sábado, 18 de outubro de 2025

“ELA, E ALGUMAS HISTÓRIAS”

ou

(UMA BOA COMÉDIA SEMPRE É 

BEM-VINDA.)

 

 


 

Fui ao Teatro ontem, no Shopping da Gávea, para assistir a uma peça que muito me fora recomendada e que não tivera a oportunidade de conhecer antes, em outra temporada, de sucesso, no Teatro Glaucio Gill. Trata-se de “ELA, E ALGUMAS HISTÓRIAS”, com um ator cujo trabalho já conhecia, e admiro, CLAUDIO GABRIEL, e uma atriz, ótima, por sinal, de cujo nome, salvo engano – talvez por ignorância de minha parte – nunca ouvira falar, FRANCISCA QUEIROZ.



Noite de final de novela, tão esperado por milhões de pessoas, quando seria revelado o assassino de uma das protagonistas. Na plateia, um ínfimo número de espectadores, o que me deixou bem triste e me fez lembrar que, em 1989, por coincidência, quando da exibição da primeira versão da tal novela, por coincidência, eu também estava naquele Shopping, em outro Teatro, no mesmo dia do capítulo final do folhetim. Daquela vez, foi pior, porque a peça era protagonizada por Sérgio Brito, cercado por um elenco estelar. 15 atores famosos no palco e 12 pessoas na plateia, incluindo este crítico, é claro. Mesmo assim, em respeito ao público, a sessão não foi abortada e o espetáculo foi um assombro, assim como muito bom foi o de ontem.



  Com relação à peça “ELA, E ALGUMAS HISTÓRIAS”, achei que um dos motivos para o público não ter enchido o Teatro das Artes era o desconhecimento sobre o casal de atores, visto que, infelizmente, a maioria das pessoas troca um bom espetáculo, com atores agnotos, por outros, de qualidade até duvidosa, desde que haja “globais” no elenco, mas me lembrei de que a experiência anterior, há 36 anos, envolvia grandes nomes do Teatro e da TV. Acho que a pouca frequência de ontem girava mesmo em torno de “Quem matou Odete Roitman?”.

 

 



SINOPSE:

Entre memórias, recomeços e descobertas, “ELA, E ALGUMAS HISTÓRIAS” apresenta a trajetória de uma mulher que, após o fim de um casamento, precisa reconstruir sua vida, enquanto concilia maternidade, carreira e as novas formas de se relacionar no mundo contemporâneo.

A peça costura passado e presente em uma narrativa sensível e bem-humorada, refletindo sobre os desafios da mulher moderna diante das transformações sociais e tecnológicas.

Após o fim de um casamento de quase 20 anos e com três filhos para criar, Ela (FRANCISCA QUEIROZ) precisa reinventar sua vida.

Entre a luta por independência financeira, a adaptação às novas dinâmicas das relações virtuais e a pressão por conciliar maternidade e realização profissional, a protagonista atravessa um verdadeiro turbilhão de emoções, ao tomar as rédeas do próprio destino.


 

 


       São várias as camadas que o texto, também escrito por FRANCISCA QUEIROZ, o primeiro seu para o TEATRO, atinge, tais como as responsabilidades com os filhos, o desejo da ascensão profissional, a maturidade, a separação, a luta pelo empoderamento e o recomeço, num mundo que passou por grandes transformações, por conta do advento da tecnologia e dos inúmeros aplicativos de relacionamento. “A montagem convida o público a refletir sobre a condição da mulher contemporânea".



        A dramaturgia, muito boa, diga-se de passagem, é apresentada de uma forma não linear, misturando o momento presente e o passado, por meio de interessantes e curiosos “flashbacks”, “para abordar a fragmentação da experiência feminina e a complexidade da vida moderna, de forma comovente e bem-humorada, em diferentes atmosferas e nuances emocionais”, trecho extraído do “release” que me chegou às mãos, via MÁRIO CAMELO, assessor de imprensa da peça.



         É interessante o nome que a autora deu à protagonista, “Ela”, visto que a personagem se reveste de uma atemporalidade e universalidade, já que tropeçamos em tantas “elas” que existem por aí e com as quais, principalmente, a COMÉDIA conversa mais diretamente.  



      Os elementos de apoio à montagem funcionam satisfatoriamente, com destaque para a simples e muito expressiva cenografia, assinada por CLIVIA COHEN, bem como os figurinos, pensados e criados por BEL GRAÇA, e a justa iluminação, de VILMAR OLOS.



