sábado, 17 de dezembro de 2022

 “VAMOS FALAR DE

TIM RESCALA?”

ou

(DIÁLOGO FLUENTE

ENTRE A MÚSICA

E O TEATRO.)





        Água e óleo são duas substâncias completamente diferentes, que jamais se misturam, mas têm algo em comum: ambos são líquidos. Música e TEATRO são duas manifestações artísticas bem distintas, entre si, porém admitem magníficas fusões e têm o mesmo objetivo, existem para viver o mesmo ideal: EMOCIONAR. Separadas, essas duas ARTES, quando de boa qualidade, obviamente, “cada uma no seu quadrado”, são capazes de nos fazer “atingir o Nirvana”. Quando se misturam, então, a mim, pelo menos, têm a capacidade de nos fazer “voar”, sair de um Teatro “nas nuvens”. Mas é preciso que a Música entre no TEATRO quando devidamente necessária e pelas mãos de quem sabe fazê-lo. TIM RESCALA, o grande maestro, em contraste com sua frágil compleição física, é um desses competentes profissionais, dos grandes. Quem olha para aquela figura humana, tão delicada e simples, não faz ideia de que, dentro daquele corpo, ou melhor, daquela mente, há um “inesgotável poço” de criatividade, sensibilidade e bom gosto, que jamais “seca”; ao contrário, ganha pujança, a cada novo trabalho em que TIM se envolve.

 

 





      TIM RESCALA, nascido Luiz Augusto Rescala, no Rio de Janeiro, em 21 de novembro de 1961, além do grande maestro, é humorista, compositor, produtor musical, pianista e dramaturgo. Resolvi escrever este texto sobre ele, como uma homenagem a quem representa muito para o TEATRO BRASILEIRO, tantas vezes, merecidamente, premiado. Um artista não vive o seu apogeu durante toda a sua passagem pela Terra, planeta que é, sempre foi e, para sempre, será REDONDO. Isso equivale a dizer que Picasso, por exemplo, não nasceu nem morreu “Picasso”. O mesmo podemos dizer com relação aos grandes gênios, em todas as formas de ARTE. TIM, no entanto, nos passa a impressão de que, desde quando se iniciou na divina ARTE da Música, sempre se encontrou na condição de “apogeu”, vocábulo que, num dos seus sentidos, significa “auge, ponto alto, posição de maior relevância”. Minha opinião se baseia no fato de eu, desde quando tomei conhecimento de seu primeiro trabalho, no TEATRO, o que me distancia bastante do dia de hoje, jamais ter visto alguma obra assinada por ele que merecesse o mínimo de desaprovação.

 

 




 

       Procurarei não escrever um tratado completo sobre sua trajetória na Música, pois teria que dedicar muito tempo a isso, preferindo focar em sua valiosíssima colaboração para o engrandecimento do TEATRO, mas sei que será difícil fazer isso. “En passant” – mais ou menos -, porém, citarei, da forma mais condensada possível, alguns momentos, na sua vida, que justificam a personalidade artística de TIM. Muitas dessas informações foram copiadas do seu “site” pessoal.

 

 


 

Estudou teoria musical e piano na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), de 1976 a 1978, e na Escola de Música Villa-Lobos. Em 1979, nessa mesma escola, estudou contraponto e arranjo com Hans-Joachim Koellreutter, com quem passou a estudar composição, até 1983. Ainda em 1983, licenciou-se em Música pela UNI-RIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). Nesse mesmo ano, ganhou o primeiro prêmio do “Concurso de Composição da Escola de Música Villa-Lobos e Colégio da OSB”. A partir daí, os prêmios passaram a ser uma constante na sua vida. Em 1983, recebeu o “Prêmio Mambembe” pela música das peças Will” e “A Porta”.  Participou de festivais de música contemporânea, no Brasil e no exterior, com destaque para o Festival Sonidos de las Américas-Brasil”, realizado em abril de 1996, em New York City, quando apresentou duas obras, no “Weill Recital Hall”, no afamado Carnegie Hall. Começou com o pé mais que direito o, então, jovem TIM. Em 1993, recebeu, novamente, o “Prêmio Mambembe”, pelo texto do musical infantil “Pianíssimo”, com cuja montagem, em Belo Horizonte, no mesmo ano, recebeu o “Prêmio Sated”.

 

 



"Pianíssimo"





Em 1995, ganhou uma bolsa, do “Rio-Arte”, para escrever a ópera infantil “A Orquestra dos Sonhos”, encenada no CCBB-RJ (Centro Cultural Banco do Basil), sendo, também, lançada em CD (o primeiro do Brasil, no gênero), com a criação do selo “Pianíssimo”. Por seu musical infantil, “Papagueno”, recebeu o “Prêmio Mambembe de 1997”, pelo melhor texto, e o “Prêmio Coca-Cola”, pela melhor música. Recebeu mais dois troféus Mambembe”, pela realização de dois, dentre os cinco melhores espetáculos de 1997: Papagueno” A Orquestra dos Sonhos”. Também, por este último espetáculo, recebeu o “Prêmio Golfinho de Ouro”, dado pelo Governo do Rio de Janeiro.

 

 



De 1997 a 2000, foi o apresentador da série “Concertos para a Juventude”, realizada no Teatro Carlos Gomes, Rio de Janeiro. Em 1998, estreou a opereta de rua O Homem que Sabia Português”, com música e libreto de sua autoria. Por esta obra, recebeu dois prêmios “Sesc/Sated”, de 1999, em Belo Horizonte, pelo melhor texto e pela melhor música e o “Prêmio Shell de 1999”, Rio de Janeiro, pela melhor música. Estreou, no Sesc Ipiranga, em São Paulo, a ópera A Redenção pelo Sonho”, com música e libreto de sua autoria, sobre a vida e a obra de Monteiro Lobato, sob encomenda do Sesc. Em 1999, recebeu a “Bolsa Vitae”, para escrever a obra Brincando de Orquestra”.

 

 




Em 2001, ganhou, mais uma vez, o “Prêmio Shell”, pela música do espetáculo “Um Trem Chamado Desejo”, do “Grupo Galpão”, de Belo Horizonte. Sua peça “Pianíssimo”, traduzida e dirigida por Tania Costa, tornou-se a primeira peça infantil a ser apresentada na “Comédie Française”, de Paris, desde sua fundação. A mesma diretora montou, também, “Papagueno”, apresentada em várias cidades francesas, em 2002 e 2003. Nesse mesmo ano, escreveu mais uma ópera infantil, “O Cavalinho Azul”, sobre o icônico texto de Maria Clara Machado, encenada no Teatro O Tablado. Em 2002, ao lado de Arrigo Barnabé e Guto Lacaz, escreveu, e encenou, a ópera 22 Antes Depois”, no Sesc Ipiranga, de São Paulo, comemorando os 80 anos da “Semana de Arte Moderna de 1922”. Em novembro desse mesmo ano, lançou, pelo seu selo, “Pianíssimo”, o CD “Romance Policial”, contendo sete obras de TEATRO MUSICAL. Pelo mesmo selo, lançou, em 2003, o CD “Desritmificações”, o primeiro do “Quinteto Tim Rescala”. Outro CD, do selo “Pianíssimo”, Contos, Cantos e Acalantos”, deu, a José Mauro Brant e TIM RESCALA, o “Prêmio TIM”, de melhor CD infantil, de 2002.





"Um Trem Chamado Desejo"




(Um Trem Chamado Desejo"








Em 2004, escreveu texto e música do musical infantil A Turma do Pererê”, baseado na obra de Ziraldo. Tendo alcançado grande sucesso de público e crítica, a peça foi também gravada em CD, no mesmo ano, pelo selo “Pianíssimo”. Em 2004 e 2005, fez a música para as minisséries Hoje é Dia de Maria - 1 e 2”, na TV Globo, lançadas, em CD, pela gravadora “Som Livre”. Em 2005, tornou-se diretor da “Sala Baden Powell”, no Rio de Janeiro, ano em que, também, criou e dirigiu, para o Sesc, a série Multimúsica”, com quatorze concertos didáticos, em que 48 artistas se apresentaram em Teatros do subúrbio carioca.  Em 2006, fez a direção geral do projeto “Multimúsica”, em seu segundo ano consecutivo. 

 













Em 2007, escreveu o musical A Moreninha”, sobre o romance de Joaquim Manoel de Macedo, para o projeto “Bem Me Quer Paquetá”. No mesmo ano, fez a música para o filme de animação Histórias da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo”, criado, especialmente, para a exposição “Arte para Crianças”. Criou e dirigiu a performance audiovisual “Fuga a Sete Vozes no Labirinto de Escher e Borges, para o OI-Futuro, Rio de Janeiro. Participou da fundação da “Musimagem Brasil - Associação Brasileira de Compositores de Música para Audiovisual”. Em 2008, fez a música de um novo filme, Sobre Dois Quadrados”, para integrar nova edição da exposição “Arte para Crianças”. Reapresentou, com muito sucesso, sua ópera A Redenção Pelo Sonho”, no “Palácio das Artes”, em Belo Horizonte e no Teatro Nelson Rodrigues, no Rio de Janeiro. Fez a música da minissérie Capitu”, também na TV Globo, tendo gravado CD, com a trilha, pela Som Livre.




