sábado, 14 de setembro de 2019


PIQUENIQUE



(UM PIQUENIQUE COLETIVO,
ENTRE PALCO E PLATEIA.)



 


            Por total falta de tempo, não tenho o hábito de escrever sobre espetáculos infantojuvenis, a não ser que me sobre um tempinho, que não é bem o que acontece agora, e/ou a peça seja um grande destaque, em relação às concorrentes em cartaz, das que já vi, como é o caso de “PIQUENIQUE”, em temporada no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – Rio de janeiro (VER SERVIÇO.).

O espetáculo prima pelo bom gosto, em todos os sentidos, do texto, passando pelos escaninhos onde se guardam os elementos técnicos de uma montagem teatral, até a sua concretização, ou seja, a apresentação da peça.

            Não é necessário sofisticação, para agradar ao universo infantojuvenil, porém é mister que haja respeito pelo público, bom gosto, criatividade e talento dos envolvidos no projeto. Tudo isso está presente em “PIQUENIQUE”.









SINOPSE:

O espetáculo conta, de forma poética e divertida, e, até mesmo, um pouco engraçada, a história de uma jovem bondosa, forte e inteligente, que luta contra a opressão de um tirano, dono de uma fábrica de canhões, que amedronta toda a cidade.

Dona do seu nariz, ela sai pelo mundo, com seus quitutes e comidas deliciosas, até que encontra, em uma cidade, um mundo de crueldades.

Com sua inteligência e astúcia, resolve não só seu problema, como ajuda a todos os que estão à sua volta a escapar das maldades do tirano.









            Fazendo parte das comemorações pelos 30 anos de fundação do CCBB – Rio de Janeiro, a peça, “um TEATRO de temperos”, como consta no “release”, enviado por NEY MOTTA, assessor de imprensa (CONTEMPORÂNEA COMUNICAÇÃO), surgiu da vontade do casal CAROLINA PISMEL e PAULO VERLINGS em apresentar ao filho, Tomé, de 3 anos, seus trabalhos, como atriz e ator.

            Podemos dizer que o texto, bem simples e direto, atingindo o público-alvo, de primeira, poderia receber o adjetivo de “sensorial”, uma vez que “durante o espetáculo, as crianças serão apresentadas a temperos diversos – alecrim, tomilho, manjericão, orégano, pimenta-de-cheiro, pimenta rosa, pimenta dedo-de-moça, páprica – e as suas combinações que fazem da cozinha um lugar mágico. Vão descobrir que os alimentos precisam de água limpa, terra boa, sol, que abelhas, vespas, borboletas, pássaros, morcegos, contribuem para a transferência do pólen, e que fertilizantes são veneno! E no final da peça descobrirão que as pessoas também precisam ser temperadas; com alegria, amor, paciência, etc..”.




            O trecho grifado acima deixa bem claro que se trata de um texto “engajado”, totalmente atual e, acima de tudo, útil, por ser didático, sem ser ”chato”, chamando a atenção dos espectadores para a importância da conservação da natureza, da necessidade de uma alimentação correta e adequada às nossas necessidades, ao mesmo tempo que não poupa críticas a quem resolve, por ganância e outros interesses pessoais desprezíveis, fazer com que que nos alimentemos de produtos contaminados ou fora dos padrões normais exigidos pela saúde. Na boa dramaturgia, MARCÉLI TORQUATO e FLAVIO SOUZA se apropriam, com dignidade, de histórias populares e contos antigos, como “Barba Azul, Nariz de Prata” e tantos outros, nos quais heroínas lutam contra aqueles que querem ditar o destino delas.

            E, cá para nós, lutar contra tiranos é o que mais temos feito atualmente, não é? E que gosto saboroso representa cada vitória contra eles!!!




            Um dos autores do texto, FLAVIO SOUZA também assina a direção do espetáculo, calcada na simplicidade e, por isso mesmo, aproximando-se dos acertos, valendo-se de uma proposta de explorar o elemento mágico, leve e belo, que tanto atinge o público infantojuvenil e acaba respingando, também, nos adultos, que acompanham os pequenos. São muito bem exploradas a velha e boa técnica de TEATRO de sombras e a utilização de um retroprojetor, objeto já tão obsoleto, mas que, ainda, funciona muito bem, no TEATRO, quando se coloca, sobre sua placa de vidro, um refratário, com água, e vão sendo adicionadas, a ela, anilinas coloridas, para a produção de belos e interessantes efeitos plásticos, relacionados ao texto da peça. Tudo isso é manipulado, com perícia e precisão, por VERLINGS.

