“SER ARTISTA”
ou
(A EMOÇÃO ME
FISGOU.”
ou
(“SE ALGUÉM QUISER
FAZER POR MIM,
QUE FAÇA AGORA”! -
“QUANDO EU ME CHAMAR SAUDADE” - NELSON CAVAQUINHO E GUILHERME DE BRITO.)
Numa belíssima canção,
composta por Nelson Cavaquinho (melodia) e Guilherme de Brito (letra),
“Quando
Eu Me Chamar Saudade”, encontramos dois versos que resumem toda a sua
mensagem: “SE ALGUÉM QUISER
FAZER POR MIM / QUE FAÇA AGORA”. Parece que, MARCUS
MONTENEGRO atendeu ao pedido do letrista, quando, em parceria com Arnaldo Bloch, escreveu o livro “Ser
Artista”, lançado em 2020, salvo engano, pela Editora
Hapercollins. A ideia não parou no
livro. REGIANA ANTONINI e MARCUS, fizeram com que a publicação
se transformasse numa linda e comovente peça de TEATRO, uma adaptação
livre dos autores do texto, dirigida por BETH
GOULART e interpretada por LEONA
CAVALLI e ANDERSON MÜLLER, em
cartaz, até o dia 09 de maio, no Teatro dos 4 (VER SERVIÇO.). O
espetáculo “é uma declaração de amor às grandes divas do TEATRO, uma jornada
emocional e uma reflexão sobre o poder transformador da ARTE e a amizade. Uma peça que nos lembra que a vida é efêmera, mas o legado
das grandes artistas é eterno.”.
São 10 nomes de grandes divas do TEATRO: Nathália Timberg, Bibi
Ferreira, Marília Pêra, Tônia Carrero, Rosamaria Murtinho, Zezé
Motta, Irene Ravache, Camila Amado, Eva Wilma e Nicette
Bruno. É bem verdade que outras tantas, talvez, como Fernanda
Montenegro, Glauce Rocha, Dulcina de Moares, Cacilda Becker, Cleide Yáconis e Laura
Cardoso, por exemplo, para citar apenas algumas, ficaram de fora, o que
se justifica pelo fato de um dos autores do livro – MARCUS MONTENEGRO - ter-se atido àquelas que, ao logo do tempo, se
tornaram, além de agenciadas por ele (MONTENEGRO TALENTS), suas amigas
pessoais e, até mesmo, conselheiras. Também é certo que, infelizmente, 6
delas recebem a justa, e merecida, homenagem, na peça, “post mortem”, mas Camilla
Amado e Nicette Bruno, quando do lançamento do livro, ainda viviam. Por
outro lado, 4, DONAS (É com essa forma de tratamento
que as reverencio, mesmo que sejam minhas amigas.) Nathália, Rosamaria, Zezé e Irene, ainda vivem, para merecer, até presencialmente, o tributo de
que são merecedoras. Na noite em que assisti à peça, Rosamaria Murtinho fazia
parte do público e muito se emocionou com a consagração, no palco e na plateia.
O delicioso e muito bem arquitetado
texto nos mostra as personagens – Sim, elas deixam de ser atrizes para virar
personagens. – com suas peculiaridades. Ele nos leva a conhecer seus
gostos, manias, qualidades (e “defeitinhos” também), ansiedades,
projetos, visão de mundo, conceitos de “ARTE”, medos, vitórias (e “fracassinhos”
também), todas com uma grande qualidade em comum: “lutaram e desbravaram o caminho,
para que outras mulheres tivessem seu papel de forma ativa na sociedade, sendo
valorizadas como artistas e possuindo voz para se manifestarem e conquistarem
suas posições de desejo. Essas damas possuem grande representatividade e
importância cultural e histórica...”.
SINOPSE:
Em uma noite
chuvosa, no Rio de Janeiro, o agente teatral MARCUS MONTENEGRO, interpretado por ANDERSON MÜLLER, fica deslumbrado pela produção de uma peça no Teatro
Copacabana Palace.
No camarim,
ele encontra a icônica atriz Nathália Timberg, sem imaginar que,
no futuro, ela se tornaria sua amiga e conselheira.
Assim começa
uma jornada emocionante, através da vida desse agente, desde sua infância, num
subúrbio carioca, até se tornar um produtor renomado.
Ao longo de
sua carreira, ele é influenciado e inspirado por algumas das maiores divas do TEATRO
BRASILEIRO.
Além de Nathália
Thimberg, Bibi Ferreira, Marília Pêra, Tônia Carrero, Rosamaria
Murtinho, Zezé Motta, Irene Ravache, Camila Amado, Eva
Wilma e Nicette Bruno compartilham suas histórias, paixões e sabedoria
com ele, ensinando-o sobre disciplina, informação, formação e respeito pelo TEATRO.
