"CANTANDO
NA CHUVA"
ou
(O LADO BOM
DA CHUVA.)
ou
(DEIXA
CHOVER!)
Em 2017,
quando completava 65 anos de sua estreia no cinema, o festejado musical “CANTANDO NA CHUVA” ganhou uma versão
para as tábuas num Teatro brasileiro, mais exatamente, o Teatro Santander, em São
Paulo, que vem servindo de palco para grandes montagens de musicais que
marcaram, e ainda marcam, época mundo afora. A produção foi anunciada como “algo
jamais visto nos palcos brasileiros”: iria chover “de verdade” em cena. Eu
já havia visto “chover num palco”, algumas vezes, porém não com aquela
intensidade e “verdade”. Esse detalhe era o grande atrativo, para vender o espetáculo.
Não para mim, que tinha, é verdade, muita curiosidade de constatar o “fenômeno
meteorológico indoor”, entretanto o que mais eu queria mesmo ver, na
minha frente, a poucos metros de distância e não com o distanciamento do cinema, eram
os números de dança, as fantásticas coreografias, principalmente a icônica cena
em que o protagonista canta e dança “na chuva”, pois, de há muito, já
era fã incondicional do talento de Jarbas Homem de Mello, protagonista
naquela produção. A montagem chegou até nós, trazida por Cláudia Raia e Jarbas,
os quais haviam adquirido os direitos de montagem no Brasil, depois de terem
assistido à de Londres. Pensaram, porém, numa produção grandiosa, sim, como
realmente foi, mas diferente da que conheceram na capital inglesa e da que foi
montada na Broadway. E conseguiram. Foi um grande sucesso, de público e de
crítica.
Sei
que a maior parte das dezenas de milhares de pessoas que assistiram àquele
espetáculo, no Brasil, fizeram-no atraídas pela “cena da chuva” – Vão
entender, no próximo parágrafo, o motivo da minha insistência -, que,
aliás, se repetia, ao final da peça, depois de também finalizar o primeiro ato.
Tudo acontecia por conta de um surpreendente efeito especial, criado pela mesma
equipe que trabalhou na montagem londrina, contratada e levada a São Paulo.
Era uma estrutura complexa, que ficava ao redor do
palco: uma rede de canos, não vista pela plateia, recebia a água, por meio de
canaletas e ralos bem discretos, e a conduzia para dois enormes tanques, os
quais tinham capacidade para 10 mil litros cada um. Essa água,
aquecida a 29°, para conforto do elenco, não era desperdiçada, uma vez
que retornava aos referidos reservatórios, para ser reutilizada. Deixei o Teatro
Santander, após ter me deliciado com a peça, sentindo-me muito recompensado
pelo que me foi dado ver e, como faço, sempre que uma montagem teatral me agrada,
escrevi uma crítica sobre o musical, da mesma forma como neste momento, sobre
uma recente encenação, também em São Paulo – desta vez, no Teatro
Sérgio Cardoso (VER SERVIÇO.) -, à qual tive o prazer de assistir há
cerca de um mês. E, como me senti igualmente gratificado, disponho-me a
escrever sobre ela.
Antes, todavia,
preciso dizer como é impressionante e, acrescento, assustador o nível de
comentários e observações absurdas de determinadas pessoas que não entendem, ABSOLUTAMENTE,
nada de TEATRO e, muito menos, não têm noção do que seja educação e ética.
Enquanto aguardava, próximo à bilheteria, a chegada da lista de convidados – eu era
um deles –, para ter acesso aos meus convites, um sujeito, que “representa
ou chefia” uma dessas “ongs que se propõem a formar plateias”
(“Me
engana, que eu gosto!”), ao ser questionado por uma mulher (“Será
que eu vou gostar da peça?”), assim lhe respondeu: “Acho que vai, sim. É legal. Eu
já vi. Mas, olha, você viu a da Cláudia Raia? Porque lá chovia, era um
temporal, mas aqui é apenas uma garoazinha de São Paulo”. “Estômago
embrulhado”, consegui “contar até 1000” e frear o meu
ímpeto de... Deixa para lá! Tinha ele, obviamente, o direito de expor sua
opinião, ainda que “estúpida e mentirosa”, mas não projetando a voz, para que as
dezenas de pessoas que estavam à nossa volta pudessem ouvir, o que era, notadamente,
sua intenção. O sujeito mede a qualidade de um espetáculo musical pela quantidade
de água que cai em cena. (%$&***%@!#¨@!). Entenderam, agora, o motivo da minha fixação na tal “cena
da chuva”, que é, sem dúvida, a mais esperada pelo grande público, mas
não é só aquilo que o espetáculo tem de bom? E, só para que não paire nenhuma
dúvida quanto à “precipitação pluvial, em milímetros” (Momento descontração e deboche!)
