PAGLIACCI
(DIVERSÃO E EMOÇÃO,
DA PRIMEIRA À ÚLTIMA CENA.
DA PRIMEIRA À ÚLTIMA CENA.
ou
UM BELO E MERECIDO
TRIBUTO A
DOMINGOS MONTAGNER.)
ou
É
uma grande dádiva sair de um Teatro
em total estado de graça.
É,
profundamente, gratificante assistir a mais um magnífico espetáculo, oferecido
pela CIA. LA MÍNIMA: “PAGLIACCI”, em cartaz no Teatro SESC Ginástico (VER SERVIÇO.).
É de arrepiar, da primeira à última cena!!!
Com
três indicações ao Prêmio APCA (melhor autor, para LUIZ ALBERTO DE ABREU;
melhor diretor, para CHICO PELÚCIO; e melhor ator, para FERNANDO SAMPAIO) e
uma indicação ao Prêmio SHELL, por São Paulo (melhor música, para MARCELO PELLEGRINI), o espetáculo chegou ao Rio de Janeiro, para, certamente,
acrescentar mais alguns prêmios à sua galeria de troféus.
A
peça é mais uma linda e vitoriosa produção
da CIA. LA MÍNIMA, com sede em São Paulo, que, há 20 anos, nos encanta com suas montagens. “A peça é a primeira da companhia sem o ator-fundador DOMINGOS MONTAGNER (falecido,
tragicamente, em 15 de setembro do passado), que participou de toda a concepção do projeto, durante o ano de 2016. A montagem
celebra os 20 anos do grupo de
circo e teatro LA MÍNIMA, criado por DOMINGOS e FERNANDO
SAMPAIO, e tem direção de CHICO
PELÚCIO, do Grupo Galpão ”.
A concepção desta montagem foi
iniciada um ano antes, pela dupla, especialmente para a comemoração do vigésimo
aniversário da companhia.
É muito difícil
encontrar palavras que consigam descrever este espetáculo e a emoção que ele provoca
no público, principalmente em mim, porque, além da minha já tão conhecida
paixão pelo TEATRO, a ela,
paralelamente, em escala ligeiramente inferior, corre uma outra, pelo CIRCO e, especialmente pelos “PAGLIACCI”. Aos 68 anos, ainda rio e choro, de emoção, com eles, como aconteceu
ontem (30 de novembro de 2017).
Com um único grandioso
espetáculo, a LA MÍNIMA consegue
comemorar duas décadas de excelentes serviços prestados à ARTE BRASILEIRA e, também, prestar um lindo tributo a um de seus
fundadores, que, se não nos tivesse deixado, tão precocemente, estaria no
palco, brindando-nos com seu talento e carisma: DOMINGOS MANTAGNER.
Extraído do “release” da peça, enviado por JSPONTES (JOÃO PONTES e STELLA STEPHANY)
“Tudo combinado e o inesperado aconteceu. A perda de DOMINGOS MONTAGNER,
capitão dessa embarcação. Por ele, pelo público, pelo CIRCO, pelo TEATRO, pela
história do LA MÍNIMA, FERNANDO SAMPAIO e LUCIANA LIMA, valentemente, assumiram,
com sua equipe: ‘levantar âncora, içar velas, seguimos rumo ao PAGLIACCI’.
Arregaçamos as mangas, recompusemos a tripulação, corrigimos a velocidade e a
rota, certos de que, nas noites da travessia, iríamos contar com a luz do
querido amigo, que virara estrela.”
Só por essa declaração de amor ao
companheiro desaparecido, no auge de sua carreira, já se pode aquilatar os 90 minutos de incomensurável emoção, dedicados
a fazer arte, a mais pura, genuína e
competente arte, apresentada neste
inesquecível trabalho.
SINOPSE:
A história, alternando
comédia e drama, se reporta aos conflitos inerentes ao ser humano.
O velho bufão PEPPE (FERNANDO PAZ) conta, ao público,
como CANIO (ALEXANDRE ROIT), chefe
de uma tradicional trupe de palhaços, ambicionava tornar-se reconhecido e
respeitado como artista de “bom gosto”
e produtor de espetáculos “de nível”.
Para isso, resolve
abandonar os tradicionais números circenses de palhaçaria, em busca de uma peça,
que levasse, ao palco, as grandes emoções humanas, e trouxesse o sucesso
popular e o reconhecimento da crítica.
Desejava CANIO que esse espetáculo não
abandonasse os refinados números circenses, porém que estes fossem apenas um
suporte para as grandes emoções proporcionadas pelo drama, com uma valorização
maior do texto. Queria que fosse uma
peça que “expusesse, no palco, as grandes
emoções humanas”.
Para atingir seu objetivo,
confia a PEPPE a tarefa de escrever
a peça. Este, porém, está sempre travando discussões com CANIO, que vive a se intrometer na concepção da obra.
O resultado disso é que PEPPE decide, então, fazer com que a
ficção imitasse a realidade e escreve uma peça, reproduzindo os conflitos do momento
na companhia, expondo ciúmes, traições e vilanias. O resultado, após a estreia,
não agrada ao público.
A
peça, que tem texto de LUÍS ALBERTO DE ABREU, é uma adaptação,
livremente inspirada na ópera “I Pagliacci”,
do italiano Ruggero
Leoncavallo (1857-1919), apresentada, pela primeira vez, no Teatro Dal Verme de Milão, em 21 de maio de 1892, obra mundialmente
conhecida, que conta a história de uma companhia circense, decidida a abandonar
suas origens e encenar um drama refinado.
Antes de falar sobre o espetáculo, propriamente, vale dizer que, para apresentar
o projeto, em 2016, numa sinopse, DOMINGOS MANTAGNER usou a palavra “generosidade”, para conceituar o
trabalho do palhaço: “(...) uma arte exigente, que pede
vocabulário e apuro técnico dos seus intérpretes, anos de prática, um profundo
conhecimento da alma humana e acima de tudo, generosidade”. Isso é, exatamente, o que se vê no palco / picadeiro do Teatro SESC Ginástico ou em outro
qualquer espaço em que a peça esteja sendo apresentada.
Com a morte de DOMINGOS, a dupla de palhaços, Agenor e Padoca, que ele formava com Fernando
Sampaio, deixou de existir. Ambos dividiam as criações da CIA. LA MÍNIMA. Parecia, também, a
morte do grupo, após 14 trabalhos já
realizados, todos com muito sucesso, entretanto, FERNANDO e LUCIANA LIMA,
produtora da companhia, desde
2001, atriz e esposa de MONTAGNER,
juntaram os cacos que ficaram, somaram as suas dores e saudades, partindo para
a decisão de levar adiante o projeto de “PAGLIACCI”.
E o espetáculo foi tomando forma, até chegar à obra-prima que é hoje.
Ainda retirado do “release”, “DOMINGOS MONTAGNER costumava
reunir, num caderno, desenhos seus, de números, cenários e figurinos. Alguns
destes estudos do ator acabaram
sendo usados no cenário de MÁRCIO MEDINA e MARISTELA TETZLAF, inclusive o
palhaço que representa o logotipo do espetáculo foi inspirado, também, num
desenho seu”. Para onde se olhar, lá estará uma marca de DOMINGOS. Em tudo, ele está presente,
neste espetáculo. Em sua concepção, ele buscou a mistura de números cômicos e elementos
líricos e melodramáticos. Nesta adaptação, estão amalgamados elementos da
dramaturgia “na própria
linguagem teatral e circense: a farsa, o metateatro, a eliminação da
linearidade, tão característica da linguagem circense”, como afirma LUÍS ALBERTO DE ABREU.
A fusão das duas linguagens,
TEATRO e Circo, dentre outras, não é
nenhuma novidade. Não é por aí que o espetáculo merece ser reconhecido como uma
obra-prima (não me canso de assim me
referir a ele), mas pela qualidade da montagem, pelo magnífico talento e
trabalho dos atores / artistas circenses,
pela brilhante adaptação, pela excelente direção, por toda a perfeita parte
técnica e, principalmente, pelas toneladas de sentimento e emoção
despejadas em cena.
Qualquer
caudaloso “rio de palavras”, para comentar este espetáculo seria, ainda,
insuficiente, para ser fiel à realidade. Assim, para poupar o tempo do leitor,
trocarei quantidade por qualidade e farei uso de um pequeno “córrego”. Mas não
é qualquer um; é o córrego a que se refere o maior dos poetas, Fernando Pessoa, numa de suas obras
máximas, “O Guardador de Rebanhos”,
quando diz que “O Tejo não é maior
que o rio que corre pela minha aldeia, porque o Tejo não é o rio que corre pela
minha aldeia”. A importância de “PAGLIACCI”
está acima de tudo, acima de qualquer “Tejo
de palavras”.
