DIÁRIO DO FAROL –
UMA PEÇA SOBRE
A MALDADE
(EM TODOS OS SEUS “REQUINTES”.
MAS PODE HAVER MUITO
MAIS DO QUE ESTES.)
O público se acomoda e fica encantado com o cenário.
Já é um bom presságio. Outros já haviam surgido antes; para mim, pelo menos:
um espetáculo inspirado num livro de JOÃO UBALDO RIBEIRO, uma direção
de FERNANDO PHILBERT e uma interpretação de um dos mais
magníficos atores brasileiros, em todas as mídias, porém com destaque maior
no TEATRO: THELMO FERNANDES. A expectativa era muito grande. A
minha, incomensurável. E o espetáculo tem seu início.
THELMO,
transita pelo espaço cênico, com uma garrafinha de água numa das mãos,
parecendo meio nervoso, desorientado, já o personagem. Depois de
circular bastante, despertando a curiosidade do público, dirige-se a alguém, da
plateia, e pede-lhe que abra a sua garrafinha. Feita a gentileza, encara a
pessoa, agradece-lhe e, virando-se para o público diz, seca, porém,
peremptoriamente, sua primeira fala: “Não se deve confiar em ninguém”. E, pelo que se vai
observando, ao longo da peça, parece que o personagem tem razão
mesmo. Basta prestar atenção à última frase e a todo o texto, durante o
qual faz desfilar tudo de mal, de terrível, de inacreditável, que teve a
coragem de fazer, durante a sua vida. Vida? Eu disse: “VIDA”? A frase
final é esta: “Alguém como eu sempre poderá estar perto de você.”.
O espetáculo foi idealizado pelo saudoso DOMINGOS
OLIVEIRA, o qual, infelizmente, não conseguiu chegar a ver concretizado seu
projeto, assumido, então, a adaptação dramatúrgica, por FERNANDO PHILBERT e THELMO FERNANDES, como um grande desafio e uma
justíssima homenagem a DOMINGOS, por tudo o que ele, mesmo morto,
representou, representa e sempre representará para as artes brasileiras,
principalmente o TEATRO e o cinema.
“Eu sou o pior dos seres humanos. Encarnei, em mim, tudo o que me
conveio.”. Assim se apresenta o personagem,
anônimo, porque tantos, como ele, convivem conosco, sob a pele de um
cordeiro, na maioria das vezes; doentes, psicopatas, perversos... O personagem
deste solo é sombrio, debochado, cínico, dissimulado, pornográfico, perverso...
Amoral? Quem sabe?
SINOPSE:
Em cena, cara a cara com o público, a poucos passos das pessoas, um
homem, aparentemente normal, capaz de dissimular, matar e torturar, entre
outras vilanias, e que consegue, ainda, ver beleza nos horrorosos e sádicos atos por ele praticados.
Esse homem pode estar em qualquer
lugar, sentado ao nosso lado, no transporte público, ou, mesmo, ocupando um cargo
de liderança. O personagem pode representar qualquer um de nós, inclusive.
Ou mesmo isolado numa ilha, como é o
caso deste personagem-narrador, o qual sai, agora, da literatura para o
palco, onde e quando não poupa o público dos detalhes mais sórdidos de seus
atos.
A trajetória do espetáculo,
desde o pontapé inicial do projeto, está nas linhas seguintes, extraídas
do “release”, enviado por CHRISTOVAM DE CHEVALIER (ASSESSORIA DE
IMPRENSA).
“Uma peça sobre a maldade. Essa foi a
frase usada por DOMINGOS, quando apresentou o projeto a PHILBERT. O ano era
2014, mas a ligação de DOMINGOS com a ideia vinha de muito antes. O personagem
criado por UBALDO tem, na sua gênese, características que remetem ao TEATRO.
