“31º FESTIVAL
DE TEATRO
DE CURITIBA” -
UM VELHO SONHO
REALIZADO.
ou
A MINHA "DISNEYLÂNDIA"
É quase inacreditável, porém, com toda a minha dedicação, de mais
de 50 anos, ao TEATRO, só agora, em 2023, consegui participar
do “FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA” ou, simplesmente, “FESTIVAL DE
CURITIBA”, como passarei a chamá-lo, a partir de agora, em sua 31ª
edição, após um hiato imposto pela pandemia de Covid-19. Mas há uma
explicação para isso. É que sempre acontecia de eu não ter agenda disponível
para comparecer aos anteriores, pois não poderia me ausentar, por tanto
tempo, do trabalho (Sou professor e não teria condições de viajar em pleno semestre letivo.), e também porque não me interessava acompanhar apenas
alguns dias do “FESTIVAL”, mas, sim, ele em toda a sua plenitude, nas
duas semanas em que acontecem todos os eventos.
Finalmente, consegui realizar um sonho, há muito acalentado,
e participei, com dedicação total e extrema satisfação, dele, considerado, com
muita justiça, o mais importante Festival de TEATRO do Brasil. É
realizado, anualmente, na aprazível cidade de Curitiba, Paraná, como
o nome já diz. Com produções teatrais nacionais e internacionais, tornou-se
referência nas artes cênicas do Brasil, sempre apresentando estreias entre as
peças inscritas, a cada ano, e outros espetáculos, até alguns que já passaram
por lá em edições anteriores.
Idealizado por Leandro Knopfholz e Carlos
Eduardo Bittencourt, na época, com 18 e 22 anos, respectivamente,
e organizado com a ajuda de Cássio Chamecki e Victor Aronis,
nasceu em 1992, já contando, em sua primeira edição, bem mais modesta que a atual,
com a honrosa participação de alguns dos mais representativos nomes do TEATRO BRASILEIRO, como Fernanda
Montenegro, José Celso Martinez Corrêa, Antunes Filho, Gerald Thomas, Cacá Rosset e Gabriel
Villela.
A mais recente edição do “FESTIVAL” teve início no último dia 27 de março e
terminou na noite do domingo, 9 de abril, contando com mais de 350
atrações, uma intensa programação de estreias nacionais, espetáculos
premiados, um surpreendente espetáculo de abertura e a volta do FRINGE,
uma mostra de produções independentes, que não passam pela curadoria do “FESTIVAL”,
além de dança, circo, humor, música, oficinas, “shows”, “performances”
e gastronomia.
Conta com o apoio da Secretaria da Cultura do
Estado do Paraná (Infelizmente, não com o da Prefeitura Municipal da
capital paranaense, o que é injustificável.), da Agência do Trabalhador da Cultura e de muitas empresas
públicas daquele estado. Além disso, espaços culturais do Estado,
como os auditórios do Centro Cultural Teatro Guaíra, Canal da Música,
o Auditório Poty Lazarotto, do Museu Oscar Niemeyer (MON), e o Museu
da Imagem e do Som, abrem espaços para espetáculos e atividades de todas as
mostras do “FESTIVAL”. A propósito, assim como na edição passada, a Agência
do Trabalhador da Cultura, vinculada à Secretaria da Cultura do
Estado do Paraná, foi responsável por intermediar a seleção dos
trabalhadores técnicos, para o trabalho durante os eventos do “FESTIVAL”,
iniciativa importante e profícua.
Assim se pronunciou, sobre o evento, a Secretária
da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, acerca do papel do “FESTIVAL
DE CURITIBA”, para a cultura do Paraná. “Saber que o ‘FESTIVAL’
está em tantos espaços, com uma variedade incrível de propostas e abrindo, cada
vez mais, espaço para a diversidade só nos deixa, ainda, mais orgulhosos por
este evento acontecer aqui, no Paraná”.