Dramaturgo, roteirista e professor de
dramaturgia, apresentações que constam no cartão de visita de LUÍS
ALBERTO DE ABREU, dizem bem do seu
ofício: escrever para o TEATRO. Esta adaptação e escrita
do texto devem ter sido um bom desafio, obstáculo que ele transpôs e
executou sem cometer nenhum pecado. ABREU conseguiu dosar tudo, cada
elemento na medida certa, para alcançar um equilíbrio que não priorizasse o
piegas do dramalhão, o humor ingênuo, às vezes, até, sem-graça, dos “clowns” ou
a crueldade do real. Acima de tudo, ele busca, e consegue, escrever uma ode às
artes circenses e, em especial, a seres tão singulares, que são os palhaços.
Mantendo a ideia original do libreto da ópera, ele consegue superar o fio da
trama original, com inserções de um magnífico humor. Acima de tudo, reverencia,
“comme il faut”, numa
verdadeira declaração de amor, a arte circense e os artistas populares. Fica
bem explícito que a estrutura dramatúrgica existe para sustentar os números
circenses, além, obviamente, de nos levar a uma reflexão acerca do que
representam, para nós, principalmente no mundo de hoje, as artes e o humor.
Foi
felicíssima a CIA. LA MÍNIMA, ao convidar CHICO PELÚCIO, para dirigir
o espetáculo. CHICO tem larga experiência em espetáculos populares, para
grandes platéias, no emblemático Grupo Galpão ,
como ator e diretor, e isso já bastava para credenciá-lo à tarefa
de direção da peça. Acostumado a brincar com o lúdico e o simples, mas o
simples “refinado”, de bom gosto, aquele que encanta e emociona, ele levou para
esta montagem uma proposta de tamanha singeleza, simplicidade e, ao mesmo
tempo, de um extremíssimo apuro técnico, embebido em tanta poesia, que o resultado
só poderia, mesmo, dar no que deu: uma obra de arte de elevado quilate,
uma obra-prima, que provoca risos, de todos os tipos e intensidades, lágrimas,
de alegria e de tristeza, e total imersão num universo onírico, o mundo mágico
do circo.
CHICO ainda atrai, para
si, o mérito de saber explorar o potencial artístico de cada um do elenco,
permitindo que todos se destaquem, natural e espontaneamente, numa harmonia de
interpretação raramente vista em cena, com um destaque, como não poderia deixar
de ser, para FERNANDO SAMPAIO (SÍLVIO), um ser iluminado, daquelas
pessoas que nos despertam uma vontade enorme de tê-lo no colo, acariciá-lo,
beijá-lo, com ternura, e, depois, levá-lo para casa, onde deveria ocupar um
lugar de destaque no nosso lar. Mas ele cabe inteiro nos nossos corações. E ele
é grande demais, para se decompor em tantos pedaços.
Sem querer, já entrei na análise do elenco,
começando por aquele que parece um ímã, que nos atrai, desde sua primeira
aparição, até o fechar das cortinas. Falar de FERNANDO SAMPAIO é, acima de tudo, prestar todas as reverências de
que são merecedores os palhaços e os
artistas populares, em geral.
Inquestionavelmente, é um dos grandes atores, dos que já tive a honra e o
prazer de ver atuar, em 68 anos de vida,
que melhor sabem trabalhar as máscaras faciais, com ou sem maquiagem. Ele não
precisa falar, pois diz tudo com o rosto, as mãos e o resto do corpo.
FERNANDO
tem consciência de sua grande importância nesta montagem, e em todas já
apresentadas pela CIA. LA MÍNIMA,
entretanto não se ufana disso e é de uma generosidade com os colegas de palco,
a ponto de, em certas cenas, servir-lhes de “escada”. Muitos gritos de “BRAVO!” para ele e aplausos de pé!!!
Todos os demais do elenco atuam de forma irrepreensível,
interpretando, dançando, cantando, tocando vários instrumentos musicais,
apresentando suas múltiplas habilidades circenses, com domínio do corpo e da
voz. Ainda se dão ao luxo de improvisar e brincar, entre si e com a plateia, numa
interatividade que engrandece o espetáculo. Não há um momento, sequer, em que “deixam
a peteca cair”; não há altos e baixos, no desenvolver da trama. Tudo é gigantesco e plural neste espetáculo,
numa fluência que reúne competência, prazer de representar e amor à profissão. Percebe-se,
em cada um dos atores, uma alegria profunda naquilo que estão fazendo.
Que, além de FERNADO SAMPAIO, não sejam poupados muitos aplausos para ALEXANDRE ROIT (CANIO), a quem coube a
hercúlea tarefa de representar o papel que seria destinado a DOMINGOS MANTAGNER; CARLA CANDIOTTO (STROMPA), a mulher
selvagem, responsável por alguns dos melhores momentos de comicidade da peça,
com seu “jeito meio grosso de ser”, a que era sempre relegada a segundo plano,
ficando de fora dos números circenses; FERNANDO
PAZ (PEPPE), a quem cabe o fio condutor da história e que se comporta com
uma segurança e elegância impressionantes naquilo que faz; FILIPE BREGANTIM (TONIO), belo tipo físico, com uma ótimo domínio
de palco, porém meio paspalho (o personagem, é claro), meio bronco e, se mais
uma metade fosse possível, nesta matemática, esta iria para o seu caráter de
fofoqueiro e praticante da “dor de cotovelo”, sempre abraçado a uma garrafa de
bebida; e CARLA MARTELLI (NEDDA), a “mocinha”
da companhia, que desperta paixões, a qual, na temporada carioca, substitui Keila Bueno, encantando o público com sua
graciosidade e seu cantar.
Chama a atenção o excelente cenário, assinado, a quatro mãos, por MÁRCIO MEDINA E MARISTELA TETZLAF, que
liberam o centro do palco, este se confundindo com um picadeiro, caracterizado
por um piso redondo, sobre o qual se passa a maioria das ações. Completam os elementos cênicos, painéis, telões
pintados por FERNANDO MONTEIRO DE BARROS,
com motivos circenses e desenhos / retratos de palhaços, destacando-se o maior
de todos, ao fundo do palco, bem no centro, representando DOMINGOS MANTAGNER; duas araras, uma em cada lateral do palco, com
roupas e acessórios que são usados em cena; diversos instrumentos musicais e
outros objetos de cena, ligados ao circo. Além disso, merece destaque o piano
de garrafas, que entra em duas das cenas e é, otimamente, utilizado pelos
atores.
Agradaram-me muito os figurinos lúdicos e coloridos, de INÊS SACAY, divertidos e variados,
enquadrando-se, o tempo todo, às exigências das cenas.
É muito boa a direção musical, de MARCELO PELLEGRINI, compositor, arranjador e produtor
musical; na peça, também é o responsável pela música original e
pelos arranjos. Nessa eclética trilha sonora, há espaço para a música
clássica, representada por trechos de óperas, e até cabe um momento para a
personagem NEDDA interpretar uma linda canção da música popular
brasileira, “Passarinho” (“Minha Vontade”): “Quero viver como um passarinho: / Cantar, voar sem direção. / Quando
quiser construir meu ninho, / Hei de encontrar um coração. / Por enquanto. eu
quero viver / Com toda liberdade. / Cantando aqui, pousando ali... / Esta é a
minha vontade”...
WAGNER
FREIRE brilha, sem a intenção de trocadilhos, assinando um dos seus
melhores trabalhos de iluminação, que não são poucos, diga-se de
passagem. Sua luz dialoga, o tempo inteiro, com todos os detalhes que
devem ser postos em evidência, num frenesi de matizes deslumbrantes.
FICHA TÉCNICA:
Concepção:
Domingos Montagner e Fernando Sampaio
Texto
e Adaptação: Luís Alberto de Abreu
Direção:
Chico Pelúcio
Diretor
Assistente: Fábio Caniatto
Direção
Musical e Música Original: Marcelo Pellegrini
Elenco
/ Personagem:
Alexandre
Roit / Canio
Carla
Candiotto / Strompa
Fernando
Paz / Peppe
Fernando
Sampaio / Sílvio
Filipe
Bregantim / Tonio
Carla
Martelli / Nedda
Iluminação:
Wagner Freire
Cenografia:
Márcio Medina e Maristela Tetzlaf
Figurino:
Inês Sacay
Adereços:
Cecília Meyer
Visagismo:
Simone Batata
Pintura
Artística dos Telões: Fernando Monteiro de Barros
Assistente
de Pintura: Jonathas Souza Braga
Costureiras:
Benê Calistro, Célia Calistro e Cidinha Calistro
Direção
de Produção: Luciana Lima
Produção
Executiva: Priscila Cha
Administração:
José Maria (Nia Teatro)
Assistência
de Produção e de Administração: Chai Rodrigues
Assistência
de Produção: Karen Furbino
Programação
Visual: Sato Brasil e Murilo Thaveira (Casa da Lapa)
Fotos:
Carlos Gueller e Paulo Barbuto
Supervisão
Geral: Fernando Sampaio e Luciana Lima
Realização
Temporada RJ: SESC Rio
Assessoria
de Imprensa: JSPONTES COMUNICAÇÃO – João Pontes e Stella Stephany
FICHA TÉCNICA MUSICAL:
Música
Originalmente Composta e Arranjos: Marcelo Pellegrini
Produção
Musical: Surdina
Músicos:
Gabriel Levy (acordeon), Luiz Amato (violino), Adriana Holtz (violoncelo),
Maria Beraldo Bastos (clarinete), Rubinho Antunes (trompete), Paulo Malheiros
(trombone), Tuto Ferraz (bateria), Pedro Pastoriz (banjo), Ronem Altman (bandolim)
e Leonardo Mendes (guitarra)
Projeto
de Sonorização: Bruno Pinho
Músicas
Incidentais Adicionais: “Intermezzo” e “Vesti La Giubba”, da ópera “Pagliacci”
(Rugero Leoncavallo), “Preludio – ato I” da ópera “La Traviata” (G. Verdi),
“Coro di Zingari”, da ópera “Il Trovatore” (G. Verdi), “Preludio – ato I”, da
ópera “Carmen” (G. Bizet), “Valsa – ato I” de “Coppélia” (L. Delibes) e “Passarinho”
(“Minha Vontade”) (Chatim)
Elenco
/ Instrumentos:
Alexandre
Roit / flauta, trombone, piano de garrafa e percussão
Carla
Candiotto / acordeon e percussão
Fernando
Paz / serrote, trompete e acordeon
Fernando
Sampaio / sousafone, concertina, piano de garrafa, teclado de buzina e
percussão
Filipe
Bregantim / saxofone, piano de garrafa e percussão
Carla
Martelli / voz e percussão
SERVIÇO:
Temporada:
De 23 de novembro a 17 de dezembro
LOCAL:
Teatro SESC Ginástico
Endereço:
Avenida Graça Aranha, 187 - Centro – Rio de Janeiro
Telefone:
(21) 2279-4027
Dias
e Horários: De 5ª feira a sábado, às 19h, e, aos domingos, às 18h.
Valor
dos Ingressos: R$30,00 (inteira), R$15,00 (meia entrada) e R$7,50 (para associados
do SESC)
Horário
de Funcionamento da Bilheteria: De 3ª feira a domingo, das 13h às 20h
Classificação Etária: 14 anos
Capacidade: 513
lugares
Gênero:
Comédia
Duração:
90 minutos
Tentei listar alguns dos momentos
mais marcantes do espetáculo e percebi que gastaria muito tempo e espaço, de
tantos que são eles. Por outro lado, não poderia deixar de fazer menção a
alguns detalhes que marcam o espectador. Um deles, certamente, são os mais
variados números circenses, muitos dos quais tão antigos, porém clássicos, que
ganharam um quê de novo ou diferente no espetáculo, como uma briga, em câmera
lenta, envolvendo todo o elenco, um clássico número de palhaçaria, que me
arrancou muitas gargalhadas.
Também não pode ficar de fora o
lindo prólogo, feito por PEPPE, no qual ele diz que “quando
rimos dos palhaços, estamos rindo de nós mesmos”, que “somos
todos palhaços”.
Acrescentem-se o número de (falsa)
telepatia; o “diálogo” com uma tuba; a cena do casamento; o número de faquir,
de SÍLVIO, deitando-se sobre cacos
de vidro e, depois, comendo dois, que o fazem “defecar” um vidro de perfume.
Nunca consegui achar a menor graça, quando a escatolgia entra em campo; até
nisso, eles me derrubaram.
E tem mais: SÍLVIO tocando apitos, presos nas pontas dos dedos; SÍLVIO tocando uma ária, da ópera “I Pagliacci”, numa miniatura de
sanfona; SÍLVIO tocando numa
geringonça, feita de vários tamanhos de buzinas; TONIO e NEDDA dançando
tango; STROMPA pondo cartas, para “ler”
o futuro que poderia haver entre o romance de SÍLVIO e NEDDA; a dificílima
cena de malabares, entre TONIO e CANIO, tendo STROMPA entre os dois, isso com texto; o velho truque da caixa, dentro da qual uma mulher (NEDDA) é “serrada” ao meio; e mais
esta, e mais aquela, e mais aquela outra...
“PAGLIACCI” – mais uma vez repito – é uma obra-prima, que veio para fechar,
com chave de ouro, a temporada teatral
carioca de 2017 e para disputar, à altura, os prêmios para profissionais de
TEATRO.
É um
espetáculo inesquecível, que faz muito bem à alma e agrada, da mesma forma, a
pessoas de todas as idades.
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS AS SALAS DE ESPETÁCULO!!!
(FOTOS: CARLOS GUELLER
e
PAULO BARBUTO.)
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