terça-feira, 8 de outubro de 2013


CONSELHO DE CLASSE   -   RETRATO DA TRISTE E FALIDA REALIDADE DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

 
Para comemorar os 25 anos de sua fundação, uma das mais importantes companhias de TEATRO do Brasil, a CIA DOS ATORES, está apresentando, no mezanino do Espaço SESC Copacabana, três espetáculos, em dias e horários diferentes: CONSELHO DE CLASSE, LABORATORIAL e COMO ESTOU HOJE.  O foco destes comentários volta-se para o primeiro citado.

            Para iniciar, é preciso dizer que todos os professores, principalmente os que trabalham na rede pública (estadual ou municipal) têm a obrigação de assistir ao espetáculo CONSELHO DE CLASSE.  Aliás, estes conhecem de sobra, a triste realidade da escola pública brasileira, sucateada ao extremo, nos últimos 25 anos, principalmente.  Ninguém melhor que estes professores, para conhecer, a fundo, quão sofrido e frustrante é insistir em ser educador neste país, principalmente quando se atua na rede pública: o governo finge que paga (salários aviltantes), os professores chegam à exaustão, física e emocional, na tentativa de ensinar e formar cidadãos, e os alunos, de uma forma geral, não têm o mínimo interesse em aprender, o que parece ir ao encontro do desejo dos “governantes” (quanto maior a ignorância, mais fácil é utilizar o cabresto e o chicote, para adestrar a massa de manobra).
                                     
Programa da peça
 

A sinopse, distribuída pela divulgação do espetáculo, limita-se a dizer apenas: “Uma reunião de professores é desestabilizada pela chegada de um novo diretor.  O encontro faz eclodir dilemas éticos e pessoais.”

É pouco, é muito pouco, a despeito de ser uma “sinopse”.  O que se vê ali, a poucos metros do espectador, que se sente fazendo parte de um conselho de classe de verdade, mesmo não sendo professor, é muito mais.  É muito mais mesmo!

Em primeiro lugar, vale a pena discutir o porquê de uma “desestabilização”, simplesmente pela chegada de um novo diretor.  Seria tal evento motivo para tal?  O medo e a insegurança diante do novo justificariam toda a tensão que o texto apresenta, apesar dos tons de comédia (“seria cômico, se não fosse sério”)?  É claro que não é só isso!  Ali, estão em jogo o descrédito na capacidade de um gestor, quase saído das fraldas, que tem como função pôr ordem num caos, que teria instituído, ou iniciado, ou fomentado por alguém de muito mais idade e experiência profissional que ele, convivendo com outros pares de igual condição etária e profissional à da professora MABEL, a que deflagra o conflito. 

Mais que isso, ainda: ali está em jogo a maneira como aquele jovenzinho foi jogado às feras, ou melhor, o processo, nem um pouco democrático, que quase rotula o novo diretor como um interventor no caos em que está mergulhada a escola estadual “fictícia’, criado pela genialidade de JÔ BILAC. 
 
 
JÔ BILAC, recebendo o Prêmio Shell, de melhor autor, em 2010, pela peça SAVANA GLACIAL

Mas falar de é outro capítulo deste texto.  Por ora, creio ser pertinente dizer que, ao escrever esta peça, o autor não privilegiou nenhum dos atores; ao contrário presenteou os cinco com personagens riquíssimos, em todos os sentidos, o que permitiu a cada um deles, todos do mais excelente nível técnico e profissional, viajar no processo de dar vida aos escritos do autor, resultando num fantástico trabalho coletivo de atores.

O diretor-substituto, JOÃO RODRIGO, esplendidamente vivido pelo grande ator, PAULO VERLINGS, bem novo de idade, entretanto com um talento de um veterano e um currículo invejável, cai de paraquedas no covil dos leões, pronto a cumprir sua missão, qual seja a de pacificar os ânimos e reconstruir o que, em pouco tempo de peça, se sabe, infelizmente, “irrecostruível”.  Um trabalho de ator para ser aplaudido de pé.

