JACY
(TEATRO
DOCUMENTÁRIO,
DE
VERDADE.
E
DE ÓTIMA QUALIDADE.)
Tenho
muito a agradecer ao amigo virtual Júnior
Dalberto, de Natal, escritor e dramaturgo, autor do texto de “Borderline”, excelente espetáculo,
montado, no Rio de Janeiro, no ano passado, com ótima interpretação de Bruce Brandão de Sousa, por ter
sugerido (e insistido em) que eu assistisse, no Espaço SESC (Copacabana) (Ver
SERVIÇO.) ao espetáculo “JACY”,
ao qual ele dedicava os maiores elogios.
Fui
“no escuro”, sem conhecer absolutamente nada acerca da montagem, a não ser que
se tratava de um “belo e comovente espetáculo”,
na visão de uma outra pessoa. Fui com uma boa expectativa e saí do teatro com a
certeza de que havia assistido a um grande espetáculo de Teatro Documentário, Teatro
Verdade, baseado num fato real e sobre uma pessoa que existiu, não apenas
uma personagem.
HENRIQUE FONTES e PABLO CAPISTRANO, partindo de um fato real e, em princípio, comum,
criaram uma dramaturgia, que envolve realidade e ficção, de uma forma simples,
direta, envolvente e emocionante, tudo reunido numa tragicomédia, que dosa
momentos de humor (“Ainda bem que mudou,
não é?”) e de pura emoção dramática, recheados de críticas contundentes.
A frasqueira: o começo de tudo.
O
fato real foi o encontro de uma elegante frasqueira, no lixo, contendo registros
e vestígios da vida de uma mulher de 90 anos. Essa descoberta deflagrou um
processo de pesquisa, por parte de uma companhia de TEATRO, o GRUPO CARMIN,
de Natal, durante três anos, que deu origem ao espetáculo em tela, “JACY”, encenado, pela primeira vez, em 2013.
Contornos.
Reflexão.
Louvação e Êxtase.
SINOPSE:
No palco, a vida de uma
mulher comum, JACY (QUITÉRIA KELLY),
cujo nome, escrito num papel, dentro de uma frasqueira, servindo a homens ou
mulheres, deixava a primeira dúvida, quanto ao gênero da pessoa.
JACY foi uma funcionária pública, que passou pela Segunda Guerra
Mundial e vivenciou a ditadura, no Brasil, esteve no centro de um importante
conflito da política, no Rio Grande do Norte, teve um grande amor, no exterior,
e acabou os dias vivendo sozinha, em Natal.
A versão dramatúrgica
reúne escritos dos filósofos PABLO
CAPISTRANO, um dos autores do texto da peça, e IRACEMA MACEDO, e trata
de temas tão atuais quanto importantes, como o abandono de idosos, o
crescimento desenfreado das grandes cidades brasileiras e a política, com todas
as suas mazelas; tudo muito atual, com cheiro de novo.
O
espetáculo foi trazido ao Rio de Janeiro pelo GRUPO TEATRO CARMIN, criado em 2007, em Natal, pelas atrizes QUITÉRIA KELLY, que atua no espetáculo,
e Titina Medeiros.
O GRUPO CARMIN tem por objetivo principal
o desejo de pesquisar temas urbanos, que possam ser retratados de forma cômica,
mas sem provocar, apenas, o riso gratuito, e sim propor reflexões. Desde sua fundação,
a companhia já produziu cinco espetáculos e, atualmente, conta com QUITÉRIA KELLY, HENRIQUE FONTES, PEDRO FIÚZA
(os três atuam na peça), Daniel
Torres e Pablo Capistrano, como
colaboradores fixos. O GRUPO vive da
pesquisa do Teatro Documental e seus
híbridos.
Quitéria Kelly.
Henrique Fontes.