Cada uma
dessas atrizes extraordinárias, todas interpretadas por LEONA CAVALLI, assume o papel da outra, revelando suas vidas,
desafios e triunfos no palco e na vida real.
Através de
depoimentos emocionantes e interpretações brilhantes, a peça celebra a força,
coragem e espiritualidade das artistas que moldaram a história do nosso TEATRO.
Mas a
história toma um rumo inesperado, quando um convite para um almoço especial, na
casa de NICETTE BRUNO, é interrompido
pela fragilidade da vida.
É extremamente prazeroso, quando vou ao
TEATRO,
já com uma boa expectativa e, terminado o espetáculo, sinto que ela foi
potencializada, em função do que me foi servido numa fina bandeja de prata. Foi com esse sentimento que deixei o Teatro do 4, na noite da última quarta-feira, 15 de
abril de 2024. Durante 80 minutos, os espectadores, mesmo
os que não têm a menor intimidade com o universo artístico, se sentem “voyeurs”,
no melhor sentido do vocábulo, olhando pelo buraco de uma fechadura, invadindo
a intimidade de MONTENEGRO e suas
amigas, e mergulham nas vidas, paixões e desafios enfrentados por essas
artistas excepcionais.
Conheço o livro que deu origem à peça e
percebi que sua transposição para o palco demandou um cuidadoso trabalho
dramatúrgico, para conservar, em narrativa, trechos dos mais importantes da
obra, feitas por ANDERSON MÜLLER, e
transformar em diálogos passagens da publicação, as quais ganharam um brilho
maior, principalmente graças ao magnífico trabalho da atriz LEONA CAVALLI, ao qual darei o devido
destaque adiante.
Não pensem que encontrarão uma montagem
luxuosa, entretanto já vão sabendo que serão apresentados a uma produção corretíssima,
em que todos os elementos que entram na sua construção, estão afinados pelo mesmo
diapasão, em função da competente FICHA TÉCNICA do projeto, a começar pela
cenografia,
econômica e perfeita, de JOSÉ DIAS,
na qual não poderiam faltar as escadas, que não só são um símbolo do TEATRO
de Revista, como também podem simbolizar a ascensão (e a indesejada e
temida “queda”) dos artistas, em geral.
Quanto aos figurinos, com poucos recursos,
penso eu, mas esbanjando talento e bom gosto, marcas registradas do seu
trabalho, KAREN BRUSTTOLIN, mais uma
vez, se destaca, vestindo, de forma impecável e obedecendo às características
comportamentais de cada personagem, os atores, principalmente com relação a
todos os trajes utilizados por LEONA CAVALLI,
na pele de cada uma das homenageadas. A iluminação, assinada por PAULO CESAR MEDEIROS, cai como uma luva
para cada cena, variada e precisa. ALFREDO
SERTÃ e FERNANDO OCAZIONE,
responsáveis pela trilha sonora e pelo visagismo, respectivamente, são dois
nomes de profissionais cujas contribuições são relevantes na peça. E o mesmo se
pode dizer com relação às excelentes projeções, a cargo dos irmãos VILAROUCA (RICO e RENATO), e à direção
de movimento, de DANI CAVANELLAS.
De tudo, neste espetáculo, guardarei ótimas recordações, mormente com relação a duas coisas. A primeira, com total certeza, diz respeito à impecável atuação de LEONA CAVALLI, na interpretação de todas as divas. Acho que, por orientação de BETH GOULART, a qual muitos aplausos merece, por sua ótima direção, e, também, por seus predicados próprios, a partir de uma minuciosa pesquisa sobre as atrizes que representaria, não houve uma intenção de LEONA copiar, imitar, no sentido mais “latu” do significado do verbo, as personagens, porém, pela convivência que tive com quase todas elas e ainda tenho, com as vivas - mas o público, em geral, também pode perceber –, enxerguei mínimos detalhes, de expressão corporal e voz, de todas, bem distintos. A grande atriz comporta-se “camaleonicamente” nesta peça. Trata-se de uma artista que se adapta muito bem a personagens dramáticas e cômicas e a quem não poupo aplausos, quando a vejo num palco, como, por exemplo, na sua inesquecível Frida Khalo, no espetáculo “Frida Y Diego”, ao qual assisti, há dez anos, no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, e, posteriormente, no Rio, no extinto Teatro Maison de France, se não me equivoco. dividindo o palco com o ator, José Rubens Chachá, este no papel do grande amor da pintora, Diego Rivera. Tão entusiasmado e emocionado fiquei com a “performance” de LEONA CAVALLI, em “SER ARTISTA”, que cheguei a postar, numa rede social, no dia seguinte: Até o dia 9 de maio, você tem a OBRIGAÇÃO de ir ao Teatro dos 4, numa 4a ou 5a feira, às 20h, para assistir a um dos melhores espetáculos de TEATRO a que assisti, até agora, em 2024: “SER ARTISTA” (...) A ser empregado o critério da MERITOCRACIA (como, aliás, deveria ser sempre), LEONA terá que ser, no mínimo, indicada a todos os prêmios de Teatro deste ano.
