“MORTE E VIDA
SEVERINA”
ou
(SOMOS TODOS
SEVERINOS.
OU SERÁ QUE
ALGUÉM ACHA
QUE NÃO O É?)
Era a primeira vez que eu ia a São Paulo, com uma amiga, sobrinha do “manda-chuva” da TV Record, que, na época, era o mesmo que a Rede Globo de hoje, em todos os sentidos. Tinha eu acabado de entrar nos meus 16 anos, quando assisti, pela primeira vez, a “MORTE E VIDA SEVERINA”, numa montagem do TUCA, que estava sendo inaugurado, dirigida por Silnei Siqueira, e me apaixonei por JOÃO CABRAL DE MELO NETO, a quem já fora apresentado, na escola, no antigo curso clássico, por Dona Marizu Brito, a professora de literatura; por CHICO BUARQUE DE HOLANDA (Por este, mais ainda, porque já o era.); e pelo nordeste brasileiro, pelo universo do seu interior, o sertão e o agreste, principalmente. “SERTÃO” e “AGRESTE” são parecidos; não a mesma coisa. O “SERTÃO” corresponde a uma área seca, onde se dá a ocorrência da caatinga (mata branca, seca). Boa parte do nordeste brasileiro é composta pelo “SERTÃO”, com déficit hídrico (até dez meses sem chuvas, em algumas localidades) e vegetação rústica. Já o “AGRESTE” é uma região interiorana, é a transição entre a “ZONA DA MATA” e o “SERTÃO”, pois não tem tanta umidade nem tanta secura. Além disso, a vegetação já é mais esparsa. Mas não é o meu propósito, aqui, ensinar geografia a ninguém, até porque, antes, eu preciso aprender mais, tanto que, para mostrar a diferença entre as duas regiões, vali-me de uma pesquisa; até então, eu jurava que os dois eram sinônimos. Deixemos a geografia para os geógrafos e voltemos no tempo, quando eu falava dos meus 16 anos, após ter assistido à peça em tela! Foi dessa forma que São Paulo, que eu tanto amo, me abriu os braços pela primeira vez. Sorte a minha!
Comprei o livro,
o disco, com a trilha sonora, e aquele espetáculo passou a
ser das coisas que mais admirei, até hoje, no TEATRO, que já era uma “cachaça”,
para mim, mesmo com aquela pouca idade. E olha que eu já podia contabilizar
dezenas de bons espetáculos a que assistira até aquele dia. Ainda hoje, eu
me pergunto como conseguiram montar o espetáculo, um ano após a
implantação de um regime de exceção, representado pelo golpe civil-militar,
de 1964. É porque os censores eram extremamente BURROS, IGNORANTES
e não sabiam ler as entrelinhas de nada. Os recursos para a produção
vieram de estudantes e artistas.
De lá para cá,
já tive a oportunidade de conhecer várias montagens desta peça,
feita por profissionais ou amadores, mas, no dia 6 de maio próximo
passado, no mesmo TUCA, 56 anos depois, vivi uma indescritível
emoção, vendo uma encenação do texto de JOÃO CABRAL,
dirigida por ELIAS ANDREATO, numa produção da MORENTE FORTE PRODUÇÕES TEATRAIS (SELMA MORENTE e CÉLIA FORTE), com um elenco de tirar o fôlego. Fui a
convite de CÉLIA e BETH GALLO. Uma OBRA-PRIMA, que recomendo
MUUUUUITO!!!
Talvez eu pudesse até parar por aqui, mas ficariam, apenas, um registro e uma recomendação, e este espetáculo merece uma crítica bem detalhada, que é o que pretendo fazer, dentro das minhas possibilidades, a começar pelo texto, um auto de natal pernambucano, publicado em 1954/55, um poema narrativo, de gênero predominantemente lírico, mas com bastante presença dramática. Foi construído com versos de sete sílabas métricas, também chamados de redondinha maior, com uma sonoridade ímpar, e pode ser dividido em duas partes: antes de o “herói” chegar a Recife e depois. Antes da chegada, seria o “caminho ou fuga da morte” e, depois, seria “o presépio ou encontro da vida”. Também aquela chegança poderia ser chamada de “o sonho acabou” ou “não era bem isso o que eu esperava”. Ou, ainda, “foi tudo ilusão”.
