PETER PAN,
O MUSICAL
(MONTAR UM MUSICAL
DE
ALTA CATEGORIA
NÃO É PARA OS FRACOS.
ou
UM MOTIVO PARA QUE,
TAMBÉM,
NÃO SE QUEIRA CRESCER.
ou
DO MARAVILHOSO
ENCANTAMENTO
DO TEATRO MUSICAL.
ou
“MAGIA NÃO TEM IDADE”.)
Depois de muita espera e graças à tenacidade, à fé e à
coragem da produtora, RENATA BORGES (Leia-se: TOUCHÉ
ENTRETENIMENTO, antiga Fábula Entretenimento), finalmente, chegou ao
Rio de Janeiro, após cinco meses de temporada, no Teatro Alfa, em
São Paulo, em 2018, visto, lá, por 160.000 pessoas, e está
sendo apresentada na Grande Sala da
Cidade das Artes (VER SERVIÇO), a grandiosa e ousada montagem do espetáculo
“PETER PAN, O MUSICAL”, com direção de JOSÉ POSSI NETO,
contando com um elenco dos melhores, reunido num só espetáculo musical.
Os produtores da Broadway, os quais vieram ao Brasil, consideram
a nossa encenação a melhor, depois da original, de acordo com a
informação da produtora.
Temendo que, por sua complexidade, no que diz respeito
aos aspectos técnicos que envolvem a encenação e por seu alto custo,
para que se pudesse viajar com a peça, ela não viesse para o Rio de
Janeiro, fui a São Paulo, no ano passado, para conhecer o espetáculo,
que considero um dos melhores musicais a que já assisti em toda a minha vida
de “rato de TEATRO”. Revi-o, aqui, no Rio, por duas vezes: na
estreia para o público e na sessão para convidados. E ainda quero revê-lo mais
outras.
A análise que farei se reporta à versão carioca –
que isso fique bem claro -, a qual sofreu alterações, na ficha técnica,
com relação ao elenco original, entretanto mantendo a mesma qualidade da
encenação paulista, com uma ou outra perda, sem muita
importância, que, absolutamente, em nada, desabona a montagem em tela.
Dessas alterações, destaca-se uma bem sentida, a de Daniel
Boaventura, que interpretava o SR. DARLING e o grande vilão da
história, o CAPITÃO GANCHO, papéis aqui assumidos, com competência, por TUCA
ANDRADA. No papel de WENDY, Bianca Tadini também foi
substituída por KARINA MATHIAS, que já era sua “cover”. Maria
Neto também não faz parte do elenco carioca, no papel da SRA.
DARLING, tendo sido substituída por GISELE LIMA, que, também, já
atuava como sua “cover”. Também entraram no elenco do Rio de Janeiro
THADEU TORRES, como JOHN, e LUKE LIMA, como MICHAEL,
os dois meninos da Família DARLING. GABRIEL QUIRINO, que, em São
Paulo, fazia parte do coro, aqui passou a assumir três papéis: Pirata,
“cover” de NANÁ e Índio. Do elenco paulista,
veio, ainda, VINÍCIUS TEIXEIRA, que já interpretava SUJINHO, um
dos meninos perdidos. O grupo atual conta, salvo engano, com cerca 80%
de atores/cantores/bailarinos do Rio de Janeiro, todos escolhidos
numa concorrida audição, sobre a qual o diretor confessou,
publicamente, sua dificuldade em fazer as escolhas, uma vez que via, no mínimo,
três ou quatro excelentes candidatos para um só papel, bem ao contrário do que
acontecia há vinte anos. Era o oposto de hoje: se, antigamente, era difícil
dizer “sim”, agora, a dificuldade está em dizer “não”, em ter de
abrir mão de tantos talentosos multiartistas. Difícil era encontrar quem
interpretasse, cantasse dançasse bem. Hoje, o difícil, para o diretor e
toda a equipe de criação, é entender que o espetáculo precisa de
um número “x” de atores, e não de uma centena ou mais. Estes, de
todas as idades, de crianças aos mais maduros, vêm se formando, nos últimos
anos. São pessoas dedicadíssimas e aplicadas, que reservam muitas horas do seu
dia para aulas de canto e dança, incluindo o sapateado, e, também, para
aprender a tocar um instrumento musical, fora as muitas horas de ensaios
fatigantes. BRAVO!!! Muitas palmas para os artistas dos nossos musicais!!!