Mais exatamente, às tragédias, sejam as da Grécia Antiga ou, séculos mais
tarde, às de Shakespeare. Natural que essa trama ganhasse, cedo ou tarde, uma
adaptação teatral – como já ocorreu em 2011. Mas a ideia de fazer, dessa
história, um monólogo, fato, até então, inédito, foi de DOMINGOS. E a tal frase veio
bem a calhar, como complemento ao título da montagem.”. PHILBERT
mostrou, então, o projeto a THELMO FERNANDES, e os dois não pensaram
duas vezes, para que assumissem o comando do barco.
“Não há quarta parede entre público e
intérprete. Esse personagem, desprovido de um nome, pode estar na ilha onde é
faroleiro ou em qualquer outro lugar.”. “O que vou contar agora é
honesto e verdadeiro. Sou capaz de matar. Já matei”, faz parte do seu
relato.
“Duas são as motivações que o levam a
contar sua história. Uma delas é a vaidade, origem, segundo ele próprio, de
todos os outros pecados. E o personagem tem muito a relatar. Da relação com o
pai, pautada pela total falta de afeto, passando pelo seminário, onde presta
favores sexuais em troca de privilégios, culminando no trabalho de informante
do DOPS, a temida polícia do governo militar. Um homem assim foi capaz de amar.
A prática do celibato nunca foi por ele seguida, como ele próprio frisa. E teve, na figura de Maria Helena, seu grande amor. E isso em nada irá
redimi-la. Aquele que foi seu amante acaba por tornar-se seu algoz. Um homem
que transita pela obscuridade. E essa relação claro-escuro faz-se presente no
jogo cênico, que usa de elementos como sombras e fachos. Ondas de rádio e falas
gravadas do próprio ator contribuem para que o público conheça melhor esse
personagem e sua história. Um homem cuja sordidez desconhece limites ou
pudores. Um homem que pode estar bem perto de qualquer um de nós.”. A outra motivação,
segundo o personagem, é “fazer um bem” aos que o ouvem.
Tentando fugir a “spoilers”,
procurarei falar, da forma mais cronológica possível, das desgraças praticadas
por esse ser abjeto, canalha, ignóbil e, ao mesmo tempo, digno de pena. Será?!
Ele anuncia que o que irá contar é “honesto e
verdadeiro” e o faz “por um impulso vital e essencial para a
minha vida”. E afirma que “A realidade é muitíssimo mais
inacreditável do que qualquer ficção.”. Diz quem é, um faroleiro, que
vive isolado numa ilhota, “ironicamente chamada
de Água Santa”, solitário, contando com a companhia de “três cadelas de índole
irascível”. Descreve a habitação simples, que construíra e onde mora, e
fala do seu cotidiano, naquele inóspito lugar, perdido da civilização. Diz ser “o
pior dos seres humanos” e que não fez, nem de longe, o que de mau já se
fez, mas que teria feito, se oportunidades não lhe faltassem. Ou seja, não se
arrepende de nada.
Ao falar de sua infância, já começa a
chocar os espectadores, com relatos tristes e que podem, de certa forma,
justificar sua personalidade, depois de formada. O assassinato da mãe, obra do
pai; as amantes deste; o casamento do pai com a cunhada, sua cúmplice no crime;
os maus tratos e toda sorte de humilhação que o pai lhe impunha. “A carne
assada do funeral foi servida fria nas bodas. A minha infância foi infernal.”.
Essa “infância” seria interrompida, aos 14 anos, quando, por determinação do
pai, e contra a própria vontade, que era
ser cadete do ar, foi enviado a estudar e morar num seminário, porque "um
merda desse tipo, que devia usar saia mesmo", segundo o pai.
Ao
relatar essa passagem, o personagem cantarola um trecho inicial da
canção “My Way” (“Meu Jeito”), de Paul Anka: “And now, the
end is near / And so I face the final curtain / My friend, I'll say it clear / I'll
state my case, of which I'm certain / I've lived a life that's full / I've
traveled each and ev'ry highway / And more, much more than this / I did it my
way”. Tradução (literal): “E agora o fim está próximo / E,
portanto, encaro o desafio final / Meu amigo, direi claramente, / Irei expor o
meu caso, do qual estou certo, / Eu tenho vivido uma vida completa, / Viajei
por cada e todas as rodovias, / E mais, muito mais que isso, / Eu o fiz do meu
jeito”.