–,
Não sei dizer se “choveu” mais ou menos. Isso pouco me interessa! -, a
mecânica para a realização da cena, nesta montagem, foi executada pela mesma
empresa londrina responsável pelo equivalente momento, na encenação de 2017.
E
esta cena, agora, é tão e impactante e bem construída como aquela. E
chega desse assunto!
Qualquer
um, como eu, que assistiu à primeira produção brasileira do musical e a atual,
tem o direito de estabelecer comparações, mas não é isso o que me interessa, não é
isso o que me move, não é isso o que faço. Não é com essa intenção que
me proponho a escrever sobre a atual montagem, que fica em cartaz, no Teatro
Sérgio Cardoso, até o próximo dia 16 de junho, se não houver
prorrogação (Tomara que haja!), e eu pretendo rever, na última semana da
temporada, quando, de novo, estarei em São Paulo. É claro que fui àquele Teatro
ainda com a outra produção na cabeça (e no coração também) - isso é inegável, e
não poderia ser de outra forma -, porém sem a menor expectativa de ver
alguma coisa igual à outra, melhor ou pior, ou, menos ainda, para compará-las. Se
lá, em 2017, tudo estava nas mãos de dois excelentes artistas e
produtores, Cláudia e Jarbas, aqui, não era diferente,
pois se tratava de mais uma produção, em conjunto, do INSTITUTO ARTIUM DE CULTURA e do ATELIER DE CULTURA, que são duas importantes referências no mercado
do entretenimento ao vivo, para os espectadores, devido ao destaque do padrão
técnico e artístico de suas produções, inegavelmente, equiparadas às
internacionais, haja vista a relação de títulos que vêm levando o selo de
qualidade das duas instituições, desde 2013: “A Madrinha Embriagada”, “O
Homem de La Mancha”, “A Noviça Rebelde”, “Annie”,
“Billy
Elliot”, “Escola do Rock”, “Charlie e a Fantástica Fábrica de
Chocolate”, “Evita Open Air”, “Wicked – A História Não Contada das bruxas
de Oz” e o mais recente, até então, “Matilda - O Musical”. Dessas, quatro eu considero "OBRAS-PRIMAS". Assisti a todas essas montagens, até mais de uma vez, adorei-as, sem exceção, mais umas que outras,
e não foi diferente com relação a este “CANTANDO
NA CHUVA”.
Reproduzir,
ao vivo, a magia do cinema, com todas as suas vantagens, decorrentes de uma
parafernália tecnológica, que se moderniza mais a cada dia, evidentemente, é
impossível, porém afirmo que os produtores se empenharam ao máximo para que o
espetáculo chegasse próximo à versão para as telas, nesse sentido, para o que
não pouparam esforços, de verdade. E acrescento que, pelo menos para mim, que troco
qualquer filme por uma peça teatral, não desprezando a “sétima arte”, o que
seria uma “heresia”, para quem é ator e crítico de TEATRO, a proximidade
estabelecida entre mim e o palco; a música ao vivo, executada
por uma excepcional orquestra; o dinamismo das cenas, com destaque
para as coreografias; e a magnitude da cenografia, dos figurinos e da
iluminação, tudo isso somado ao desempenho de um numeroso e magnífico elenco,
não fica a menor dúvida de que assisti a um dos melhores
musicais dos últimos tempos, o que, de antemão, já me faz RECOMENDÁ-LO.
SINOPSE:
Baseado no clássico filme, de 1952,
o musical “CANTANDO NA CHUVA” se passa em Hollywood, a “Meca
do Cinema”, no final da década de 1920.
As estrelas do cinema mudo Don
Lockwood (RODRIGO GARCIA) e Lina
Lamont (FEFE MUNIZ)
vivenciam a “impossível” transição para o cinema falado, por conta da voz
estridente de Lina, que arranca risadas da plateia.
Enaltecida por doses certeiras de
comédia, romance, dança e sapateado, a trama se aquece com a paixão inesperada
de Don
pela corista Kathy
Selden (GIGI DEBEI), contratada
para dublar a superestrela Lina.