Os outros quatro atores são as “professoras” da escola, que se reúnem para um conselho de classe de final de ano, em pleno verão escaldante do Rio de Janeiro.  Acredito que o “calor” daquele ambiente deve ser reproduzido em qualquer lugar do Brasil, já que as mazelas da educação brasileira são, realmente, brasileiras, e não regionais, um pouco menos intensas, talvez, ali ou acolá.  Aqui, com certeza, no Rio de Janeiro, são “tórridas”.

Excelente a ideia de escalar quatro homens para os papéis femininos, sem que haja caracterização física de mulheres, menos ainda trejeitos femininos nas representações.  Muito interessante mesmo tal detalhe.

Tensão em cena

CÉSAR AUGUSTO representa a professora CÉLIA PATRÍCIA, que, para sobreviver, já que isso seria impossível com o mísero salário que recebe do governo, ajudando a um filho recém-operado e a criar um neto, agrega, a seus pertences e acessórios de trabalho, dois enormes sacolões, de onde sai um camelódromo, com estoque variado, que vai de roupas a cremes de toda sorte e para todos os fins.  Tudo para “servir às colegas”, as quais, provavelmente lhe apliquem calotes, o mesmo que ela faz com a senhoria, quando esta lhe cobra o aluguel atrasado. 

Fui professor, durante trinta anos, da rede municipal carioca, e conheço tantas célias, que dá para perder as contas.  Contribuí bastante para a sobrevivência de algumas delas.

Há uma quase perspectiva de a professora CÉLIA trocar a sala de aula por uma função burocrática na Secretaria de Educação, ou algo parecido, atrelado a esta, o que a faria conhecer, enxergar e, talvez, entender o outro lado do sistema.  Em outras palavras, CÉLIA poderia, a qualquer momento, passar de oprimida a opressora.  É bom acrescentar que tal transferência de cargo e função seria proporcionada pela esposa de um primo, que se tornara deputada.  não deixa escapar a oportunidade de criticar o nepotismo, tão nosso conhecido.

A professora CÉLIA, de Ciências e Matemática, apresenta-se como acomodada, ou melhor, resignada, diante da ignorância dos alunos e da impossibilidade de conseguir mudar isso.     

É excelente o trabalho do ator, também responsável por uma galeria de ótimos personagens anteriores, na CIA DOS ATORES ou fora dela.  Parabéns, professora CÉLIA PATRÍCIA.

O elenco: Thierry Tremouroux, Paulo Verlings, Marcelo Olinto, Leonardo Netto e César Augusto
 
LEONARDO NETTO, a professora EDILAMAR, de Educação Física, e treinadora da equipe de handebol (acho que não errei no detalhe do esporte), é a que mais contesta o cotidiano daquela escola e a que mais parece estar preocupada em fazer voltar o tempo em que o professor era respeitado e considerado pelos alunos, além de valorizado pela sociedade; uma época em que todos sabiam quais eram os seus direitos e, também, os deveres; um tempo em que a Educação era o objetivo maior de uma escola; era a Educação o que se oferecia e o que se buscava num estabelecimento de ensino.  É a que mais sofre com os problemas da escola, a que demonstra o maior empenho em conservar a instituição, tanto física como ideologicamente.  Faz da escola o quintal da sua casa. 

O conflito criado entre a personagem de LEONARDO e a professora MABEL (THIERRY TREMOUROUX) é responsável pelos momentos mais tensos da peça, entremeados por situações cômicas, que provocam muito riso.  Aliás, quanto a este fato, o de a plateia rir tanto, em determinadas cenas, cheguei à conclusão de que se ri do patético, do insólito, do surreal; trata-se de um riso nervoso.  Acreditem.  Principalmente os professores, que estão indo, em peso, assistir ao espetáculo e que se transferem, durante pouco mais de uma hora, para o espaço cênico.