A
partir de então, decidiu que seria, para sempre, terrivelmente mau. “Tão
mau quanto me permitissem a astúcia, a dissimulação e o uso de qualquer recurso, por mais torpe, de que
agora me sentia vigorosamente capaz. Eu
seria o pior dos homens. (...) Não teria piedade, comiseração ou solidariedade,
a não ser em meu benefício, não me deixaria levar por nada do que me falassem,
a não ser que me conviesse, esmagaria, usando os artifícios mais sórdidos,
embuçados ou não em bondade, quem quer que me fizesse oposição. Eu era sozinho,
sim, mas venceria, e minha vitória seria minha recompensa perene, qualquer que
fosse o preço que os outros pagariam por ela.”.
Num
determinado momento, passa a falar de uma visão (Ou sonho? Ou alucinação?), que
tivera da/com sua mãe, que lhe exigia vingança, fato que também poderia
justificar ou superlativar a sua má índole e o seu vil comportamento. “Eu
quero vingança! Vingança! Eu preciso de vingança! Não haverá paz para ti nem
para mim, enquanto não levares adiante essa vingança! E essa vingança só poderá
chegar pelas mãos da Morte! E a Morte, por seu turno, espera a ajuda de tuas mãos,
meu filho querido!”.
Os
relatos que se seguem são sobre o seminário, palco de atos os mais execráveis
possíveis. Lá, o personagem passou a exercer uma liderança, a mais desaprovada e
aceitável que poderia acontecer, onde, segundo suas próprias palavras, formara
uma "espécie de núcleo transgressor, uma verdadeira ordem secreta”, na qual, por
meio de subterfúgios, subornos e corrupção, cometeu os mais odiosos gestos,
ligados a práticas homossexuais, entre colegas e padres, entre colegas e
colegas e entre padres e padres. E ele no meio de tudo, apenas na condição de “ativo" e limitando os atos libidinosos dos quais participava, já que “era
homem”. A vida no seminário levou-o a uma conclusão: “Deus, como
formulado pelos religiosos, não existe e, se existe, é indiferente ao destino
humano.”.
De
mesma forma chocante são seus relatos sobre as primeiras férias passadas em
casa, quando conheceu a irmãzinha, fruto do casamento de seu pai com a tia, e, em outra
ocasião, um irmãozinho, de cujos destinos prefiro poupar-lhes saber, por enquanto,
mas que são momentos de grande tensão, na peça. Já ouviram falar de arsênico
branco? Ih! Acho que escorreguei num "spoiler"!
Um traço doentio e curioso, quase inexplicável, um fetiche do personagem era uma fixação que tinha pelo pai, apesar de
tudo. “Lembro-me, às vezes, de quando meu pai saía para o trabalho, e eu,
quase com volúpia, buscava o paletó de pijama que ele deixava pendurado atrás
da porta do quarto e o cheirava em sorvos profundos, sentindo o cheiro dele, o
que me dava intenso prazer, em vez do nojo que seria de se esperar. Era como um
cachorro que não podia resistir à compulsão de cheirar um tronco de árvore ou
coisa semelhante.”.
Ainda
no seminário, perto de ser ordenado, ouviu, certa vez, do pai: “Você é um
verme, uma cobra venenosa, um representante de Satanás na Terra! Você é um
demônio, que já nasceu sentado ao lado esquerdo de Deus!". E o expulsou de casa,
dizendo nunca mais querer vê-lo. E o que ele sentia pelo pai era uma mistura
como água e óleo: ódio e amor.