        Só posso enaltecer o trabalho de atuação da dupla FRANCISCA e CLAUDIO, no qual reconheço versatilidade, dinâmica e uma total inteiração entre ambos; aliás, não só entre si, mas também com a plateia, a qual reage muito bem às situações cômicas apresentadas. O casal de atores responde muito bem ao trabalho de direção, muito bem executado por alguém que sabe como dirigir uma COMÉDIA, o talentoso ERNESTO PICCOLO, o querido “Neco”.



 

FICHA TÉCNICA:

Dramaturgia e Idealização: Francisca Queiroz
Direção: Ernesto Piccolo

Elenco: Francisca Queiroz e Claudio Gabriel


Cenografia: Clivia Cohen

Figurino: Bel Graça

Iluminação: Vilmar Olos

Trilha Sonora: Rodrigo Penna 
Direção de Produção: S Rezende Produções
“Design” Gráfico: Deko Mello

Fotos: Nana Moraes, Helena Markun e Lucas Caldeira
Assessoria de Imprensa: Prisma Colab (Mário Camelo)
Realização: Coxia Produções


 

 



 


SERVIÇO:

Temporada: De 03 a 26 de outubro de 2025.

Local: Teatro das Artes.

Endereço: Shopping da Gávea, 2º andar - Rua Marquês de São Vicente, nº 52 – Loja 264 - Gávea – Rio de Janeiro.
Dias e Horários: 6ª feira e sábado, às 20h; domingo, às 19h.
Valor dos Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada) – à venda na bilheteria do Teatro.
Duração: 70 minutos.    

Classificação Etária: 12 anos.

Instagram: @elaealgumashistorias


 


 

 

         Sempre que vou ao Teatro, para assistir a uma COMÉDIA – confesso –, faço-o com muito ceticismo, uma vez que a grande maioria não me agrada, dado que nem todos os dramaturgos e atores/atrizes têm competência para realizar um bom trabalho nesse gênero, o mais difícil de ser montado. Não foi diferente ontem, no entanto só posso dizer que valeu a pena ter assistido a “ELA, E ALGUMAS HISTÓRIAS”, o que me faz RECOMENDAR A PEÇA.  

 

 

 

 

FOTOS: NANA MORAES,

HELENA MARKUN

e

LUCAS CALDEIRA.

 

 

É preciso ir ao TEATRO, ocupar todas as salas de espetáculo, visto que a arte educa e constrói, sempre; e salva. Faz-se necessário resistir sempre mais. Compartilhem esta crítica, para que, juntos, possamos divulgar o que há de melhor no TEATRO BRASILEIRO!






 












































































quarta-feira, 15 de outubro de 2025

 

“FICA COMIGO

ESTA NOITE”

ou

(UMA COMÉDIA ROMÂNTICA

NO PONTO.)

 

 

 

         Há espetáculos de grande apelo popular que conseguem receber várias montagens, mormente quando se trata de uma boa COMÉDIA. A peça aqui analisada já está na quarta produção. A primeira estreou em 1988, trazendo MARISA ORTH e Carlos Moreno no elenco. Seguiu-se, em 1990, uma, à qual assisti, com Débora Bloch e Luiz Fernando Guimarães, excelente, diga-se de passagem, um dos maiores sucessos da temporada teatral carioca daquele ano; achei-a brilhante, irretocável. Depois, em 2007, MARISA voltou a protagonizar a esposa/viúva, ao lado de Murilo Benício. A atual encenação está em cartaz no Teatro Casa Grande, trazendo, nos papéis dos dois cônjuges, mais uma vez, MARISA ORTH, desta vez, dividindo o protagonismo com MIGUEL FALABELLA.

 

 



 


SINOPSE:

“FICA COMIGO ESTA NOITE” é a história de um casal que revisita o seu relacionamento durante o velório do marido.

Em uma comédia romântica, a viúva (MARISA ORTH) recebe amigos e familiares em casa e, por promessa ao falecido marido (MIGUEL FALABELLA), mantém, por decisão própria, o corpo do defunto no quarto, deixando o caixão na porta, o que acaba atrapalhando a circulação dos convidados.

Ela explica aos que compareceram ao velório, regado a bolo e licores, que precisa passar a última noite com ele – prometera isso ao falecido -, como se vivo ele ainda estivesse, enquanto o morto, como espírito, observa e comenta tudo. 

A esposa recebe visitas de amigos e parentes, até a meia-noite, enquanto o espírito do marido observa o próprio velório, comentando e relembrando momentos da vida a dois.

A peça aborda o relacionamento do casal, ao longo dos anos, explorando os desafios, segredos, desentendimentos, mas também o amor, através de uma mistura de humor e a emoção, de forma leve e sensível.


