SE
MEU APARTAMENTO FALASSE
(O ESPETÁCULO PERFEITO
PARA ENCERRAR
PARA ENCERRAR
UM ANO TÃO IMPERFEITO.)
O
ano teatral carioca não poderia ter
sido encerrado em melhor estilo, com um espetáculo tão necessário, para colorir
e iluminar um pouco o mundo em preto e branco e escuro em que estamos
mergulhados, neste 2017, no Brasil e, principalmente no estado e na
cidade do Rio de Janeiro. E como
estávamos carentes de um espetáculo desse porte – livre, leve e solto!!!
E
quem nos tira, quem nos salva do limbo é a imbatível dupla CHARLES MÖELLER e CLAUDIO
BOTELHO, com uma deliciosa montagem de “SE
MEU APARTAMENTO FALASSE”, um clássico do TEATRO e do cinema, em cartaz, infelizmente, por apenas quatro
semanas, no lindo Teatro Bradesco,
na Barra da Tijuca.
O
musical, que estreou na Broadway, em
1968, tem como título original “Promisses, Promisses”, nome de uma das
lindas canções que fazem parte da riquíssima trilha sonora original, com música do genial BURT BACHARACH e letras de HAL
DAVID.
A peça foi baseada no premiado filme “The Apartment”, de Billy Wilder e I. A. L. Diamond, vencedor do Oscar de Melhor Filme, em 1961, além de mais quatro prêmios: direção, roteiro original, direção de arte e edição.
A peça foi baseada no premiado filme “The Apartment”, de Billy Wilder e I. A. L. Diamond, vencedor do Oscar de Melhor Filme, em 1961, além de mais quatro prêmios: direção, roteiro original, direção de arte e edição.
Na versão
para os palcos, o espetáculo marcou época, na meca do TEATRO MUSICAL,
tendo cumprido quase 1300 apresentações, e foi detentor de um GRAMMY,
em 1969, por Melhor Álbum Original de um “show”
da Broadway. Retornou ao
cartaz, lá mesmo, em 2010, repetindo
o sucesso da primeira produção. Pelas duas montagens, na Broadway, o musical fez jus a dois prêmios Tony Awards, um em cada uma delas, coincidentemente, para a Melhor Atriz.
Não
que o ano teatral brasileiro de 2017
tenha sido ruim; muito pelo contrário, contrariando as minhas previsões. As
minhas palavras iniciais se voltam para o momento político e social pelo qual
estamos passando, que tira a alegria de viver e a esperança do brasileiro,
refém de tanta corrupção, tantos erros, tantas mentiras, tanto desmando... E
aí, coincidentemente, inserido no universo natalino, eis que surge uma produção
tão linda e agradável quanto tecnicamente correta, despretensiosa, em termos de
mensagens, com o único intuito de entreter, divertir, de levar um pouco de
alegria aos nossos corações desesperançados e sofridos.
Estava tentando me conter, para não qualificar a peça como um espetáculo “água-com-açúcar”, visto que tal locução adjetiva, normalmente,
está ligada a uma conotação negativa, mais para pejorativa, muito distante, porém,
do que estou querendo dizer. Não é nada “cabeça”, não se propõe a passar
grandes ensinamentos; é feita para
divertir. E estamos conversados!!!
Sim,
“SE MEU APARTAMENTO FALASSE” cumpre
seus objetivos, em “101%”.
Este
é o 41º espetáculo assinado pela
dupla MÖELLER & BOTELHO, acertadamente
reconhecida, por quem gosta e entende de musicais, como os “Reis dos Musicais”, com texto de NEIL SIMON, contando com a excelente tradução de
MARIA CLARA GUEIROS e EDGARD DUVIVIER, com a versão das letras
das canções assinadas por CLAUDIO BOTELHO.
