A VERDADEIRA HISTÓRIA DE
ALESSANDRA COLASANTI
(A DONA DA BOLA.)
No futebol,
não há aquele jogador que a gente diz que é o faz-tudo do time, aquele que bate
o escanteio e corre, para cabecear e fazer o gol? Pois, no TEATRO,
há algumas pessoas que fazem até mais. ALESSANDRA COLASANTI é uma que bate o
escanteio, cabeceia, faz o gol e ainda pega a bola, no fundo da rede, e corre
com ela para o meio do gramado, sempre com a perspectiva de uma nova saída, de
uma nova jogada.
No momento, ALESSANDRA está fazendo tudo isso, em
seu segundo espetáculo-solo, no Espaço
SESC (Sala Multiuso), contando com a participação de FLÁVIA DO ESPÍRITO SANTO, na peça A VERDADEIRA HISTÓRIA DE ALESSANDRA COLASANTI, espetáculo muito
divertido, escrito e dirigido por ela, que ainda se ocupou
do vídeo e do figurino, e só não fez mais, porque havia outos jogadores no time.
Trata-se de
uma peça leve, quase despretensiosa, porém uma ideia inteligente e bem
desenvolvida.
Flávia Espírito Santo.
Senhorita
Ramalhete.
SINOPSE:
À beira do seu aniversário, ALESSANDRA COLASANTI, a atriz que jamais revela a idade, desaparece,
sem deixar rastros. Mas o que estaria
por trás desse mistério? Crise dos 40?
Dívidas? Amor bandido?
Combustão espontânea? Repaginada
geral?
A detetive, ufóloga e alterego ALEXANDRA CAVALCANTI (ALESSANDRA COLASANTI), recebe um
telefonema dos pais de Alessandra,
os escritores Marina Colasanti e Affonso Romano de Sant’Anna, que oferecem
uma mala de joias, em troca do paradeiro da filha. CAVALCANTI,
que, a princípio, não queria assumir a empreitada, diante de tão tentadora remuneração,
juntamente com sua fiel assistente, SRTA.
RAMALHETE (FLAVIA ESPÍRITO SANTO), parte, então, em uma jornada
fantástica, em busca da artista desaparecida.
A partir daí, prepare-se para dar boas gargalhadas com as peripécias das
duas, em suas inusitadas e bizarras aventuras.
Talvez o espetáculo pudesse
até ser enquadrado, no melhor sentido, na categoria “besteirol”, que tanto me
agrada e da qual até sinto falta, às vezes, embora, nas entrelinhas, não falte
coisa séria para ser observada.
Mas não tenho
a menor intenção de me aprofundar numa análise da peça, já que, no final, tudo
acaba numa grande brincadeira e, segundo a própria ALESSANDRA:
“O intuito é divertir, a peça é uma comédia, eu me
auto-ridicularizo o tempo todo, ofereço a oportunidade ao público de rir de
mim, e rir de si por tabela. A minha pessoa
entra como metáfora, não é do extraordinário da minha vida que a peça
trata, até mesmo porque eu nem sei se isso existe, e se existe, não é minimamente
relevante como objeto simbólico, eu quero que o público se identifique é
com os sentimentos comuns à raça humana, levar um pé na bunda, ficar deprê,
pensar que vai morrer, superar, voltar a cair, ficar eufórica com um elogio
do pedreiro, casar com esse pedreiro, ter medo de gente, e mesmo assim fazer
gente, perder os pais, perder os filhos, não querer sair de casa por causa
de uma espinha no rosto, fazer cirurgia plástica pra se sentir mais digno,
se achar o máximo, e ter certeza que não atinge sequer o mínimo, ter sono, ter
sede, ter fome e pânico de viver, o patético, o frágil, o belo e o potente da
vida de todos nós. E se pudermos rir e chorar de tudo isso, juntos, que maravilha!”
Alerssandra Colasanti / Alexandra Cavalcanti.
Alexandra Cavalcanti / Alessandra
Colasanti.
Gostei da
proposta, que traz um texto bem divertido e inteligente, para desenvolver os métodos, por demais hilariantes, de
investigação de uma detetive de renome, que envolvem até experiências no campo
da ufologia, com o objetivo de lograr êxito em sua missão.
É ótima a ideia de o público ser recebido
numa sala de espera, recepcionado por uma secretária enigmática, que fica
folheando revistas – provavelmente, velhas – e entregando cartões e oferecendo
os préstimos de ALEXANDRA CAVALCANTI, a detetive.
Na parte estrutural do espetáculo, merece
grande destaque o sensacional cenário de AURORA DOS CAMPOS, tanto para a
sala de espera como para a da detetive, com destaque para este espaço. É incrível a quantidade de detalhes cenográficos
que despertam, em qualquer espectador, o desejo de se aproximar do cenário e
ver, de perto, e, se possível, até tocar naquelas coisinhas. Na primeira fila, pude reparar bem cada um
daqueles minúsculos detalhes e me reportei à minha infância, ao ver umas
miniaturas de garrafinhas de Coca-Cola.
Golpe baixo: mexeu fundo no meu imaginário infantil.
Outro destaque vai para a fantástica iluminação,
de TOMÁS RIBAS, e para os efeitos de projeção (filmes, videografismos e
outros “-ismos”).
Tanto
ALESSANDRA, protagonista, quanto FLÁVIA, em modesta, mas importante,
participação, estão ótimas em suas personagens.
Alessandra.
Flávia e
Alessandra.
FICHA
TÉCNICA:
TEXTO e DIREÇÃO: ALESSANDRA COLASANTI
ELENCO: ALESSANDRA COLASANTI e FLÁVIA ESPÍRITO
SANTO
ELENCO EXTRAORDINÁRIO EM OFF : MARINA COLASANTI
e AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA
ELENCO EXTRAORDINÁRIO
EM VÍDEO: JOAO VELHO, como SUPEREGO; e CARLOS GRUN, FERNANDA FELIX, LETÍCIA NOVAES,
MÁRCIO DEBELLIAN, MICHEL BLOIS, MICHEL MELAMED, PEDRO HENRIQUE MONTEIRO, RODRIGO
NOGUEIRA, SAMIR ABUJAMRA, THIARE MAIA
CENOGRAFIA: AURORA DOS CAMPOS
LUZ: TOMÁS RIBAS
DIREÇÃO MUSICAL: ARTHUR BRAGANTI e LETÍCIA
NOVAES
VÍDEO: NANI ESCOBAR e ALESSANDRA COLASANTI
FIGURINO: ALEXANDRA CAVALCANTI
ASSISTENTE DE DIREÇÃO: RAFAEL MEDEIROS
ASSISTENTE DE CENOGRAFIA: JULIA SALDANHA
CENOTÉCNICO: MARANHÃO e DJAVAN
BELEZA: VINI KILESSE
FOTOS: ANA ALEXANDRINO
PROGRAMAÇÃO VISUAL: BADY CARTIER
MÍDIAS SOCIAIS: RAFAEL MEDEIROS
PRODUÇÃO EXECUTIVA: JAMES HANSON
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: CARLOS GRUN
PRODUÇÃO: BEM LEGAL PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
e AO PÉ DA LETRA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
REALIZAÇÃO: TEATRO CLUBE PARADOXO
ASSESSORIA DE IMPRENSA: JSPONTES COMUNICAÇÃO
– JOÃO PONTES E STELLA STEPHANY
É uma pena que o espetáculo só possa ser visto até o próximo
domingo (28 de setembro).
Tomara que consiga fazer carreira em outros espaços!
(FOTOS: ANA ALEXANDRINO)
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