“JACKSONS
DO
PANDEIRO”
ou
(EU VI SEU PANDEIRO
BRILHANDO
NO CÉU.)
ou
(PROCURA-SE UMA
CLASSIFICAÇÃO TÉCNICA
PARA UMA
OBRA-PRIMA.)
Uma lua gigantesca brilhava no céu, quase sobre a Cidade
das Artes, no Rio de Janeiro (Barra da Tijuca) na noite de 17 de
janeiro de 2022. De um ponto privilegiado da imensa área aberta, fora do Teatro,
eu olhava para ela, extasiado e pensando que seu formato circular lembrava
milhões de coisas, inclusive um pandeiro, sem as suas platinelas ou
soalhas,
o nome mais apropriado, o pandeiro de um certo JACKSON, que, de
tão grande, por dentro, já que, por fora, era o que, pejorativamente, se costuma
chamar de “tampinha”, uma vez que não media muito mais que um
metro e meio, teve seu nome pluralizado, no título do "espetáculo" que me
levou àquele lugar, a que tanto gosto de ir: “JACKSONS DO PANDEIRO”.
Uma
marchinha de carnaval, da minha infância, tinha, como refrão, o verso “Tão
pequenino, de tambor tão grande”. Ela poderia ser aplicada ao personagem
protagonista de “algo” a que assisti, no palco do Teatro
principal da Cidade das Artes, trocando-se, evidentemente, o nome
do instrumento: de tambor para pandeiro.
JACKSON,
nascido José, DO PANDEIRO, se vivo fosse, estaria completando 103
anos em agosto deste ano (2022). O "espetáculo" a ele dirigido,
como justíssima homenagem, apresentado pela "CIA. BARCA DOS CORAÇÕES PARTIDOS",
deveria ser, creio eu, para comemorar o seu centenário de nascimento, em
2019 (31 de agosto), mas sua produção atrasou um pouco e ficou
para abril de 2020, entretanto a pandemia de COVID-19 agiu
como “bandido” e fez com que a sua estreia tivesse de ser adiada, a poucos dias de seu lançamento, obrigando
o grupo, a sua diretora, DUDA MAIA e a idealizadora e
produtora, ANDRÉA ALVES a se resignarem com uma montagem que
foi filmada e, largamente, exibida pelas telas, com um sucesso extraordinário,
como acontece com qualquer produção que venha dessa gente talentosa, e
nos deixou com uma vontade imensa de ver aquilo ao vivo. TEATRO presencial,
com cheiro, gosto e tempero de TEATRO. Isso está acontecendo,
infelizmente, por pouco tempo, apenas, muito pouco tempo, num Teatro que
comporta 1235 espectadores, a Grande Sala, da Cidade das Artes,
que estava superlotada, na noite da sessão para convidados, à qual
compareci. E, certamente, é o que acontece em todos os espetáculos do grupo.
Jackson do Pandeiro
Não sei se repararam que, no segundo parágrafo,
utilizei o vocábulo “algo” e, embora fique cansativo, reconheço,
durante toda esta crítica, vou me referir a esse “algo”, empregando, quase sempre, a palavra “espetáculo”, dado que, como ocorreu com a montagem,
há seis anos, de “Auê”, não consigo definir, tecnicamente, a obra em si.
“Auê” não era uma peça de TEATRO, um musical, um “show”...
Era, simplesmente, um “Auê”. Acho que posso dizer o mesmo, agora, com
relação a “JACKSONS DO PANDEIRO”. Não sei, sinceramente, classificar,
tecnicamente, aquele “algo”, mas posso atribuir-lhe, sem o menor
medo de errar, uma classificação adjetiva: OBRA-PRIMA.
SINOPSE:
Via de
regra, quando recebemos o “release” de uma peça teatral,
está inserido nele uma SINOPSE do que será visto em cena.
No caso
de “JACKSONS DO PANDEIRO”, ela não existe, especificamente,
preparada pela assessoria de imprensa, mas eu poderia, sem muito
esforço, mas, também, sem ter a certeza de que estaria ajudando, dizer que se
trata de um trabalho “amorfo”, tecnicamente falando, sob o
meu ponto de vista, aproximando-se, um pouco de um TEATRO MUSICAL, uma
vez que há uma narrativa cronológica da vida do homenageado, ainda que não
seja, propriamente, um musical biográfico, em textos inéditos e canções
já conhecidas e consagradas, o que se mistura a aspectos e detalhes da vida
pessoal dos dez atores /cantores / multi-instrumentistas em cena, tudo
mostrado com muita música, ritmo, cores...