Se
o espetáculo não fosse bom – o que não é
verdade; É ÓTIMO!!! – só uma ida ao teatro, para ouvir uma trilha sonora original, composta, as melodias, por um gênio da música,
chamado BURT BACHARACH, ainda vivo, graças a Deus, aos 89 anos, e na
ativa, já valeria o preço do ingresso.
SINOPSE:
CHUCK BAXTER (MARCELO MEDICI) é um
funcionário atrapalhado e ambicioso, contador, que trabalha numa companhia de
seguros em Nova Iorque, a “Companhia Vida Seguro Seguros”.
Para
subir na vida e visando à conquista de uma das funcionárias, a garçonete FRAN KUBELIK (MALU RODRIGUES), por quem era completamente apaixonado,
começa a emprestar seu pequeno e modesto apartamento, localizado próximo ao local
do emprego, a seus superiores, EICHELBERGER
(ANTÔNIO FRAGOSO), DABITCH (FERNANDO CARUSO), KIRKEBY (RENATO RABELO) e JESSE
VANDERHOLF (RUBEM GABIRA), para encontros furtivos com suas amantes, todas
funcionárias da firma.
O que começou com só um
dia por semana, para um deles, acabou ampliado para quatro, até que a
“gentileza” e a fama de “amigo dos amigos” chegaram aos ouvidos do “big boss”, J. D. SHELDRAKE (MARCOS PASQUIM), que também, com a promessa de uma
boa promoção, entrou na dança do, digamos, “uso coletivo do imóvel”, que também
poderia ser chamado de “ação entre amigos”.
O
que CHUCK não sabia, porém, era que
a acompanhante de SHELDRAKE era
exatamente a garota dos seus sonhos, que não lhe dava a menor bola, e, quando
ele o descobre, perde o chão e passa a pensar numa difícil decisão: o emprego
ou a mulher da sua vida.
O
que não pode faltar, a esta comédia
romântica, são situações inusitadas, lembrando, um pouco, o mais puro “vaudeville”, incluindo outros personagens,
como a engraçadíssima e desmiolada MARGE
MACDOUGALL (MARIA CLARA GUEIROS).
Sem
“spoiller”, mas, por se tratar de
uma comédia romântica, não é preciso
dizer que o final é feliz.
Não é a primeira vez que os nomes de
MÖELLER & BOTELHO se ligam ao de BACHARACH, no palco. Em 2003,
a dupla apresentou, no simpático, aconchegante e
inesquecível Teatro Glória,
criminosamente derrubado por um irresponsável senhor, um musical delicioso, de
enorme sucesso – ficou sete meses em
cartaz, sempre com lotação esgotada -, ao qual assisti mais de dez vezes (perdi a conta, mas me lembro de tê-lo visto três
vezes na mesma semana), chamado “Cristal
Bucharach”, que não se tratava de um musical biográfico e, em nenhum
momento, o nome do compositor era citado; apenas foram usadas suas belíssimas
canções, para embalar uma história sem nenhuma relação com o afamado “hit maker”. Totia Meirelles era a protagonista, num magnífico elenco de treze atores/cantores, onde se destacavam nomes
que se tornaram referência no TEATRO
MUSICAL BRASILEIRO, como os de Carlos
Arruza, Cristiano Gualda, Ricca Barros, Renato Rabelo, Alessandra
Verney, Sabrina Korgut, Ester Elias, Ivana Domenico, Marya Bravo,
a saudosa e sempre querida Solange Badim
e Stella Maria Rodrigues, dentre
outros.
Embora
seja um artista universalmente conhecido e admirado, como compositor, “SE MEU
APARTAMENTO FALASSE” é a primeira e única incursão de BACHARACH no TEATRO MUSICAL,
o que lamentamos muito.
Desnecessário
é dizer que muitas (quase todas) das canções originalmente compostas para o
musical se tornaram grandes sucessos, gravadas e regravadas por alguns dos
maiores nomes da música internacional.
