima na escolha do tema e, mais ainda, no seu desenvolvimento, direcionando toda a sua inteligência e criatividade para uma dramaturgia incrivelmente bem estruturada, sem desperdício nem excesso de palavras. Cada fala é bem concisa e cheia de significados, reais ou metafóricos. Aliás, a metáfora maior está na palavra “decreto”, a toda hora repetida pelos dois personagens, como querendo, sempre, chamar a nossa atenção para o perigo que ele representa. É o tal “decreto” que faz desencadear a trama. Ele nada mais é do que o resumo de um regime de força, opressor, que tolhe toda e qualquer possibilidade de manifestação artística de um ser pensante. É para todas as pessoas. Poderia, até, haver quem concordasse com o absurdo, imposto pelo ditador que assinou o “decreto”, mas, para não correr qualquer “risco”, para garantir o poder, a determinação, ou melhor, a ordem do déspota era aplicável a todos.

Apropriando-me de parte do já citado “release”, transcrevo um seu trecho, seguido de comentários pessoais: Para onde estamos caminhando? O que é passado? O que foi presente? Em que parte da história estamos? O futuro já chegou? ‘PROCÓPIO’ propõe um exercício sobre o futuro e uma provocação sobre o nosso tempo e nossa história. Em cena, possíveis consequências na vida de dois homens que buscam sobreviver, em meio a profunda aridez cultural. No nome do espetáculo, uma homenagem ao ator, diretor e dramaturgo Procópio Ferreira, considerado um dos grandes nomes do TEATRO BRASILEIRO, que, em 62 anos de carreira, interpretou mais de 500 personagens em 427 peças.”.

Tentando responder às perguntas inseridas no parágrafo acima, oxalá eu esteja errado, entretanto, creio que estamos caminhando para um período de trevas, porquanto a ARTE incomoda, assim como a CULTURA, e a força e insanidade de quem terá, a partir de 1º de janeiro de 2019, o poder nas mãos, no Brasil, há de fazer de tudo para destruí-la. Não o conseguirão, porém, a não ser que nos calemos, que nos acovardemos e que temamos o enfrentamento. Isto é o que temos a obrigação de fazer: enfrentar, lutar, não ceder, não abrir mão das nossas tão sacrificadas conquistas, à custa, até, de vidas humanas. O passado é algo que estão tentando ressuscitar; é um filme a que já assistimos: era em preto e branco e o mocinho morria, no final. Extremamente sem graça e que muito nos fez sofrer. Não queremos a volta desse passado. O presente é a triste realidade que estamos vendo, com teatros fechados, demolidos ou entregues, literalmente, às baratas e aos roedores, e manifestações artístico-culturais sendo proibidas, abortadas, pelos governantes. O presente, na História, fará as gerações futuras sentirem pena de nós e vergonha e raiva deles; isso se elas existirem. Mas haverão de existir!!! Sim, o futuro já chegou. “PROCÓPIO...” é um exercício já sobre o presente.

Ao sair do Teatro Serrador, veio-me à cabeça, e me acompanhou em toda a viagem de volta a casa, uma canção, de Ivan Lins e Vítor Martins, que bem cabe na trilha sonora da peça: “Novo Tempo”, cuja letra transcrevo:




NOVO TEMPO
(Ivan Lins e Vítor Martins)

No novo tempo, apesar dos castigos,
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos,
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer...

No novo tempo, apesar dos perigos,
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta,
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver...

Pra que nossa esperança seja mais que vingança,
Seja sempre um caminho que se deixa de herança.

No novo tempo, apesar dos castigos,
De toda a fadiga, de toda a injustiça, estamos na briga,
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer...

No novo tempo, apesar dos perigos,
De todos os pecados, de todos os enganos, estamos marcados,
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver...

Pra que nossa esperança seja mais que vingança,
Seja sempre um caminho que se deixa de herança.

No novo tempo, apesar dos castigos,
Estamos em cena, estamos na rua, quebrando as algemas,
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer...

No novo tempo, apesar dos perigos,
A gente se encontra, cantando na praça, fazendo pirraça,
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver...








Perdão pelas digressões acima, mas estava entalado na garganta e não consegui me conter. Voltemos à análise da peça, então!

Considerando-se que uma alegoria, no campo das figuras de linguagem, pode equivaler a um conjunto de metáforas ou a uma metáfora ampliada, podemos chegar à conclusão de que, na verdade, o texto desta peça é todo alegórico, porque quase que, em cada frase e em cada gesto, notamos mensagens nas entrelinhas, subjacentes, que se reportam a várias interpretações.

“PROCÓPIO...” é uma “ficção futurista” potencialmente emblemática, do local onde se passa a ação aos personagens. Tudo provoca emoção, muita emoção, principalmente a cena final, um turbilhão de sentimentos, bons e ruins, porque eles se misturam, para provocar o espectador. E me fazer chorar bastante. Não darei "spoiller".

            A trama começa com um dos personagens, o HOMEM (KADU GARCIA) adentrando um local meio sinistro, abandonado, carcomido e destruído, pela ação do tempo. Aliás, um primor de cenografia, que merecerá, adiante, comentários. Ele se movimenta com dificuldade, em função de um tiro que levara, de raspão (é a impressão que passa) na altura de um dos joelhos. Abriga-se naquele pardieiro, que guarda um grande segredo, revelado no final da história, pelo HOMEM, mas que eu já sabia o que era; ou melhor, o que teria sido, no passado, aquele lugar, já, mais ou menos, na metade da peça, sem que alguém que passasse uma pista (Intuição de “rato-de-teatro”, depois de ter ouvido, da boca do HOMEM, que ali já fora um “lugar muito importante”.).

Com dores e sem ter para onde ir, estabeleceu-se ali mesmo, até a chegada do segundo personagem, o MISERÁVEL (PAULO GIANNINI), demonstrando ser um “morador”, um já ocupante, daquele espaço. O MISERÁVEL (Propositalmente, os personagens são anônimos, não recebem nomes de pia, próprios, e representam qualquer um de nós.), incomodado com aquela presença e surpreso com ela – não se sabe se mais uma coisa do que outra; ou ambas, no mesmo grau -, tenta expulsar o HOMEM, ameaçando-o, agressivamente, com um pedaço de pau. Muita tensão toma conta daquele lugar estranho. Instaura-se uma situação de grande desconforto para ambos. Ao MISERÁVEL, não interessava repartir o espaço com um desconhecido, um invasor, o que, na verdade, ele também era. Por outro lado, estando ali, na clandestinidade, corria o risco de ser expulso daquele lugar e severamente punido, até com a morte, pelos “autores do decreto”, caso fosse encontrado; e o HOMEM, por vingança, poderia, muito bem, denunciá-lo, se colocado dali para fora. Um está nas mãos do outro; um depende do outro para sobreviver, o que os leva a praticar, compulsoriamente, o exercício da “tolerância” e a juntar forças para a resistência. Vejo aí o primeiro grande ensinamento da peça: em situações de opressão e de perigo, o melhor a fazer é se unir e lutar juntos

            Sem ter outra saída, sem alternativas, os dois resolvem firmar uma espécie de pacto. Acordam que o HOMEM poderia dividir aquele local inóspito com o invasor que chegou antes, até que seu ferimento sarasse e ele tivesse condições de sair dali, à procura de um lugar para viver, prometendo guardar segredo quanto à presença do MISERÁVEL naquele prédio abandonado.

            A “suportável” convivência permite que um vá conhecendo, paulatinamente, a maneira de ser do outro, seus pensamentos, suas idiossincrasias. Por meio do que dizem e do modo como agem, o público, logo, percebe o abismo que há entre os dois, em termos de personalidade. Num extremo, o HOMEM, ferrenho, numa posição antagônica à existência e implantação do “decreto”, inconformado, “subversivo”, visivelmente decidido a lutar contra ele, embora cônscio de sua fragilidade, em todos os sentidos. No outro, extremos delimitados por um “muro invisível, estabelecido pelo MISERÁVEL, este se apresenta como alguém que não vê o “decreto” como algo positivo, bom e favorável às pessoas, entretanto, por acomodação ou mais “lucidez” que o outro, sente-se impotente, para lutar contra ele, demonstrando, até mesmo, um abandono ao passado, um certo desinteresse por ele, condicionando-se ao presente, ao que lhe é imposto. Isso é trabalhado, incansavelmente, em todas as falas, praticamente.   

            Já tendo expressado minha total admiração pelo magnífico texto de CARLA FAOUR, passo a fazer referência à brilhante direção de DANI BARROS, a quem caberia mergulhar no âmago de cada um dos personagens, estudá-los bastante e orientar os atores, no sentido de explorar a zona de conforto de cada um e deixar bem claro, para o público, a discordância dentro da concordância. Os personagens precisariam partir de um estado de conflito mútuo para uma convergência de forças. Isso, obviamente, é conduzido pelo texto, contando, porém, com a maestria, a regência de uma grande atriz, que já pode ter seu nome no rol dos bons profissionais de direção brasileiros. DANI explora, com suas ótimas marcações, o que o texto pede e/ou sugere. Na primeira temporada, a peça se passava num teatro de arena; agora, teve de ser transposta para um palco italiano. Algumas pessoas temiam que ela fosse perder um pouco de sua beleza plástica. Só vi a atual montagem, mas creio que nada deve ter sido prejudicado, nesse sentido.
            Embora já tenha feito, lá em cima, um pequeno e discreto registro do trabalho de KADU GARCIA e PAULO GIANNINI, na interpretação, faz-se necessário reforçar a qualidade da atuação de ambos, nivelada no mesmo altíssimo patamar. Grandes amigos, antes de colegas de trabalho e excelentes atores, a dupla se mostra extremamente afinada e generosa, um dando suporte ao outro, para que os personagens marquem seus territórios, denotativa e conotativamente falando, alternando-se, como numa gangorra, em termos de oportunidades de ter seu trabalho realçado, em relação ao outro. Esse sobe-e-desce marca todo o espetáculo. Trata-se, indiscutivelmente, de dois grandes atores de TEATRO. KADU ainda tem a oportunidade de exercitar seu lado palhaço, formação que o ator conheceu, na sua trajetória profissional, e que ainda exerce, com muita competência.



