EUS
(A
CELEBRAÇÃO DA VIDA
EM
FORMA DE UMA
AULA
MAGNA DE TEATRO.)
Como diz MARIA ADÉLIA,
em seu primeiro e maravilhoso trabalho-solo, “Eu tenho uma amiga, chamada
Fernandona, que tem a mania de dizer que ‘Nada como um dia depois do outro; com
uma noite no meio’”.
É claro que essa frase não foi cunhada pela diva DONA FERNANDA MONTENEGRO, mas, segundo a queridíssima ADÉLIA,
ela vive a repeti-la, assim como milhares, ou milhões, de pessoas, inclusive
eu.
No TEATRO, também, nada como
uma peça boa depois de outra, com
uma “não boa” no meio.
Meus amigos, troquem qualquer programa por uma ida ao Mezanino do SESC Copacabana, para que possam assistir – TENHAM O PRIVILÉGIO E A HONRA DE – a
uma aula magna de TEATRO, ministrada
por uma de nossas melhores atrizes: MARIA ADÉLIA
(VER SERVIÇO.)
SINOPSE:
“EUS” é um solo plural, vivido por MARIA
ADÉLIA, que pode ser resumido como
uma celebração à vida, ainda que,
para issso, tenha que tocar nas feridas causadas pela morte.
Neste espetáculo, ser mulher e
conviver consigo mesma tornam-se uma batalha interna cheia de humor, na qual
compreender-se, perdoar-se e aceitar-se são desafios inadiáveis, quando se
chega à maturidade.
Um percurso de representações plásticas
e sensações nos questiona sobre sexualidade, felicidade e solidão.
Num mundo em que as obrigações
como “compartilhar”, “curtir” e outras “performances” externas se tornaram “regra”,
“EUS” nos acena com a possiblidade
de um delicioso resgate de nosso desmembramento cotidiano, para novas
possibilidades de ser e existir.
Por ter trabalhado, nos últimos
vinte anos, muito mais em Paris, onde morou, tornando-se meio raras suas
visitas ao Rio de Janeiro, como os trabalhos entre nós, MARIA ADÉLIA, ainda que uma
das nossas mais completas atrizes, uma
dama do TEATRO BRASILEIRO, não frequenta
as mídias com muita assiduidade, o que a faz não ser tão conhecida do grande público.
NÃO SABEM O QUE ESTÃO PERDENDO!!! No
meio teatral e para os amantes do TEATRO,
porém, trata-se de um dos nomes mais respeitados, tanto do ponto de vista
profissional como o do ser humano que é, sempre muito humilde e generosa com
todos.
Felizmente, parece que, agora, ADÉLIA ficará por cá e, certamente, nos
brindará com outros grandes espetáculos como “EUS”, que merecia uma temporada bastante longa e outras, em
teatros diferentes.
É seu primeiro monólogo e se chama “EUS”, título que, por si, já atrai o
espectador. São 70 minutos de pura
alegria, diversão e MUITA EMOÇÃO.
UM ESPETÁCULO LINDO, EM TODA A SUA PLENITUDE!!!
Nas últimas duas décadas, MARIA ADÉLIA trabalhou ao lado de grandes nomes do TEATRO, como Ariane Mnouchkine (Theatre du Soleil), Irina Brook (filha de Peter Brook), Antônio Abujamra e Cia. Dos
à Deux. Bastam esses nomes para credenciar o trabalho dessa maravilhosa atriz.
De acordo com o “release” do espetáculo, enviado por LUIZ MENNA BARRETO, assessor
de imprensa, “O texto, assinado por MARIA ADÉLIA e LUIZ ESTELLITA LINS (escritor,
dramaturgo e filósofo) é o resultado de um processo colaborativo, para a
construção de um teatro divertido e poético.”
Acho que a frase resume, perfeitamente, o que sai
da boca da atriz. O texto é muito representativo de um TEATRO divertido e, ao mesmo tempo,
cheio de uma poesia, que encanta e contagia, valorizada pela magnífica
interpretação de ADELIA, que imprime
às palavras e aos gestos um toque pessoal de delicadeza, de leveza, de
ingenuidade…
Na primeira fila da plateia, senti, por várias
vezes, um forte desejo de ir em direção a ela, para abraçá-la, acarinhá-la e
beijá-la, de modo fraternal, tão emocionalmente envolvido me senti, com ênfase em
algumas cenas.
É difícil analisar, sem medo de omitir detalhes
importantes, este espetáculo. Como não fiz as anotações que costumo fazer,
sempre que assisto a alguma encenação, com o objetivo de apelar para elas, e não
confiar na minha memória, quando me sento para escrever a crítica à peça, sei
que estou correndo o risco de deixar de fazer referência a algum detalhe
importante desta montagem, pelo que já me penitencio e, ao mesmo tempo, serve
de estímulo para que os que me leem se interessem mais por assitir a este lindo
trabalho de TEATRO, o verdadeiro TEATRO.