Um “espetáculo” contagiante,
arrebatador, do primeiro ao último minuto, recheado de humor e de lirismo também.
Assisti à montagem, “on-line”, umas três
ou quatro vezes, em outubro de 2020, e me emocionava, muito e sempre, a
cada nova oportunidade de saber da trajetória pessoal e artística de JACKSON
DO PANDEIRO, o qual cansei de ver, ao vivo, e aplaudir, ainda criança, no
auditório da célebre e histórica Rádio Nacional do Rio de Janeiro (Praça Mauá, nº
7), nos programas de Manoel Barcelos, às 5ªas feiras; de César
de Alencar, nas tardes dos sábados; e de Paulo Gracindo,
nas manhãs dos domingos, sempre levado pelas mãos de Dona Adelaide,
uma portuguesa, amiga de minha mãe. Dona Adelaide adorava programas de auditório, mas
tinha um marido muito ciumento, o Seu Antônio, que só lhe
permitia aquele prazer, se levasse o “putinho Gilberto” a
tiracolo (Para quem não sabe, “puto” é como os
portugueses chamam um menino pequeno, uma criança.), como
companhia, pelo que agradeço muito. Graças à função de “guardião da
fidelidade de Dona Adelaide”, mergulhei, profundamente, no universo do
rádio, ampliado, na minha adolescência, quando meu pai me levava ao auditório de outra, igualmente, célebre e histórica emissora, a Rádio Mayrink Veiga. Depois do golpe militar, de 1964,
a partir da ditadura militar, infelizmente, o rádio nunca mais foi o
mesmo.
Eu poderia escrever, aqui, muito sobre JACKSON (Li
muito sobre ele.) – sua biografia: a vida pessoal e artística, as dificuldades
pelas quais passou na vida e seus momentos de glória, de sucesso, não muitos -,
mas estaria dando um “spoiler”, porquanto os autores do texto,
BRAULIO TAVARES e EDUARDO RIOS, se empenharam numa profunda
pesquisa e deram forma a um roteiro que abarca, em cenas e em muitas
canções, o que de mais importante
vivenciou o grande artista, infelizmente, não tão reconhecido, como
deveria, principalmente pelas gerações mais novas, que nem podem ser culpadas
por isso, porque tiveram o azar de terem nascido num país sem memória e no
qual, cada vez mais, os bons valores culturais vão sendo, mais rapidamente,
descartados, cedendo espaço a coisas “fabricadas”, de péssimo
gosto e nenhum valor artístico, mas que rendem muitos cifrões a muita gente.
Por
oportuno, com relação ao texto, achei que deveria transcrever um trecho
de uma revelação, que se encontra no corpo do “release”, que me chegou às mãos,
via PEDRO NEVES (FACTORIA COMUNICAÇÃO): “Optamos por distribuir a ação em
brincantes, que contam pedaços de suas histórias pessoais, as quais, em muitos
pontos, coincidem com a história de JACKSON. Falando de JACKSON,
falamos desses nordestinos anônimos. Falando deles, falamos do cantor e
compositor, que levou a vida deles para as rádios e as TVs, em forma de cocos e
baiões”, analisa BRAULIO TAVARES, natural de Campina Grande (PB) e autor de
‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’, que, desta vez, divide a dramaturgia com o
pernambucano EDUARDO RIOS, fundador da "BARCA..." e integrante de todas as seis
montagens da companhia. Ambos têm profunda relação com a cultura nordestina e
sua poesia popular.”.
Isso constitui um detalhe muito
importante sobre o texto, o fato de que ele “não é uma biografia, mas (...)
aborda episódios e músicas de JACKSON que se relacionam com a vida
dos atores em cena”. Todos, do elenco, são JACKSONS e JACKSON está em
todos, do elenco.