Para garantir a
excelente qualidade de suas produções,
a dupla M&B costuma se cercar
dos melhores profissionais que se dedicam aos musicas, do elenco aos artistas de
criação, chegando aos técnicos. Não
foi diferente agora. Comecemos pelo elenco.
Quase 20 artistas em cena, sem contar a excelente banda, formada por oito
músicos e um regente, sobre os quais falarei adiante.
Formam o
triângulo amoroso da trama MARCELO
MEDICI, MARCOS PASQUIM e MALU RODRIGUES.
Este é o
terceiro trabalho de MARCELO sob a direção de M&B. Os outros foram “Sweet
Charity”, em 2006, e, no ano
passado, “The Rocky Horror Show”, a que
os cariocas não tiveram a oportunidade de assistir, mas eu vi duas vezes, em São Paulo, no qual ele era o grande
protagonista.
Alguns nomes
foram lembrados, para o papel de CHUCK
BAXTER, até que o de MEDICI foi
confirmado no elenco. Acertada
decisão. O ator tem um “timing” de
comédia formidável e um carisma muito grande, o que, neste espetáculo, é uma
exigência para o papel, visto que o personagem fala diretamente à plateia,
quebrando a quarta parede, fixando-se, em alguns momentos, numa moça da
audiência (Rosana, no dia em que vi
a peça.). É bem verdade que, como cantor, deixa a desejar, mas consegue dar o
seu recado, principalmente se considerarmos o grau de dificuldade da partitura
de algumas canções que ele interpreta, como, por exemplo, “Nosso Segredinho” (“It’s Our Little Secret”), em dueto com MARCOS PASQUIM, canção de dificílima
divisão. Está brilhante no papel.
Confesso que
estava um pouco apreensivo, com relação ao trabalho de MARCOS PASQUIM num musical; aprecio-o como ator, no TEATRO, mas nunca tivera, antes, a
oportunidade de vê-lo dançando e cantando. Aliás, com M&B, este é seu primeiro trabalho. Gostei. Não esperava muito
mais. Ótimo como ator; razoável como cantor, sem causar nenhum dano ao conjunto
da obra. Só lhe cabe uma canção, mencionada no parágrafo anterior; assim mesmo,
não se trata de um solo.
E o que dizer de
MALU RODRIGUES, em seu décimo primeiro
trabalho com os “Reis dos Musicais”?
Todos os elogios são poucos, para qualificar MALU em cena. De passagem, louvo a coragem de MEDICI e PASQUIM, quando
toparam cantar ao lado de MALU, que,
além de linda e talentosa, como atriz, é um rouxinol “desalado” (neologismo que criei, significando “desprovido de asas”), um rouxinol em
forma humana, extremamente afinada, cantando melhor, a cada novo trabalho. É
uma unanimidade. E não poderia ser de outra forma. MALU, que canta a maioria dos solos do espetáculo, nos brinda com
uma surpresa, que, obviamente, não deve ser revelada agora. Posso adiantar que
é um dos “hits” de BACHARACH no original, em inglês, com
um arranjo de arrepiar. Além de uma homenagem especial ao grande compositor,
com uma canção na sua língua “mater”, não é necessário conhecer aquele idioma,
para entender, dentro do contexto da cena, o que a letra deve estar querendo
transmitir. Achei uma ideia genial.
As experiências
anteriores de MALU, com M&B, todas excelentes, foram, sem
obedecer à ordem cronológica, em “7 – O
Musical”, “Beatles Num Céu de Diamantes”, “A Noviça Rebelde”, “Milton Nascimento – Nada Será Como Antes”, “O Despertar da Primavera”, “Nine – Um Musical Felliniano”, “Um Violinista no Telhado”, “O Mágico de Oz”, “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos” e “Versão Brasileira – 25 anos de Musicais”.
