sexta-feira, 26 de setembro de 2014


A VERDADEIRA HISTÓRIA DE ALESSANDRA COLASANTI

 

 

 

(A DONA DA BOLA.)

 

 


 

No futebol, não há aquele jogador que a gente diz que é o faz-tudo do time, aquele que bate o escanteio e corre, para cabecear e fazer o gol?  Pois, no TEATRO, há algumas pessoas que fazem até mais.  ALESSANDRA COLASANTI é uma que bate o escanteio, cabeceia, faz o gol e ainda pega a bola, no fundo da rede, e corre com ela para o meio do gramado, sempre com a perspectiva de uma nova saída, de uma nova jogada.

No momento, ALESSANDRA está fazendo tudo isso, em seu segundo espetáculo-solo, no Espaço SESC (Sala Multiuso), contando com a participação de FLÁVIA DO ESPÍRITO SANTO, na peça A VERDADEIRA HISTÓRIA DE ALESSANDRA COLASANTI, espetáculo muito divertido, escrito e dirigido por ela, que ainda se ocupou do vídeo e do figurino, e só não fez mais, porque havia outos jogadores no time.

Trata-se de uma peça leve, quase despretensiosa, porém uma ideia inteligente e bem desenvolvida.

 

 


Flávia Espírito Santo.

 

 

 


Senhorita Ramalhete.

 

 

 
SINOPSE:
À beira do seu ani­ver­sá­rio, ALES­SAN­DRA COLA­SANTI, a atriz que jamais revela a idade, desa­pa­rece, sem dei­xar ras­tros.  Mas o que esta­ria por trás desse mis­té­rio? Crise dos 40?  Dívi­das?  Amor bandido?  Combustão espon­tâ­nea?  Repa­gi­nada geral? 
A dete­tive, ufó­loga e alte­rego ALE­XAN­DRA CAVAL­CANTI (ALES­SAN­DRA COLASANTI), recebe um tele­fo­nema dos pais de Ales­san­dra, os escri­to­res Marina Cola­santi e Affonso Romano de Sant’Anna, que ofe­re­cem uma mala de joias, em troca do para­deiro da filha.  CAVAL­CANTI, que, a princípio, não queria assumir a empreitada, diante de tão tentadora remuneração, juntamente com sua fiel assis­tente, SRTA. RAMA­LHETE (FLA­VIA ESPÍ­RITO SANTO), par­te, então, em uma jor­nada fan­tás­tica, em busca da artista desaparecida.  A partir daí, prepare-se para dar boas gargalhadas com as peripécias das duas, em suas inusitadas e bizarras aventuras. 

 

Talvez o espetáculo pudesse até ser enquadrado, no melhor sentido, na categoria “besteirol”, que tanto me agrada e da qual até sinto falta, às vezes, embora, nas entrelinhas, não falte coisa séria para ser observada. 

Mas não tenho a menor intenção de me aprofundar numa análise da peça, já que, no final, tudo acaba numa grande brincadeira e, segundo a própria ALESSANDRA:

 

 
“O intuito é diver­tir, a peça é uma comé­dia, eu me auto-ridicularizo o tempo todo, ofe­reço a opor­tu­ni­dade ao público de rir de mim, e rir de si por tabela.  A minha pes­soa entra como metá­fora, não é do extra­or­di­ná­rio da minha vida que a peça trata, até mesmo por­que eu nem sei se isso existe, e se existe, não é mini­ma­mente rele­vante como objeto sim­bó­lico, eu quero que o público se iden­ti­fi­que é com os sen­ti­men­tos comuns à raça humana, levar um pé na bunda, ficar deprê, pen­sar que vai mor­rer, supe­rar, vol­tar a cair, ficar eufó­rica com um elo­gio do pedreiro, casar com esse pedreiro, ter medo de gente, e mesmo assim fazer gente, per­der os pais, per­der os filhos, não que­rer sair de casa por causa de uma espi­nha no rosto, fazer cirur­gia plás­tica pra se sen­tir mais digno, se achar o máximo, e ter cer­teza que não atinge sequer o mínimo, ter sono, ter sede, ter fome e pânico de viver, o paté­tico, o frá­gil, o belo e o potente da vida de todos nós. E se puder­mos rir e cho­rar de tudo isso, jun­tos, que mara­vi­lha!
 

