PIQUENIQUE
(UM PIQUENIQUE
COLETIVO,
ENTRE PALCO E
PLATEIA.)
Por
total falta de tempo, não tenho o hábito de escrever sobre espetáculos
infantojuvenis, a não ser que me sobre um tempinho, que não é bem o que
acontece agora, e/ou a peça seja um grande destaque, em relação às
concorrentes em cartaz, das que já vi, como é o caso de “PIQUENIQUE”, em
temporada no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – Rio de
janeiro (VER SERVIÇO.).
O
espetáculo prima pelo bom gosto, em todos os sentidos, do texto,
passando pelos escaninhos onde se guardam os elementos técnicos de
uma montagem teatral, até a sua concretização, ou seja, a apresentação
da peça.
Não é necessário sofisticação, para agradar ao universo
infantojuvenil, porém é mister que haja respeito pelo público, bom gosto,
criatividade e talento dos envolvidos no projeto. Tudo isso está
presente em “PIQUENIQUE”.
SINOPSE:
O espetáculo conta, de forma
poética e divertida, e, até mesmo, um pouco engraçada, a história de uma jovem bondosa, forte e inteligente, que
luta contra a opressão de um tirano, dono de uma fábrica de canhões, que
amedronta toda a cidade.
Dona do seu nariz, ela sai pelo mundo,
com seus quitutes e comidas deliciosas, até que encontra, em uma cidade, um
mundo de crueldades.
Com sua inteligência e astúcia,
resolve não só seu problema, como ajuda a todos os que estão à sua volta a
escapar das maldades do tirano.
Fazendo parte das comemorações pelos 30 anos de
fundação do CCBB – Rio de Janeiro, a peça, “um TEATRO de
temperos”, como consta no “release”, enviado por NEY MOTTA,
assessor de imprensa (CONTEMPORÂNEA COMUNICAÇÃO), surgiu da
vontade do casal CAROLINA PISMEL e PAULO VERLINGS em apresentar ao filho, Tomé, de 3
anos, seus trabalhos, como atriz e ator.
Podemos dizer que o texto,
bem simples e direto, atingindo o público-alvo, de primeira, poderia receber o
adjetivo de “sensorial”, uma vez que “durante o espetáculo, as
crianças serão apresentadas a temperos diversos – alecrim, tomilho, manjericão,
orégano, pimenta-de-cheiro, pimenta rosa, pimenta dedo-de-moça, páprica – e as
suas combinações que fazem da cozinha um lugar mágico. Vão descobrir que os
alimentos precisam de água limpa, terra boa, sol, que abelhas, vespas,
borboletas, pássaros, morcegos, contribuem para a transferência do pólen, e que
fertilizantes são veneno! E no final da peça descobrirão que as pessoas também
precisam ser temperadas; com alegria, amor, paciência, etc..”.
O trecho grifado acima deixa bem
claro que se trata de um texto “engajado”, totalmente atual e, acima de tudo,
útil, por ser didático, sem ser ”chato”, chamando a atenção dos espectadores
para a importância da conservação da natureza, da necessidade de uma alimentação
correta e adequada às nossas necessidades, ao mesmo tempo que não poupa
críticas a quem resolve, por ganância e outros interesses pessoais desprezíveis,
fazer com que que nos alimentemos de produtos contaminados ou fora dos padrões
normais exigidos pela saúde. Na boa dramaturgia, MARCÉLI TORQUATO e
FLAVIO SOUZA se apropriam, com dignidade, de histórias populares e contos
antigos, como “Barba Azul, Nariz de Prata” e tantos outros, nos quais
heroínas lutam contra aqueles que querem ditar o destino delas.
E, cá para nós, lutar contra tiranos
é o que mais temos feito atualmente, não é? E que gosto saboroso representa cada
vitória contra eles!!!
Um dos autores do texto,
FLAVIO SOUZA também assina a direção do espetáculo,
calcada na simplicidade e, por isso mesmo, aproximando-se dos acertos,
valendo-se de uma proposta de explorar o elemento mágico, leve e belo, que
tanto atinge o público infantojuvenil e acaba respingando, também, nos
adultos, que acompanham os pequenos. São muito bem exploradas a velha e boa
técnica de TEATRO de sombras e a utilização de um retroprojetor, objeto
já tão obsoleto, mas que, ainda, funciona muito bem, no TEATRO, quando
se coloca, sobre sua placa de vidro, um refratário, com água, e vão sendo
adicionadas, a ela, anilinas coloridas, para a produção de belos e interessantes
efeitos plásticos, relacionados ao texto da peça. Tudo isso é manipulado,
com perícia e precisão, por VERLINGS.
CAROLINA PISMEL e PAULO
VERLINS, sem o menor pudor, abrem as porteiras, para que as crianças que
habitam em ambos aflorem e se manifestem, e da forma mais natural possível.
Libertam-nas. Os dois atuam como se estivessem brincando com o seu Tomé,
descem até o nível das crianças, fazem-se como elas e promovem uma grande
festa, um grande “PIQUENIQUE”, no qual não pode faltar, além da comida
boa, a alegria, a descontração. São dois grandes atores, mostrando um
outro lado, bem diferente de seus trabalhos magníficos, no chamado TEATRO adulto,
dando a sua colaboração para que o mundo infantojuvenil fique mais
colorido. CAROL nos diverte bastante, com suas caras e bocas. PAULINHO
não fica atrás.
Não posso omitir o nome de RAONI COSTA, músico que faz o
fundo musical para a peça, sola algumas canções e, ainda, tem uma
pequena, porém, não mesmo importante, participação com ator.
Encanta, a qualquer um que assiste
ao espetáculo, a singeleza, a delicadeza e o bom gosto que envolvem a cenografia,
de MINA QUENTAL e FLAVIO SOUZA. Muito colorido, com cores vivas,
e bucólico, resume-se o cenário a uma mesa de
piquenique, montada em um jardim, sobre a qual veem-se frutas, bolos, doces,
sanduíches, flores, tantas guloseimas... “O público vai construindo, em
seu imaginário, junto com os atores, as imagens dessa aventura (...). Aos
poucos, no avançar da narrativa, vão se construindo outros significados, num
jogo teatral expressivo, em que as coisas podem tomar a forma que a imaginação
quiser.”. Por trás de tudo, guarda-chuvas, de vários tamanhos e, também,
muito coloridos, abertos, pendurados ou sobre as laterais do palco.
FLAVIO SOUZA, aquele que bate
o escanteio, corre para a área, sobe mais que todos e faz um golaço de cabeça,
e anda pega a bola, no fundo da rede, e a carrega para o centro do gramado, é o
responsável por um belo e lúdico figurino, atemporal e sem compromisso
com o real, e que também colabora para a beleza plástica da peça.
A iluminação, de LUIZ
PAULO NENÉM, também tem papel importante no conjunto da obra. Diversificada
e com uma paleta colorida e alegre, com pede a peça.
Embora não seja um musical, a peça conta com uma bonita e
agradável trilha sonora original, composta por GUILHERME MIRANDA,
responsável, ainda, pela direção musical.
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia: Marcéli Torquato e
Flavio Souza
Direção: Flavio Souza
Elenco: Carolina Pismel e Paulo
Verlings
Músico: Raoní Costa
Direção Musical e Composições Originais: Guilherme Miranda
Direção Musical e Composições Originais: Guilherme Miranda
Cenário: Mina Quental e Flavio
Souza
Iluminação: Luiz Paulo Neném
Figurinos: Flavio Souza
Preparação Vocal: Germana Guilhermme
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Fotos e Vídeo: Elisa Mendes
Programação Visual: Raquel Alvarenga
Assistente de Figurino e Produção:
Reinaldo Patrício
Assistente de Cenografia: Mariana
Castro
Produção Executiva: Karolina
Albertassi
Direção de Produção: Paulo Verlings
Realização: Outrar Produções
Artísticas Eireli
SERVIÇO:
Temporada: De 01 a 29 de setembro de
2019.
Local: Centro Cultural Banco do
Brasil (CCBB) – Teatro III.
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66,
Centro, Rio de Janeiro.
Dias e Horários: Sábados e domingos,
em sessões duplas, às 15h e 17h.
Informações pelo Telefone (21)
3808-2020.
Valor dos Ingressos: R$30,00
(inteira) e R$15,00 (meia entrada).
Classificação:
Livre.
Duração: 50 minutos.
Gênero: Infantojuvenil
“PIQUENIQUE” é
um espetáculo feito com muito profissionalismo e amor ao TEATRO. E ao público infantojuvenil. Isso
transparece no palco, pode ser reconhecido, sem o menor esforço, motivo pelo
qual recomendo o espetáculo, como uma das melhores opções, no gênero e no momento,
no Rio de Janeiro, motivo para reunir a família em torno da arte.
O pequenino Tomé, certamente, está muito orgulhoso de seus pais e gradecido a eles!!! Se nós estamos e somos...
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
COMPARTILHEM ESTE
TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
(FOTOS: ELISA MENDES.)
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