Provocou,
durante o sacerdócio, uma subversão total, principalmente no quesito castidade,
jurando que apenas poucos religiosos, de ambos os sexos, a seguiam à risca e
gabando-se de ter possuído muitas mulheres, principalmente as casadas, prática
da qual se orgulhava muito, por ter “apimentado” muitos casamentos. já em fase
de quase desfeitos, graças às “novidades" que praticava com as mulheres, as
quais as passavam a seus cônjuges.
Em
boa parte da peça, o personagem fala de Maria Helena, por
quem achara que fora apaixonado, e acabou sendo preterido pela moça, a quem,
mais tarde, causou tanto mal, sobre quem praticou inúmeras e violentíssimas barbáries, capazes de
embrulhar estômagos, depois que se tornou “colaborador”, um eufemismo para torturador
do DOPS, no tempo da ditadura militar, sob o codinome de Eusébio. Maria
Helena e o marido, como tantas outras pessoas, haviam sido presas, como
subversivos, e submetidos a torturas, as mais vis e monstruosas possíveis. E ele estava
lá. “Lembro que, na qualidade de Eusébio, senti uma certa apreensão, um
gosto salgado na boca, uma certa palpitação no peito, quando assistia os presos
sendo torturados e me veio um transe. Nunca tinha adivinhado esse sentimento,
nunca tinha imaginado o quanto falou a meu senso estético, por assim dizer. Há
uma beleza especial na tortura, embora eu não possa explicar isto a vocês: ou
vocês têm sensibilidade para isso, ou não têm; problema de vocês.”.
Deixarei
por conta da curiosidade de quem me lê saber sobre o final de Maria Helena
e do pai do narrador-personagem. Fosse eu este, certamente, dir-lhes-ia:
“Não tenho o direito de lhes roubar tanto prazer.”.
Chega-se, assim, ao
final da tenebrosa narrativa, que não poderia terminar de forma mais marcante
do que assim, ou quase assim, numa confissão, que extrapola o patético, mas está
longe de revelar arrependimento: “Teria sido melhor minha mãe não me ter
dado à luz. Fui capaz de mais crimes do que vocês possam pensar, do que tenham
imaginação pra dar forma a eles ou tempo para cometê-los.”.
O
escritor JOÃO UBALDO parece se transformar num personagem, quando
escreve uma obra como esta. E o faz, despindo-se de qualquer grão de moral e de
medo de ser julgado por seus leitores. Assume uma baixeza bárbara que, em
absoluto, lembra a sua doçura, como pessoa, e o seu tom de artista da pena, em
outras obras, a não ser na hilária “salada de pimenta bem ardida”, que é sua “A
Casa dos Budas Ditosos”, obra na qual a persona JOÃO UBALDO se
mostra “travestido” de uma personagem feminina, para lá de despudorada; lasciva, como amante profissional, e “professora" dos prazeres da carne.
Não
conheço, ainda, a obra original, o romance, mas espero fazê-lo o mais
rápido possível. Posso, porém, de posse do texto da peça, acreditar que,
apesar de uma tarefa hercúlea, para PHILBRT e THELMO, o resultado
da adaptação é excelente.
Considero
muito difícil, no TEATRO, dirigir uma única pessoa em cena, num solo,
no que FERNANDO PHILBERT parece ter-se transformado num especialista, a
julgar, para não citar mais títulos, dois de seus grandes sucessos de direção
de monólogos: o premiadíssimo "O Escândalo Philippe
Dussaert", interpretado por Marcos Caruso, e “As Melhores Coisas da
Vida”, este mais recente, um grande sucesso, vivido por Kiko Mascarenhas,
duas peças marcantes e, por isso mesmo, inesquecíveis. Com um grande profissional
sob sua direção, como no caso da peça em tela, PHILBERT conseguiu
transpor, para o palco, todas as intenções do romancista UBALDO, extraindo, do ator, seu grande potencial interpretativo, com boas marcações e ótimo
aproveitamento do espaço cênico, além de dosar e variar os momentos de
maior ou menor tensão, na peça; aqueles em maioria.