Talvez muitos dos que me leem
desconheçam o sigficado de “severina”, grafado em minúsculas,
pelo fato de se tratar, no caso, de um adjetivo, entretanto, lendo o poema
ou assistindo à peça, fica bem claro que se trata de algo “difícil,
sofrido”. No caso do título em questão, a forma está flexionada
no gênero feminino, por concordar com “morte” e “vida”.
SINOPSE:
De uma forma bem
simplificada, podemos dizer que o texto narra o sofrimento enfrentado
por SEVERINO e sua saga, sua trajetótia de migrante sertanejo, um
retirante, em busca de uma vida mais fácil e favorável, na capital
pernambucana; ou seja, uma vida menos “severina”, que pudesse lhe
oferecer a oportunidade de atingir o “status” de cidadania que
todos merecemos, uma visibilidade, como ser humano, com vez e voz.
Ele faz a travessia da Caatinga,
passando pelo Agreste, para a Zona da Mata, até
chegar ao Recife.
Sai da serra, mais especificamente da Serra
da Costela, e vai para o litoral (mangue).
Durante esse
deslocamento, em buscas da vida, depara-se com tantas mortes e miséria, que
pensa até em se atirar no rio Capibaribe, onde se encontrava,
e apressar a própria morte. Essa ideia do suicídio lhe passou pela cabeça,
quando achou que não teria mais de onde tirar força, para vencer os obstáculos
e atingir o “paraíso”.
Foi impedido de
concretizar seu gesto de desespero pelo carpinteiro JOSÉ, ao lhe falar
do nascimento do filho. Foi quando ele, então, parece ter percebido o
simbolismo do nascimento de uma criança como um renascimento de sua esperança,
apesar das dificuldades. A renovação da vida é uma indicação clara ao
nascimento de Jesus, também filho de um carpinteiro, chamado José,
e alvo das expectativas para a remissão dos pecados.
Em sua viagem, rumo a uma vida melhor, SEVERINO
se depara com situações de morte, desespero, de miséria e fome. Ao chegar à
capital pernambucana, desilude-se, pois a realidade que encontra ali não é muito
diferente da do sertão.
A história é narrada em primeira pessoa, pelo personagem
SEVERINO e é composta de monólogos e diálogos com outros personagens.
Ampliando esta SINOPSE, podemos acrescentar
que esses personagens, encontrados pelo protagonista, ao longo de
sua jornada, são outros nordestinos, que, como ele,
passam pelas privações impostas ao sertão e também sonham com uma vida digna,
para um ser humano.
SEVERINO é testemunha de
muitas mortes e, de tanto vagar, termina por descobrir que é, justamente, ela,
a morte, a maior empregadora do sertão. É a ela que devem os empregos, do
médico ao coveiro, da rezadeira ao farmacêutico.
Também, com relação à morte, ao vagar
pela Zona da Mata, onde há muito verde, o herói percebe que ela não
poupa ninguém, que não adianta tentar fugir dela, porque, mais cedo ou mais
tarde, de uma forma ou de outra, ela chega e escolhe quem vai levar consigo.
Por outro lado, SEVERINO também
descobre - ainda bem e a tempo - que a persistência da vida é a única a
maneira de vencer a morte.
Assim, a saga nordestina se desenha, até
os nossos dias, revelando a alma de um povo, que caminha forte em sua fé.
Somos ou
não somos, todos, “severinos”? Ou quase todos. De formas diferentes,
enfrentado outros inimigos, a maior parte da grande população brasileira é,
sim, formada por “severinos”, principalmente hoje, quando
atravessamos um momento de trevas, que nos faz lembrar um dos versos do mesmo CHICO
BUARQUE DE HOLANDA, autor das canções da peça: “Num tempo, página infeliz da nossa história...”.
Mas “vai passar”! O sofrimento
enfrentado por SEVERINO ainda é um retrato vivo, atualíssimo, dos
migrantes nordestinos, que buscam uma existência mais digna nas grandes
cidades. São Paulo e Rio de Janeiro, as duas
principais capitais do país, estão coalhadas de “severinos”, que migraram do nordeste. Mas,
também, somos todos “severinos”, quando lutamos contra todos os
tipos de preconceitos; quando clamamos por dar fim a uma “ditadura branca”;
quando lutamos por igualdade de diretos; quando damos nossas caras a tapa, para
defender os menos favorecidos; quando “botamos a boca no trombone”,
para que o Brasil deixe de ser o país em que mais se assassinam nossos
irmãos que fazem parte do universo LGBTQIA+; quando não aceitamos
a violência contra as mulheres; quando damos o nosso sangue, para nos livrarmos
da exclusão, da marginalização... Se você não é um “severino”, então
você é um “privilegiado”, um alienado, digno de pena; ou mora em
outro país.
