sábado, 15 de abril de 2023

“31º FESTIVAL 

DE TEATRO

DE CURITIBA” -

UM VELHO SONHO

REALIZADO.

ou

A MINHA "DISNEYLÂNDIA"




        É quase inacreditável, porém, com toda a minha dedicação, de mais de 50 anos, ao TEATRO, só agora, em 2023, consegui participar do “FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA” ou, simplesmente, “FESTIVAL DE CURITIBA”, como passarei a chamá-lo, a partir de agora, em sua 31ª edição, após um hiato imposto pela pandemia de Covid-19. Mas há uma explicação para isso. É que sempre acontecia de eu não ter agenda disponível para comparecer aos anteriores, pois não poderia me ausentar, por tanto tempo, do trabalho (Sou professor e não teria condições de viajar em pleno semestre letivo.), e também porque não me interessava acompanhar apenas alguns dias do “FESTIVAL”, mas, sim, ele em toda a sua plenitude, nas duas semanas em que acontecem todos os eventos.




        Finalmente, consegui realizar um sonho, há muito acalentado, e participei, com dedicação total e extrema satisfação, dele, considerado, com muita justiça, o mais importante Festival de TEATRO do Brasil. É realizado, anualmente, na aprazível cidade de Curitiba, Paraná, como o nome já diz. Com produções teatrais nacionais e internacionais, tornou-se referência nas artes cênicas do Brasil, sempre apresentando estreias entre as peças inscritas, a cada ano, e outros espetáculos, até alguns que já passaram por lá em edições anteriores.




Idealizado por Leandro Knopfholz e Carlos Eduardo Bittencourt, na época, com 18 e 22 anos, respectivamente, e organizado com a ajuda de Cássio Chamecki e Victor Aronis, nasceu em 1992, já contando, em sua primeira edição, bem mais modesta que a atual, com a honrosa participação de alguns dos mais representativos nomes do TEATRO BRASILEIRO, como Fernanda MontenegroJosé Celso Martinez CorrêaAntunes FilhoGerald ThomasCacá Rosset Gabriel Villela.





A mais recente edição do “FESTIVAL” teve início no último dia 27 de março e terminou na noite do domingo, 9 de abril, contando com mais de 350 atrações, uma intensa programação de estreias nacionais, espetáculos premiados, um surpreendente espetáculo de abertura e a volta do FRINGE, uma mostra de produções independentes, que não passam pela curadoria do “FESTIVAL”, além de dança, circo, humor, música, oficinas, “shows”, “performances” e gastronomia.





Conta com o apoio da Secretaria da Cultura do Estado do Paraná (Infelizmente, não com o da Prefeitura Municipal da capital paranaense, o que é injustificável.), da Agência do Trabalhador da Cultura e de muitas empresas públicas daquele estado. Além disso, espaços culturais do Estado, como os auditórios do Centro Cultural Teatro Guaíra, Canal da Música, o Auditório Poty Lazarotto, do Museu Oscar Niemeyer (MON), e o Museu da Imagem e do Som, abrem espaços para espetáculos e atividades de todas as mostras do “FESTIVAL”. A propósito, assim como na edição passada, a Agência do Trabalhador da Cultura, vinculada à Secretaria da Cultura do Estado do Paraná, foi responsável por intermediar a seleção dos trabalhadores técnicos, para o trabalho durante os eventos do “FESTIVAL”, iniciativa importante e profícua.




Assim se pronunciou, sobre o evento, a Secretária da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, acerca do papel do “FESTIVAL DE CURITIBA”, para a cultura do Paraná. “Saber que o ‘FESTIVAL’ está em tantos espaços, com uma variedade incrível de propostas e abrindo, cada vez mais, espaço para a diversidade só nos deixa, ainda, mais orgulhosos por este evento acontecer aqui, no Paraná”




Leandro Knopfholz, um dos diretores do “FESTIVAL”, ao lado de Fabíula Bona Pasasini, assim se manifesta: “Nesta edição, mantemos nosso mote de ‘festival para todos’, com uma programação que possibilita arte e entretenimento para todos os tipos de públicos, de forma acessível e diversificada, em diferentes pontos da cidade”. Considero isso um dos pontos mais importantes deste evento, salientando que a atual edição se voltou bastante para a diversidade e inclusão, abraçando artistas negros, representantes do universo LGBTQIA+ e portadores de “deficiências”, como foi o caso do espetáculo que abriu o “FESTIVAL”, “Hamlet”, apresentado por artistas de uma companhia peruana, “Teatro La Plaza”, interpretado por jovens artistas portadores de Síndrome de Down, considerado o grande acontecimento deste “FESTIVAL”.