THELMO
FERNANDES atinge um nível de interpretação que nos leva a considerar este
trabalho como um dos melhores de sua longa carreira de cerca de 30 anos.
Para mim, iguala-se a seu inesquecível, e menos malvado, Creonte, em “Gota
D’Água”. Ator muito versátil, que brilha nos dramas, nas comédias e, até,
nos musicais, na pele deste personagem de “ILHA DO FAROL”, ele,
de certa forma, sai de uma zona de conforto, sempre cercado por grandes
companheiros de cena, e se lança, corajosamente, à missão de interpretar um
solo, como um psicopata, que, no fundo, vive (?) para dar trocos, vive (?)
movido pelo amargo sabor da vingança, alternando momentos de grande ira e
agressividade com debochadas cenas de sarcasmo e cinismo, de uma falsa bondade.
Ele nos faz acreditar que pode parecer bom, em determinados momentos, e apenas,
nada mais que isso, uma vítima da sociedade. E como trabalha bem o corpo, a voz
e as máscaras faciais, para garantir veracidade a seu trabalho! Um dos melhores
atores do TEATRO BRASILEIRO e um dos meus preferidos, de cuja amizade
muito me orgulho, o que, absolutamente, não é o motivo para tantos elogios, uma
vez que sei, muito bem, separar o lado pessoal do profissional.
Quando
falei, na primeira frase desta crítica, do cenário impactante da peça,
não disse que ele é obra da genialidade da jovem e talentosa cenógrafa NATÁLIA
LANA, que também assina o discreto figurino, sobre o qual quase nada
há a ser dito. Quanto ao cenário, porém, é uma obra muito interessante,
porque é simples e, ao mesmo tempo, pode provocar grandes ilações em cada
espectador. Do teto, pendem espécies de cortinas, que vão até o chão,
confeccionadas com um plástico grosso, incolor, meio translúcido, meio opaco,
com enrugamentos. Essas peças, que lembram tapadeiras, estão distribuídas no espaço
cênico, do centro do palco para trás, em várias posições, e o ator
vai surgindo por detrás delas, ou entre elas circula, o tempo todo. Passou-me a
impressão de que a ideia era mostrar que tantos faroleiros, como aquele,
existem pelo mundo e podem surgir do nada, a qualquer momento, criando novas e
sucessivas expectativas, para o público. Ao mesmo tempo, servem para
desfocalizar, alterar os traços físicos do personagem.
É
muito apropriada, para criar o clima de suspense, de mistério e, até mesmo, de
horror, a excelente iluminação, obra de VILMAR OLOS, que optou
por uma luz mais “fechada”, menos intensa. Fraca, mesmo.
MARCELO
ALONSO NEVES, compôs, cuidadosamente, uma excelente trilha sonora
(original), que ajuda a pontuar a diversidade de cada cena. Talvez seja uma
das trilhas sonoras para TEATRO que mais me lembraram as que são compostas
pata o cinema. Tem “cara’ de trilha sonora cinematográfica e é muito boa.
O
material de “vídeo mapping”, produzido por JEFF ARCANJO e
RAFAEL BLASI, quando utilizados, entram em momentos certos, para ajudar a
criar aquele mesmo universo já citado, quando me referi à iluminação.
FICHA TÉCNICA:
Da obra de João Ubaldo Ribeiro
Idealização e Inspiração: Domingos
Oliveira
Adaptação: Fernando Philbert e Thelmo
Fernandes
Direção: Fernando Philbert
Assistência de Direção: James Simão
Interpretação: Thelmo Fernandes
Cenografia e Figurino: Natália Lana
Iluminação: Vilmar Olos
Trilha Sonora Original: Marcelo
Alonso Neves
“Video Mapping”: Jeff Arcanjo e
Rafael Blasi
Fotografia e Programação Visual:
Rafael Blasi
Assessoria de Imprensa: Christovam de
Chevalier
Direção de Produção: Ana Paula Abreu
e Renata Blasi
Apoio de Produção: James Simão
Produção: Diálogo da Arte Produções
Culturais
Realização: Blasi & Fernandes
Produções Artísticas e Diálogo da Arte Produções Culturais
SERVIÇO:
Temporada: De 29 de agosto a 22 de
setembro de 2019.