Creio que nada mais necessitava dizer sobre o texto do “espetáculo”,
todavia senti vontade de antecipar, a quem ainda vai assistir ao trabalho, que JACKSON
causava grande admiração e interesse ao público da época e aos músicos e
artistas de seu tempo, por seu ecletismo, pois, com o mesmo talento, cantava os mais
diversos gêneros musicais, genuinamente brasileiros, como o baião, o coco, o samba-coco, o xote,
o rojão, além de marchinhas de
carnaval. Os cinco primeiros ritmos da relação eram típicos de sua região de
origem, o nordeste brasileiro, mais propriamente, a Paraíba,
nascido na cidade de Alagoa Grande. Vale a pena lembrar que ele e Luiz
Gonzaga foram os dois grandes responsáveis por irradiar os gêneros
musicais do nordeste brasileiro para o país inteiro.
Um
detalhe que haverá de causar muita surpresa a quem me lê é o fato de o grande
gênio João Gilberto ter declarado que aprendeu a dividir os
versos das canções com JACKSON. É o que dizem alguns. Não sei se
procede, realmente, tal declaração, porém quem conhece música percebe, sim, uma
identidade entre o modo de cantar dos dois, no que se refere à divisão métrica
e rítmica das canções.
Por infeliz coincidência, foi, exatamente, no final
da década de 1950, com o advento da Bossa-Nova, que JACKSON
começou, pode-se dizer, a viver o seu declínio, a perder popularidade e prestígio, e o “tiro de misericórdia” parece ter
sido disparado, não intencionalmente, é claro, pelo movimento da Jovem
Guarda, muito embora, os artistas mais velhos sempre o prestigiassem, o que
era pouco, até a sua morte, em 10 de julho de 1982, aos 62 anos de
idade, em Brasília. Vários cantores modernos, famosos, regravaram
algumas de suas canções e sucessos de venda, com diferentes e interessantes arranjos, porém ninguém
o fez melhor do que Gilberto Gil, que incluiu um dos maiores
sucessos de JACKSON, “Chiclete com Banana”, em 1982,
num dos seus melhores álbuns, o “Expresso 2222”.
Senti falta, no roteiro, de um destaque
maior a Almira Castilho, que foi companheira de JACKSON, por doze
anos, e, com ele, se apresentava em dupla: “E com vocês JACKSON DO
PANDEIRO e Almira Castilho!”. Ela tocava, às vezes, um instrumento de
percussão e o que fazia, para chamar a atenção do público, além de ajudar no
canto, era executar uma “dancinha”, meio desengonçada, lembrando
aquele “boneco do posto”. As crianças, principalmente, se
divertiam bastante com sua “coreografia”. Eu adorava imitá-la.
(As fontes de todas as fotos acima, encontradas na internet, são desconhecidas.)
O espetáculo comemora e celebra dois fatos
importantes: 10 anos de criação da "CIA. BARCA DOS CORAÇÕES
PARTIDOS" e 30 anos da "SARAU AGÊNCIA DE CULTURA BRASILEIRA", de ANDRÉA ALVES, produtora
e idealizadora das montagens da "BARCA...", desde a sua criação.
Antes deste
evento, a "BARCA..." já era conhecida e aclamada, em todo o Brasil, e
vem colecionando dezenas de prêmios, por seus trabalhos anteriores: "Gonzagão
– A Lenda" (2012), “Ópera do Malandro” (2014), “Auê”
(2016), “Suassuna – O Auto do Reino do Sol" (2017), “Desancora”
(“show”, criado em 2018 – o único espetáculo deles a que
não assisti -, que não é TEATRO, mas que, esporadicamente, a CIA. apresenta, Brasil afora) e “Macunaíma – Uma Rapsódia Musical”
(2019).
A formação oficial da “BARCA DOS CORAÇÕES PARTIDOS” traz,
pela ordem alfabética, os nomes de ADRÉN ALVES, ALFREDO DEL-PENHO,
BETO LEMOS, EDUARDO RIOS, FÁBIO ENRIQUEZ, RENATO LUCIANO
e RICCA BARROS, mas, apenas em “Auê” (Não sei se, também,
em “Desancora”) o grupo se apresentou sozinho. Nas outras montagens,
contaram com a participação de alguns convidados. Não foi diferente agora, quando
se juntaram, aos sete, EVERTON CORONÉ, LUCAS DOS PRAZERES e LUIZA
LOROZA. “Juntos, eles passaram meses, envolvidos em oficinas,
pesquisas e em um longo processo de ensaios, quando o texto foi desenvolvido, a
partir de exercícios e histórias pessoais”, como
informa o já citado “release”.