“PETER PAN, “O MUSICAL” é considerado um dos
grandes clássicos da Broadway e era um sonho antigo da produtora RENATA
BORGES, que já trouxe, ao Brasil, outros grandes ícones do universo
dos musicais, com destaque para o anterior a este, “Cinderella”, de Rodgers
& Hammerstein. Não é comum, nas críticas, que seja aberto um
espaço, para se falar dos produtores, dos produtores executivos e
dos assistentes de produção, elogiar seu trabalho, quando merecem ser
elogiados, no “backstage”, sem os quais é impossível erguer um espetáculo
e a realização de cada sessão dele, seja musical ou não; principalmente
quando se trata de musicais. Parabéns a esses bravos e eficientes profissionais!
A
nossa versão de “PETER PAN...” é uma criação genuinamente brasileira,
recebendo, dos detentores dos direitos de montagem, fora da Broadway,
liberdade para criação, sem, obviamente, fugir ao essencial. “...não é
uma franquia, mas com toda a grandiosidade que o espetáculo pede...”,
como diz a produtora, inclusive trazendo os técnicos de efeitos
especiais e voos da Broadway.
“PETER
PAN, O MUSICAL” estreou, na “meca dos musicais”,
em 1954, e venceu três Tony Awards, incluindo Melhor Ator
(Cyril Ritchard, o CAPITÃO GANCHO) e Melhor Atriz (Mary Martin),
que interpretou PETER PAN, seguindo uma tradição de mulheres no papel-título
do espetáculo. No Brasil, porém, a equipe de produção houve
por bem escolher um homem, e acertou em cheio, para viver o protagonista,
o fantástico MATEUS RIBEIRO, que ganhou a primazia de interpretar o personagem,
disputando o papel com cerca de 4000 candidatos.
Em
1979, houve um “revival”, na Boadway, e essa remontagem
foi indicada aos Tony´s de Melhor Atriz (Sandy Duncan) e
Melhor “Revival”. Em 1990, esse clássico, do universo infantil, que
também agrada aos adultos, retornou, mais uma vez, à Broadway, concorrendo
ao Tony de Melhor “Revival” e Melhor Atriz, para Cathy
Rigby, a qual reassumiu o papel, em uma montagem de 1998,
também indicada ao Tony de Melhor “Revival”. O musical é
uma adaptação da peça de J. M. BARRIE, de 1904, que gerou,
também, o livro “Peter e Wendy”.
De
acordo com o “release”, enviado por ALAN DINIZ (XAVANTE
COMUNICAÇÃO), “PETER PAN, O MUSICAL” foi o destaque das premiações no
ano passado. Teve 10 indicações ao Prêmio Reverência (Venceu Melhor Ensemble e
MATEUS RIBEIRO foi eleito Melhor Ator), nove indicações ao Prêmio Bibi Ferreira
(Venceu Melhor Cenário, Melhor Figurino e Melhor Coreografia). O espetáculo foi
eleito um dos três melhores musicais do ano, pela Folha de São Paulo, e teve 14
indicações ao BroadwayWorld Brazil Awards 2018, além de vencer três categorias
do Prêmio Destaque Imprensa Digital: Destaque Musical Estrangeiro, Destaque
Ator (Mateus Ribeiro) e Destaque Coreografia (Alonso Barros)”. Com tantas distinções, o que aqueles que ainda não conheciam o espetáculo poderiam esperar? Uma
OBRA-PRIMA do TEATRO MUSICAL.
SINOPSE:
A história de “PETER PAN, O MUSICAL” é uma
fábula, sobre um menino que se recusou a crescer, e suas aventuras com os irmãos
DARLING pela Terra do Nunca.
Três crianças, que moram em Londres, no início
do século XX, WENDY (KARINA MATHIAS), JOHN (THADEU TORES) e
MICHAEL (LUKE LIMA), os filhos da Família DARLING, no início do
século XX, são surpreendidas, numa noite, por um garoto, que entra pela
janela do seu quarto, acompanhado pela fada SININHO (NATACHA TRAVASSOS), a
qual aparece sob a forma de uma luzinha e só toma corpo quase ao final do espetáculo,
quando voa sobre a plateia.
A intenção única do misterioso menino era resgatar a
sua sombra, que ficou nas mãos da SRA. DARLING (GISELLE LIMA), numa
noite anterior, quando ela o surpreendeu no quarto e ele conseguiu fugir,
deixando por lá, porém, a tal sombra, a qual a mãe das crianças guardou numa
gaveta e ficou com medo de ele voltar, para recuperá-la, sem saber quem era e
quais as suas reais intenções.
PETER, realmente, voltou e procurou por sua sombra, mas acabou por
despertar a menina WENDY. Os dois começam a conversar, travam uma
camaradagem, PETER ensina as crianças a voar, utilizando o pó de
pirlimpimpim, e convida WENDY e seus irmãos, que acabaram acordando
também, com a conversa dos dois, a embarcar em uma viagem fantástica, rumo ao
lugar de onde viera e no qual vivia, a Terra do Nunca, uma ilha
paradisíaca, habitada por sereias, índios e piratas, além dos MENINOS
PERDIDOS, que são aqueles que caem de seus carrinhos de bebê, perdem-se de seus pais e, para lá, são
encaminhados.
Mas, ao chegar ao destino, suas tardes de diversão
são interrompidas pelo terrível CAPITÃO GANCHO (TUCA ANDRADA), que
tivera uma das mãos comidas por um terrível crocodilo e que, com a ajuda de seus
fiéis piratas, planeja capturar todos e fazê-los andar sobre uma prancha, no seu navio, rumo
à morte.
Ao longo da história, PETER convida todos os
espectadores a conhecer a importância da verdadeira amizade, com muitas
brincadeiras e um senso de humor que resgata toda a magia da infância.
Em bem mais de duas horas, e mesmo durante os quinze minutos que separam os dois atos,
todos, na plateia, crianças e adultos, são transportados para a Terra do
Nunca, graças à magia do TEATRO e deste espetáculo, em especial,
que apresenta um texto muito interessante, uma direção excelente,
um elenco que dá aula de como se atua num musical, elementos técnicos
impecáveis, incluindo, aí, os vários efeitos especiais e o voos.
Por ter assistido à peça três vezes, nas duas últimas, dei-me o direito
de, em certos momentos, observar a reação dos que estavam à minha volta e vi as
pessoas, de todas as idades, com um brilho especial no olhar, totalmente
envolvidas no clima do musical. Seria o efeito do pó de pirlimpimpim? É, realmente, uma montagem muito
bonita e divertida, que mexe com a emoção e a sensibilidade do espectador, de
qualquer idade.
A
dramaturgia, baseada no texto original, de SIR J. M. BARRIE, é ótima. Não conheço a sua versão original, mas
podemos perceber que o trabalho de BIANCA TADINI e LUCIANO ANDREY,
responsáveis pela versão brasileira, foi bem criterioso e muito próximo
do que já conhecemos da história.