Em seu poema, JOÃO CABRAL DE MELO NETO abusa,
obviamente, da linguagem poética, mas não deixa de flertar, com muita ênfase,
com os aspectos sociais e políticos que abalavam o Brasil,
até porque o momento era marcado por manifestações políticas no país: “Dormia a
nossa pátria mãe, tão distraída, sem perceber que era subtraída, em tenebrosas transações...”. “A aridez da terra e as injustiças
contra o povo são percebidas, em medidas nada sutis do autor. Críticas à política
e à exploração do homem humilde, pelos poderosos, não ficou de fora da obra,
como no momento em que ele retrata o enterro de um homem, assassinado, a mando
de latifundiários”, por exemplo.
Considerado
uma das OBRAS-PRIMAS da literatura brasileira, o livro se prestou a
inúmeras adaptações para o TEATRO (É uma das peças brasileiras
mais representadas.), o cinema, a televisão e foi parar, até, no
formato de desenho animado.
A
versão ora analisada conta com música, trechos musicados por CHICO
BUARQUE DE HOLANDA, canções que se eterenizaram, até hoje, e que foram
gravadas, e regravadas, por grandes intérpretes da Música Popular Brasileira.
Para a primeira montagem do TUCA, as canções foram
encomendadas, por Roberto Freire, diretor do Teatro TUCA, da
PUC de São Paulo, a CHICO, então um jovem de apenas 23 anos,
mas já com o monumental talento que lhe é peculiar (Parece até que já o
tinha quando bebê. Momento descontração.). O elenco contava com trinta
estudantes, no palco, e centenas de outros, na retaguarda. Aquela montagem
chegou a transpor fronteiras e foi premiada, num festival universitário,
em Nancy, na França, em 1966. (“Le Quatrième
Festival Mondial du Théatre Universitaire), ganhando bastante destaque
na imprensa local. O disco, com a trilha sonora da peça,
foi lançado em 1966, pela gravadora Philips, distribuído pela Companhia
Brasileira de Discos. É, hoje, uma raridade, e eu tenho uma cópia do LP.
Mas
estou aqui para falar da montagem de 2022, sobre a qual não faltam
elementos a serem elogiados, como a corretíssima direção do tarimbado ELIAS
ANDREATO, que tinha, diante de si, um grande desafio: o de assinar uma direção
bem diferente de tudo o que eu e, é claro, ele também, já havia visto. Mas o texto
se permite ser montado de uma forma bem simples ou sofisticada, o que, a meu
juízo, sobre esta, talvez não seja a trilha mais curta e com menos obstáculos,
para se chegar ao topo da montanha. Felizmente, o competente diretor,
sem abrir mão de seu bom gosto e admirável senso estético, optou por uma encenação
nada rebuscada e, ao mesmo tempo, ponteada de detalhes plásticos belíssimos e
de excelentes e precisas marcações, com muitas ideias bastante criativas, sem
querer “reinventar a roda”, e tudo deu muito certo. Estamos
diante de um espetáculo que atrai, puxa o espectador para o
palco, faz com que ele também “pise um solo duro e árido”, numa
total comunhão com o elenco, sem sair da sua zona de conforto, na sua
poltrona. Afirmo que aquela montagem de 1965 passou a ser a minha
segunda preferida, já que esta, sobre a qual discorro, “assume a ponta,
com muitos corpos de vantagem”. ELIAS, além de tudo, sabe
escolher a sua equipe de artistas colaboradores, e o resultado sempre é
o melhor possível. Nesta montagem, ele me apresentou com uma encenação
totalmente diferente de tudo o que, até hoje, eu já havia visto, em se tratando
de “MORTE E VIDA SEVERINA”. Já na abertura da peça, ouvindo uma
gravação de Maria Bethânia, declamando o poema “Seca”,
de Djavan, não consegui impedir que todos os pelos do meu corpo
ficassem eriçados e que me olhos já começassem a receber uma carga maior de “água”.
E isso foi se intensificando, até a última cena.
Nos
bastidores, durante o processo de criação da peça, um “batalhão”
de grandes artistas de criação, “cada um no seu quadrado”,
dando o seu melhor, para agregar apenas muitos valores positivos ao espetáculo.