Conhecendo, profundamente, há muitos anos, cada “tripulante”
dessa "BARCA...", até antes de ela existir, e tendo a honra de ser amigo de
todos, sinto-me até suspeito, e quase constrangido, para dizer, mas não posso
faltar à verdade, que o septeto forma uma das maiores concentrações de talento,
por m2, num palco. E, ainda por cima, sempre convidam gente do mesmo nível.
Assim foi nas outras produções, assim está sendo nesta.
É impressionante o talento individual de cada “marinheiro”
e em grupo, a ponto de não me permitir, e acho que a nenhum outro crítico,
destacar este ou aquele, ou aquela – não podemos nos esquecer da talentosíssima
LUIZA LOROZA -, pois todos se nivelam, muito por cima, em cena, e cada um atrai, para si,
todos os focos e atenção, quando faz um solo, seja na forma de texto,
seja por meio de uma canção. Soladas ou cantadas em duplas, em grupos
maiores ou por todos, simultaneamente, as canções são um tempero
fundamental para o molho que eles colocam na montagem. A “BARCA”
não dá um minuto de “respiro” à plateia. Enquanto as pessoas
estão aplaudindo, freneticamente, o final de um número, eles, imediatamente,
emendam com outro de igual qualidade, ou melhor. Não sei de onde tiram tanta
energia e capacidade de comunicação com o público. Senti isso já quando vi o “espetáculo”
pela tela e fiquei imaginando o quanto aquilo seria potencializado ao vivo.
Errei feio, para menos, nos meus cálculos. Aqueles dez nos levam a um êxtase,
quase entramos em transe. Lembram daquele “meme”: “É verdade
esse bilhete.”? Além da facilidade como cantam e atuam, fruto,
evidentemente, de muito trabalho e estudo, ainda são multi-instrumentistas,
e, na hora das trocas de instrumentos, levam o público ao delírio, pela forma,
ensaiadíssima, como as fazem. Os instrumentos parecem surgir do nada e eles,
uns magos, porque, “com um estalar de dedos”, "materializam os
instrumentos". Durante esses dez anos de intimidade artística,
principalmente pelo fato de conviverem juntos, em viagens, por longos períodos,
todos foram procurando aprender, uns com os outros ou por conta própria, a
tocar um instrumento novo, fato que torna qualquer um de seus espetáculos algo
inovador, sempre com vários fatores-surpresa, “de bônus”.
É indiscutível, não me canso de repetir, o talento artístico de
cada um do elenco, em cena, entretanto, tirando todos os demais elementos
que ajudam na construção do “espetáculo”, todos da maior
importância e que serão analisados, um a um, se ficarmos, apenas, com
com a direção e o elenco, eu diria que, a cada um, cabe o percentual de 50% de
responsabilidade pelo sucesso que alcançam. A parte que cabe à direção
é creditada a DUDA MAIA, uma espécie de “oitava mosqueteira”,
uma vez que dirigiu e/ou fez a direção de movimento de quase
todos os trabalhos CIA., tendo sido consagrada, junto com o grupo,
em “Auê”, a partir de quando passou a merecer o devido respeito e
reconhecimento de seu trabalho, por parte do público e da crítica especializada,
a partir do momento em que passou a explorar, de forma bem ampla, a ideia de
trabalhar o “corpo-rítmico” dos atores, técnica muito
ampliada na montagem em tela. DUDA é uma fábrica de engenhosas ideias,
que se multiplicam em escala geométrica. Além de trabalhar com a “BARCA”,
assina outras direções e, mesmo que um espectador assíduo de TEATRO,
um amante e entendedor dessa ARTE MAIOR, vá assistir a uma peça,
sem conhecer, previamente, sua ficha técnica, com pouco tempo de o espetáculo
iniciado, é levado a concluir que, alí, estão as mãos, a inteligência, a
criatividade e o bom gosto de DUDA MAIA. Já passei por essa experiência.
A razão disso é que ela tem, bem definidas, suas digitais, inimitáveis e contagiantes.
DUDA criou um estilo de produzir movimentos, que exige muito,
fisicamente, dos artistas, e que produz um efeito hipnotizante, para a
plateia. Ninguém consegue se dispersar nos seus espetáculos. É tudo
muito rápido, dinâmico; as marcações são sempre surpreendentes e precisas. A mesmice,
apesar de a prática do já referido estilo próprio de fazer os corpos se moverem
em cena obedecer a um determinado “estilo”, nunca acontece. O
público jamais adivinha como aquele braço, aquela perna, aquela cabeça, aquele
corpo inteiro vai ser “alterado”, no segundo seguinte. Tenho a
impressão de que, durante o processo de erguer o espetáculo, as ideias vão
brotando, da cabeça daquela “baixinha arretada”, muito em
função do que ela dispõe como espaço cênico e cenário. O fato é
que, no final, tudo dá certo. E muito certo.
E já que falamos em cenário, vamos a ele, assinado por ANDRÉ
CORTEZ, que parece ter um certo “parentesco” com a DUDA.
Seus trabalhos são sempre muito criativos, dignos de todos os elogios, e não
seria dessa vez que eu deixaria de fazê-los. Vejo-os, acima de tudo, a “favor
da cena”, projetados para que direção e elenco “se
esbaldem”, possam explorá-los da melhor forma possível. Desta vez, ANDRÉ
optou por pranchas, de tamanhos diferentes, distribuídas, pelo palco,
horizontalmente ou inclinadas, como “escorregas de parque infantil”,
dando-nos a impressão de uma “academia de ginástica” – acho que a
imagem não ficou muito distante -, além de uma cama elástica e, ao fundo do
espaço cênico, ao alto, uma espécie de um grande nicho, um segundo palco.
Os figurinos, de KIKA LOPES e ROCIO MOURA, trazem
uma proposta difícil de ser explicada, descrita, mas facilmente percebidos como
algo encantador, lúdico, mágico... Não há formas definidas, nas peças de cada
elemento em cena, como trajes convencionais. Servem para alicerçar o aspecto lúdico
(Gostaria de poder utilizar outro adjetivo, mas não há nada melhor.) da montagem.
O que pode ser visto, cobrindo os corpos de cada um dos atores / cantores /
dançarinos, são muitos panos, coloridos, muito coloridos, com aplicações de
pequenos adereços, largos e que voam no espaço, formando imagens muito bonitas
e alegres, quando dos movimentos. Um elemento enriquecedor, desta produção,
digno de prêmios.
E que tipo de luz poderia combinar com todo esse universo, com
tudo o que já foi, aqui, descrito e comentado? Nada diferente do projeto criado,
e posto em prática, por RENATO MACHADO, que não economiza nas cores, nos
matizes, nas combinações cromáticas, conseguindo enriquecer, em muito, todas as
cenas, com luz total no palco ou por setores, ajustando a iluminação que vem de
cima com os “spotlights” colocados nas laterais do palco. Os
efeitos obtidos são de uma bela plasticidade. A iluminação, na grande
maioria das cenas – até porque algumas, poucas, não o pedem – evidencia um
clima festivo, de muita celebração.
Cada artista recebe um tratamento visagístico muito
bonito, contando com o lindo e criativo trabalho de UIRANDÊ DE HOLANDA.
Várias pessoas, à saída do Teatro Riachuelo – Rio, faziam
comentários positivos relacionados à clareza do som, o que ratifico,
porém não seria nenhuma novidade, para mim, já que o “design de som” é
de responsabilidade de GABRIEL D’ANGELO, um profissional que entende
muito do que faz. Som puro e cristalino, tanto nas falas quanto nas canções.
Embora não me sinta, totalmente, à vontade para chamar aquele “espetáculo”
de uma “peça musical”, a música está presente, do seu
início ao fim, e o “set list” é formado por canções do repertório
de JACKSON DO PANDEIRO, como não poderia deixar de ser, mas também reúne
outras composições, especialmente feitas para o “espetáculo”. “É
um ‘pedir licença’ à obra dele, mas sem deixar de homenageá-lo, com todo
respeito, carinho e admiração’, nas palavras de EDUARDO RIOS. “A
ligação das cenas é feita por palavras, músicas ou por uma coreografia, por
algo que não está escrito”, arremata.
ALFREDO DEL PENHO e BETO LEMOS repetem a parceria na direção
musical do “espetáculo”. “Após minuciosa pesquisa de
ALFREDO, mais de 400 composições, compostas ou gravadas por JACKSON, foram
levantadas, e o grupo passou um período trabalhando em exercícios, após a
audição das canções. A lista comprova que JACKSON era um artista sem
fronteiras e que nunca se prendeu a um gênero específico, passeando por samba,
forró, baião, coco, frevo, entre muitos outros”, texto que também faz
parte do “release”.
ROTEIRO
DAS MÚSICAS:
1.
MEU DESTINO - Autores: Beto Lemos e Eduardo Rios
2.
SINA DE BRINCANTE - Autores: Alfredo Del-Penho, Beto Lemos e Eduardo Rios
3.
SINA DE CIGARRA - Autores: Delmiro Ramos e Jackson do Pandeiro
4.
SINA DE JOSÉ GOMES - Autores: Alfredo Del-Penho, Beto Lemos e Eduardo Rios
5.
COCO DO NORTE - Autor: Rosil Cavalcânti
6.
COCO DE MÃE - Autores: Beto Lemos e Eduardo Rios
7.
QUANDO EU VIM DE LÁ - Autor: Alfredo Del-Penho
8.
BODOCONGÓ - Autores: Cícero Nunes e Humberto Teixeira
9.
FORRÓ EM CAMPINA - Autor: Jackson do Pandeiro
10.
É ESSE O MEU LUGAR - Autores: Alfredo Del-Penho e Eduardo Rios
11.
COMO TEM ZÉ NA PARAÍBA - Autores: Catulo de Paula e Manezinho Araújo (letra
adicional de Braulio Tavares)
12. XODÓ DO SANFONEIRO - Autores: Gérson Filho e João Silva
13.
FORRÓ DE ZÉ LAGOA - Autor: Rosil Cavalcânti
14.
FORRÓ EM CARUARU - Autor: Zé Dantas
15.
FORRÓ QUENTINHO - Autora: Almira Castilho
16.
FORRÓ DO REGATÃO - Autores: Antônio Bispo e Araponga do Rojão
17.
FORRÓ NA PADARIA - Autores: Alfredo Del-Penho, Braulio Tavares e Eduardo Rios
18.
ÊEE AAA - Autor: Beto Lemos
19.
TOADA DO ADEUS - Autor: Beto Lemos
20.
VALSA DAS PORTAS - Autor: Alfredo Del-Penho
21.
SEBASTIANA | EU NÃO SOU SEU VIOLÃO - Autor: Rosil Cavalcânti | Beto Lemos
(letra adicional: Beto Lemos e Eduardo Rios)
22.
FORRÓ EM LIMOEIRO - Autor: Edgar Ferreira
23.
ADIVINHAÇÃO - Autores: Edílio Fragoso e Jackson do Pandeiro
24.
CORAÇÃO BATEU - Autores: Ivo Marins e Jackson do Pandeiro
25.
TUM TUM TUM - Autores: Ari Monteiro e Cristóvão de Alencar
26.
CASACA DE COURO - Autores: Rui Morais e Silva
27.
A CARTA - AUTOR: Renato Luciano
28.