A
peça traz a música do original da Broadway, de MORRIS (MOOSE) CHARLAP,
com música adicional de JULE STYNE, e letras é de CAROLYN
LEIGH, com letra adicional de BETTY COMDEN e ADOLPH
GREEN. São bonitas as canções e algumas, ou parte delas, ficam guardadas na
nossa memória. Particularmente, gosto muito de ouvi-las, nas plataformas
digitais, como estou fazendo agora, e sairei à cata de um CD (Sim, eu
gosto muito de CD. Isso é um problema?), com a gravação original de
alguma montagem no exterior, já que não conseguirei, infelizmente, uma gravação
com o elenco brasileiro. Aceito dicas.
Para
realizar seu sonho, RENATA BORGES não escalou não um time de
futebol, mas uma seleção dos mais competentes profissionais do TEATRO
MUSICAL, para a realização de um espetáculo inesquecível.
Além
de confiar no talento da dupla que versionou o texto para o português,
BIANCA e ANDREY, RENATA convidou um dos mais competentes e
premiados diretores, para assumir o comando da ousada encenação, JOSÉ
POSSI NETO, acostumado a dirigir alguns dos nossos mais talentosos atores
e atrizes, agora trabalhando com nomes gabaritados e muitos jovens e
talentosos artistas. POSSI tem, em seu currículo, vários prêmios
e indicações a outros, como reconhecimento pelo seu talento. Dirige, com
igual eficiência, musicais e espetáculos de outros formatos, sabendo-se
que são duas tarefas completamente diferentes e que a direção de um
musical exige muito mais do que “dirigir atores”. A responsabilidade
é muito maior, principalmente quando está em jogo uma releitura de um clássico,
que, passando de geração a geração, vem encantando a todos os que o conhecem. E
POSSI dá conta do recado, com muita precisão e firmeza. Sua interação
com os demais criadores da equipe, principalmente o coreógrafo, ALONSO
BARROS, e o diretor musical e regente, CARLOS BAUZYS,
resultou num belo e corretíssimo trabalho. Uma de suas grandes percepções,
posta em prática no palco, foi a de que o espetáculo tinha de ser muito
movimentado e que o elenco deveria ser provocado, ao máximo, para a exploração
do corpo. Em musicais, o corpo fala; e muito. Aqui, fala até demais. E isso é
muito bom.
E
já que estamos falando de corpos se movimentando, passarei a comentar um dos
mais altos pontos desta montagem, na minha visão, que é o trabalho
extremamente inventivo, criativo, técnico e lindo, proposto por ALONSO
BARROS, talvez – quase tenho certeza – assinando, aqui, o seu melhor
trabalho de coreografia. Não há um senão em todas as cenas
coreografadas, com grande destaque para o número “Uga Uga”, logo no
início do segundo ato, reunindo, praticamente, todo o elenco,
juntando os mais diversos personagens, coreografia que mistura
técnicas de se expressar por meio da dança, incluindo o delicioso
sapateado. Dura cerca de sete minutos e leva a plateia ao delírio. É
ovacionada, ao final, de tal forma, que resisti a só aplaudir a cena de pé na
primeira vez em que vi o musical. Nas duas seguintes, além do aplauso de
pé, não pude conter meus gritos de “BRAVO!”, no que fui seguido por
muitos outros espectadores, os quais, como eu, pareciam não acreditar no que
estavam vendo. Uma das mais fantásticas coreografias que já vi num musical.
Apenas por ela, na minha modesta visão, não técnica, mas de um grande
apreciador do belo, ALONSO merecia ganhar todos os prêmios na categoria
que representa, pelo que vi, até o momento, neste ano. Além dos números de dança, ele ainda faz um excelente trabalho
de direção de movimento.
Como uma superprodução, que consumiu alguns
milhões de reais, tudo é muito grandioso, no sentido espacial e de qualidade,
como os cenários, de RENATO THEOBALDO e BETO ROLNIK, e os
figurinos, assinados por THANARA SCHÖNARDIE e TONINHO MIRANDA.