Já Leandro Knopfholz, um dos diretores
do “FESTIVAL”, ao lado de Fabíula Bona Pasasini, assim se
manifesta: “Nesta edição, mantemos nosso mote de ‘festival para todos’,
com uma programação que possibilita arte e entretenimento para todos os tipos
de públicos, de forma acessível e diversificada, em diferentes pontos da cidade”.
Considero isso um dos pontos mais importantes deste evento, salientando que a
atual edição se voltou bastante para a diversidade e inclusão, abraçando
artistas negros, representantes do universo LGBTQIA+ e portadores
de “deficiências”, como foi o caso do espetáculo que abriu o “FESTIVAL”,
“Hamlet”, apresentado por artistas de uma companhia peruana, “Teatro
La Plaza”, interpretado por jovens artistas portadores de Síndrome de
Down, considerado o grande acontecimento deste “FESTIVAL”.
É importantíssimo registrar que a procura por
ingressos foi de tal forma intensa, que eles se esgotaram – a imensa
maioria - em pouco tempo, quando postos para a venda antecipada. Também não se
pode omitir o fato de que o evento movimentou a cena cultural e a economia da capital
paranaense, com mais de 350 atrações, como já dito, o que faz desta 31ª
edição um “evento histórico”.
Faz-se
necessário destacar que o “FESTIVAL”, como se apresenta nos dias de
hoje, é um conjunto de mostras e atividades que acontecem paralelamente,
o que, infelizmente, inviabiliza a oportunidade de estarmos presentes em todas
as suas atrações.
Passo
a transcrever, com mínimos cortes e alterações, o conteúdo do “e-mail”
enviado por Pedro Neves, assessor de imprensa nacional do “FESTIVAL”,
a todos os jornalistas e críticos de TEATRO empenhados na cobertura
desta efeméride:
A
31ª edição do “FESTIVAL DE CURITIBA” fez a capital paranaense
respirar arte, ao reunir mais de 200 mil espectadores, e foi além: investiu
na diversidade, na inclusão, na inovação e na preocupação social, presentes nas
diferentes mostras do evento.
Em
duas semanas, o “FESTIVAL” contou com programação diversa e opções
gratuitas. Com um total de 350 atrações, em 65 espaços da cidade,
o “festival para todos” movimentou a cena cultural e a economia
de Curitiba, gerando mais de 2.600 empregos, entre diretos e indiretos, e
envolveu 1.500 artistas.
Nos
palcos, na plateia e em sua equipe, o “FESTIVAL” desenvolveu ações
inclusivas e que buscaram a representatividade. Uma parceria inédita com o Instituto
Reviver Down acolheu cerca de 30 pessoas com Síndrome de Down no
quadro de colaboradores do evento, que teve, na abertura, uma peça representada,
justamente, por atores portadores do “T21” (Trissomia do cromossomo 21),
“Hamlet”, da companhia peruana “Teatro La Plaza”, que combateu o
preconceito e comoveu a plateia que lotou o “Guairão”, dando a
arrancada para uma edição histórica.
As
ações inclusivas, visando à acessibilidade, estiveram presentes em outras peças
do “FESTIVAL”. Foram mais de 25 espetáculos que contaram com
intérpretes de Libras ou audiodescrição.
Enquanto
a inclusão e acessibilidade marcaram a programação, nos bastidores, o clima de
inovação movimentou o setor cultural. Pela primeira vez, o “FESTIVAL DE
CURITIBA” realizou a Rodada de Conexões, espécie de “rodada de
negócios”, com foco exclusivo na troca de experiências na área
cultural. O evento, em parceria com o SEBRAE, promoveu reuniões entre
grupos de TEATRO, programadores culturais e curadores de diversos
festivais do Brasil e de outros países, sendo uma oportunidade, para as
companhias locais e de outros estados, de que pudessem apresentar seu trabalho,
produtos e serviços, em busca de novos mercados.