  É importantíssimo registrar que a procura por ingressos foi de tal forma intensa, que eles se esgotaram – a imensa maioria - em pouco tempo, quando postos para a venda antecipada. Também não se pode omitir o fato de que o evento movimentou a cena cultural e a economia da capital paranaense, com mais de 350 atrações, como já dito, o que faz desta 31ª edição um “evento histórico”.




 Faz-se necessário destacar que o “FESTIVAL”, como se apresenta nos dias de hoje, é um conjunto de mostras e atividades que acontecem paralelamente, o que, infelizmente, inviabiliza a oportunidade de estarmos presentes em todas as suas atrações.




 Passo a transcrever, com mínimos cortes e alterações, o conteúdo do “e-mail” enviado por Pedro Neves, assessor de imprensa nacional do “FESTIVAL”, a todos os jornalistas e críticos de TEATRO empenhados na cobertura desta efeméride:




 

A 31ª edição do “FESTIVAL DE CURITIBA” fez a capital paranaense respirar arte, ao reunir mais de 200 mil espectadores, e foi além: investiu na diversidade, na inclusão, na inovação e na preocupação social, presentes nas diferentes mostras do evento.



Em duas semanas, o “FESTIVAL” contou com programação diversa e opções gratuitas. Com um total de 350 atrações, em 65 espaços da cidade, o “festival para todos” movimentou a cena cultural e a economia de Curitiba, gerando mais de 2.600 empregos, entre diretos e indiretos, e envolveu 1.500 artistas.



Nos palcos, na plateia e em sua equipe, o “FESTIVAL” desenvolveu ações inclusivas e que buscaram a representatividade. Uma parceria inédita com o Instituto Reviver Down acolheu cerca de 30 pessoas com Síndrome de Down no quadro de colaboradores do evento, que teve, na abertura, uma peça representada, justamente, por atores portadores do “T21” (Trissomia do cromossomo 21), “Hamlet”, da companhia peruana “Teatro La Plaza”, que combateu o preconceito e comoveu a plateia que lotou o “Guairão”, dando a arrancada para uma edição histórica.



As ações inclusivas, visando à acessibilidade, estiveram presentes em outras peças do “FESTIVAL”. Foram mais de 25 espetáculos que contaram com intérpretes de Libras ou audiodescrição.



Enquanto a inclusão e acessibilidade marcaram a programação, nos bastidores, o clima de inovação movimentou o setor cultural. Pela primeira vez, o “FESTIVAL DE CURITIBA” realizou a Rodada de Conexões, espécie de “rodada de negócios”, com foco exclusivo na troca de experiências na área cultural. O evento, em parceria com o SEBRAE, promoveu reuniões entre grupos de TEATRO, programadores culturais e curadores de diversos festivais do Brasil e de outros países, sendo uma oportunidade, para as companhias locais e de outros estados, de que pudessem apresentar seu trabalho, produtos e serviços, em busca de novos mercados.



 Com resultados expressivos nos Teatros, ações inovadoras e diferentes públicos abrangidos, a diretora do “FESTIVAL”, Fabíula Bona Passini, classificou a 31ª edição do evento como “histórica”: "Vivemos um momento de reconstrução e de fortalecimento da ARTE, após o período crítico da pandemia. Vimos essas vibrações e emoções nos palcos e nas plateias, nas ruas e nos espaços artísticos da cidade, por meio desse importante encontro, olho no olho, entre artistas e público. É importante ressaltar, também, o trabalho da curadoria, de toda a equipe de produção e comunicação para o sucesso da 31ª edição".


Fabíula Bona Passini.