O musical é divertidíssimo e indicado
para toda a família, com coreografias inesquecíveis, além do memorável número
da canção “Singin’ in the Rain”, levado aos palcos com o desafio técnico
de “fazer
chover em cena”.
Os atores Don Lockwood e Lina
Lamont, sinônimos de grandes bilheterias, são as estrelas da época, o
casal preferido da indústria cinematográfica.
Sucesso entre o público, os dois são os “queridinhos”
da mídia, a qual aposta num relacionamento mais íntimo entres eles, o que poderia
render muitos cifrões a muita gente, mas isso é algo que jamais existiu entre os dois.
A glória do “casal 20”, entretanto, é
abalada com o advento do áudio, que significou uma grande revolução na
linguagem cinematográfica e a consequente transição do cinema mudo para o
falado, tornando-se, logo, a sensação do mercado.
Com isso, muitos artistas, até então
reverenciados, tiveram suas carreiras dizimadas, da noite para o dia, por não
conseguirem se adaptar à novidade tecnológica, como o caso da temperamental Lina
Lamont, cuja voz esganiçada acabou incomodando os produtores, os quais
não queriam mais bancar a estrela, porque, ao abrir a boca, ela provocava uma
cascata de risos na plateia.
Dispostos a não perder o que conquistaram, Don
e Lina
se veem obrigados a produzirem um filme, para atender às expectativas da época.
Juntos, eles precisam superar as
dificuldades que essa “nova interpretação” representa para
os dois e, assim, se manter no topo do pódio.
Nesse processo, entram duas figuras importantes
para o sucesso da investida do casal: Kathy Selden e Cosmo Brown (MATEUS RIBEIRO).
A peça, que acompanha, de forma bem humorada,
a mudança de paradigma na forma de fazer filmes, embute outros temas
importantes, bem explorados na montagem.
Tenham a certeza – e eu já disse isso no parágrafo
que abre estas considerações – de que este musical não se resume a apenas
uma admirável cena que “faz chover num palco de Teatro”.
Pode passar despercebida, ou chamar menos a atenção, mas é importante avaliar o
que representou o momento em que o cinema ganhou um “up”, com o advento do
som, agregado aos filmes mudos. Foi uma grande revolução na arte cinética,
suscitando muitos comentários e previsões negativas, principalmente
relacionados à perda de empregos. Ou o artista se reciclava e apostava na
inovação ou teria que mudar de profissão. Estaria aí um problema social criado.
Algo semelhante ocorreu com a chegada da televisão. Não eram poucas as antevisões
de que a TV iria “matar” o rádio e o próprio cinema, o que todos sabemos não
aconteceu, e os artistas que, pelo rádio, só eram conhecidos por suas marcantes
vozes, passaram a ocupar as telinhas e a ampliar seu âmbito profissional.
Também falavam, os “urubulinos de plantão”, com relação ao TEATRO, que este estava com os dias contados. É possível que, a
princípio, possa ter diminuído um pouco a afluência de público às salas de espetáculo,
porém, hoje em dia, há legiões de pessoas que querem ir ao Teatro para ver, de perto,
seus artistas preferidos da TV.
Outro ponto interessante, que bem pode
vender o musical, é a sua intenção de divertir as plateias, sem se preocupar com
faixas etárias, o que é facilmente alcançado. É uma COMÉDIA MUSICAL bastante engraçada, para toda a família, quase “água-com-açúcar”
(E
isso NÃO é depreciativo!), que nos faz rir bastante, por meio de um
humor até ingênuo, por vezes. Para isso, contribui bastante a ótima versão
da dupla MARIANA ELISABETSKY e VICTOR MÜHLETHALER, que, mais uma vez,
se une para colorir um pouco de verde e amarelo um texto escrito em outro
idioma, com a utilização de piadas que, certamente, não fariam rir fora do Brasil.
Isso, é importante que se diga, sem descaracterizar a obra.