E vou começar pela cenografia, não por acaso ou por uma livre escolha,
mas para homenagear um dos maiores artistas plásticos deste país, ELIFAS
ANDREATO, irmão de ELIAS, que faleceu um pouquinho antes da estreia
da peça e não viu sua obra ser aplaudida pelas plateias. A ele,
dedicarei uma parte maior, nestes escritos.
ELIFAS se tornou
conhecido, admirado e aplaudido, em mais de quarenta anos de trabalho,
pela inúmerável quantidade de capas de “long plays”, os antigos discos
de vinil, principalmente na década de 1970, todas verdadeiras obras
de arte, cada uma mais bonita e criativa que a outra. Ele tinha uma digital
que nos levava, ao ver a capa de um novo disco, a dizer: “Isso foi feito
pelo ELIFAS”. “O traço poético, com profundo sentido social,
definiu os trabalhos de ELIFAS como um ícone de uma geração que protestava, por
meio da ARTE, contra a ditadura militar vigente.” Não é exagero dizer que foi o
maior “capista” da Música Popular Brasileira. Foram, ao todo 362
capas. Também lhe sobrava tempo para atender a convites de diretores
de TEATRO e assumir a cenografia de algumas peças. Nessa
área, a de “MORTE E VIDA SEVERINA” foi sua última criação. Fico com a
impressão de que poucos cenógrafos teriam pensado em algo tão simples e,
ao mesmo tempo, tão forte e significativo, como o cenário desta montagem:
um fundo neutro, com um gigantesco sol, em alto relevo, de cor bem viva, ao
centro. O “diálogo” entre a cenografia e a bela
iluminação, de ELIAS ANDREATO e JÚNIOR DOCINI, é
totalmente aceito e compreendido pelo público. A maquete do
cenário está exposta no saguão do TUCA.
FABIO
NAMATAME, quase sempre chamado para criar figurinos exuberantes, por
exigência dos espetáculos, atinge, aqui, um mesmo grau de exuberância,
não pelo luxo ou os materias e detalhes empregados em seus figurinos,
mas, exatamente, pelo oposto, já que assim a peça exige. NAMATAME vestiu
os personagens, retrirantes, gente rude e simples, como
eles existem, no seu dia a dia, fora da ficção. É mais um dos muitos exemplos
de que funciona bastante o “quando o menos é mais”.
O som,
que, nesta peça, tem de ser de primeiríssima qualidade, para que a plateia
possa entender palavras e expressões regionais que não lhe são familiares, bem
como ouvir, com clareza, as letras das canções, que fazem parte do texto
da peça, mereceu um tratamento irretocável, nas mãos de um profissional
que entende muito do seu ofício: MARCELO CLARET.
Já ouvi, com relação a montagens
anteriores, alguns – poucos, é verdade - comentários desabonadores, que
chegavam a dizer que “a peça era monótona”, com o que até posso
concordar um pouco – mas, que fique bem claro, quando se fala de outras
encenações -, entretanto ninguém tem o direito de fazer tal comentário, em
se tratando do trabalho aqui analisado, porque, para que essa “monotonia”
não viesse a ocorrer e os personagens assumissem posturas corporais que se
coadunam com eles, o que é proposto pelo texto, entra em ação a ótima
direção de movimento, a cargo de ROBERTO ALENCAR.
Mais um competentíssimo profissional,
experiente ao extremo, foi convidado a fazer parte do projeto,
para assumir a direção musical, os arranjos, os aboios e lamentos
(originais): MARCO FRANÇA, um potiguar, de Natal,
Rio Grande Norte, fixado em São Paulo, desde 2016,
responsável por trazer, para o protagonismo da peça, o ator
DUDU GALVÃO, sobre quem falarei adiante. Conheço bem o magnífico trabalho
de FRANÇA, de longa data, e o considero um grande acerto, em qualquer montagem
em que a música também é destaque. Não foram diferentes, aqui, o seu
comportamento e desempenho profissionais. Acho que eu não estaria incorrendo em
erro, ao afirmar que não há um momento em que não haja, por trás das cenas, uma
música ou qualquer outro tipo de som. Aplaudo, também, no trabalho de FRANÇA,
os diferentes arranjos musicais que ele preparou para as canções
de conhecimento público.
Talvez o grande público
não atente para um detalhe muitíssimo importante, nesta peça, que diz
respeito à maneira de falar dos personagens. É comum ouvirmos pessoas
tentando imitar o sotaque dos nordestinos, muitas vezes, da forma mais
ridícula possível. Como professor de língua portuguesa e estudioso no campo da prosódia,
vejo-me na obrigação de lembrar que há vários tipos de falares nordestinos.