 O outro diretor do “FESTIVAL”, Leandro Knopfholz, destacou a sua contribuição para fomentar a economia criativa da cidade e movimentar a cena cultural. "Entramos na nova década do “FESTIVAL DE CURITIBA”, após as comemorações dos 30 anos, com o pé direito e recordes de público. Foram centenas de empregos gerados, uma alta movimentação econômica na cidade, com bares, restaurantes, hotéis, ambulantes, transportes e várias áreas do comércio com vendas expressivas. Além dos palcos e junto da ARTE, o “FESTIVAL” fomenta a economia criativa de Curitiba".


Leandro Knopfholz.


“MOSTRA LUCIA CAMARGO” (a principal do “FESTIVAL” e a mais procurada) - Com uma nova curadoria, composta pela produtora e pesquisadora Daniele Sampaio, pela atriz e diretora Giovana Soar e pelo dramaturgo e crítico teatral Patrick Pessoa, a “MOSTRA LUCIA CAMARGO” teve, como marca, a diversidade contemporânea do TEATRO nacional e internacional e a representatividade de diferentes grupos. A programação contou com 32 espetáculos e público de 40 mil pessoas, que lotou os Teatros da cidade. No total, foram 70 apresentações, 41 sessões com ingressos esgotados e 3 sessões extras. A “MOSTRA” teve 7 estreias nacionais e 1 internacional, dentro de uma programação que se preocupou com a diversidade e a representatividade. Paralelo a isso, a organização do evento elaborou ações para inserir públicos diversos no TEATRO, com distribuição de 7 mil ingressos para coletivos e instituições sociais, tornando o acesso à ARTE democrático.




“FRINGE” – O acesso à cultura marcou o “FRINGE”, que retornou, após 3 anos e contou com mais de 40 espetáculos gratuitos, de um total de 280 atrações que movimentaram ruas, praças, parques, Teatros e espaços independentes de Curitiba e da Região Metropolitana, proporcionando ARTE para mais de 50 mil espectadores. Em um novo formato, o “FRINGE” foi organizado em 15 Mostras, além do Circuito Independente, que teve programação diversa em 23 Teatros, aquecendo a cena teatral e fomentando companhias e espaços locais.



“RISORAMA” – O “RISORAMA” proporcionou uma explosão de gargalhadas e fez “tremer” o “Viasoft Experience”, durante os seis dias de apresentação da 19ª temporada, reunindo mais de 17 mil espectadores. O sucesso foi tamanho, que tiveram de ser abertas três sessões extras, para que mais pessoas pudessem ir ao tradicional “show” de “stand-up comedy” do país, para conferir a “performance” dos maiores humoristas da atualidade. O evento tem curadoria de um dos ícones e precursores desse tipo de espetáculo de humor no país, Diogo Portugal.



“GURITIBA” – A mostra do “FESTIVAL DE CURITIBA” voltada para crianças uniu ARTE, educação e diversão, com público de mais de 3 mil pessoas. Além da programação aberta, no Teatro Bom Jesus, que fez barulho entre a criançada, o “GURITIBA” teve ações sociais em 12 instituições infantis da capital paranaense que acolhem crianças em situação de vulnerabilidade. Trata-se de um público com mobilidade reduzida, por diferentes questões sociais, para ir até os Teatros. Por isso, o “GURITIBA” compartilhou a ARTE dentro das instituições.



“MISHMASH” – Com programação pensada para agradar a toda a família, com muita música, malabarismo e mágicos, o “MISHMASH” deste ano aconteceu no “Viasoft Experience”, e teve público estimado de 3 mil pessoas. O evento teve como mestre de cerimônia o cantor e ator Evandro Mesquita, famoso por ser vocalista da banda “Blitz” e pelos trabalhos em cinema e televisão, como o do mecânico Paulão na série “A Grande Família”



“GASTRONOMIX” – A gastronomia de alta qualidade, aliada à música instrumental e às artes cênicas, em um espaço deslumbrante, marcaram o “GASTRONOMIX”, evento que reuniu 7 mil pessoas. Teve curadoria do premiado Chef Celso Freire e contou com a participação de restaurantes nacionais e internacionais, utilizando gastronomia sustentável e fornecedores locais, para diminuir os impactos ambientais.



“INTERLOCUÇÕES” – O “INTERLOCUÇÕES” trouxe programação cultural gratuita, dentro do “FESTIVAL”, com debates, encontros, palestras, mesas redondas, sessões de autógrafos, oficinas, filmes e lançamentos de livros e reuniu mais de 3 mil pessoas durante as duas semanas de evento.



O 31º FESTIVAL DE CURITIBA” em números:

        Público de mais de 200 mil pessoas;
        - 600 empregos diretos;
        - 2000 empregos indiretos;
        - mais de 1.500 artistas;
        - 20 toneladas de cenários;
        - mais de 20 toneladas de luz;
        - 15 toneladas de som;
        - 32 espetáculos na “MOSTRA LUCIA CAMARGO”;
        - 70 apresentações na “MOSTRA LUCIA CAMARGO”;
        - 3 sessões extras na “MOSTRA LUCIA CAMARGO”;
     - 41 sessões com ingressos esgotados na “MOSTRA LUCIA CAMARGO”;
        - 12 instituições sociais atendidas pelo “GURITIBA”;
        - 3.500 mil espectadores no “GURITIBA”;
        - “RISORAMA” com público de 17 mil pessoas;
        - “GASTRONOMIX” com público de 7 mil pessoas;
        - “FRINGE” com mais de 50 mil espectadores;
        - 7 Estreias nacionais – “O Tempo e a Sala”, “Adoráveis Transgressões”, “Ovos Não Têm Janela”, “Sonho de Uma Noite  de Verão”, “Square / Praça”, “Sobrevivente” e “Arqueologias do Futuro”; e
        - 1 estreia internacional “Square / Praça”.


 

 




   O balanço da minha participação no “31º FESTIVAL DE CURITIBA”:

1) Participei de 42 entrevistas, em 10 dias de coletivas de imprensa. Os encontros se deram numa aprazível sala, muito bem equipada, no 10º andar do Hotel Mabu, onde estava localizada a “sede” do “FESTIVAL”. A sala de imprensa foi batizada de “Sala Jô Soares”, em homenagem ao consagrado artista, falecido em 5 de agosto do ano passado. Todas elas, sem a menor exceção, foram interessantíssimas e eu já dormia pensando na manhã do dia seguinte. Deixaram muita saudade.


Teatro Guaíra ("Guairão"), 

visto da janela da Sala Jô Soares.


Partiu "Guairão"!


2) Assisti a 19 espetáculos em Teatros, todos com LOTAÇÃO ESGOTADA. De acordo com a minha classificação, 2 mereceram a cotação de OBRA-PRIMA; a 9, atribuí a classificação equivalente a ÓTIMO; o rótulo de MUITO BOM foi destinado a 2; 1 ficou com a indicação de BOM; 2 merecem a classificação de REGULAR; 2 ficaram na categoria RUIM; e, infelizmente, 1, apenas, graças aos DEUSES DO TEATRO, eu considero PÉSSIMO. É a minha opinião, que, evidentemente, pode ser diversa da de outras pessoas, que merecem o meu respeito. O saldo foi, portanto, para lá de POSITIVO, com 14 espetáculos oscilando entre BOM e OBRA-PRIMA. Por questão ética e por total respeitos aos artistas, profissionais de TEATRO, que se empenham para apresentar o melhor do que são capazes, não os nomearei.



3) Assisti a 7 espetáculos em espaços públicos, ao ar livre, ao lado de centenas de espectadores, sendo que um deles, “SQUARE / PRAÇA”, encenado num fim de tarde, na Praça Santos Andrade, me levou às lágrimas, num choro muito gostoso e libertador. É uma interessantíssima, divertida e linda produção do grupo holandês “Companhia Wunderbaum”, com a participação de dois atores brasileiros, Pedro Uchoa e Monique Vaillé, além de pessoas do povo, que transitam, diariamente, na praça. Estreia internacional.




4)  Reencontrei dezenas de amigos, do Rio de Janeiro e do Brasil inteiro, e fiz outro tanto de novos. Um congraçamento indescritível.



5)  Tive a oportunidade de constatar a grande quantidade de gente que me segue, nas redes sociais, e que conhece e admira o meu trabalho, de crítico teatral, leitores do meu blogue, o que eu NUNCA imaginara.



6)  Não houve um senão, nessas duas semanas em Curitiba.



“Gotas” de informação:

1) Os curadores da “MOSTRA LUCIA CAMARGO” escolheram 32 espetáculos para a representação da diversidade contemporânea do TEATRO nacional e internacional.


 

2) A peça de abertura do “FESTVAL”, encenada no “Guairão”, no dia 27 de março, foi a histórica montagem de “Hamlet”, um dos clássicos de Shakespeare, pelo grupo peruano “Teatro La Plaza”. Sem a menor sombra de dúvida, a grande “coqueluche” do “FESTIVAL”, aclamada por todos quantos tiveram a oportunidade de assistir a ela, nos quais não me incluo, infelizmente, por só ter chegado a Curitiba na manhã do dia 28. Essa foi a minha grande, e única, grande frustração, com relação ao evento, por culpa de falta de atenção da minha parte.






3) Entre as produções nacionais, destaque para Vera Holtz, em “Ficções”, monólogo dirigido por Rodrigo Portella, e para o aguardado “Intimidade Indecente”, com Marcos Caruso e Eliane Giardini, como o casal protagonista.





4) Outro grande destaque da “MOSTRA LUCIA CAMARGO” foi a apresentação da peça “Gaslight – Uma Relação Tóxica”, último trabalho dirigido por Jô Soares, no TEATRO ( faleceu pouco antes da estreia da peça, em São Paulo.), uma recriação de um dos maiores sucessos da história da Broadway, de 1938, porém de tema atualíssimo.



5) Igualmente aplaudido por mais de 2000 pessoas (A lotação do Teatro Guaíra é de 2176 lugares.) foi a versão musicada de um dos grandes sucessos de Dias Gomes, “O Bem Amado Musicado”, com músicas de Zeca Baleiro e Newton Moreno, com a marcante presença, no elenco, de um dos maiores atores brasileiros: Cassio Scapin.



6) A dança não ficou de fora e foi brilhantemente representada pelo “Grupo Corpo”, de Belo Horizonte, que apresentou, no palco do “Guairão”, o espetáculo “Primavera e Breu”, levando o público ao delírio.







7) Aconteceu, no “Guairinha”, uma esperada estreia nacional: “O Tempo e a Sala”coprodução do “FESTIVAL DE CURITIBA”, festejando a volta, aos palcos, da atriz Simone Spoladore, num elenco de grandes atores de sucesso nacional.



8) “A Invenção do Nordeste”, apresentado pelo Grupo Carmin, de Natal, Rio Grande do Norte, foi outro grande acontecimento, encenado no “Guairinha”, espetáculo que desconstrói os mitos sobre “ser nordestino”.



9) O clássico “Tartufo”, de Molière, foi outro grande acontecimento do “FESTIVAL”. O espetáculo é uma arrojada leitura do ator e diretor Bruce Gomlevsky, que o rebatizou como “Um Tartufo”. A peça é apresentada numa versão musical, expressionista e sem falas. O espetáculo fez uma vitoriosa carreira, no Rio de Janeiro, e, como já era de se esperar, também arrebatou o público curitibano.



10) “Square / Praça” é uma experiência sensorial ao ar livre, realizada na Praça Santos Andrade. Foram distribuídos fones de ouvido, ao público, para que as pessoas pudessem acompanhar as ordens de comando da diretora, aos atores e demais participantes dessa magnífica experiência.



11) Também houve destaque para dois espetáculos de dança contemporânea, no Teatro da Reitoria: o surpreendente “c h ãO”, da dupla Marcela Levy e Lucía Russo, e o tecnológico “Matéria Escura”, do Grupo Cena 11.




12) Um dos espetáculos que mais agradaram ao público – a mim, particularmente – foi “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”, vindo da periferia de São Paulo, representando a Favela de Heliópolis (Cia. de Teatro de Heliópolis). “Cárcere...” foi um dos espetáculos mais comentados de 2022, tendo recebido o “Prêmio APCA” de Melhor Dramaturgia, indicado, também, ao “Prêmio Shell”, por São Paulo, nas categorias Direção, Dramaturgia e Música.





13) O SESC da Esquina recebeu “Karaíba”, que fala da formação do Brasil sob a perspectiva dos povos originários, com a maior participação indígena em elenco e produção já vistos em festivais de TEATRO no Brasil. Para mim, um espetáculo impactante.



14) “Brenda Lee e o Palácio Das Princesas” é um musical sobre a travesti ativista que fundou a primeira casa para pessoas com HIV/Aids, do Brasil. Um espetáculo que marcou bastante o “FESTIVAL”; a mim, particularmente.





15)       Outro grande sucesso, como já era de se esperar, foi o solo “Sobrevivente”, da grande atriz curitibana Nena Inoue, acompanhada de seu filho, Pedro Inoue, espetáculo que investiga origens e apagamentos na vida das mulheres de sua família e que faz parte de uma trilogia, iniciada pelo espetáculo “Para Não Morrer”, que rendeu a Nena o “Prêmio Shell”, de Melhor Atriz, pelo Rio de Janeiro, em 2019.





16) “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes”, da “Cia. Dos à Deux”, de André Curti e Artur Luanda Ribeiro, foi um dos espetáculos da noite de encerramento do “FESTIVAL”. Trabalho premiado, é uma história de amor, contada sem palavras, entre o TEATRO, a dança e as artes visuais. Ilusão refletindo a realidade.



17) Extremamente impactante, encenado na “Casa Hoffmann”, “O Que Meu Corpo Nu Te Conta?”, do “Coletivo Impermanente”, de São Paulo, sob o comando de Marcelo Varzea, é uma experiência sobre temas universais, como assédio sexual, gordofobia, racismo, etarismo e infertilidade. Espetáculo aplaudidíssimo pelas plateias, inclusive, com sessão extra.



18) O “FESTIVAL” também abriu as portas para que um dos maiores iluminadores de TEATRO do Brasil, Beto Bruel, apresentasse seu primeiro trabalho de direção, no espetáculo “Ovos Não Têm Janela”, em estreia nacional.



19) Uma “bagaça” de muito bom gosto, divertidíssima e totalmente “subversiva”, ou um “trabalho de gente muito cara de pau”, no dizer de seu diretor, Maurício Vogue, o espetáculo “Sonho de Uma Noite de Verão”, um clássico de Shakespeare, nos apresentou uma versão alegre e divertida da obra, com apresentações no lindo jardim do Dizzy Café Concerto. Ousadia, teu nome é Maurício Vogue, um ícone de TEATRO curitibano.



 O “FESTIVAL DE CURITIBA”, para mim, foi uma das experiências mais significativas, em meus 73 anos de vida e mais de 50 devotados ao TEATRO. Aguardarei, ansiosamente, a sua próxima edição. Reitero meus sinceros agradecimentos a todos os envolvidos no “FESTIVAL”, em especial a Maximilian Santos, Pedro Neves, Sandro Moser e Leandro Knopfholz.



 Aos poucos, vou escrever críticas direcionadas a 11 espetáculos aos quais assisti e dos quais gostei, em níveis diferentes, (Na verdade, foram 14, porém já publiquei, anteriormente, minha análise crítica sobre "Ficções", "Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes", e "A Mulher Monstro".). Serão, orém, bem curtas, fugindo ao meu estilo, em função da grande quantidade acumulada.





(Observação: As fotos aqui exibidas foram capturadas por mim, a maioria; muitas outras, por Nanda Rovere, que me autorizou a fazer uso delas; poucas são fotos oficiais do "FESTIVAL" e das produções, feitas por vários profissionais. Infelizmente, seria uma tarefa hercúlea identificá-las, pelo que peço desculpas.)



COLETIVAS DE IMPRENSA 
(SALA JÔ SOARES:



















Leandro Knopfholz e Fabíula Bona Passini 
(diretores do "FESTIVAL").






















































































































































Alguns críticos, jornalistas e blogueiros que atuaram 
na cobertura do "FESTIVAL".


Jornalistas que organizaram as coletivas de imprensa.


Idem.




ALGUNS (DOS MUITOS) 
ENCONTROS E REENCONTROS 
COM AMIGOS QUERIDOS:


Com Felipe Heráclito Lima.


Com Rodrigo Pandolfo e Gabriel Stauffer.


Com Quitéria Kelly.


Com Bruce Gomlevsky.


Com Henrique Fontes, Nena Inoue e Pedro Inoue.


Com Pedro Uchoa.


Com Helena Tezza, CesarMatheus e Eduardo Giacomini. 


Com José Neto Barbosa.


Com Ando Camargo.



TEATRO AO AR LIVRE:















DEPOIS DA SESSÃO:











PLATEIA:



Até o próximo “FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA”!































































































































































































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