Ainda digo que
outro grande chamariz no espetáculo é o conjunto de coreografias (FLORIANO NOGUEIRA). São excelentes os
desenhos coreográficos, alguns de difícil execução, o que me pareceu, na visão
de um leigo como eu, arrojados e extremamente criativos. O destaque maior, como
não poderia deixar de ser, vai para a coreografia na “cena da chuva”, mas os
vários números de sapateado, estilo de dança do qual gosto imensamente, me
tiram do sério. Pela primeira vez vi alguém, no caso duas pessoas (MATEUS REIBEIRO e RODRIGO GARCIA) sapateando deitadas no chão e contra uma mesa com o tampo virado, um
número inesquecível. Uma boa coreografia só alcança seu objetivo quando bem
executada. A dança é um dos pontos altos do espetáculo, porque, indubitavelmente, todos do elenco
são exímios bailarinos, os de formação e os “atrevidos”, termo carinhoso que atribuo àqueles que aprendem
as coreografias, sem serem profissionais da dança, e “tiram de letra” a
exigente tarefa de materializar as ideias do coreógrafo.
A
direção
do espetáculo ficou em excelentes mãos. É assinada por JOHN STEFANIUK, um
canadense de renome internacional, responsável por ter sido o dono do bastão em
grandes musicais de sucesso dos mesmos produtores deste “CANTANDO NA CHUVA”, no Brasil: “Billy Elliot”, “Escola
do Rock”, “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate”, “Evita
Open Air”, “Wicked” e “Matilda”. STEFANIUK tem larga e comprovada experiência em dirigir arrojadas e
desafiadoras produções de musicais no exterior. O que é preciso dizer sobre
alguém que, simplesmente, foi o diretor associado mundial de “O Rei Leão da Disney”,
baseado na produção da Broadway? Dirigiu este musical em Paris,
Londres,
Sydney,
São
Paulo montagem de 2013), Madrid, Cidade do México, Amsterdã,
Cingapura,
Taipai
e Joanesburgo,
bem como turnês no Reino Unido. Falar de seu corretíssimo trabalho de direção
neste espetáculo torna-se redundante.
Como não poderia ser de outra
forma, considerando-se o nível de profissionalismo e bom gosto por parte de
todos os artistas criativos relacionados na FICHA TÉCNICA, não
consegui detectar nenhuma falha na bela cenografia (JAMES
KRONZER),
nos elegantes e datados figurinos (LIGIA
ROCHA, MARCO PACHECO e JEMIMA TUANY),
nos corretos desenho de luz (BEN JACOBS) e
desenho
de som (GASTÓN BRISKI), bem como no excelente visagismo
de época, cujo responsável, sempre um importante artista numa produção teatral,
infelizmente, por um lapso, creio, não é citado na referida FICHA TÉCNICA.
(Foto: Gilberto Bartholo.)
Outro dos vários destaques nesta ótima produção
é o alto nível dos artistas que formam o elenco, não só os que representam os
principais papéis, como os secundários e os que formam o “ensemble”. Há uma
impressionante homogeneidade de talentos, na interpretação, no canto e na
dança. A meu juízo, considerando não só a importância dos(as) personagem na
trama, como, principalmente, o rendimento dos atores em cena, percebo
protagonismo no quarteto RODRIGO GARCIA, GIGI
DEBEI, MATEUS RIBEIRO e ESTHER ARIEIV,
esta interpretando a personagem Lina Lamont, no dia em que assisti ao espetáculo, papel que, normalmente
é vivido por FEFE MUNIZ. A dupla
masculina, a cada novo espetáculo, mais solidifica as suas carreiras, e em
papéis totalmente diversos, o que é motivo de lembrança.
Rodrigo Garcia, Gigi Debei, Mateus Ribeiro e Fefe Muniz.
RODRIGO mantém o seu
elegante e galanteador Don Lockwood, protótipo da “dignidade”
(Quem
assistir à peça entenderá as aspas.) do princípio ao fim da peça,
dentro das quatro linhas que o personagem comporta. Canta, dança e representa
magnificamente bem. Além de ator, tem uma sólida formação em música, o que
facilita bastante o seu trabalho. Nos últimos anos, tenho gostado muito de
vê-lo em grandes musicais e jamais esquecerei sua atuação, como protagonista,
interpretando o personagem Dimitry, no musical da Broadway, “Anastasia“.
GIGI DEBEI é das minhas
favoritas atrizes de musicais, dos últimos tempos, sempre se destacando em suas
composições, como aconteceu, por exemplo, no recente “O Jovem Frankenstein”,
quando a vi substituindo Dani Calabresa, na personagem Elizabeth
Benning.
Ao escrever a minha crítica sobre aquele espetáculo, fiz questão de fazer um
depoimento que transcrevo aqui:
“Vou ‘jogar
bem limpo’, como sempre faço, nas minhas críticas.