A segunda lembrança é a
homenagem que cabe, no espetáculo, à saudosa e queridíssima Camilla
Amado, a “amada Camilla”, uma das melhores criaturas que já conheci no TEATRO, como pessoa e profissional, uma amiga que deixou muita
saudade, em mim e numa legião de amigos e fãs. Fiquei muito tocado, quando ouvi falar dela, vi sua imagem projetada, no fundo do cenário e ouvi trechos ditos por ela, em gravação.
A peça oferece mais condições de
destaque para o trabalho da atriz, entretanto seu brilho está na dependência
direta da atuação de seu colega de cena, ANDERSON
MÜLLER, no caso, o qual interpreta o personagem MARCUS MONTENEGRO, como narrador, na maior parte da encenação, e
nos diálogos com as personagens femininas. Em ambas as posições, MÜLLER se apresenta elegantemente e
centrado no personagem, deixando bem clara a admiração que “Marquinhos” tinha, e ainda
tem, por todas aquelas fabulosas mulheres. Felicito, efusivamente, o casal de
atores.
FICHA
TÉCNICA:
Autores: Regiana Antonini e Marcus
Montenegro
Concepção e Direção: Beth Goulart
Elenco: Leona Cavalli e Anderson Müller
Cenografia : José Dias
Assistente de Cenografia: Talita Gomes
Figurino: Karen Brusttolin
Iluminação: Paulo César Medeiros
Trilha Sonora: Alfredo Sertã
Visagismo: Fernando Ocazione
Projeção: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca
Preparação Vocal: Rose Gonçalves
Direção de Movimento: Dani Cavanellas
Assistência de Direção: Verônica Rocha
Direção de Produção: Marcus Montenegro
Produção Executiva: Karina Alaor Gestão
Administrativa e Financeira: Karla Abinader
Assistência de Produção: Fernanda Cardoso e Alex Palmeira
Cenotécnico: José Galdino – Pará
Técnico de Som/Projeção: Paulo Mendes
Técnico de Luz: Mário Júnior
Diretor de Palco do Teatro : Alessandro Santos
Contrarregra : Luciano Ribeiro
Camareira: Nalva Aparecida da Silva
Assessoria de Imprensa: Julyana Caldas – JC Assessoria de Imprensa
“Marketing” Cultural: Gheu Tibério
Programação Visual: Vitor Machado
Fotografia: Edu Rodrigues
Realização: Montenegro Talents
SERVIÇO:
Temporada: De 06 de março a 09 de maio de 2024.
Local: Teatro dos 4.
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, nº 52 (Shopping da
Gávea – 2º piso) – Gávea – RJ.
Tel. (21) 2239-1095.
Dias e Horários: 4ªs e 5ªs feiras, às 20h.
Valor dos Ingressos: R$ 80 (inteira) e / R$ 40 (meia-entrada).
Vendas “on-line”:
Sympla (ou na bilheteria do Teatro).
Duração: 80 minutos.
Classificação Etária: 14 anos.
Gênero: COMÉDIA Dramática
Quem
for ao Teatro dos 4, o que, aliás, EU RECOMENDO MUITO, por ter sido um
dos melhores espetáculos a que já assisti neste primeiro semestre de 2024,
testemunhará uma linda, digna e merecida homenagem
a essas mulheres icônicas e matará a saudade em relação àquelas que já se
foram. Além disso, verá que a peça ensina, às novas gerações, a importância que
elas tiveram, tanto na área artística quanto no pioneirismo brasileiro, na luta
pelo feminismo.
Para encerrar estes emocionados comentários, selecionei uma das
frases de MARCUS MONTENEGRO,
retiradas do “release”, que recebi da assessoria de imprensa: “A
peça é o meu último grito, é para alertar. Esse espetáculo veio para homenagear
as mulheres com quem eu trabalhei e trabalho. E, principalmente, mostrar, para
a sociedade e para a classe artística, o legado que elas deixaram, com a
construção de um trabalho sólido e sério, através das suas produções teatrais.
É o último grito para essa geração que está chegando se inspirar no que há de
melhor e consistente, para como construir uma carreira sólida no mundo da
atuação.”.
FOTOS: EDU RODRIGUES
GALERIA PARTICULAR:
Com meu querido amigo Marcus Montenegro.
VAMOS AO TEATRO!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE
ESPETÁCULO DO BRASIL!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE; E
SALVA!
RESISTAMOS SEMPRE MAIS!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA
QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO TEATRO BRASILEIRO!
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