 


Em 2009, participou, como ator, roteirista e produtor musical, do programa Criança Esperança”. Escreveu o roteiro, fez a direção musical e a direção geral do espetáculo infantil Une, Dune, P de Poesia”, para o Sesc Pompéia/SP. Regeu a OSN - Orquestra Sinfônica Nacional da UFF (Universidade Federal Fluminense), em dois concertos: Música Brasileira para Cinema e Televisão” e “Brincando de Orquestra”. Criou e dirigiu a reedição do projeto Multimúsica”, incluindo cinco espetáculos didáticos sobre música clássica, apresentados nas escolas do Sesi, com o patrocínio da Firjan. Também, para a Firjan, em comemoração ao “Dia da Nacional da Cultura”, criou o Piano Cronológico”, uma instalação em que um piano exibe um pouco da história da Música Brasileira. Fez a música para o terceiro, e último, filme de animação Suprematismo”: 34 desenhos, para a exposição “Arte para Crianças”. Fez a direção musical e atuou, como pianista, no espetáculo Miranda por Miranda”, de Stella Miranda, apresentando no Sesc Ginástico, Rio de Janeiro, pelo qual recebeu o “Prêmio Shell”.

 

 




Tim Rescala e Stela Miranda.


Stela Miranda


Em 2010, fez a música do espetáculo “O Sonho do Cowboy”, para o “Parque Beto Carrero World”. Fez a música original da minissérie “Afinal, o que Querem as Mulheres?”, lançada em DVD e CD, pela Som Livre. Compôs a peça “Sete Vezes”, para quinteto de sopros, quarteto de cordas e piano, por encomenda da FUNARTE (Fundação Nacional de Artes), para ser estreada na “Bienal de Música Brasileira Contemporânea”, em 2011. Fez a música do documentário de curta-metragem “Se Meu Pai Fosse de Pedra”, sobre o escultor Sérgio Camargo. Em 2011, criou e apresentou o programa semanal de música clássica para crianças Blim-Blem-Blom”, para a Rádio MEC FM, Rio de Janeiro. Compôs uma suíte orquestral do mesmo nome, utilizada como abertura e música incidental do programa. Fez a música incidental para a exposição “O Que É Preciso Para Voar”, no OI-Futuro, Rio de Janeiro.

 

 

"O Sonho do Cowboy"




Em 2012, foi contemplado com o edital FAM (Fundo de Apoio à Música), da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, para a realização de um DVD da peça Brincando de Orquestra”, com a Orquestra Petrobrás Sinfônica. Sua composição Quarteto Circular”, incluída no CD Na Cadência do Silêncio, lançado em 2011, foi indicada ao “Grammy Latino”, na categoria melhor composição clássica contemporânea. Sua peça “Desdobrado”, para quinteto de metais, foi escolhida, pelo público da “Bienal de Música Brasileira Contemporânea”, como uma das melhores apresentadas. Escreveu a peça Melodia Partida Em Três”, para oboé, fagote e piano, dedicada ao trio “Solter, Justi-Fagerlande”, que a registrou em CD.  Em 2013, recebeu o “Prêmio APTR”, de 2012, na categoria melhor música, pelo seu trabalho na peça Era uma vez Grimm”. Participou do projeto “Ano do Brasil em Portugal”, da FUNARTE, com o espetáculo “Miranda por Miranda”, com Stella Miranda. Fez a música do documentário de longa-metragem À Queima Roupa”, premiado do “Festival de Cinema do Rio de Janeiro”. Fez a música do especial Alexandre E Outros Heróis”, da TV Globo, indicado ao “Emmy”. Por encomenda do “Ciclo de Ópera Contemporánea”, de Buenos Aires, escreveu música e libreto da ópera “O Perigo da Arte”, apresentada, no ano seguinte, na Sala Cecília Meireles, e escolhida pelo jornal O Globo como um dos 10 melhores espetáculos do ano.