A rica direção
é da própria atriz, ao lado de ALEXANDRE MELLO. Em dobradinha, eles criaram
cenas antológicas, que hão de ficar na memória afetiva de quem assitir à peça,
com destaque para o momento que trata dos últimos instantes de vida do seu grande
amor, vivido durante apenas três anos. É uma das mais lindas e comoventes cenas
da peça. Gostaria de sonhar com ela todas as noites, mas, certamente, sonharei,
de olhos abertos, sempre que nela pensar. Estará, para sempre, viva na minha
memória e no meu coração, assim como
a cena final, totalmente indescritível e fortemente sensível.
Todos os recursos utilizados pela direção são dignos de aplausos. Não há
exageros nem apelações. Abordando o tema “sexualidade”, na idade madura, por
exemplo, ao tratar do órgão genital feminino, outra cena muito interessante, a direção teve todo o cuidado de não apelar
para nada que passasse por perto de uma estética reprovável. Muito pelo contrário,
o trato com a sexualidade, numa idade em que a juventude já acena de longe, mereceu
um misto de poesia e humor fino, o que provoca a vontade de um aplauso em cena
aberta.
Além de uma grande atriz, MARIA ADELIA é formada
em Belas Artes, o que a faz
trabalhar, também, como artista plástica,
criando adereços, marionetes, máscaras e objetos de cena, cenários e figurinos
para importantes companhias de TEATRO.
Em “EUS”, é dela toda a concepção plástica do espetáculo,
que conta com cenários e figurinos de RONALD TEIXEIRA e GUILHERME
REIS e com iluminação de BETO BRUEL.
O cenário
é delicado, lindo, “clean”, reunindo várias máscaras, em acetato, do rosto da
própria atriz, penduradas em todo o espaço cênico. Seriam os “eus” da atriz, embora todos iguais
(?). Como móveis,
em cena, uma mesa e uma cadeira, com revestimentos em vidro ou acrílico. Da
referida mesa, são retirados muitos objetos de cena, como vários óculos, que vão dando visagismos
diferentes a uma personagem, de acordo com o seu estado de espírito. Uma
excelente ideia da direção.
O figurino,
assinado pela mesma dupla que criou o cenário,
se resume a um traje muito delicado, que mais parece uma sensual peça de “lingerie”,
uma dupla camisola, de grande bom gosto e que valoriza as formas físicas da atriz, ampliando a sensualidade que ela
esbanja em cena, mesmo em sua idade madura.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Maria Adélia e Luiz Estellita Lins
Direção: Maria Adélia e Alexandre Mello
Assistente de Direção: Mayara Maya
Atuação: Maria Adélia
Criação Plástica: Maria Adélia
Cenário e Figurino: Ronald Teixeira e Guilherme Reis, em harmonia com
Maria Adélia
Iluminação: Beto Bruel
Trilha Sonora :
Ricco Vianna
Designer Gráfico: Luiza Ollé - Quarto 315 / Studio Criativo
Fotos: Nil Caniné
Contraregra: Jessé Natan
Direção de Produção: Cássia Villasbôas
Produção Exetutiva: Mayara Maia
Assessoria de Imprensa: Luiz Menna Barreto
Produção:
NOVE Produções Culturais
SERVIÇO:
Temporada: De 07 de setembro a 01 de outubro de 2017.
Local: Sesc Copacabana (Mezanino).
Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro – RJ.
Informações: (21) 2547-0156.
Dias e Horários:
5ªs feiras, 6ªs feiras e sábados, às 21h; domingos, às 20h.
Valor dos Ingressos: R$6,00 (associado do Sesc), R$12,00 (meia entrada) e R$25,00 (inteira).
Horário de Funcionamento da Bilheteria: 2ª feira, das 9h às 16h; de 3ª a 6ª feira, das 9h às 21h; sábado, das
13h às 21h; domingo, das 13h às 20h.
Classificação Indicativa: 12 anos.
Duração: 70 minutos.
Gênero: Comédia Poética.
MARIA ADELIA precisa
ser vista por todo mundo que gosta de TEATRO.
MARIA ADELIA sabe
tudo sobre TEATRO, como fazer TEATRO, como encantar uma plateia com o
seu TEATRO.
MARIA ADÉLIA faz o que quer com o seu corpo e a sua voz. Seu preparo físico e sua dedicação ao ofício de representar lhe concedem o passaporte para o quadro de honra dos nossos artistas do palco.
Neste espetáculo, é
como se a pessoa MARIA ADELIA se
propusesse a celebrar uma vida e, ao mesmo tempo, iniciar um novo ciclo; como
se, daquelas memórias, surgisse a proposta de enxergar a vida com outros olhos.
Ela se mostra com
vontade de romper com as imposições a que uma vida em sociedade nos obriga, oprimindo-nos,
e se lança a novos voos.
Ele se permite.
É isso.
É, certamente, um dos melhores espetáculos
do ano, dos que já vi, até agora.
(FOTOS: NIL CANINÉ.)
GALERIA PARTICULAR.
FOTOS DE ALEXANDRE POMAZALI.
Aplausos I.
Aplausos II.
Com a querida Maria Adélia e outro querido: Leonardo Netto.
Com a querida Maria Adélia,
no abraço que eu quis dar em cena aberta.
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