            O mérito que FERNANDO MELLO DA COSTA tem de ser discreto, uma pessoa reservada e um grande ser humano tem de genial no exercício de seu ofício de cenógrafo. A proposta cenográfica deste espetáculo é das melhores que vi neste ano de 2018. FERNANDO é um gênio!!! Pensou nos mínimos detalhes, para a composição do ambiente cênico exigido pelo texto. A cenografia “incomoda”, no sentido de “provocar”, “instigar”, o espectador, e eu não tenho a menor dúvida de que essa era a intenção do grande artista. Só faltaram ratos, baratas e outros animais do gênero circulando pelo palco, para compor, em cem por cento, a degradação daquele que já fora “um lugar muito importante”. Obra de um grande mestre!!! 

(Foto: Gilberto Bartholo.)

            Os figurinos, de BRUNO PERLATTO, estão em total harmonia com os personagens e nada mais há a se dizer sobre eles, a não ser que o grande figurinista não é aquele que busca fazer com que seus figurinos “apareçam” mais que o ator e seu trabalho. BRUNO, simplesmente, vestiu os dois atores, transformando-os em personagens, “comme il faut”.
          Como sempre, RENATO MACHADO e MAURÍCIO FUZIYAMA assinam uma bela e competente iluminação, assim como RODRIGO MARÇAL é responsável por uma direção musical ajustada à montagem. Os sons e os ruídos estranhos, vindos de fora, ajudam na atmosfera da peça.  
 






FICHA TÉCNICA:

Autora: Carla Faour
Direção: Dani Barros

Elenco: Kadu Garcia e Paulo Giannini

Cenário: Fernando Mello da Costa
Figurino: Bruno Perlatto
Iluminação: Renato Machado e Maurício Fuziyama
Direção Musical: Rodrigo Marçal
Fotos: Ricardo Borges
Designer Gráfico: Daniel de Jesus
Direção de Produção: Kadu Garcia e Paulo Giannini
Realização: Saravá Cacilda Projetos Culturais












SERVIÇO:

Temporada: De 02 a 24 de novembro de 2018.
Local: Teatro Municipal Serrador.
Endereço: Rua Senador Dantas, 13 – Cinelândia – Centro – Rio de Janeiro.
Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às 19h30min.
Valor dos Ingressos: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia entrada).
Horário e Funcionamento da Bilheteria: De 3ª feira a sábado, a partir das 15h.
Informações: (21) 2220-5033.
Classificação Indicativa: 14 anos.
Duração: 60minutos.
Lotação: 276 lugares.
Gênero: Comédia.





           Fiquei muito feliz por ter conseguido assistir à peça, que recomendo com o maior empenho, e poder ter escrito sobre ela, antes que saísse de cartaz.
           Para encerrar esta crítica, transcrevo um trecho, adaptado, do já mencionado “release”, com o qual concordo plenamente: “A reestreia, no Teatro Serrador, tem um gostinho a mais. O título da peça é uma homenagem ao magistral ator Procópio Ferreira (1898-1979) (...). E está aí a coincidência: o espetáculo de inauguração do Serrador foi, justamente, com a companhia de Procópio, que havia arrendado o teatro. A abertura foi no dia 1º de março de 1940, com a peça, de Joracy Camargo,“ Maria Cachucha” (...), com Procópio Ferreira à frente de grande elenco. Aliás, o Teatro tem mesmo tudo a ver com a família. Foi lá que, em 1941, Bibi Ferreira (filha de Procópio) fez sua estreia profissional, na comédia “La Locandiera”, de Goldoni.

 
(Foto: Gilberto Bartholo.)

E VAMOS AO TEATRO!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!

RESISTAMOS!!!

COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!


 
(Foto: Gilberto Bartholo.) 


(FOTOS: RICARDO BORGES)



































Um comentário:

  1. Muito feliz em ver um excelente espetáculo.
    Mais uma vez escrito por uma ótima crítica, sempre completa e perfeita.

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