 

 




"Era uma Vez Grimm"


Tim Rescala e Fosé Mauro Brant


Em 2014, fez a música original da novela “Meu Pedacinho De Chão”, lançada, em CD, pela gravadora Som Livre. Foi contemplado com o edital FAM (Fundo de Apoio à Música) da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, para a construção do “site” de continuidade do projeto “Brincando de Orquestra”.  Recebeu, pelo programa Blim-Blem-Blom”, transmitido pela Rádio MEC FM, Rio de Janeiro, desde 2011, Menção Honrosa, na categoria “Programa para Crianças”, da “10ª Bienal Internacional de Rádio”, no México. Fez a música da peça O pequeno Zacarias”, com texto e direção de José Mauro Brant, baseadas em contos de Hoffmann, recebendo, mais uma vez, o “Prêmio APTR”, de 2015, de melhor música.  Em 2015, fez o texto e a música da peça infantil A Feira De Maravilhas Do Barão De Munchausenpara a Cia. Pequod. Por encomenda do pianista Alexandre Dias, escreveu a peça “Os Devaneios de um Entediado Ernesto Nazareth, ao Tocar num Despovoado Cinema Odeon”. Em comemoração aos 100 anos de Hans-Joachim Koellreutter, compôs Dodedafunk”, estreada no “Festival Villa-Lobos”. Compôs a canção Mi Querido Bandoneón”, gravada por Soraya Ravenle e o Grupo Libertando. Lançou o CD “Sete vezes”, em concerto no Teatro Sesi, apresentando todas as obras do álbum Sete Vezes”.







"O Pequeno Zacarias"




"A Feira de Maravilhas do Barão de Münchausen"

Em 2016, por encomenda do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, escreveu música e libreto da ópera infantil O Boi e o Burro no Caminho de Belém”, sobre a obra de Maria Clara Machado. Com a crise financeira do Theatro, os ensaios foram interrompidos e a ópera não foi encenada, permanecendo inédita até este mês de dezembro (2022). Fez a música original e a produção musical da novela “Velho Chico”, para a TV Globo. Ainda fez a música original e a produção musical da minissérie Dois Irmãos”, também para a TV Globo. Em 2017, fez música e direção musical da peça Makuru”, com texto e direção de José Mauro Brant, pela qual recebeu os prêmios "Zilka Salaberry" e "CBTIJ", de melhor música. Fez a música original, incluindo canções e música sinfônica, para o filme “Pluft”. Fez a música da peça “Lifting”, de Félix Sabroso, com direção de César Augusto. Escreveu o texto para o espetáculo “Cadê Tuhu?”, para a série de concertos didáticos “Brasil de Tuhu”. Escreveu a peça “Verbete 2: clarinete”, para clarinete solo.

 

 




"Makuru"


"Makuru"



Em 2018, escreveu a música para o espetáculo “O pequeno Príncipe - Concerto para Narrador e Orquestra”, de Saint-Exupéry, por encomenda da Orquestra Ouro Preto, lançado, em disco, no Brasil, com sua narração. Fez música e direção musical da peça “Thomas E As Mil E Uma Invenções”, de Vanessa Dantas, pela qual recebeu o prêmio CBTIJ, de melhor música. Em 2019, escreveu a peça “A Banda de Pífaros do Rei Arthur”, para quarteto de flautas doces, dedicada ao Quarteto Quinta Essentia. Fez música para três salas da exposição “Pratodomundo”, para o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Fez o roteiro, as músicas e a direção musical do espetáculo “Homo Tapiens”, para a Orquestra Brasileira de Sapateado, dividindo a direção geral com Stella Antunes e Amália Machado. Escreveu a peça “Espelho”, dedicada ao Duo Santoro, de violoncelos.

 


"O Pequeno Príncipe"


"O Pequeno Príncipe"




"Thomas e as Mil e Uma Invenções"







"Homo Tapiens"

Em 2020, escreveu texto e música para o musical “Pinóquio”, da Cia. Pequod, para ser apresentado no CCBB de quatro cidades, em 2021. Fez a música para a atração “Hot Wheels”, do Parque Beto Carrero World. Ao lado de Ricardo Feghali, produziu o programa beneficente “Um Abraço em Beirute”, para a TV Cultura, fazendo, também, os arranjos para a Orquestra Sinfônica de Beirute. Por encomenda do “Projeto Arte De Toda Gente”, da UFRJ-FUNARTE, escreveu “Três Histórias Da Vovó”, para coro infantil. Por encomenda da “WASBE - World Association for Symphonic Bands”, escreveu a peça “Ennio”, para banda sinfônica. Em 2021, escreveu música e libreto da ópera “O Engenheiro”, por encomenda do “Projeto Sinos”, uma colaboração entre a UFRJ e a FUNARTE, tendo estreado, com muito sucesso, no dia 17 de outubro, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Foi montada, no Rio de Janeiro, em 2022, na UFRJ. Fez música para duas exposições no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro: “Futuros Urbanos” e “Fruturos - Tempos Amazônicos”. Estreou a peça “Parescências”, para viola e piano, na “Bienal de Música Brasileira Contemporânea”, na Sala Cecília Meireles, Rio de Janeiro. Escreveu a cantata cênica para coro infantil, balé e orquestra “Fernão Capelo Gaivota”, para a Orquestra Ouro Preto.