Logo que cheguei ao Teatro, na primeira vez, para ver "O Jovem Frankenstein", fiquei sabendo que Dani Calabresa seria
substituída por GIGI DEBEI, uma excelente cantriz, a quem sempre dediquei os
merecidos elogios. Ouvi, porém, de um querido amigo que ‘a substituição era boa, por um lado, e ruim, por outro’. Fiquei
curioso, perguntei-lhe o motivo e ele me disse que ‘GIGI
canta muito bem, melhor que a DANI’, entretanto, ‘para compensar, não sabe ser uma ATRIZ CÔMICA’, como a titular do
papel. Agora, com toda a minha sinceridade (Assisti a ‘O
Jovem Frankenstein’ duas vezes, a segunda com a Dani no papel.), posso
afirmar que tive duas ótimas surpresas, vendo as duas em cena. Que GIGI cantava
muito bem, eu já sabia, todavia ela me surpreendeu e também recebe o meu aval
como ATRIZ CÔMICA (A outra boa surpresa foi ver como Dani canta bem.)”.
Toda
a admiração que eu já sentia por GIGI
ganhou maior robustez depois daquela personagem e se estende à sua Kathy
Selden.
Preciso
me conter para falar de MATEUS RIBEIRO,
pois sempre me emociono muito ao vê-lo num palco. A impressão que ele me deixa,
a cada novo trabalho, é a de que consegue se sair melhor do que em todos os
personagens anteriores reunidos, também fantásticos. Cosmo Brown é o melhor
amigo de Don e oferece ao ator a oportunidade de exercitar seu lado cômico,
já expresso em personagens anteriores. Com o devido respeito a todos os grandes
atores de musicais, tenho-o na conta de o melhor de sua geração. É um ator
completíssimo e se torna difícil apontar em qual habilidade –
canto, dança ou interpretação – MATEUS ganha maior relevo.
E
sobre ESTHER ARIEIV? A atriz me
cativou de tal forma, que nem sabia o que lhe dizer, quando nos encontramos no
final da peça. É interessante notar que eu já a havia visto em outros musicais,
nos quais, em papéis de menor importância nos enredos, a atriz não se fazia notar
tanto como em “CANTANDO NA CHUVA”. Confiem um bom papel a uma excelente atriz e vejam o resultado! Foi
uma das melhores surpresas que o TEATRO me reservou nos últimos tempos.
A personagem Lina Lamont é ingênua, ambiciosa, “insípida” e totalmente “fora
da caixinha”, de dificílima construção para qualquer atriz, uma vez que
é obrigada, por conta da personagem, a manter, durante os 140 minutos da peça, uma
voz esganiçada, totalmente fora dos padrões, para uma atriz. Enquanto os filmes eram mudos, não havia problema, todavia a chegada do som ao cinema foi, para ela,
um grande obstáculo. Com muita naturalidade, ESTHER me fez dar muitas e prolongadas gargalhadas, principalmente
numa cena em que a personagem se atrapalha, ao usar o microfone, durante a
tomada de uma cena do filme “O Cavaleiro Galante”, que acabou se
transformando em “O Cavaleiro Dançante”, que a personagem rodava com Don,
cena que lembra muito uma chanchada da Atlântida ou um besteirol.
Esther Arieiv.
Todos
os atores que interpretam personagens coadjuvantes –
Nunca perco a oportunidade de lembrar que coadjuvantes são os personagens, não
os atores. – MARCELO GOES, PAULO
GROSSI, MARI ROSINSKI e SANDRO CONTE
defendem, com a maior competência, os papéis que lhes foram destinados. Da
mesma forma, com muita garra se colocam todos os demais que se apresentam com a
rubrica “ensemble”. Por oportuno, para quem não sabe, o termo “ensemble”,
de origem francesa, significa, literalmente, “conjunto” e poderia ser
entendido como “coro”, não de menor importância, aqueles que estão no palco
para ajudar nas músicas e nas coreografias, sem que, necessariamente, tenham um
personagem a interpretar. E, aproveitando o momento, penso que também cabe aqui
uma explicação do que seja “swing”, num espetáculo teatral: o
ator ou atriz “swing” é aquele que é preparado para substituir qualquer membro
do “ensemble”,
para que o elenco não fique desfalcado, ou entrar como “cover” (substituto) de
um personagem.