O cenário apresenta variações,
dependendo, obviamente, das locações. São três bases: o quarto das crianças da Família
DARLING, A Terra dos Meninos Perdidos (uma ilha) e o gigantesco navio
do Capitão Gancho. Em todos eles, RENATO e BETO se
preocuparam com um acabamento é perfeito e tudo passa, ao espectador, a mais
pura impressão de verdade. O quarto das crianças, representando bem a
arquitetura e a decoração da época em que se passa a trama, é lindo, delicado,
ricamente cheio de detalhes decorativos, aconchegante, em tons pastéis. Sugere
a harmonia de uma família. A Terra dos Meninos Perdidos é um convite à
exploração, à aventura e à imaginação, lembrando-nos, aos adultos – a mim, muito
–, nossos tempos de criança, sem celulares e "videogames". Cheia de cavernas,
pedras, árvores, provoca a vontade de subir ao palco e, também explorar os meandros
daquela ilha. O navio do Capitão Gancho é uma verdadeira obra-prima,
daquelas que mereciam ficar, depois de encerradas todas temporadas, expostas
num utópico “museu dos cenários”, o qual deveria ser criado por algum
mecenas. Um detalhe muito interessante nessa parafernália cenográfica
reside na funcionalidade como a cenografia se transforma. Há uma “engenharia”
muito bem planejada, para que, em poucos segundos, uma locação se transforme em
outra. Existem, ainda, algumas pequenas peças e objetos de cena, que também
fazem parte desses maravilhosos cenários, incluindo um crocodilo
gigante, tamanho natural, “supertropical e high tech”, que se
movimenta, atravessando o palco e escancarando uma bocarra, que não amedronta,
mas causa um excelente efeito, principalmente em função dos estímulos sonoros
que acompanham cada uma de suas aparições. É o crocodilo que havia comido uma
das mãos do Capitão Gancho e sempre volta a persegui-lo, para acabar de
devorá-lo. É o seu grande pesadelo. O animal, até onde sei, não foi
confeccionado no Brasil, porém desconheço outros detalhes sobre ele.
Os
figurinos são outro grande destaque na peça e também merecem a
classificação de obra-prima. THANARA e TONINHO abusaram do
bom gosto e da criatividade para a criação de muito mais que uma centena de
roupas, todas bem ajustadas aos personagens, atendendo às necessidades. Os
figurinistas mergulharam no mundo das cores e criaram peças muito coloridas e
alegres, o que muito colabora para que fixemos nossa atenção no palco e nos
deixemos encantar pelo visual dos figurinos. São todos muito originais e
singulares, por vezes, exagerados, de propósito.
Não
guardo muita lembrança de detalhes da iluminação que vi em São Paulo,
criada por EDUARDO ESDRA e RANGEL DANTAS, mas consta, na ficha
técnica, que houve uma adaptação, no desenho de luz, para a temporada
carioca, sob a responsabilidade de EDUARDO CARECA. O que posso afirmar é
que os efeitos produzidos pela luz são magníficos e valorizam cada cena.
Sempre digo, quando escrevo sobre um musical, que
não pode haver falhas no que tange ao som. Não faz sentido o espectador
não conseguir ouvir, com clareza, o que dizem ou cantam os atores, porque a voz
fica prejudicada pelo volume dos instrumentos musicais, por exemplo. Isso destrói
qualquer musical. Quando, porém, o nome de GABRIEL D’ANGELO
consta, na ficha técnica, como o responsável pelo desenho de som,
temos certeza de que não correremos tal risco, pois se trata de um grande
profissional, que põe em prática seus conhecimentos técnicos, com o objetivo de
que tudo seja ouvido por todos, independentemente do lugar em que se senta o
espectador. Tudo é muito bem equalizado e o som funciona às mil
maravilhas.
SÉRGIO ABAJUR é um nome muito importante, na equipe
de criadores, pois é dele todo o trabalho de visagismo, que resulta
num visual fantástico, com detalhes de maquiagem que marcam cada personagem,
com a força, também, dos adereços, de GEORGE SILVEIRA.