 

 




"Pinóquio"


"Pinóquio"



        No ano em curso, foram encenadas três óperas de sua autoria, no Rio de Janeiro: “O Engenheiro”, na Escola de Música da UFRJ e no Theatro Municipal do Rio de Janeiro; “O Boi E O Burro No Caminho De Belém”, idem; e “O Auto da Compadecida”, na Cidade das Artes Bibi Ferreira. Além das óperas, houve a montagem do musical “Pinóquio”, apresentado nos CCBBs do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Além do trabalho com o TEATRO, executou outros, com a música de concerto e o audiovisual. Também fez a minissérie “Independências”, para a TV Cultura.

 

 


"O Engenheiro"



    Quero deixar bem claro que a obra deste MAGNÍFICO ARTISTA é muitíssimo mais extensa do que selecionei como, a meu juízo, de maior relevância. Para o TEATRO, TIM RESCALA compôs inúmeras trilhas sonoras originais e assinou muitas direções musicais, grande parte delas merecedoras de indicações a prêmios, muitos conquistados. Por sua contribuição às ARTES, de uma forma geral, o nome de TIM é bem reconhecido, porém, na minha modesta opinião, ainda não o é como ele se faz merecedor. Sempre, com muita tristeza, observo que os brasileiros, de uma forma geral, demonstram uma tendência a valorizar muito mais os artistas estrangeiros, em detrimento dos nossos grandes talentos – TIM RESCALA É UM DELES -, os quais, regra geral, quando muito, recebem homenagens póstumas. Está na hora de reverter essa situação. Todos os nossos aplausos à “prata da casa”; não por ufanismo ou patriotismo, até porque este último substantivo, nos dias de hoje, vem soando de forma pejorativa, mas por reconhecimento de seus méritos. TIM RESCALA é um nome que receberá, sempre, de minha parte, pelo menos, os maiores e merecidos aplausos.

 

 



 

        Para valorizar este trabalho, pensei em colher depoimentos de gente de TEATRO, principalmente, que já trabalhou com TIM, sobre essa experiência, porém abortei a ideia, considerando que, nesta época do ano, todos estão muito atarefados. Tenho, porém, a certeza de que, se o fizesse, o resultado se resumiria em grandes elogios ao trabalho e à pessoa de TIM RESCALA.

 

 




Neste mês de dezembro, tive a grata satisfação de ter assistido, numa só semana, à encenação de duas de suas grandes obras, duas óperas: “O Auto da Compadecida” e “O Boi e o Burro no Caminho de Belém”. Com relação à primeira, um dos textos que mais admiro, no TEATRO BRASILEIRO, cujos protagonistas, João Grilo e Chicó, interpretei, em dois momentos distintos da minha vida, saí da Grande Sala da Cidade das Artes Bibi Ferreira, em total “estado de graça”. Além das montagens de que participei, já assisti a uma infinidade delas, assim como ao excelente filme, de 2000, com direção de Guel Arraes e um elenco de causar inveja e muito orgulho, e confesso que estava bastante curioso para ver a impecável obra do mestre Ariano Suassuna no formato de ópera, e o que vi superou todas as minhas melhores expetativas, pela participação de todos os que fizeram parte do projeto, mas, principalmente, pelo trabalho de transposição, feito por TIM, de uma linguagem para outra. Com relação à segunda, depois de ter assistido a tantas montagens da peça de Maria Clara Machado, a maioria delas no Teatro O Tablado, fiquei extremamente emocionado, quando vi aquele texto transformado, e enriquecido, numa ópera. Mérito de muita gente, porém, antes de todos, do genial TIM RESCALA. Só não escrevi sobre as duas montagens, porque me falta conhecimento técnico para opinar sobre óperas, entretanto, como espectador, nas duas ocasiões, deixei a Cidade das Artes Bibi Ferreira e a Escola de Música da UFRJ, respectivamente, muito feliz e orgulhoso do talento desse homem, que sabe como conduzir um diálogo entre a Música e o TEATRO.



"O Auto da Compadecida, a Ópera"



"O Auto da Compadecida, a Ópera"



"O Boi e o Burro no Caminho de Belém"


"O Boi e o Burro no Caminho de Belém"

 

 


E VAMOS AO TEATRO,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO

 DO BRASIL,

COM TODOS OS CUIDADOS!!!

 

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!

 

RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!

 

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O QUE HÁ DE MELHOR NO

TEATRO BRASILEIRO!!!