Com
resultados expressivos nos Teatros, ações inovadoras e diferentes públicos
abrangidos, a diretora do “FESTIVAL”, Fabíula Bona Passini,
classificou a 31ª edição do evento como “histórica”: "Vivemos
um momento de reconstrução e de fortalecimento da ARTE, após o período crítico
da pandemia. Vimos essas vibrações e emoções nos palcos e nas plateias, nas
ruas e nos espaços artísticos da cidade, por meio desse importante encontro,
olho no olho, entre artistas e público. É importante ressaltar, também, o
trabalho da curadoria, de toda a equipe de produção e comunicação para o
sucesso da 31ª edição".
Fabíula Bona Passini.
O
outro diretor do “FESTIVAL”, Leandro Knopfholz, destacou a
sua contribuição para fomentar a economia criativa da cidade e movimentar a
cena cultural. "Entramos na nova década do “FESTIVAL DE CURITIBA”,
após as comemorações dos 30 anos, com o pé direito e recordes de público. Foram
centenas de empregos gerados, uma alta movimentação econômica na cidade, com
bares, restaurantes, hotéis, ambulantes, transportes e várias áreas do comércio
com vendas expressivas. Além dos palcos e junto da ARTE, o “FESTIVAL” fomenta a
economia criativa de Curitiba".
Leandro Knopfholz.
“MOSTRA
LUCIA CAMARGO” (a principal do “FESTIVAL”
e a mais procurada) - Com uma
nova curadoria, composta pela produtora e pesquisadora Daniele Sampaio,
pela atriz e diretora Giovana Soar e pelo dramaturgo e crítico teatral
Patrick Pessoa, a “MOSTRA LUCIA CAMARGO” teve, como marca, a
diversidade contemporânea do TEATRO nacional e internacional e a
representatividade de diferentes grupos. A programação contou com 32
espetáculos e público de 40 mil pessoas, que lotou os Teatros da cidade. No
total, foram 70 apresentações, 41 sessões com ingressos esgotados
e 3 sessões extras. A “MOSTRA” teve 7 estreias nacionais
e 1 internacional, dentro de uma programação que se preocupou com a
diversidade e a representatividade. Paralelo a isso, a organização do evento
elaborou ações para inserir públicos diversos no TEATRO, com distribuição
de 7 mil ingressos para coletivos e instituições sociais, tornando o acesso
à ARTE democrático.
“FRINGE” – O acesso à cultura marcou o “FRINGE”,
que retornou, após 3 anos e contou com mais de 40 espetáculos gratuitos,
de um total de 280 atrações que movimentaram ruas, praças,
parques, Teatros e espaços independentes de Curitiba e da
Região Metropolitana, proporcionando ARTE para mais de 50 mil
espectadores. Em um novo formato, o “FRINGE” foi organizado em 15
Mostras, além do Circuito Independente, que teve programação diversa
em 23 Teatros, aquecendo a cena teatral e fomentando companhias e
espaços locais.
“RISORAMA” – O “RISORAMA” proporcionou uma
explosão de gargalhadas e fez “tremer” o “Viasoft
Experience”, durante os seis dias de apresentação da 19ª temporada,
reunindo mais de 17 mil espectadores. O sucesso foi tamanho, que tiveram
de ser abertas três sessões extras, para que mais pessoas pudessem ir ao
tradicional “show” de “stand-up comedy” do país, para
conferir a “performance” dos maiores humoristas da atualidade. O
evento tem curadoria de um dos ícones e precursores desse tipo de espetáculo de
humor no país, Diogo Portugal.
“GURITIBA” – A mostra do “FESTIVAL DE
CURITIBA” voltada para crianças uniu ARTE, educação e diversão, com
público de mais de 3 mil pessoas. Além da programação aberta, no Teatro
Bom Jesus, que fez barulho entre a criançada, o “GURITIBA” teve
ações sociais em 12 instituições infantis da capital paranaense que acolhem
crianças em situação de vulnerabilidade. Trata-se de um público com
mobilidade reduzida, por diferentes questões sociais, para ir até os Teatros.