Não há ninguém que se proponha a ver o espetáculo
que não tenha uma grande curiosidade para ver todos os efeitos especiais em
funcionamento, um dos grandes encantamentos da peça, principalmente
os voos. São MAZE FX e ZFX FLYING EFFECTS as empresas
credenciadas para a realização dessas magias, sendo que, na produção brasileira,
cabe a BRUNO JUNQUEIRA a função de diretor de efeitos especiais.
E são muitos. E os voos são fantásticos. Não como “spoiler”,
porque todos já sabem que os voos existem, mas, ao contrário, como fator de estímulo,
para quem não assistiu, ainda, ao musical, há muito voos; individuais,
em duplas e com quatro “voadores”, simultaneamente, sem falar do incrível sobrevoo
de SININHO e PETER PAN na parte anterior da plateia. Quase
inacreditável!!! E vale, aqui, um crédito positivo aos rapazes que controlam
esses voos, tarefa difícil e arriscada, ainda que haja muita segurança nessas
manobras.
E “the last but not the least”, muito pelo
contrário, falemos do elenco, deste grandioso elenco!
Difícil, muito difícil mesmo, é encontrar palavras que
qualifiquem a atuação de MATEUS RIBEIRO, o PETER PAN. Sou um
admirador inconteste de seu talento, que conheço não é de hoje. Em todos os
seus trabalhos, mesmo na condição de ator em papéis coadjuvantes, MATEUS
sempre se destacou. Reconheci seu enorme talento, desde a primeira vez em que o
vi atuando e, de lá para cá, venho acompanhando, com muita alegria, seu crescimento
constante, como multiartista, o que só acontece porque se trata de um
profissional aplicadíssimo naquilo que faz, procurando, sempre, se aprimorar,
seja na interpretação, seja no canto, seja na dança, seara em que ele se sente
muito à vontade. Só para exemplificar, um pouco, sua dedicação à dança, ele
estudou/estuda vários tipos de dança e já participou de cursos e “workshops”
com grandes nomes da dança nacional e internacional, como Tony Gogo (Japão),
Gigi Torres (EUA) e Lyle Beniga (EUA). Neste espetáculo, MATEUS
extrapola seus limites, até então, que eu conhecia, superlativa-se, dando
cambalhotas e fazendo mil piruetas em cena, sem falar nas acrobacias aéreas, em
nove voos. Este jovem, de apenas 23 anos, dono de um carisma
ímpar, de uma inesgotável energia, de uma impressionante flexibilidade de corpo
e de uma presença de palco invejável, é considerado, merecidamente, um dos
principais nomes da nova geração do TEATRO BRASILEIRO,
principalmente dos musicais. “Foi eleito, pela revista Forbes, um
dos jovens mais promissores do país, na área de Arte/Entretenimento, entrando,
em 2018, para a lista “Under 30”. (Wikipédia). Não consigo ver
outra pessoa, homem ou mulher, interpretando o menino que se recusava a
crescer.
TUCA ANDRADA entrou no elenco, no Rio de
Janeiro, com a dificílima missão de substituir Daniel Boaventura,
que fazia um excelente trabalho, na versão paulista do musical. Ainda
que mais conhecido pelos inúmeros trabalhos de sucesso na TV (novelas,
séries, minisséries e especiais) e alguns no cinema, TUCA, é um excelente
ator dos palcos e já atuou em outros musicais, o que lhe facilitou a
tarefa de substituir um colega, ainda que precise aprimorar um pouco o canto.
Tanto como o chefe da Família DARLING, um rígido e metódico marido e pai
de três filhos, como na pele do grande vilão, o CAPITÃO GANCHO, TUCA
faz um ótimo trabalho, obtendo mais sucesso com este, por ser um vilão “fora da
caixa”, um quase anti-herói, engraçado, histriônico, com tiradas inesperadas,
sem esquecer seus “cacos”, que enriquecem as cenas e agradam à plateia.
Gastaria horas e muitas linhas para falar de cada um dos
demais artistas completos (interpretação, canto e dança) que integram o elenco,
numa total sintonia e equivalência em talento, mas não posso deixar de dar
destaque a alguns, como PEDRO NAVARRO, que é aplaudido em cena aberta,
rouba a cena, algumas vezes, com a sua hilária composição para o personagem SMEE,
o braço direito do CAPITÃO GANCHO, sem qualquer intenção de fazer piada
ou trocadilho. O personagem é muito carismático e conquista, num piscar
de olhos, a simpatia do público, desde sua primeira aparição. Atrapalhado, meio
“bobo da corte” e com uma voz e um jeito de falar "diferentes", o SMEE
consegue arrancar as maiores e melhores gargalhadas, no espetáculo.
Posso garantir que, mesmo calado, quando entra em cena, já causa um “frisson”
no público. Em mim, pelo menos. PEDRO entra em cena e eu já começo a
rir.
Em todas as montagens, mundo afora, a personagem
SININHO só se faz presente, em cena, por meio de uma luz, com a qual PETER
e WENDY “contracenam”. Aqui, também é assim, entretanto a personagem é
materializada, numa cena curtíssima, quase ao final do espetáculo, quando
faz seu único e inesquecível voo, representada pela atriz NATACHA TRAVASSOS.
As crianças da Família DARLING, conquanto os atores façam um
bom trabalho, na minha modesta visão, deveriam ser interpretadas por
adolescentes. E é fato que os temos aos montes, tão talentosos quanto KARINA
MATHIAS (WENDY DARLING), THADEU TORRES (JOHN DARLING) e LUKE LIMA
(MICHAEL DARLING), que estão corretos, no que fazem, contudo já são
adultos. Com relação à intérprete de WENDY, KARINA, quero fazer
um elogio à sua bela e possante voz.
E, para finalizar os destaques, reforçando que todo o
elenco se comporta de maneira impecável, os nomes de CAROL BOTELHO,
como a índia TIGER LILLY, e VINÍCIUS TEIXEIRA, SUJINHO, um
dos Meninos Perdidos.
FICHA TÉCNICA:
Um musical baseado na obra de SIR
J. M. BARRIE
Letras: Carolyn Leigh
Músicas: Morris (Moose) Charlap
Letras Adicionais: Betty Comden e Adolph Green
Músicas Adicionais: Jule Styne
Originalmente dirigido, coreografado e adaptado por
Jerome Robbins
Encenação e Direção de Arte: José Possi Neto
Direção Residente: Ciça Simões
Direção Musical e Regência: Caulos Bauzys
Produção e Idealização: Renata Borges
Versão Brasileira: Bianca Tadini e Luciano Andrey
Elenco: Mateus Ribeiro (Peter Pan), Tuca Andrada
(Capitão Gancho e Sr. Darling), Karina Mathias (Wendy Darling), Giselle Lima
(Sra. Darling), Pedro Navarro (Smee), Carol Botelho (Tiger Lilly), Thadeu
Torres (John Darling), Luke Lima (Michael Darling), Natacha Travassos (Sininho,
cover de Liza e Swing), Vinícius Teixeira (Menino Perdido), Vicenthe Oliveira (Menino
Perdido), Marcelo Ferrari (Menino Perdido e cover de Peter Pan), Pedro Valério
(Menino Perdido e cover de Michael), Leonardo Rocha (Menino Perdido e cover de
John), João Canedo (Menino Perdido e cover de Peter Pan), Julie Duarte (Ensemble,
índia, Sereia e cover da Sra. Darling), Mariana Gomes (Ensemble, Índia, Sereia,
cover de Tiger Lilly e cover de Avestruz),
Arthur Ienzura (Pirata e cover de Capitão Gancho), Caio Zalc (Pirata, Índio
e cover de Smee), Mariana Montenegro (Jane alternante, cover de Wendy, cover de
Tiger Lilly, Índia e Sereia), Danilo Santana (Swing, Pirata e Menino Perdido),
Leandro Marbali (Pirata e Índio), Paulo de Mello (Pirata e Índio), Daniel Lack
(Pirata, Índio e Naná), Gabriel Querino (cover de Naná, Pirata e Índio), Sofia
Mendonça (Jane alternante e Ensemble) e Gabriela Camisotti (Liza, Índia, Avestruz,
cover de Sininho, Coro Feminino, cover de Jane, Pirata e Menino Perdido).