O de uma região, dentro do mesmo estado, às vezes, difere do de seus
conterrâneos, de outras áreas periféricas. O falar do nordestino não pode
ser “pasteurizado”, como é comum se ver em novelas de TV, por
exemplo, ainda que, lá, haja essa preocupação a que me refiro, que ora funciona, ora não. Nesta
peça, temos um protagonista potiguar; alguns atores e atrizes nordestinos,
de regiões diferentes; paulistas/paulistanos; carioca (Acho
que apenas um.), e todos falam no mesmo tom prosódico, graças ao excelente
trabalho executado por MARCELO FARIAS, que colaborou com uma
orientação, a todos, sobre a prosódia, que deveria ser nivelada de
forma acordante.
No início desta crítica, disse
que o elenco era “de tirar o fôlego”, e, aqui, ratifico
aquelas palavras. Como assim? Não há quem destoe, no grupo de treze grandes
artistas. Um elenco dos sonhos, para qualquer diretor,
sendo que eu não conhecia o trabalho da grande maioria, e já virei fã de todos,
a começar por DUDU GALVÃO, por cujo desempenho me apaixonei e a quem
jamais vou me permitir deixar de ver e aplaudir em futuras produções.
Tem tudo para fixar residência em São Paulo, que é uma vitrine pujante,
para os artistas, porque trabalho não faltará para ele. Que talento!
Que garra! Quanta entrega! Que ator visceral! Fiquei, extremamente, feliz
por conhecê-lo num palco, aplaudi-lo de pé, aos brados de “BRAVO!”
e sei que, como ele, com o seu talento, há tantos “dudus” e “duduas”,
escondidos pelo Brasil, esperando a sua oportunidade. Sei que ele
integra, em Natal, o grupo “Clowns de Shakespeare”,
uma das mais renomadas companhias daquela capital, e lamento não ter
conseguido conhecê-lo, anteriormente, quando lá estive, em 2019, a
convite do SESC, para a abertura do “Projeto Palco Giratório”.
Mas todos os seus colegas de Natal, alguns meus amigos, de outras
companhias de lá, já me haviam falado de seu talento. Finalmente, pude
constatar isso em “MORTE E VIDA SEVERINA”.
Não falarei do trabalho de cada um dos demais que compõem o elenco, para não esticar, mais ainda, esta análise, entretanto afirmo que qualquer diretor gostaria de trabalhar com todos eles, da mesma forma como posiciono todos no mesmo patamar de excelência, em suas atuações: TODOS PROFISSIONAIS MAGNÍFICOS!!!
FICHA TÉCNICA:
Da obra de JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Músicas de
CHICO BUARQUE DE HOLANDA
Direção Geral:
ELIAS ANDREATO
Assistente de
Direção Geral: JÚNIOR DOCINI
Direção Musical,
Arranjos, Aboios e Lamentos (originais): MARCO FRANÇA
Assistente de
Direção Musical, Preparação Vocal e Pianista Ensaiador: MARCELO FARIAS
Direção de
Movimento: ROBERTO ALENCAR
Voz: MARIA BETHÂNIA
Poema: “SECA”, de
DJAVAN
ELENCO /
PERSONAGENS:
DUDU GALVÃO –
Severino
ANDRÉA BASSITT
– Cigana 2
BADU MORAIS –
Mulher da Janela
BEATRIZ AMADO
– Retirante e flauta
FERNANDO RUBRO
– Retirante
GABRIELLA
BRITTO – Retirante
IVAN VELLAME –
Retirante
JANA FIGARELLA
– Funeral
JOÃO PEDRO
ATTUY – Coveiro 1
JONATHAN FARIA
– Mestre Carpina
PABLO ÁSCOLI –
Retirante
PATRICIA
GASPPAR – Cigana 1
RAPHAEL MOTA –
Coveiro 2
MÚSICOS: BEATRIZ
FRANÇA (contrabaixo acústico e baixo elétrico), BRUNO MENEGATTI (rabeca e
violão),
DICINHO AREIAS
(sanfona), RAPHAEL COELHO (percussão), RICARDO DUTRA (viola e violão)
Cenário:
ELIFAS ANDREATO
Assistente de
Cenário: LAURA ANDREATO
Cenotécnico:
FABIN CENOGRAFIA e EDÉSIO BISPO
Figurino:
FABIO NAMATAME
Assistente de Figurino:
ANDRÉ VON SCHIMONSKY
Modelista:
JULIANO LOPES
Costura:
FERNANDO REINERT e MARIA JOSÉ DE CASTRO
Desenho de Luz:
ELIAS ANDREATO e JÚNIOR DOCINI
Operadores de
Luz: JÚNIOR DOCINI e RAFA INÁCIO
Desenho de Som:
MARCELO CLARET
Operador de
Som: THIAGO H. SCHAFFER
Microfonista:
GABRIEL VILAS
Contrarregragem
/ Camareiros: FÁBIO OLLYVER e TONINHO PITA
Coordenação de
Comunicação: BETH GALLO
Assessoria de
Imprensa: MORENTE FORTE – THAIS PERES
Programação
Visual: LAERTE KÉSSIMOS
Fotografia:
JOÃO CALDAS F°
Assistente de Fotografia:
ANDRÉIA MACHADO
Filmagem: JADY
FORTE
Redes Sociais
e Textos: ANA PAULA BARBULHO
Edições para a
Web: BETH GALLO
Coordenação
Administrativa: DANI ANGELOTTI
Assistência
Administrativa: ALCENÍ BRAZ
Assistente de
Produção: NANA GENOVEZZI
Administradora
da Temporada: MAGALI MORENTE LOPES
Produção
Executiva: MARTHA LOZANO
Produtoras:
SELMA MORENTE e CÉLIA FORTE
Uma produção
MORENTE FORTE PRODUÇÕES TEATRAIS
SERVIÇO:
Temporada: de 16
de abril até 26 de junho de 2022.
Local: TUCA.
Endereço: Rua
Monte Alegre, nº 1024, Perdizes - São Paulo.
Dias e Horários: sexta-feira e sábado, às 21h; domingo, às 19h.
Valor dos Ingressos:
sexta-feira: R$80,00; sábado e domingo: R$100,00.
VENDAS: https://bileto.sympla.com.br/event/71954/d/129792/s/809556 ou nas bilheterias do TUCA.
OBSERVAÇÃO: Em todas as últimas sextas-feiras do mês, haverá sessão em Libras.
Capacidade: 670
lugares
Indicação
Etária: 12 anos.
Gênero: Drama (Musical)
Esta encenação
estava prevista para ser levada ao palco em 2020, quando seriam
comemorados 55 anos da primeira montagem, no mesmo TUCA, mas teve
de ser postergada, por conta de pandemia de COVID-19, a “pandemia
do descaso”, que ceifou mais de 650.000 vidas, e continua matando.
A ideia de produzir “MORTE E VIDA SEVERINA” partiu de um sonho da dramaturga
e produtora CÉLIA FORTE, que, aos 16 anos, como eu,
assistiu à peça, só que no extinto Teatro Markanti.
Só me
resta, para finalizar estas considerações, aplaudir muito – e também
agradecer – a coragem, a garra e a determinação das produtoras do espetáculo,
SELMA MORENTE e CÉLIA FORTE, assim como a todos os que as cercam,
num trabalho insano, que é o de produzir ARTE, principalmente TEATRO,
no Brasil. O sonho acalentado pela adolescente CÉLIA
demorou muito, para ser concretizado: montar este espetáculo. Mas valeu
a pena tanto tempo de espera.
Repito, e o farei quantas vezes for necessário, que esta encenação de “MORTE E VIDA SEVERINA”, no palco do Teatro TUCA, é uma OBRA-PRIMA, que deve ser aplaudida pelo maior número possível de espectadores e que eu pretendo rever; se possível, mais de uma vez, porque, quando eu gosto, gosto mesmo.
Antes de dizer que “o resto é silêncio”, transcrevo uma frase que faz parte do programa (digital, infelizmente) da peça: “Dedicamos essa montagem ao nosso querido ELIFAS ANDREATO, que nos iluminou com seu sol.”
FOTOS: JOÃO CALDAS Fº
GALERIA PARTICULAR
(FOTOS: LEONARDO SOARES BRAGA.)
Com Elias Andreato.
Com Marcelo Farias.
Com Ivan Vellame.
Com Pablo Áscoli.
E VAMOS AO TEATRO,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO
DO BRASIL,
COM TODOS OS
CUIDADOS!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI, SEMPRE!!!
RESISTAMOS, SEMPRE
MAIS!!!
COMPARTILHEM ESTE
TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO
BRASILEIRO!
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