LEONARDO NETTO supera-se, depois do brilho de seu trabalho em FREUD – A ÚLTIMA SESSÃO.  Não há como o espectador não se identificar com a revolta e a indignação da personagem, graças à excelente composição do ator.  Grande trabalho, LEO!
 Personagens e suas respectivas "características" (detalhes na lousa)
 
MARCELO OLINTO chama a atenção com sua personagem, a professora PALOMA, que prefere, ou antes, exige ser chamada de TIA PALOMA, ranço de tratamento ridículo, a meu ver, infelizmente, ainda utilizado por alguns.  É ótima a composição de sua personagem, a mais velha de todas, a mais antiga naquela escola, a que já poderia estar aposentada, mas que promete abandonar o magistério apenas pela compulsória.  É uma espécie de preceptora das colegas mais jovens e de menor experiência na profissão.  Cuida do café e do lanchinho do grupo (também já conheci outras palomas).  Palomas existem na vida real, professoras, e professores também, que, por se sentirem tão solitários, tão desnecessários à sociedade, à vida, não têm coragem de partir para uma nova realidade, e permanecem nos seus postos, apenas em presença física, até a compulsória ou a morte, “trabalhando” na escola.  Paloma já não tem mais condições de enfrentar uma sala de aula, e, há cerca de dez anos, é a responsável pela biblioteca da escola (eu disse que conhecia muitas palomas – pobres palomas!). 

Fala manso, chegando ao requinte de caminhar arrastando os pés, penso que não por ser idosa, a decana de todas, mas por ser um reflexo da sua postura como professora “da antiga” e que, portanto, não apresenta mais resistência para lutar contra o “status quo”, menos ainda para se arriscar a novas experiências, para buscar esperança na realidade de um ensino falido.  Tenta ser a mediadora dos conflitos, contudo não está capacitada para tal difícil função.  Acaba sendo, por comodidade, uma maria-vai-com-as-outras. 

MARCELO está perfeito no papel e a última cena da personagem é de um realismo incomensurável.  Muitos aplausos para ele!
 
Elenco
 
THIERRY TREMOUROUX interpreta a professora MABEL, de Artes, aquela que acredita num outro modelo de escola, completamente utópico para a realidade brasileira, quiçá mundial.  Personagem muito interessante, que não deixa claro - pelo menos, foi esta a leitura que fiz -, em função das acusações de EDILAMAR e de CÉLIA, principalmente, se ela é “mocinha” ou “bandida” na estória (Viva Guimarães Rosa!!!). 

É acusada de instigar os alunos a uma rebelião contra a antiga diretora, VIVIAN, que culminou com uma grave agressão a esta e uma conseqüente e séria contusão, o que a fez afastar-se de suas atividades de gestora da escola, abrindo caminho para a chegada do diretor-substituto. 

Por oportuno, deve-se dizer que foi MABEL a responsável por uma carta a um setor da Secretaria de Educação, relatando “fatos ocorridos na escola” e solicitando alguém que substituísse VIVIAN, no caso, o diretor/interventor-substituto, JOÃO RODRIGO, sem que as demais “colegas de trabalho” tomasse conhecimento de sua atitude.

Ela só consegue enxergar um lado, aquele que a favorece em suas intenções (boas ou más?), é claro, nos alunos, até mesmo naqueles de comportamento mais deplorável e completamente inaceitável.  Tenta justificar os atos de vandalismo dos michael douglas tupiniquins como uma forma de reagir à opressão imposta pela direção da escola, quando esta apenas, por exemplo, para fazer cumprir o regulamento da escola, impede os alunos de irem de boné às aulas.  Félicitations, Thierry! Que c'est bon de vous voir sur scène!  (Será que a professora MABEL vai me reprovar pelo meu francês “googlês”?)  