Coreografia e Direção de Movimento: Alonso Barros
Assistência de Coreografia: Giu Mallen
Cenografia: Renato Theobaldo e Beto Rolnik
Figurinos: Thanara Schörnardie e Toninho Miranda
Desenho de Luz: Eduardo Esdra e Rangel Dantas
Adaptação de Desenho de Luz para a Temporada no Rio
de Janeiro: Eduardo Careca
Desenho de Som: Gabriel D’Angelo
Efeitos Especiais: Maze FX e ZFX Flying Effects
Diretor de Efeitos Especiais: Bruno Junqueira
Direção de Produção: Elisa Padilha e Rômulo Salles
Coordenação de Produção: Lucas Pimenta
Coordenação Geral de Produção: Rômulo Sales
Produção de Elenco: Gisele Lima
Fotos: João Caldas e Chico Lima (de cena) e Léo
Aversa (de estúdio)
Assessoria de Imprensa: Xavante Comunicação - Alan
Diniz
alan@xavantecomunicacao.com.br
(21) 99473.6974
SERVIÇO:
Temporada: De 20 de junho a 18 de agosto de 2019.
Local: Grande Sala - Cidade das Artes.
Endereço: Avenida das Américas, 5300 – Barra da
Tijuca – Rio de Janeiro.
Telefone: (21) 3325 0102).
Dias e Horários: 6s
feiras, às
20h30min; sábados e domingos, às 16h e 20h.
Valor dos Ingressos: Plateia 1 = R$240,00; Plateia 2 =
R$220,00; Fosso = R$240,00; Frisa Lateral = R$160,00; Camarote 2º Nível =
R$50,00; Galeria Alta = R$ 50,00; Galeria Baixa = R$ 50,00.
Há o benefício de meia entrada para todos os que
estiverem dentro das exigências legais. O benefício de meia-entrada é
assegurado para 40% do total de ingressos disponíveis para cada evento,
conforme o Decreto nº 8.537/15.
Vendas na bilheteria do Teatro ou através do ingresso
rápido (www.ingressorapido.com.br).
Ponto de Venda sem Taxa de Conveniência: Bilheteria da
Cidade das Artes (Av. das Américas, 5300).
Horário de Funcionamento da Bilheteria: De 3ª feira a
domingo, das 13h às 19h.
Duração: 160 minutos, com intervalo de 15 minutos.
Classificação Etária:
Livre
Que ninguém vá assistir a “PETER PAN, O MUSICAL”,
esperando ver mais um musical óbvio, quadradinho, obedecendo aos padrões
seguidos pela maioria deles, porque não é o que verão, e sim um musical
diferenciado, para todas as idades.
Por fim, um obrigado especial a RENATA BORGES,
representando a TOUCHÉ ENTRETENIMENTO, não só por mim, mas por todos os
cariocas que foram e/ou ainda vão aproveitar essa grande oportunidade que ela nos
está oferecendo, de poder assistir a um magnífico espetáculo musical.
Depois de tudo o que escrevi sobre esta obra-prima,
não precisaria nem dizer que recomendo, com o maior empenho, o espetáculo,
ansioso para voltar à Cidade das Artes, tão bem administrada, por Bel
Kutner, que, generosa e inteligentemente, abriu as suas portas, para
receber PETER PAN e sua turma.
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
COMPARTILHEM ESTE
TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
(FOTOS: JOÃO CALDAS,
CHICO LIMA
e
LÉO AVERSA.)
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