            CAROLINA PISMEL e PAULO VERLINS, sem o menor pudor, abrem as porteiras, para que as crianças que habitam em ambos aflorem e se manifestem, e da forma mais natural possível. Libertam-nas. Os dois atuam como se estivessem brincando com o seu Tomé, descem até o nível das crianças, fazem-se como elas e promovem uma grande festa, um grande “PIQUENIQUE”, no qual não pode faltar, além da comida boa, a alegria, a descontração. São dois grandes atores, mostrando um outro lado, bem diferente de seus trabalhos magníficos, no chamado TEATRO adulto, dando a sua colaboração para que o mundo infantojuvenil fique mais colorido. CAROL nos diverte bastante, com suas caras e bocas. PAULINHO não fica atrás.




Não posso omitir o nome de RAONI COSTA, músico que faz o fundo musical para a peça, sola algumas canções e, ainda, tem uma pequena, porém, não mesmo importante, participação com ator.  

            Encanta, a qualquer um que assiste ao espetáculo, a singeleza, a delicadeza e o bom gosto que envolvem a cenografia, de MINA QUENTAL e FLAVIO SOUZA. Muito colorido, com cores vivas, e bucólico, resume-se o cenário a uma mesa de piquenique, montada em um jardim, sobre a qual veem-se frutas, bolos, doces, sanduíches, flores, tantas guloseimas... “O público vai construindo, em seu imaginário, junto com os atores, as imagens dessa aventura (...). Aos poucos, no avançar da narrativa, vão se construindo outros significados, num jogo teatral expressivo, em que as coisas podem tomar a forma que a imaginação quiser.”. Por trás de tudo, guarda-chuvas, de vários tamanhos e, também, muito coloridos, abertos, pendurados ou sobre as laterais do palco.




            FLAVIO SOUZA, aquele que bate o escanteio, corre para a área, sobe mais que todos e faz um golaço de cabeça, e anda pega a bola, no fundo da rede, e a carrega para o centro do gramado, é o responsável por um belo e lúdico figurino, atemporal e sem compromisso com o real, e que também colabora para a beleza plástica da peça.

          A iluminação, de LUIZ PAULO NENÉM, também tem papel importante no conjunto da obra. Diversificada e com uma paleta colorida e alegre, com pede a peça.

Embora não seja um musical, a peça conta com uma bonita e agradável trilha sonora original, composta por GUILHERME MIRANDA, responsável, ainda, pela direção musical.







FICHA TÉCNICA:

Dramaturgia: Marcéli Torquato e Flavio Souza
Direção: Flavio Souza

Elenco: Carolina Pismel e Paulo Verlings
Músico: Raoní Costa

Direção Musical e Composições Originais: Guilherme Miranda
Cenário: Mina Quental e Flavio Souza
Iluminação: Luiz Paulo Neném
Figurinos: Flavio Souza
Preparação Vocal: Germana Guilhermme
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Fotos e Vídeo: Elisa Mendes
Programação Visual: Raquel Alvarenga
Assistente de Figurino e Produção: Reinaldo Patrício
Assistente de Cenografia: Mariana Castro
Produção Executiva: Karolina Albertassi
Direção de Produção: Paulo Verlings
Realização: Outrar Produções Artísticas Eireli






 







SERVIÇO:

Temporada: De 01 a 29 de setembro de 2019.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – Teatro III.
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro.
Dias e Horários: Sábados e domingos, em sessões duplas, às 15h e 17h.
Informações pelo Telefone (21) 3808-2020.
Valor dos Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia entrada).
Vendas: Na bilheteria, de 4a a 2 feira, das 9h às 21h, ou pelo site https://www.eventim.com.br
Classificação: Livre.
Duração: 50 minutos.
Gênero: Infantojuvenil








            “PIQUENIQUE” é um espetáculo feito com muito profissionalismo e amor ao TEATRO. E ao público infantojuvenil. Isso transparece no palco, pode ser reconhecido, sem o menor esforço, motivo pelo qual recomendo o espetáculo, como uma das melhores opções, no gênero e no momento, no Rio de Janeiro, motivo para reunir a família em torno da arte.

            O pequenino Tomé, certamente, está muito orgulhoso de seus pais e gradecido a eles!!! Se nós estamos e somos...







E VAMOS AO TEATRO!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!

RESISTAMOS!!!

COMPARTILHEM ESTE TEXTO, 
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!



(FOTOS: ELISA MENDES.)




























































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