Fora isso, ou melhor, além disto, as quatro trazem consigo seus problemas particulares, seus anseios e frustrações, suas impossibilidades de realização pessoal, além da profissional, para o ambiente de trabalho, e isso é de uma riqueza muito grande, um prato cheio para ao desenvolvimento da trama.
 
conselho de classe DMV_1078 web.jpgconselho de classe DMV_1181 press.jpgconselho de classe DMV_1193 web.jpgconselho de classe DMV_1289 web.jpg
Cenas da peça
 
Quanto à ficha técnica do espetáculo:

TEXTO – JÔ BILAC: Sou fã de carteirinha do talento deste muito jovem dramaturgo, com várias indicações a prêmios e conquistas de alguns.  Assim como “Os Três Mosqueteiros” eram quatro, os nossos melhores dramaturgos da atualidade, curiosamente todos muito jovens, também o são: JÚLIA SPADACCINI, RENATA MIZRAHI, JÔ BILAC e DIOGO LIBERANO. 
 
 
Acredito que este é o melhor texto de , ou o que mais me tocou, talvez pelos motivos, óbvios, de eu também ser professor, de ter vivenciado o que vi, e revi, em cena e por estar envolvido na grande covardia que vem sendo cometida contra os profissionais de educação, no Brasil e, principalmente, no Rio de Janeiro, pelos governos estadual e municipal. 

Parabéns a quem lhe prestou a assessoria que lhe permitisse penetrar no universo da educação pública neste país, sem o que seria impossível dar forma a tão brilhante texto.

DIREÇÃO – BEL GARCIA E SUSANA RIBEIRO: Cumprimento ambas pela linda direção.  Como não vi, na ficha técnica, ninguém responsável pela direção de movimento, penso que esta parte também ficou por conta da dupla, e é muito boa.  Gostei bastante, também, da exploração, em vários momentos da encenação, de espaços fora da vista da plateia.  As aparições e deslocamentos dos atores/personagens pela grande área de cena são responsáveis por um dinamismo muito grande e criam grandes expectativas no desenvolvimento da trama.  Logo no início da peça, ficou excelente a sugestão de um zelador, citado no decorrer da peça, mas que não aparece em cena, varrendo uma das dependências da escola, detalhe percebido apenas pelo som produzido por uma vassoura, atritando o chão.  Não desfaçam a dupla, meninas!


CENÁRIO – AURORA DOS CAMPOS: Este merece um comentário especial, por se tratar de um riquíssimo elemento nesta montagem.  Simplesmente esplêndido!  São perfeitamente reproduzidas, em cena, as dependências de uma escola pública, mal equipada de mobiliário, sem oferecer o menor conforto a quem por lá transita, completamente depredada pela ação de vândalos (isso é ser Vândalo, Sr. Sérgio Cabral), com falta d’água, banheiros sem portas e fétidos (o detalhe do olfato fica por conta da imaginação do espectador), vasos sanitários sem tampos...  AURORA deve ter percorrido algumas das nossas escolas públicas (a grande maioria não faz diferença uma da outra) e, até mesmo, quem sabe, ter garimpado móveis e objetos de cena em algumas delas.  Aposentado, há cerca de dez anos, de uma escola municipal, vieram-me à mente as imagens da Escola Municipal Júlio de Mesquita, da escola Municipal Presidente João Goulart e de tantas outras que conheci, e ainda conheço.  Parabéns, AURORA!  Mais um dos seus tantos acertos cenográficos.
                                20131004_222854.jpg
Detalhes do incrível cenário de Aurora dos Campos

ILUMINAÇÃO – MANECO QUINDERÉ: Muito boa.  A proposital má iluminação, em muitas das cenas, por lâmpadas quebradas ou por falta delas, pareceu-me ter sido uma das preocupações desse grande profissional do ramo.  Maneco acertou na intensidade da luz, ajudando a criar o ambiente em que se passa a ação.

FIGURINOS – RÔ NASCIMENTO E TICIANA PASSOS: Justos e perfeitos, de acordo com as características físicas e psicológicas de cada uma das professoras, principalmente, e as do jovem diretor.  Os meus destaques vão para os figurinos da professora MABEL e da professora, digo, TIA PALOMA.  Ótimos!   
 