XEXÉU DE BANANEIRA - Autor: Jackson Do Pandeiro
29. MINHA ZABELÊ - Domínio Público
30. MÚSICA PARA FLORA - Autor: Alfredo Del-Penho
31. BOA NOITE - Autores: Alventino Cavalcânti, Jackson do Pandeiro e Tito Neto
32. LETRA NO PÉ - Autor: Beto Lemos
33. MEU ENXOVAL - Autores: Gordurinha e José Gomes
34. A ORDEM É SAMBA - Autores: Jackson do Pandeiro e Severino Ramos
35. CARTA PRO NORTE -Autor: Rosil Cavcalcânti
36. SAMBA DO ZIRIGUIDUM - Autores: Jadir de Castro e Luís Bittencourt
37. FILOMENA E FEDEGOSO - Autores: Jackson do Pandeiro e Elias Soares
38. CHICLETE COM BANANA - Autores: Almira Castilho, Jackson do Pandeiro e Gordurinha
39. A FEIRA / O BALAIEIRO - Autores: Mônica Silveira e Nonato Buzar / Buco do Pandeiro e Jackson do Pandeiro
40. A MULHER QUE VIROU HOMEM - Autores: Elias Soares e Jackson do Pandeiro
41. O MARIDO DELE - Autor: Lucas dos Prazeres
42. NÃO VEM, QUE NÃO TEM / VOU SIM, QUE TEM PRA MIM - Autores: José Orlando / Alfredo Del-Penho, Beto Lemos e Eduardo Rios (letra adicional: Eduardo Rios)
43. LÁGRIMA - Autores: Jackson do Pandeiro, José Garcia e Sebastião Nunes
44. ÁGUA COM LEITE - Autores: Jackson do Pandeiro e J. Cavalcânti
45. FALSO TOUREIRO - Autores: José Gomes e Heleno Clemente
46. MUNDO CÃO - Autores: Jackson do Pandeiro e Rogéria Ribeiro
47. DR. BOTICÁRIO - Autores: Jackson do Pandeiro e Nivaldo Lima
48. OGUM DE MALÊ - Autores: Antônio Nunes e Laéssio Miranda
49. MORENA BELA - Autores: Juarez Santiago e Onildo Almeida
50. CANTIGA DO SAPO - Autores: Buco do Pandeiro e Jackson do Pandeiro
51. VEM CÁ, MARIA - Autores: Dominguinhos e Durval Vieira
52. LÁ VAI A BOIADA - Autores: Jackson do Pandeiro e Manoel Pedro
53. A REGRA DO JOGO - Autores: Braulio Tavares e Lucas dos Prazeres
54. O CANTO DA EMA - Autores: Alventino Cavalcânti, Aires Viana e João do Vale
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia:
Braulio Tavares e Eduardo Rios
Direção: Duda
Maia
Assistente de
Direção: Júlia Tizumba, Eduardo Rios e Adrén Alves
Direção
Musical: Alfredo Del-Penho e Beto Lemos
Idealização e
Direção de Produção: Andréa Alves
Elenco: "Cia.
Barca dos Corações Partidos": Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos,
Eduardo Rios, Fábio Enriquez, Renato Luciano e Ricca Barros; Artistas
convidados: Everton Coroné, Lucas dos Prazeres e Luiza Loroza
Cenário: André
Cortez
Assistente de Cenografia e Produção de Arte: Tuca Benvenutti
Figurinos: Kika Lopes e Rocio Moure
Assistente de Figurino:
Masta Ariane
Iluminação: Renato Machado
“Design” de Som: Gabriel D’Angelo
Visagista: Uirandê de Holanda
Fotos: Renato
Mangolin
Assessoria de Imprensa: Pedro Neves (Factoria Comunicação)
Coordenação de
Produção: Rafael Lydio
Este projeto
conta com o incentivo fiscal da Lei de Incentivo à Cultura.
Apoio:
Prefeitura do Rio de Janeiro, Riotur e Cidade das Artes
Realização:
Sarau Agência de Cultura Brasileira, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do
Turismo, Governo Federal
SERVIÇO:
Temporada: de
14 a 30 de janeiro de 2022
Local: Grande Sala - Cidade das Artes
Endereço: Avenida das Américas, nº 5.300 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro (Em frente ao Terminal Alvorada)
Dias e Horários: de quinta-feira a sábado, às 20h30; domingo, às 18h.
Valor dos Ingressos: Plateia 1: R$110,00; Plateia 2 e Frisa: R$90,00; Galerias e
Camarote: R$50,00 (Há meia entrada em todos os setores.)
Vendas pela
plataforma SYMPLA
Recomendação
Etária: 10 anos
Gênero: ?
(OBRA-PRIMA)
FOTOS:
RENATO MANGOLIN
ARQUIVO PESSOAL
(GILBERTO BARTHOLO)
E VAMOS AO TEATRO,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO
DO BRASIL,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE
MAIS!!!
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