Dias e Horários: De 5ª feira a domingo,
às 20h.
Local: Mezanino do Sesc Copacabana.
Endereço: Rua Domingos
Ferreira, 160, Copacabana – Rio de Janeiro.
Telefone: 2547-0156.
Horário de Funcionamento da Bilheteria:
Das 9h às 20h, de 3ª a 6 feira, e das 12h às 20h, nos finais de semana.
Valor do Ingresso: R$30,00 (inteira),
R$15,00 (meia entrada ou ingresso solidário, para quem levar 1kg de alimento,
para o projeto Mesa Brasil, do Sesc RJ) e R$7,50 (associados Sesc).
Duração: 70 minutos.
Classificação Etária: 16 anos.
Gênero: Drama.
No
programa da peça, consta um bom trecho de uma carta de DOMINGOS OLIVEIRA,
endereçada a FERNANDO PHILBERT, por meio da qual ele transfere o bastão
ao amigo. Infelizmente, não vou transcrevê-lo na íntegra, porém não posso me
furtar a dividir, com quem me lê, algumas passagens dela: “(...) Não sei
falar sobre a maldade e você está me fazendo pensar a respeito, o que é muito
desagradável. Não sei o que é a maldade nem quero saber. Não a entendo, a não
ser como figura poética. (...) Embora eu não acredite, existe muita gente má no
mundo! Bate aí na madeira! (...) Quase não consegui completar a leitura do
capítulo (o último). É o horror desmascarado, exibindo sua face mais horrenda e
desfigurada. (...) E quer saber de uma coisa, Philbert? Retiro o incentivo que
dei para produzir a peça. É melhor comprar todos os exemplares existentes,
queimá-los num buraco de lixo, com incensos baianos ao redor. Mas nós, de
TEATRO, somos assim mesmo. Do sexo, queremos a vida; na maldade, o poeta vê a
beleza. Enlouqueceu, o poeta? Perguntaria Ubaldo, se essa frase coubesse
naquele sorriso enorme, naquela cara redonda que ele tinha. Saudades do Ubaldo.
Nem o trovão ribomba tanto quanto a tua voz. Tua voz é tua lucidez (...).”.
Que
ninguém vá assistir a “DIÁRIO DO FAROL”, pensando em se divertir com uma
peça leve e despretensiosa. Vai sair do Teatro e deixar o chopinho para outro
dia. Ou não. Talvez seja, até, melhor mesmo deixar que o álcool torne o fardo mais leve. Ao
contrário: é “pesada”, bem “pesada” e serve para que reflitamos sobre o
comportamento humano, sobre a que ponto pode chegar o ser, dito, humano,
premido pelas adversidades e armadilhas que a vida lhe prepara ou, como pensam
alguns, agindo por uma índole má, que, com algumas pessoas, já nasce.
Não
se deixe assustar ou se abater com ou (pel)o que eu escrevi, embora tudo seja a mais
pura verdade. Antes de qualquer coisa, devemos saber que estamos na plateia de
um Teatro e que aquilo que vemos e ouvimos é ficção. Doída, é verdade, uma
exacerbação do que possa existir na vida real, mas “é de mentirinha”. E não
deixem de assistir a este, que é um dos melhores espetáculos a que já assisti
neste ano da (falta de) graça de 2019!
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
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TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
(FOTOS: RAFAEL BLASI.)
GALERIA PARTICULAR
(FOTO: RENATA BLASI.)
(FOTO: RENATA BLASI.)
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