 



 

         O espetáculo aportou no Rio de Janeiro depois de um estrondoso sucesso, obtido numa boa temporada em São Paulo, no Teatro Bradesco, e passagens vitoriosas por sete cidades de Portugal. Com realização da “Aveia Cômica”, o espetáculo vem registrando lotações esgotadas. É incomensurável o número de pessoas que disputam os ingressos para de divertirem, à farta, com as atuações do icônico casal da COMÉDIA. Depois de duas outras temporadas, ao lado de diferentes atores, a atriz retorna ao papel, ao lado de um dos seus maiores parceiros de palcos e da TV.





         O inteligente e divertido texto, de FLAVIO DE SOUZA, totalmente atemporal e universal, com deliciosas pinceladas de um humor sarcástico, ainda que, a meu juízo, um pouco exagerado no emprego de palavrões, os quais considero desnecessários, gratuitos, recebeu uma primorosa direção de BRUNO GUIDA, que soube explorar o que há de melhor no casal de atores, no tocante à arte de fazer rir.





         Ainda que todo humor seja crítico, não vejo, nesta peça, qualquer outra intenção que não seja apenas divertir, e muito, o que é totalmente válido, e do que tanto carecemos nos dias de hoje. Para isso, contribuem a excelência do texto, de FLÁVIO DE SOUZA, a correta direção de BRUNO GUIDA e a perfeita correção na interpretação de dois dos nossos maiores craques do como fazer bom humor. A química e a grande cumplicidade que existem entre MARISA e FALABELLA levam a uma fluência do texto. A dupla provoca seguidas gargalhadas, não só com aquilo que dizem como também pelas máscaras faciais, as entonações e certas posturas corporais.





         Para dar apoio às ações da dupla, merecem destaque a cenografia, assinada por STELLA TENNEMBAUM, os elegantes figurinos, de THEODORO COCHRANE, e a adequada iluminação, a cargo de ANNA TURRA.

 





 

FICHA TÉCNICA:

Texto: Flavio de Souza 

Direção: Bruno Guida

 

Elenco: Marisa Orth e Miguel Falabella

 

Cenário: Stella Tennembaum

Figurino: Theodoro Cochrane

Iluminação: Anna Turra

Gestão de Marketing: Rodrigo Medeiros e Fernando Gouvêa (R+ Marketing)

Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes

Fotos: Priscila Prade (estúdio) e Lenise Pinheiro (cena)

Produção Executiva: Robert Litig

Direção de Produção: Theo Fallabella. 

Realização: Aveia Cômica.

 

 



 

 

SERVIÇO:

Temporada: De 10 de outubro a 30 de novembro de 2025.

Local: Teatro Casa Grande.

Endereço: Avenida Afrânio de Melo Franco, nº 290 / A – Leblon – Rio de Janeiro.

Dias e Horários: 6ª feira, às 20h; sábado, às 17h e 20h; e domingo, às 19h.

Valor dos Ingressos: Plateia VIP: R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia-entrada); Plateia Setor 1: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia-entrada); Balcão Setor 2: R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia-entrada); Balcão Setor 3: R$170 (inteira) e R$ 85 (meia-entrada).

Vendashttps://www.eventim.com.br/ (com cobrança de taxa de serviço) ou na Bilheteria do Teatro (sem cobrança de taxa de serviço).

Horário de funcionamento da Bilheteria: 4ª feira, das 12h às 18h; 5ª feira, 6ªfeira e sábado, das 15h às 20h30min; domingo, das 15h às 18h 30min.  

Informações para imprensa: Adriana Balsanelli – (11) 99245.4138 -  imprensa@adrianabalsanelli.com.br

Renato Fernandes – (11) 97286-6703 - renato.fernandesgon@gmail.com

Recomendação Etária: 12 anos.

Gênero: CONMÉDIA Romântica.

 

 




 

         O Rio de Janeiro já vinha, há um bom tempo, carecendo de uma boa COMÉDIA teatral, um gênero difícil de ser feito e que, infelizmente, via de regra, acaba tombando para o lado do “sem-graça”, do “humor” apelativo e duvidoso, o que, absolutamente, não é o caso da produção em tela, que eu RECOMENDO MUITO.

 

 



 

 

 

FOTOS: PRISCILA PRADE (estúdio)

LENISE PINHEIRO (cena).

 

 

 

É preciso ir ao TEATRO, ocupar todas as salas de espetáculo, visto que a arte educa e constrói, sempre; e salva. Faz-se necessário resistir sempre mais. Compartilhem esta crítica, para que, juntos, possamos divulgar o que há de melhor no TEATRO BRASILEIRO!