Por isso, o “GURITIBA” compartilhou a ARTE dentro das
instituições.
“MISHMASH” – Com programação pensada para
agradar a toda a família, com muita música, malabarismo e mágicos, o “MISHMASH”
deste ano aconteceu no “Viasoft Experience”, e teve público
estimado de 3 mil pessoas. O evento teve como mestre de cerimônia o
cantor e ator Evandro Mesquita, famoso por ser vocalista da banda
“Blitz” e pelos trabalhos em cinema e televisão, como o do
mecânico Paulão na série “A Grande Família”.
“GASTRONOMIX” – A
gastronomia de alta qualidade, aliada à música instrumental e às artes cênicas,
em um espaço deslumbrante, marcaram o “GASTRONOMIX”, evento que reuniu 7
mil pessoas. Teve curadoria do premiado Chef Celso Freire
e contou com a participação de restaurantes nacionais e internacionais,
utilizando gastronomia sustentável e fornecedores locais, para diminuir os
impactos ambientais.
“INTERLOCUÇÕES” – O
“INTERLOCUÇÕES” trouxe programação cultural gratuita, dentro do “FESTIVAL”,
com debates, encontros, palestras, mesas redondas, sessões de autógrafos,
oficinas, filmes e lançamentos de livros e reuniu mais de 3 mil pessoas
durante as duas semanas de evento.
O “31º FESTIVAL DE CURITIBA” em números:
O balanço da minha
participação no “31º FESTIVAL DE CURITIBA”:
1) Participei de 42 entrevistas,
em 10 dias de coletivas de imprensa. Os encontros se deram numa
aprazível sala, muito bem equipada, no 10º andar do Hotel Mabu,
onde estava localizada a “sede” do “FESTIVAL”. A sala de
imprensa foi batizada de “Sala Jô Soares”, em homenagem ao
consagrado artista, falecido em 5 de agosto do ano passado. Todas elas, sem a
menor exceção, foram interessantíssimas e eu já dormia pensando na manhã do dia
seguinte. Deixaram muita saudade.
Teatro Guaíra ("Guairão"),
visto da janela da Sala Jô Soares.
Partiu "Guairão"!
2) Assisti a 19 espetáculos em Teatros,
todos com LOTAÇÃO ESGOTADA. De acordo com a minha classificação, 2
mereceram a cotação de OBRA-PRIMA; a 9, atribuí a classificação
equivalente a ÓTIMO; o rótulo de MUITO BOM foi destinado a 2;
1 ficou com a indicação de BOM; 2 merecem a classificação
de REGULAR; 2 ficaram na categoria RUIM; e, infelizmente, 1,
apenas, graças aos DEUSES DO TEATRO, eu considero PÉSSIMO. É a minha opinião, que, evidentemente, pode ser diversa da de outras pessoas, que merecem o meu respeito. O saldo foi, portanto, para lá
de POSITIVO, com 14 espetáculos oscilando entre BOM e OBRA-PRIMA.
Por questão ética e por total
respeitos aos artistas, profissionais de TEATRO, que se empenham para
apresentar o melhor do que são capazes, não os nomearei.
3) Assisti a 7 espetáculos em
espaços públicos, ao ar livre, ao lado de centenas de espectadores, sendo
que um deles, “SQUARE / PRAÇA”, encenado num fim de tarde, na Praça
Santos Andrade, me levou às lágrimas, num choro muito gostoso e libertador.
É uma interessantíssima, divertida e linda produção do grupo holandês “Companhia
Wunderbaum”, com a participação de dois atores brasileiros, Pedro
Uchoa e Monique Vaillé, além de pessoas do povo, que
transitam, diariamente, na praça. Estreia internacional.
4) Reencontrei dezenas de amigos,
do Rio de Janeiro e do Brasil inteiro, e fiz outro tanto de novos. Um
congraçamento indescritível.