 

 

 


 

 


Alerssandra Colasanti / Alexandra Cavalcanti.

 

 


Alexandra Cavalcanti / Alessandra Colasanti.

 

 

Gostei da proposta, que traz um texto bem divertido e inteligente, para desenvolver os métodos, por demais hilariantes, de investigação de uma detetive de renome, que envolvem até experiências no campo da ufologia, com o objetivo de lograr êxito em sua missão.

É ótima a ideia de o público ser recebido numa sala de espera, recepcionado por uma secretária enigmática, que fica folheando revistas – provavelmente, velhas – e entregando cartões e oferecendo os préstimos de ALEXANDRA CAVALCANTI, a detetive.

 

Na parte estrutural do espetáculo, merece grande destaque o sensacional cenário de AURORA DOS CAMPOS, tanto para a sala de espera como para a da detetive, com destaque para este espaço.  É incrível a quantidade de detalhes cenográficos que despertam, em qualquer espectador, o desejo de se aproximar do cenário e ver, de perto, e, se possível, até tocar naquelas coisinhas.  Na primeira fila, pude reparar bem cada um daqueles minúsculos detalhes e me reportei à minha infância, ao ver umas miniaturas de garrafinhas de Coca-Cola.  Golpe baixo: mexeu fundo no meu imaginário infantil.

Outro destaque vai para a fantástica iluminação, de TOMÁS RIBAS, e para os efeitos de projeção (filmes, videografismos e outros “-ismos”).

 

            Tanto ALESSANDRA, protagonista, quanto FLÁVIA, em modesta, mas importante, participação, estão ótimas em suas personagens.

 

 

averdadeirahistoria

Alessandra.

 

 


Flávia e Alessandra. 

 

FICHA TÉCNICA:

TEXTO e DIRE­ÇÃO: ALESSANDRA COLASANTI

ELENCO: ALESSANDRA COLASANTI e FLÁVIA ESPÍRITO SANTO

ELENCO EXTRA­OR­DI­NÁ­RIO EM OFF : MARINA COLASANTI e AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA

ELENCO EXTRA­OR­DI­NÁ­RIO EM VÍDEO: JOAO VELHO, como SUPEREGO; e CARLOS GRUN, FERNANDA FELIX, LETÍCIA NOVAES, MÁRCIO DEBELLIAN, MICHEL BLOIS, MICHEL MELAMED, PEDRO HENRIQUE MONTEIRO, RODRIGO NOGUEIRA, SAMIR ABUJAMRA, THIARE MAIA

CENO­GRA­FIA: AURORA DOS CAMPOS

LUZ: TOMÁS RIBAS

DIRE­ÇÃO MUSI­CAL: ARTHUR BRAGANTI e LETÍCIA NOVAES

VÍDEO: NANI ESCOBAR  e ALESSANDRA COLASANTI

FIGU­RINO: ALEXANDRA CAVALCANTI

ASSIS­TENTE DE DIREÇÃO: RAFAEL MEDEIROS

ASSIS­TENTE DE CENOGRAFIA: JULIA SALDANHA

CENO­TÉC­NICO: MARANHÃO e DJAVAN

BELEZA: VINI KILESSE

FOTOS: ANA ALEXANDRINO

PRO­GRA­MA­ÇÃO VISUAL: BADY CARTIER

MÍDIAS SOCIAIS: RAFAEL MEDEIROS

PRO­DU­ÇÃO EXE­CU­TIVA: JAMES HANSON

DIRE­ÇÃO DE PRO­DU­ÇÃO: CARLOS GRUN

PRO­DU­ÇÃO: BEM LEGAL PRODUÇÕES ARTÍSTICAS e AO PÉ DA LETRA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS

REA­LI­ZA­ÇÃO: TEATRO CLUBE PARADOXO

ASSES­SO­RIA DE IMPRENSA: JSPONTES COMUNICAÇÃO – JOÃO PONTES E STELLA STEPHANY

 

 


 

 

 


 

 

É uma pena que o espetáculo só possa ser visto até o próximo domingo (28 de setembro). 

Tomara que consiga fazer carreira em outros espaços!

 

 

 

 

(FOTOS: ANA ALEXANDRINO)

 

 

 

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