Quando o talento
é grande, não importa se a pessoa é o/a protagonista ou se aparece apenas em
poucas cenas. O que vale é que, quando se tem muito talento, uma simples
entrada em cena, como um carteiro ou uma secretária, para anunciar uma
correspondência ou uma visita ao protagonista, por exemplo, é o suficiente para
aclamar o/a intérprete. Estou falando, aqui, de MARIA CLARA GUEIROS, em seu terceiro trabalho com M&B. Os dois anteriores foram “As Bruxas de Eastwick”, em 2011, infelizmente, só apresentado em São Paulo (eu vi) e “O Mágico de Oz”, de 2012. Ela assume, na peça, um pequeno papel, porém conquista o
público, o qual se lamenta de não tê-la em cena por mais tempo (só aparece no
segundo ato). Uma atriz cômica de grandes recursos, MARIA CLARA “vai para a casa” de cada espectador, após a peça.
Voltei do Teatro Bradesco,
dirigindo, às gargalhadas, quando me lembrava de suas cenas. Ela e MARCELO MEDICI, no início do segundo
ato, são responsáveis por momentos hilários, impagáveis, com suas ótimas interpretações,
em cima de um ótimo texto.
Dos demais do elenco, merecem destaque o quarteto de
executivos, usuários do “rendez-vous”,
formado por ANTÔNIO FRAGOSO, FERNANDO CARUSO, RENATO RABELO e RUBEM GABIRA,
e ANDRÉ DIAS, na pele de um médico,
o DR. DREYFUSS, vizinho de CHUCK, que é submetido, a contragosto,
a situações de embaraço, das quais se sai muito bem, com leveza e bom humor. ANDRÉ merece um destaque, por cantar
muito bem, na voz do seu personagem, que é um senhor de idade. Isso não é para
qualquer um, muito diferente de cantar com sua própria voz.
Para finalizar o
elenco masculino, PATRICK AMSTALDEN, que, infelizmente,
num pequeno e insignificante papel, não tem a oportunidade de mostrar o seu enorme
talento, já posto à prova em outros grandes musicais.
O naipe feminino
de personagens coadjuvantes funciona muito bem, com destaques para JULLIE, que, além da boa presença em
cena e de executar corretamente as coreografias, ainda é dona de uma belíssima
voz, e KAREN JUNQUEIRA, que
interpreta uma limitada secretária, aspirante a amante do “big boss”. No conjunto, todas marcam ponto, incluindo as quatro cantoras,
que ficam atrás da banda, ao fundo
do palco, fazendo os “backing vocals”,
todas de excelente nível técnico.
Já que estamos
falando na banda, esta é um dos pontos
altos do espetáculo, sob a competente regência
de MARCELO CASTRO, também responsável
pelos arranjos adicionais (os
originais são de JONATHAN TUNICK) e
pela corretíssima direção musical.
Integram a banda: GUILHERME BORGES
(piano), ANDRÉ DANTAS (guitarra e
violão), OMAR CAVALHEIRO
(contrabaixo elétrico e acústico),
MÁRCIO ROMANO (bateria e percussão),
THIAGO VIEIRA (trompete e flügel),
VÍTOR TOSTA / FABIANO SEGALOTE (trombone), WHATSON CARDOZO (sax tenor, clarinete e clarone) e ALEX FREITAS
(flauta, piccolo, sax alto e clarinete). Um crédito mais que merecido vai
para a supervisão musical, a cargo
de CLAUDIO BOTELHO.
Sempre acertando
em seus cenários, desta vez, ROGÉRIO FALCÃO, inteligentemente,
trabalhou com soluções simples, que instigam o espectador a imaginar os espaços cênicos. Ao fundo, fixo, ocupando
toda a parede, para transportar o espectador ao local onde se passa a trama, a
cidade de Nova Iorque, com seus
arranha-céus em silhuetas, valorizadas pela boa iluminação de PAULO CÉSAR
MEDEIROS, o que se repete em todo o decorrer da peça.
De acordo com as
necessidades das cenas, que se passam em diversas locações, o cenógrafo vai fazendo entrar em cena
móveis e detalhes que compõem cada ambiente. Isso não cansa a visão do
espectador; ao contrário, provoca, nele, uma nova expectativa, sempre a
contento.
Um verdadeiro
milagre ou, melhor dizendo, obra de um grande profissional, se aplica aos figurinos, assinados por MARCELO MARQUES, o qual, contando com
um tempo exíguo (menos de um mês) e um orçamento “apertado”, conseguiu desenhar
um guarda-roupa digno de todos os elogios, quer nos trajes femininos, com destaque
para os usados por MALU e MARIA CLARA (esta um único), quer no
impecável trabalho de alfaiataria, aplicado aos ternos dos personagens masculinos,
de um acabamento e caimento de se tirar o chapéu.
ALONSO BARROS; sempre ele, responsável
pelas ótimas coreografias do
espetáculo. Uma das maiores referências, no ramo, com trabalhos dentro e fora
do Brasil. Sempre me agradam muito
as coreografias de ALONSO. O trabalho de um coreógrafo, num musical, deveria ser
avaliado, com um quesito, nos prêmios de TEATRO;
em todos. A melhor de todas as coreografias do espetáculo é a que ilustra va
cena da festa de Natal da firma, “Christmas
Party – Turkey Lurkey Time” (“Festa do Peru”).
Os demais
criadores, como ADEMIR MORAES JR. (design
de som), CHARLES MÖELLER (direção de
movimento) e BETO CARRAMANHOS (visagismo)
fazem corretamente o seu trabalho, sendo que a direção, de CHARLES acompanha, bem de perto, a
proposta do texto, sem maiores
firulas, tornando tudo muito descomplicado e simples, à altura da compreensão
de qualquer leigo, até aquele que, pela primeira vez, vai a um teatro.
Na parte musical,
devo dizer que ouvir a “overture”,
um “medley” dos “hits” da trilha da peça, faz qualquer um ficar calado, hipnotizado pelas belíssimas canções de BACHARACH, valorizadas pelo arranjo musical.
FICHA TÉCNICA:
Um espetáculo de Charles
Möeller & Claudio Botelho
Texto: Neil Simon (Baseado
no roteiro do filme “THE APARTMENT, de Billy Wilder e I. A. L. Diamond)
Música: Burt Bacharach
Letras: Hal David
Produzido, originalmente, na Broadway, por David Merrick
Elenco: Marcelo Medici, Malu Rodrigues, Marcos Pasquim, Maria
Clara Gueiros, Fernando
Caruso, André Dias, Antônio Fragoso, Renato Rabelo, Ruben Gabira, Patrick Amstalden, Karen Junqueira, Jullie, Caru Truzzi, Lola
Fanucchi, Patricia Athayde, Duda Ramos, Marianna Alexandre, Mayra Verase e Yasmin Lima.
Direção: Charles Möeller
Versão Brasileira: Claudio Botelho
Direção Musical, Arranjos Adicionais e Regência: Marcelo Castro
Coreografia : Alonso Barros
Coreografia : Alonso Barros
Direção de Movimento: Charles Möeller
Cenário: Rogério Falcão
Figurinos: Marcelo
Marques
"Design" de Som : Ademir
Moares Jr.
Iluminação: Paulo César Medeiros
Visagismos: Beto Carramanhos
Coordenação Artística: Tina Salles
Patrocínio: Elevadores Atlas Schindler
Apoio Cultural: Hilton Barra Rio de Janeiro
Realização: M&B e OPUS PROMOÇÕES
SERVIÇO:
Temporada: De 15 de dezembro de
Local: Teatro Bradesco Rio de Janeiro
Endereço: Avenida das Américas, 3900 – Barra da Tijuca (Shopping Village
Mall) – Rio de Janeiro
Dias e Horários: Sextas-Feiras (15/12, 22/12, 05/01, 12/01), às 21h;
sábados (16/12, 06/01, 13/01), às 21h (no sábado (23/12), às 18h); domingos
(17/12, 07/01, 14/01), às 18h
Valor
dos Ingressos (inteira, com direito a meia entrada, para os que estão amparados
pela legislação relativa a isso): Plateia Baixa = R$150,00; Plateia Alta =
R$100,00; Camarotes = R$50,00; Balcão Nobre = R$50,00; Frisas = R$50,00
Capacidade
= 627 lugares
Indicação
Etária = 12 anos
Gênero:
Musical - Comédia Romântica
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O musical já teve uma outra montagem no Brasil (no Rio, foi no Teatro Ginástico),
no início da década de 70, estrelado
pelo humorista Moacyr Franco, pela cantora Rosemary, recém-saída do
movimento da Jovem Guarda, e
pelo inesquecível Jardel Filho,
mantendo-se o título do original da Broadway,
traduzido para o português: "Promessas, Promessas", tendo
atingido a considerável marca de 150
apresentações.
Embora totalmente a
favor da valorização das mulheres, o que é mais que justo e imperioso, pouco me importa
o aspecto “politicamente incorreto” (detesto essas coisas) de machismo que o texto do espetáculo passa. Ele não vai fazer
com que ninguém se torne machista, se já não o for, nem vá procurar, na sua firma, um CHUCK, como alcoviteiro.
Levei dois dias para escrever esta crítica, ouvindo BURT BACHARACH o tempo todo. Foi ele quem me embalou e inspirou.
Para quem gosta das
listas dos “tops”, eu diria que o
espetáculo não se inclui nos “TOP 10” , da dupla M&B, o que não é demérito algum
para quem já assinou 41 grandes espetáculos,
muitos deles verdadeiras e inquestionáveis obras-primas.
Recomendo, com o maior empenho, o espetáculo e não vejo a hora de voltar a assistir a “SE MEU APARTAMENTO FALASSE”, um ótimo
presente de fim de ano, pelo menos mais uma vez. Mais duas ou três, melhor ainda.
FOTOS: LEO AVERSA:
UMA
CURIOSIDADE:
Devemos
agradecer a Deus por nos colocar no
lugar certo e na hora certa,
Corria o ano de 1975, quando eu estava em viagem de férias,
com a família, na Disney.
Uma noite, voltando dos
parques, já quase meia-noite, fui, com minha filha, à boate do nosso hotel, em Orlando, para participar de um karaokê, que estava “bombando”, por lá,
naquele tempo.
Assanhado, escolhi “Raindrops Keep Falling On My Head” e
subi ao palquinho, para cantar a música, que eu adoro.
Terminada a apresentação,
fui aplaudido e um homem veio até a minha mesa, perguntou-me de onde eu era
(deve ter percebido pela pronúncia) e me perguntou se eu conhecia “aquele homem, sentado naquela mesa, lá no
cantinho”.
Como a luz era pouca, eu não
conseguia reconhecer a pessoa. O sujeito, então, me pediu para acompanhá-lo até
a tal mesa.
Lá chegando, ele me
perguntou: “Conhece este homem? É o
compositor da música que você acabou de cantar e muito bem”.
O chão me fugiu, fiquei
gago, aquela divindade, um homem lindo e elegante, se levantou, abraçou-me e me
perguntou se eu conhecia outra canção de sua autoria.
Respondi-lhe que todas, e
ele, sorrindo, me pediu para cantar outra.
Fui de “Close To You”.
Agradeci os novos elogios
e subi para o quarto do hotel, achando que havia sonhado, antes mesmo de
dormir.
Não havia celulares, para
registrar o momento nem me lembrei de pegar a máquina fotográfica, no quarto, e voltar, para registrar
aquele mágico e inesquecível encontro.
Um “gentleman”, um homem generoso, que não
conseguiu me convencer a me dedicar à música.
Quanto ao homem que nos
apresentou, até hoje não faço a menor ideia de quem fosse; seu agente, talvez.
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