5) Tive a oportunidade de constatar
a grande quantidade de gente que me segue, nas redes sociais, e que conhece e
admira o meu trabalho, de crítico teatral, leitores do meu blogue, o que eu NUNCA
imaginara.
6) Não houve um senão, nessas duas
semanas em Curitiba.
“Gotas” de informação:
1) Os curadores da “MOSTRA LUCIA
CAMARGO” escolheram 32 espetáculos para a representação da
diversidade contemporânea do TEATRO nacional e internacional.
2) A peça de abertura do “FESTVAL”, encenada no “Guairão”, no dia 27 de março, foi a histórica montagem de “Hamlet”, um dos clássicos de Shakespeare, pelo grupo peruano “Teatro La Plaza”. Sem a menor sombra de dúvida, a grande “coqueluche” do “FESTIVAL”, aclamada por todos quantos tiveram a oportunidade de assistir a ela, nos quais não me incluo, infelizmente, por só ter chegado a Curitiba na manhã do dia 28. Essa foi a minha grande, e única, grande frustração, com relação ao evento, por culpa de falta de atenção da minha parte.
3) Entre as produções nacionais,
destaque para Vera Holtz, em “Ficções”, monólogo
dirigido por Rodrigo Portella, e para o aguardado “Intimidade
Indecente”, com Marcos Caruso e Eliane Giardini,
como o casal protagonista.
4) Outro grande destaque da “MOSTRA
LUCIA CAMARGO” foi a apresentação da peça “Gaslight – Uma Relação
Tóxica”, último trabalho dirigido por Jô Soares, no TEATRO
(Jô faleceu pouco antes da estreia da peça, em São Paulo.), uma recriação
de um dos maiores sucessos da história da Broadway, de 1938,
porém de tema atualíssimo.
5) Igualmente aplaudido por mais
de 2000 pessoas (A lotação do Teatro Guaíra é de 2176
lugares.) foi a versão musicada de um dos grandes sucessos de Dias
Gomes, “O Bem Amado Musicado”, com músicas de Zeca
Baleiro e Newton Moreno, com a marcante presença, no
elenco, de um dos maiores atores brasileiros: Cassio Scapin.
6) A dança não ficou de fora e foi
brilhantemente representada pelo “Grupo Corpo”, de Belo
Horizonte, que apresentou, no palco do “Guairão”, o espetáculo “Primavera
e Breu”, levando o público ao delírio.
7) Aconteceu, no “Guairinha”,
uma esperada estreia nacional: “O Tempo e a Sala”, coprodução
do “FESTIVAL DE CURITIBA”, festejando a volta, aos palcos, da atriz Simone
Spoladore, num elenco de grandes atores de sucesso nacional.
8) “A Invenção do Nordeste”, apresentado pelo Grupo
Carmin, de Natal, Rio Grande do Norte, foi
outro grande acontecimento, encenado no “Guairinha”, espetáculo
que desconstrói os mitos sobre “ser nordestino”.
9) O clássico “Tartufo”,
de Molière, foi outro grande acontecimento do “FESTIVAL”.
O espetáculo é uma arrojada leitura do ator e diretor Bruce Gomlevsky,
que o rebatizou como “Um Tartufo”. A peça é apresentada numa
versão musical, expressionista e sem falas. O espetáculo fez uma vitoriosa
carreira, no Rio de Janeiro, e, como já era de se esperar, também
arrebatou o público curitibano.
10) “Square / Praça” é uma experiência sensorial ao ar livre, realizada na Praça
Santos Andrade. Foram distribuídos fones de ouvido, ao público, para
que as pessoas pudessem acompanhar as ordens de comando da diretora, aos atores e demais participantes dessa magnífica experiência.
11) Também
houve destaque para dois espetáculos de dança contemporânea, no Teatro da
Reitoria: o surpreendente “c h ãO”, da dupla Marcela
Levy e Lucía Russo, e o tecnológico “Matéria
Escura”, do Grupo Cena 11.