FICHA
TÉCNICA (Simplificada):
EQUIPE
CRIATIVA:
Versão Brasileira: Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler
Direção Geral: John Stefaniuk
Direção Musical: Adriano Machado
Cenário: James Kronzer
Figurino: Ligia Rocha, Marco Pacheco e
Jemima Tuany
Coreografia: Floriano Nogueira
“Design” de Som: Gastón Briski
“Design” de Luz: Ben Jacobs
ELENCO: Rodrigo Garcia (Don Lockwood), Gigi Debei (Kathy Selden),
Mateus Ribeiro (Cosmo Brown), Fefe Muniz (Lina Lamont), Marcelo Goes (R.F.
Simpson), Paulo Grossi (Roscoe Dexter), Mari Rosinski (Dora Bailey e Srta
Dinsmore), Sandro Conte (Rod) Andreina Szoboszlai (Ensemble), Cárolin Von
Siegert (Ensemble), Caru Truzzi (Ensemble), Esther Arieiv (Ensemble), Giselle
Alfano (Ensemble), Thaiane Chuvas (Ensemble), Thays Parente (Ensemble), Danilo
Barbieri (Ensemble), Danilo Martho (Ensemble), Dudu Martinz (Ensemble), Fábio
Brasile (Ensemble), Fábio Galvão (Ensemble), Felipe Hideky (Ensemble), Madson
de Paula (Ensemble), Julia Sanchis (Swing), Leonardo Aroni (Swing), Nina Sato
(Swing e “Dance Captain”).
Fotos de Cena: João Caldas Filho
Assessoria de imprensa: Taga Comunicação Estratégica (Diogo
Locci)
SERVIÇO:
Temporada: De 04 de abril até 16 de Junho de 2024.
Local: Teatro Sérgio
Cardoso (Sala Nydia Licia).
Endereço: Rua Rui Barbosa, nº 153
- Bela Vista, São Paulo – SP.
Capacidade: 827 pessoas.
Dias e
Horários: De quarta a sexta-feira, às 20h; sábado e
domingo, às 15h30min e 19:30min.
Valores
dos Ingressos: De
R$ 19,80 a R$ 400, variando de acordo com a localização das poltronas. Há
valores para a meia-entrada (Consultar os “sites” do Teatro e da peça.).
Classificação
Etária: Livre. (Menores de 12 anos devem estar acompanhados dos pais e/ou responsáveis
legais.)
Duração do Espetáculo: 140 minutos, com 15 minutos de intervalo.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES:
1) O ELENCO PODERÁ SOFRER ALTERAÇÕES SEM AVISO PRÉVIO.
2) EVITE ATRASOS!
3) RECOMENDAMOS A CHEGADA COM, NO MÍNIMO, 30 MINUTOS DE ANTECEDÊNCIA.
4) APÓS O INÍCIO DO ESPETÁCULO, SOMENTE
SERÁ PERMITIDA A ENTRADA APÓS A PRIMEIRA CENA.
CANAIS OFICIAIS DE VENDA
Bilheteria "on-line":
Bilheteria Física (sem taxa de conveniência) Rua Rui Barbosa, nº 153 - Bela Vista, São Paulo - SP.
Horário de funcionamento: De terça-feira a sábado, das 14h às 19h. Em dia de espetáculo, das 14h até o horário de início da sessão.
Telefone:
(11) 3288-0136
Gênero: Musical
“CANTANDO NA CHUVA” é uma megaprodução, que encanta o público e,
além de “fazer chover no palco”, reúne números imperdíveis e
indeléveis de dança, principalmente os de sapateado, além de ser uma divertida COMÉDIA MUSICAL, uma verdadeira viagem no tempo. Tudo o que eu
já esperava ver naquele palco lá estava, e muito além da minha expectativa, que
já era bem grande. E, como se não bastasse, é mais uma produção de TEATRO que emprega dezenas de
profissionais para o os seus sustentos e o de suas famílias. Aqui, são, ao
todo, 286 profissionais em empregos
diretos, promovendo o aquecimento da economia, via ARTE. “CANTANDO NA
CHUVA” é o TEATRO celebrando,
num palco, a história do cinema.
FOTOS: JOÃO
CALDAS FILHO
GALERIA PARTICULAR
(Fotos: Guilherme De Rose.):
Com Rodrigo Garcia.
Com Mateus Ribeiro e Esther Arieiv.
VAMOS AO TEATRO!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE
ESPETÁCULO DO BRASIL!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE; E
SALVA!
RESISTAMOS SEMPRE MAIS!
COMPARTILHEM ESTA CRÍTICA, PARA
QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO TEATRO BRASILEIRO!
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