TRILHA ORIGINAL – FELIPE STORINO: Que coisa interessante!  Que riqueza de detalhes!  Desde os sons que vêm do interior da escola, já que a reunião se dá na quadra de esportes, em função do calor senegalês, até o ciciar de cigarras, típico dos finais de tarde do temível verão carioca.  Muito bom, FELIPE! 
 
A tensão continua

REALIZAÇÃO – CIA DOS ATORES: Fiquei muito feliz, quando, há poucos meses, a CIA DOS ATORES, que havia anunciado o encerramento de suas atividades, no final de 2012, por todas as dificuldades por que passam as companhias de TEATRO no Brasil, uniu-se a duas outras, OS DEZEQUILIBRADOS (Ivan Sugahara) e a PANGEIA CIA.DETEATRO (assim mesmo), constituindo a SEDE DAS CIAS, num simpático local, na Lapa, logo no início da Escadaria Selarón.
 
 
Para finalizar, considero pertinente o seguinte:

 1) Reproduzir uma citação, já tão conhecida, mas que está muito bem presente no texto da peça.  Faz referência ao Japão, único país do mundo em que todos têm a obrigação de se curvar diante do imperador, à exceção dos professores, pois, segundo aquele povo, “um país sem professores não pode ter imperadores”.  Será que as “autoridades” brasileiras sabem, ao menos, onde fica o Japão?

 2) Chamar a atenção para o conteúdo de um texto, em “off”, que abre o espetáculo, lido pela grande atriz DRICA MORAES, como a personagem VIVIAN.

 3) Citar um texto que aparece no programa da peça: “...eu não sei se você ficou sabendo, mas, em nenhum momento, nem em nossa cidade, nem no nosso Estado, nem no nosso país, a educação foi prioridade.  Fala-se muito, discute-se muito, mas cadê?”

 Por último, ainda sobre o programa do espetáculo, “A peça aposta no retrato do ambiente escolar, a fim de que se possa estabelecer um diálogo sobre as questões que giram em torno da educação no Brasil.” 

Pois bem, essas questões lá estão, no mezanino do Espaço SESC Copacabana, até o dia 3 de novembro (às 6ªs e sábados, às 21h, e aos domingos, às 20h).  Se não as conhece ainda, ou mesmo se já foi apresentado a elas, vá assistir ao espetáculo e, por que não aceitar a proposta de discuti-las, nos seus núcleos sociais?  É o TEATRO, cumprindo, mais uma vez, uma das suas missões: discutir o social.

A CIA DOS ATORES não poderia ter escolhido momento mais fecundo para apresentar, ao grande público, este espetáculo.  É uma oportunidade rara para se analisar o retrato da triste e falida realidade da Educação no Brasil das Copas e das Olimpíadas.
 
 
 
 
 
20131004_223422.jpg20131004_223114.jpg20131004_222947.jpg
 
No sentido horário: eu e Leonardo Netto, Paulo Verlings e César Augusto
 

 

 (AS FOTOS QUE ILUSTRAM ESTA MATÉRIA FORAM FORNECIDAS PELA PRODUÇÃO, PELA DIVULGAÇÃO E POR MARISA SÁ.)

 




 

 

 

 

 

 

 

 

Um comentário:

  1. Sou professora. Na rede privada, já aposentada, na Rede Pública, aposentada no Estado e na ativa na Rede Municipal. EM GREVE NA REDE MUNICIPAL! Entrar no universo do espetáculo foi tão familiar, tão igual a MINHA ESCOLA, que chegou a doer a alma. Em alguns momentos eu ri, mas RI DE NERVOSA. Com 30 anos de magistério ( não lembro qual das professoras diz isso com um misto de orgulho e desencanto), ainda enfrento situações idênticas ao meu primeiro dia de aula numa escola pública. Texto atual, pungente, NECESSÁRIO!
    Belíssima análise Gilberto. Assim como eu você conhece muito bem esse universo, ou melhor, esse "buraco negro"!

    ResponderExcluir