12) Um dos
espetáculos que mais agradaram ao público – a mim, particularmente – foi
“Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”, vindo da periferia
de São Paulo, representando a Favela de Heliópolis
(Cia. de Teatro de Heliópolis). “Cárcere...” foi um
dos espetáculos mais comentados de 2022, tendo recebido o “Prêmio
APCA” de Melhor Dramaturgia, indicado, também, ao “Prêmio
Shell”, por São Paulo, nas categorias Direção, Dramaturgia
e Música.
13) O SESC
da Esquina recebeu “Karaíba”, que fala da formação do
Brasil sob a perspectiva dos povos originários, com a maior participação
indígena em elenco e produção já vistos em festivais de TEATRO no Brasil.
Para mim, um espetáculo impactante.
14) “Brenda Lee e o Palácio Das Princesas” é um musical sobre a travesti ativista
que fundou a primeira casa para pessoas com HIV/Aids, do Brasil. Um espetáculo
que marcou bastante o “FESTIVAL”; a mim, particularmente.
15)
Outro
grande sucesso, como já era de se esperar, foi o solo “Sobrevivente”,
da grande atriz curitibana Nena Inoue, acompanhada de seu filho, Pedro
Inoue, espetáculo que investiga origens e apagamentos na vida das
mulheres de sua família e que faz parte de uma trilogia, iniciada pelo
espetáculo “Para Não Morrer”, que rendeu a Nena o “Prêmio
Shell”, de Melhor Atriz, pelo Rio de Janeiro, em 2019.
16) “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes”, da “Cia. Dos à Deux”,
de André Curti e Artur Luanda Ribeiro, foi um dos
espetáculos da noite de encerramento do “FESTIVAL”. Trabalho premiado, é
uma história de amor, contada sem palavras, entre o TEATRO, a dança e as
artes visuais. Ilusão refletindo a realidade.
17) Extremamente
impactante, encenado na “Casa Hoffmann”, “O Que Meu Corpo
Nu Te Conta?”, do “Coletivo Impermanente”, de São Paulo,
sob o comando de Marcelo Varzea, é uma experiência sobre temas
universais, como assédio sexual, gordofobia, racismo, etarismo e infertilidade.
Espetáculo aplaudidíssimo pelas plateias, inclusive, com sessão extra.
18) O “FESTIVAL”
também abriu as portas para que um dos maiores iluminadores de TEATRO do
Brasil, Beto Bruel, apresentasse seu primeiro trabalho de direção,
no espetáculo “Ovos Não Têm Janela”, em estreia nacional.
19) Uma “bagaça”
de muito bom gosto, divertidíssima e totalmente “subversiva”, ou
um “trabalho de gente muito cara de pau”, no dizer de seu
diretor, Maurício Vogue, o espetáculo “Sonho de Uma Noite
de Verão”, um clássico de Shakespeare, nos apresentou uma
versão alegre e divertida da obra, com apresentações no lindo jardim do Dizzy
Café Concerto. Ousadia, teu nome é Maurício Vogue, um
ícone de TEATRO curitibano.
O “FESTIVAL DE CURITIBA”, para mim, foi uma
das experiências mais significativas, em meus 73 anos de vida e mais
de 50 devotados ao TEATRO. Aguardarei, ansiosamente, a sua próxima
edição. Reitero meus sinceros agradecimentos a todos os envolvidos no “FESTIVAL”,
em especial a Maximilian
Santos, Pedro
Neves, Sandro
Moser e Leandro
Knopfholz.
Aos poucos, vou escrever críticas direcionadas a 11 espetáculos aos quais assisti e dos quais gostei, em níveis diferentes, (Na verdade, foram 14, porém já publiquei, anteriormente, minha análise crítica sobre "Ficções", "Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes", e "A Mulher Monstro".).
Serão, orém, bem curtas, fugindo ao meu estilo, em função da grande quantidade
acumulada.
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