Trata-se
de uma proposta moderna, aparentemente muito simples, na sua estrutura, porém
de excelente qualidade e complexidade técnica, graças a um bom texto, dois ótimos
trabalhos de intérpretes, uma boa
direção e bem servida de recursos tecnológicos,
quer pela cenografia, de MATHIEU DUVIGNAUD, que também assina a direção artística, o desenho de luz, de RONALDO COSTA, a trilha
sonora original, de LUIZ GADELHA e SIMONA TALMA, e, acima de tudo, pelo irretocável trabalho de “videomaker” e manipulador
de imagens, de PEDRO FIÚZA, uma
espécie de terceiro ator, completamente
indispensável ao sucesso do espetáculo.
QUITÉRIA e HENRIQUE demonstram uma consistente e
sólida formação de atores e a colocam em cena, do princípio ao fim da peça. Já
PEDRO atua, fora de cena, mas à vista do público, como uma espécie de sonoplasta/contrarregra/iluminador,
manipulador de imagens..., sempre preciso em suas intervenções.
Pelo
que pude apurar, o espetáculo foi apresentado, em outras praças, em palcos
italianos ou semelhantes, porém, no Mezanino
do Espaço SESC, a poucos metros da
plateia e no mesmo nível (plateia / espaço
cênico), creio que adquiriu uma qualidade superlativa, pela facilidade de
comunicação com os espectadores.
Serei
repetitivo, quantas vezes achar por bem fazê-lo, mas o público que frequenta os
teatros não pode mais ficar achando que só há vida teatral no eixo Rio-São Paulo.
Nos últimos anos, dezenas de excelentes espetáculos, como “JACY”, já fizeram com que o caixão fosse lacrado e tal pensamento,
sepultado, para sempre. De todas as partes do Brasil, graças aos DEUSES DO TEATRO, têm surgido grandes
espetáculos, e isso só nos enche de orgulho e de esperança de que, um dia, este
país será reconhecido e respeitado, artística e culturalmente, como um todo
indivisível.
Política.
VIVA O TEATRO DO RIO GRANDE DO NORTE!
VIVA O GRUPO TEATRAL
CARMIN!
Viva “JACY”!
VIVA O TEATRO
BRASILEIRO!!!
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia: Henrique Fontes e Pablo
Capistrano, baseada em textos de Pablo Capistrano e Iracema Macedo
Direção: Henrique Fontes
Assistente de Direção: Lenilton Teixeira
Consultoria: Márcio Abreu
Direção: Henrique Fontes
Assistente de Direção: Lenilton Teixeira
Consultoria: Márcio Abreu
Elenco: Quitéria Kelly e Henrique Fontes
Videomaker e Manipulador de Imagens: Pedro
Fiúza
“Designer” de Luz: Ronaldo Costa
Direção Artística e Cenografia : Mathieu Duvignaud
Trilha Sonora Original: Luiz Gadelha e Simona Talma
Coordenação de Produção: Quitéria Kelly
Assistente de Produção e Desenhista: Daniel Torres
“Designer” Gráfico: Vítor Bezerra
Fotógrafos: Vlademir Alexandre e Daniel Torres
Direção Artística e Cenografia : Mathieu Duvignaud
Trilha Sonora Original: Luiz Gadelha e Simona Talma
Coordenação de Produção: Quitéria Kelly
Assistente de Produção e Desenhista: Daniel Torres
“Designer” Gráfico: Vítor Bezerra
Fotógrafos: Vlademir Alexandre e Daniel Torres
Assessor de Imprensa: Pedro Andrade
SERVIÇO:
Temporada: De 03 a 20 de março (2016).
Local: Espaço SESC (Copacabana) – Mezanino –
Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana – Rio de Janeiro
Horário de Funcionamento da Bilheteria: De
2ª feira a domingo, a partir das 15h.
Dias e Horários: De 5ª feira a sábado, às
19h; domingo, às 18h.
Valor do Ingresso: R$20,00 (normal); R$10,00 (meia-entrada); R$5,00
(associados Sesc).
Capacidade: 100 lugares.
Classificação Etária: 14 anos.
Beleza plástica, na cena final.
(FOTOS: VLADEMIR ALEXANDRE
e
DANIEL TORRES.)
e
DANIEL TORRES.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário