“VAMOS FALAR DE
TIM RESCALA?”
ou
(DIÁLOGO FLUENTE
ENTRE A MÚSICA
E O TEATRO.)
Água e óleo são duas substâncias completamente diferentes,
que jamais se misturam, mas têm algo em comum: ambos são líquidos. Música
e TEATRO são duas manifestações artísticas bem distintas, entre
si, porém admitem magníficas fusões e têm o mesmo objetivo, existem para
viver o mesmo ideal: EMOCIONAR. Separadas, essas duas ARTES,
quando de boa qualidade, obviamente, “cada uma no seu quadrado”,
são capazes de nos fazer “atingir o Nirvana”. Quando se misturam,
então, a mim, pelo menos, têm a capacidade de nos fazer “voar”,
sair de um Teatro “nas nuvens”. Mas é preciso que a
Música entre no TEATRO quando devidamente necessária e pelas mãos
de quem sabe fazê-lo. TIM RESCALA, o grande maestro, em contraste
com sua frágil compleição física, é um desses competentes profissionais, dos grandes.
Quem olha para aquela figura humana, tão delicada e simples, não faz ideia de
que, dentro daquele corpo, ou melhor, daquela mente, há um “inesgotável
poço” de criatividade, sensibilidade e bom gosto,
que jamais “seca”; ao contrário, ganha pujança, a cada novo
trabalho em que TIM se envolve.
TIM RESCALA, nascido Luiz Augusto Rescala, no Rio de
Janeiro, em 21 de novembro de 1961, além do grande maestro, é humorista, compositor, produtor musical, pianista e dramaturgo. Resolvi escrever este texto sobre ele, como uma homenagem a quem representa
muito para o TEATRO BRASILEIRO, tantas vezes, merecidamente, premiado.
Um artista não vive o seu apogeu durante toda a sua passagem pela Terra,
planeta que é, sempre foi e, para sempre, será REDONDO.
Isso equivale a dizer que Picasso, por exemplo, não nasceu nem morreu “Picasso”.
O mesmo podemos dizer com relação aos grandes gênios, em todas as formas de ARTE.
TIM, no entanto, nos passa a impressão de que, desde quando se iniciou
na divina ARTE da Música, sempre se encontrou na condição de “apogeu”,
vocábulo que, num dos seus sentidos, significa “auge, ponto alto, posição
de maior relevância”. Minha opinião se baseia no fato de eu, desde
quando tomei conhecimento de seu primeiro trabalho, no TEATRO, o que me distancia
bastante do dia de hoje, jamais ter visto alguma obra assinada por ele que
merecesse o mínimo de desaprovação.
Procurarei
não escrever um tratado completo sobre sua trajetória na Música, pois
teria que dedicar muito tempo a isso, preferindo focar em sua valiosíssima
colaboração para o engrandecimento do TEATRO, mas sei que será difícil fazer
isso. “En passant” – mais ou menos -, porém, citarei, da forma
mais condensada possível, alguns momentos, na sua vida, que justificam a personalidade
artística de TIM. Muitas dessas informações foram copiadas do seu “site”
pessoal.
Estudou
teoria musical e piano na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), de
1976 a 1978, e na Escola de Música Villa-Lobos. Em 1979, nessa mesma
escola, estudou contraponto e arranjo com Hans-Joachim Koellreutter, com quem
passou a estudar composição, até 1983. Ainda em 1983, licenciou-se em Música
pela UNI-RIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). Nesse mesmo
ano, ganhou o primeiro prêmio do “Concurso de Composição da Escola de
Música Villa-Lobos e Colégio da OSB”. A partir daí, os prêmios passaram a
ser uma constante na sua vida. Em 1983, recebeu o “Prêmio Mambembe” pela
música das peças “Will” e “A
Porta”. Participou de festivais de música contemporânea,
no Brasil e no exterior, com destaque para o “Festival Sonidos de las Américas-Brasil”,
realizado em abril de 1996, em New York City, quando apresentou duas obras, no “Weill
Recital Hall”, no afamado Carnegie Hall. Começou com o pé mais que direito
o, então, jovem TIM. Em 1993, recebeu, novamente, o “Prêmio
Mambembe”, pelo texto do musical infantil “Pianíssimo”, com cuja montagem, em Belo
Horizonte, no mesmo ano, recebeu o “Prêmio Sated”.
"Pianíssimo"
Em
1995, ganhou uma bolsa, do “Rio-Arte”, para escrever a ópera infantil “A Orquestra dos Sonhos”, encenada
no CCBB-RJ (Centro Cultural Banco do Basil), sendo, também, lançada em CD (o
primeiro do Brasil, no gênero), com a criação do selo “Pianíssimo”. Por seu musical
infantil, “Papagueno”, recebeu
o “Prêmio Mambembe de 1997”, pelo melhor texto, e o “Prêmio Coca-Cola”, pela melhor
música. Recebeu mais dois troféus “Mambembe”, pela realização de
dois, dentre os cinco melhores espetáculos de 1997: “Papagueno” e “A Orquestra dos Sonhos”. Também, por este
último espetáculo, recebeu o “Prêmio Golfinho de Ouro”, dado pelo Governo
do Rio de Janeiro.
De
1997 a 2000, foi o apresentador da série “Concertos para a Juventude”,
realizada no Teatro Carlos Gomes, Rio de Janeiro. Em 1998,
estreou a opereta de rua “O
Homem que Sabia Português”, com música e libreto de sua
autoria. Por esta obra, recebeu dois prêmios “Sesc/Sated”, de 1999, em Belo
Horizonte, pelo melhor texto e pela melhor música e o “Prêmio
Shell de 1999”, Rio de Janeiro, pela melhor música. Estreou, no Sesc Ipiranga,
em São Paulo, a ópera “A Redenção
pelo Sonho”, com música e libreto de sua autoria, sobre a vida e a
obra de Monteiro Lobato, sob encomenda do Sesc. Em 1999, recebeu
a “Bolsa Vitae”, para escrever a obra “Brincando de Orquestra”.
Em
2001, ganhou, mais uma vez, o “Prêmio Shell”, pela música do espetáculo “Um Trem Chamado Desejo”, do “Grupo
Galpão”, de Belo Horizonte. Sua peça “Pianíssimo”, traduzida e dirigida por Tania
Costa, tornou-se a primeira peça infantil a ser apresentada na “Comédie
Française”, de Paris, desde sua fundação. A mesma diretora montou, também, “Papagueno”, apresentada
em várias cidades francesas, em 2002 e 2003. Nesse mesmo ano, escreveu
mais uma ópera infantil, “O
Cavalinho Azul”, sobre o icônico texto de Maria Clara
Machado, encenada no Teatro O Tablado. Em 2002, ao lado de Arrigo Barnabé e Guto
Lacaz, escreveu, e encenou, a ópera “22 Antes Depois”, no Sesc Ipiranga, de São Paulo,
comemorando os 80 anos da “Semana de Arte Moderna de 1922”. Em novembro desse
mesmo ano, lançou, pelo seu selo, “Pianíssimo”, o CD “Romance Policial”, contendo sete
obras de TEATRO MUSICAL. Pelo mesmo selo, lançou, em 2003, o CD “Desritmificações”, o primeiro do “Quinteto
Tim Rescala”. Outro CD, do selo “Pianíssimo”, “Contos, Cantos e Acalantos”, deu, a José
Mauro Brant e TIM RESCALA, o “Prêmio TIM”, de melhor CD infantil, de 2002.
Em 2004, escreveu texto e música do musical infantil “A Turma do Pererê”, baseado na obra de Ziraldo. Tendo alcançado grande sucesso de público e crítica, a peça foi também gravada em CD, no mesmo ano, pelo selo “Pianíssimo”. Em 2004 e 2005, fez a música para as minisséries “Hoje é Dia de Maria - 1 e 2”, na TV Globo, lançadas, em CD, pela gravadora “Som Livre”. Em 2005, tornou-se diretor da “Sala Baden Powell”, no Rio de Janeiro, ano em que, também, criou e dirigiu, para o Sesc, a série “Multimúsica”, com quatorze concertos didáticos, em que 48 artistas se apresentaram em Teatros do subúrbio carioca. Em 2006, fez a direção geral do projeto “Multimúsica”, em seu segundo ano consecutivo.
Em
2007, escreveu o musical “A Moreninha”,
sobre o romance de Joaquim Manoel de Macedo, para o projeto “Bem Me Quer
Paquetá”. No mesmo ano, fez a música para o filme de animação “Histórias da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo”,
criado, especialmente, para a exposição “Arte para Crianças”. Criou e dirigiu a
performance audiovisual “Fuga a Sete Vozes
no Labirinto de Escher e Borges”, para o OI-Futuro, Rio de
Janeiro. Participou da fundação da “Musimagem Brasil - Associação Brasileira de
Compositores de Música para Audiovisual”. Em 2008, fez a música de um novo filme, “Sobre Dois Quadrados”, para integrar
nova edição da exposição “Arte para Crianças”. Reapresentou, com muito sucesso,
sua ópera “A Redenção Pelo
Sonho”, no “Palácio das Artes”, em Belo Horizonte e no Teatro
Nelson Rodrigues, no Rio de Janeiro. Fez a música da minissérie “Capitu”, também na TV Globo, tendo
gravado CD, com a trilha, pela Som Livre.
Em
2009, participou, como ator, roteirista e produtor musical, do
programa “Criança Esperança”.
Escreveu o roteiro, fez a direção musical e a direção geral do espetáculo
infantil “Une, Dune, P de
Poesia”, para o Sesc Pompéia/SP. Regeu a OSN - Orquestra Sinfônica
Nacional da UFF (Universidade Federal Fluminense), em dois concertos: “Música Brasileira para Cinema e Televisão” e “Brincando de Orquestra”. Criou
e dirigiu a reedição do projeto “Multimúsica”,
incluindo cinco espetáculos didáticos sobre música clássica, apresentados nas
escolas do Sesi, com o patrocínio da Firjan. Também, para a Firjan, em
comemoração ao “Dia da Nacional da Cultura”, criou o “Piano Cronológico”, uma instalação em que
um piano exibe um pouco da história da Música Brasileira. Fez a música
para o terceiro, e último, filme de animação “Suprematismo”: 34 desenhos, para a exposição
“Arte para Crianças”. Fez a direção musical e atuou, como pianista, no
espetáculo “Miranda por Miranda”,
de Stella Miranda, apresentando no Sesc Ginástico, Rio de Janeiro, pelo
qual recebeu o “Prêmio Shell”.
Tim Rescala e Stela Miranda.
Stela Miranda
Em
2010, fez a música do espetáculo “O Sonho
do Cowboy”, para o “Parque Beto Carrero World”. Fez a música original
da minissérie “Afinal, o que Querem as
Mulheres?”, lançada em DVD e CD, pela Som Livre. Compôs a peça “Sete Vezes”, para quinteto de sopros,
quarteto de cordas e piano, por encomenda da FUNARTE (Fundação Nacional de Artes), para ser estreada na “Bienal
de Música Brasileira Contemporânea”, em 2011. Fez a música do documentário de
curta-metragem “Se Meu Pai Fosse de
Pedra”, sobre o escultor Sérgio Camargo. Em 2011, criou e
apresentou o programa semanal de música clássica para crianças “Blim-Blem-Blom”, para a Rádio
MEC FM, Rio de Janeiro. Compôs uma suíte orquestral do mesmo nome, utilizada
como abertura e música incidental do programa. Fez a música incidental para a
exposição “O Que É Preciso Para Voar”,
no OI-Futuro, Rio de Janeiro.
"O Sonho do Cowboy"
Em
2012, foi contemplado com o edital FAM (Fundo de Apoio à Música), da Secretaria
Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, para a realização de um DVD da peça “Brincando de Orquestra”, com a Orquestra
Petrobrás Sinfônica. Sua composição “Quarteto Circular”, incluída no CD “Na Cadência do Silêncio”, lançado
em 2011, foi indicada ao “Grammy Latino”, na categoria melhor composição
clássica contemporânea. Sua peça “Desdobrado”, para quinteto de metais, foi escolhida, pelo
público da “Bienal de Música Brasileira Contemporânea”, como uma das melhores
apresentadas. Escreveu a peça “Melodia
Partida Em Três”, para oboé, fagote e piano, dedicada ao trio “Solter,
Justi-Fagerlande”, que a registrou em CD.
Em 2013, recebeu o “Prêmio APTR”, de 2012, na categoria melhor
música, pelo seu trabalho na peça “Era uma vez Grimm”. Participou do projeto “Ano do Brasil em Portugal”, da FUNARTE,
com o espetáculo “Miranda por Miranda”, com Stella Miranda. Fez a música do
documentário de longa-metragem “À
Queima Roupa”, premiado do “Festival de Cinema do Rio de
Janeiro”. Fez a música do especial “Alexandre E Outros Heróis”, da TV Globo, indicado ao “Emmy”.
Por encomenda do “Ciclo de Ópera Contemporánea”, de Buenos Aires, escreveu música
e libreto da ópera “O Perigo da Arte”,
apresentada, no ano seguinte, na Sala Cecília Meireles, e escolhida pelo jornal
O Globo como um dos 10 melhores espetáculos do ano.
"Era uma Vez Grimm"
Tim Rescala e Fosé Mauro Brant
Em
2014, fez a música original da novela “Meu Pedacinho De Chão”, lançada, em CD, pela
gravadora Som Livre. Foi contemplado com o edital FAM (Fundo de Apoio à Música)
da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, para
a construção do “site” de continuidade do projeto “Brincando de Orquestra”. Recebeu,
pelo programa “Blim-Blem-Blom”,
transmitido pela Rádio MEC FM, Rio de Janeiro, desde 2011, Menção
Honrosa, na categoria “Programa para Crianças”, da “10ª Bienal Internacional de
Rádio”, no México. Fez a música da peça “O pequeno Zacarias”, com texto e direção
de José Mauro Brant, baseadas em contos de Hoffmann, recebendo, mais uma vez, o
“Prêmio APTR”, de 2015, de melhor música. Em 2015, fez o texto e a música
da peça infantil “A Feira
De Maravilhas Do Barão De Munchausen”, para a Cia. Pequod. Por encomenda do pianista Alexandre
Dias, escreveu a peça “Os Devaneios de
um Entediado Ernesto Nazareth, ao Tocar num Despovoado Cinema Odeon”.
Em comemoração aos 100 anos de Hans-Joachim Koellreutter, compôs “Dodedafunk”, estreada no “Festival Villa-Lobos”.
Compôs a canção “Mi Querido
Bandoneón”, gravada por Soraya Ravenle e o Grupo Libertando. Lançou
o CD “Sete vezes”, em concerto
no Teatro Sesi, apresentando todas as obras do álbum “Sete Vezes”.
Em
2016, por encomenda do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, escreveu música e libreto
da ópera infantil “O Boi e o Burro no
Caminho de Belém”, sobre a obra de Maria Clara Machado. Com
a crise financeira do Theatro, os ensaios foram interrompidos e a ópera
não foi encenada, permanecendo inédita até este mês de dezembro (2022). Fez a música
original e a produção musical da novela “Velho Chico”, para a TV Globo. Ainda
fez a música original e a produção musical da minissérie “Dois Irmãos”, também para a TV Globo. Em
2017, fez música e direção musical da peça “Makuru”, com texto e direção de José Mauro Brant, pela qual
recebeu os prêmios "Zilka Salaberry" e "CBTIJ", de melhor música. Fez a música
original, incluindo canções e música sinfônica, para o filme “Pluft”. Fez a música da peça “Lifting”, de Félix Sabroso, com direção
de César Augusto. Escreveu o texto para o espetáculo “Cadê Tuhu?”, para a série de concertos
didáticos “Brasil de Tuhu”. Escreveu a peça “Verbete 2: clarinete”, para clarinete
solo.
"Makuru"
"Makuru"
Em
2018, escreveu a música para o espetáculo “O pequeno Príncipe - Concerto para Narrador e Orquestra”, de
Saint-Exupéry, por encomenda da Orquestra Ouro Preto, lançado, em disco, no Brasil,
com sua narração. Fez música e direção musical da peça “Thomas E As Mil E Uma Invenções”, de
Vanessa Dantas, pela qual recebeu o prêmio CBTIJ, de melhor música. Em 2019,
escreveu a peça “A Banda de Pífaros do
Rei Arthur”, para quarteto de flautas doces, dedicada ao Quarteto
Quinta Essentia. Fez música para três salas da exposição “Pratodomundo”, para o Museu
do Amanhã, no Rio de Janeiro. Fez o roteiro, as músicas e a direção musical do
espetáculo “Homo Tapiens”, para a Orquestra Brasileira de Sapateado, dividindo
a direção geral com Stella Antunes e Amália Machado. Escreveu a peça “Espelho”, dedicada ao Duo Santoro, de
violoncelos.
"O Pequeno Príncipe"
"O Pequeno Príncipe"
"Thomas e as Mil e Uma Invenções"
Em
2020, escreveu texto e música para o musical “Pinóquio”, da Cia. Pequod, para
ser apresentado no CCBB de quatro cidades, em 2021. Fez a música para a atração
“Hot Wheels”, do Parque Beto Carrero World. Ao lado de Ricardo Feghali,
produziu o programa beneficente “Um Abraço em Beirute”, para a TV Cultura,
fazendo, também, os arranjos para a Orquestra Sinfônica de Beirute. Por
encomenda do “Projeto Arte De Toda Gente”, da UFRJ-FUNARTE, escreveu
“Três Histórias Da Vovó”, para coro infantil. Por encomenda da “WASBE -
World Association for Symphonic Bands”, escreveu a peça “Ennio”, para banda
sinfônica. Em 2021, escreveu música e libreto da
ópera “O Engenheiro”, por encomenda do “Projeto Sinos”, uma
colaboração entre a UFRJ e a FUNARTE, tendo estreado, com muito sucesso, no dia
17 de outubro, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre. Foi montada, no Rio
de Janeiro, em 2022, na UFRJ. Fez música para duas exposições no Museu do Amanhã,
no Rio de Janeiro: “Futuros Urbanos” e “Fruturos - Tempos Amazônicos”. Estreou
a peça “Parescências”, para viola e piano, na “Bienal de Música Brasileira
Contemporânea”, na Sala Cecília Meireles, Rio de Janeiro. Escreveu a cantata
cênica para coro infantil, balé e orquestra “Fernão Capelo Gaivota”, para a Orquestra
Ouro Preto.
"Pinóquio"
"Pinóquio"
No ano em curso, foram encenadas
três óperas de sua autoria, no Rio de Janeiro: “O Engenheiro”, na Escola de
Música da UFRJ e no Theatro Municipal do Rio de Janeiro; “O Boi E O Burro No
Caminho De Belém”, idem; e “O Auto da Compadecida”, na Cidade das Artes Bibi
Ferreira. Além das óperas, houve a montagem do musical “Pinóquio”,
apresentado nos CCBBs do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.
Além do trabalho com o TEATRO, executou outros, com a música de concerto
e o audiovisual. Também fez a minissérie “Independências”, para a TV Cultura.
"O Engenheiro"
Quero deixar bem claro que a obra deste MAGNÍFICO
ARTISTA é muitíssimo mais extensa do que selecionei como, a meu juízo, de
maior relevância. Para o TEATRO, TIM RESCALA compôs inúmeras
trilhas sonoras originais e assinou muitas direções musicais, grande parte
delas merecedoras de indicações a prêmios, muitos conquistados. Por sua contribuição
às ARTES, de uma forma geral, o nome de TIM é bem reconhecido,
porém, na minha modesta opinião, ainda não o é como ele se faz merecedor. Sempre, com muita
tristeza, observo que os brasileiros, de uma forma geral, demonstram uma
tendência a valorizar muito mais os artistas estrangeiros, em detrimento dos
nossos grandes talentos – TIM RESCALA É UM DELES -, os quais, regra
geral, quando muito, recebem homenagens póstumas. Está na hora de reverter essa situação. Todos os nossos aplausos à “prata da casa”; não
por ufanismo ou patriotismo, até porque este último substantivo, nos dias de
hoje, vem soando de forma pejorativa, mas por reconhecimento de seus méritos.
TIM RESCALA é um nome que receberá, sempre, de minha parte, pelo menos,
os maiores e merecidos aplausos.
Para valorizar este trabalho, pensei em
colher depoimentos de gente de TEATRO, principalmente, que já trabalhou
com TIM, sobre essa experiência, porém abortei a ideia, considerando
que, nesta época do ano, todos estão muito atarefados. Tenho, porém, a certeza
de que, se o fizesse, o resultado se resumiria em grandes elogios ao trabalho e
à pessoa de TIM RESCALA.
Neste
mês de dezembro, tive a grata satisfação de ter assistido, numa só semana, à
encenação de duas de suas grandes obras, duas óperas: “O Auto da Compadecida” e
“O Boi e o Burro no Caminho de Belém”. Com relação à primeira, um dos textos
que mais admiro, no TEATRO BRASILEIRO, cujos protagonistas, João Grilo e
Chicó, interpretei, em dois momentos distintos da minha vida, saí da Grande
Sala da Cidade das Artes Bibi Ferreira, em total “estado de graça”.
Além das montagens de que participei, já assisti a uma infinidade delas, assim
como ao excelente filme, de 2000, com direção de Guel Arraes e um elenco de
causar inveja e muito orgulho, e confesso que estava bastante curioso para ver
a impecável obra do mestre Ariano Suassuna no formato de ópera, e o que vi superou
todas as minhas melhores expetativas, pela participação de todos os que fizeram
parte do projeto, mas, principalmente, pelo trabalho de transposição, feito por
TIM, de uma linguagem para outra. Com relação à segunda, depois de ter assistido
a tantas montagens da peça de Maria Clara Machado, a maioria delas no Teatro O Tablado,
fiquei extremamente emocionado, quando vi aquele texto transformado, e
enriquecido, numa ópera. Mérito de muita gente, porém, antes de todos, do genial
TIM RESCALA. Só não escrevi sobre as duas montagens, porque me falta
conhecimento técnico para opinar sobre óperas, entretanto, como espectador, nas
duas ocasiões, deixei a Cidade das Artes Bibi Ferreira e a Escola de Música da
UFRJ, respectivamente, muito feliz e orgulhoso do talento desse homem, que sabe
como conduzir um diálogo entre a Música e o TEATRO.
"O Auto da Compadecida, a Ópera"
"O Boi e o Burro no Caminho de Belém"
"O Boi e o Burro no Caminho de Belém"
E VAMOS AO TEATRO,
COM TODOS OS CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO
DO BRASIL,
COM TODOS OS CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE MAIS!!!
COMPARTILHEM ESTE TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!
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