MULHERES
DE
SHAKESPEARE
(TUDO COMEÇA NUMA
BOA IDEIA.
BOA IDEIA.
ou
É TEATRO, que se fala? Então, é preciso começar por
uma boa ideia. Depois, que essa boa ideia se concretize, na forma
de um bom texto. E depois? Um bom diretor deve tomar as rédeas,
se querem montar esse texto. E a próxima etapa? Escalar um bom elenco
e procurar quem, de talento, se associe ao projeto, para a criação e
execução da parte técnica. Assim, chegamos a um bom espetáculo teatral?
Nem sempre, infelizmente, porque outros fatores podem ser mais fortes e lutar
contra as melhores intenções. Os DEUSES DO TEATRO têm lá a sua força,
mas seu poder, infelizmente, é limitado. Não é, porém, o caso de “MULHERES DE
SHAKESPEARE”, uma gratíssima surpresa, para mim, deste início de segundo
semestre teatral no Rio de Janeiro. Mas surpresa por quê? Vamos lá!
Falar (em ou de) e fazer Shakespeare é sempre um
grande desafio e não é para os fracos. Meio milênio de Shakespeare merece
todo o nosso respeito. Já vi verdadeiras obras-primas e tristíssimos e
inesquecíveis desastres em montagens de peças do bardo inglês, ou
que falavam dele. Isso já basta para me deixar de orelha em pé, quando me
convidam para assistir a algo a que seu nome esteja ligado. Em contrapartida,
saber que alguém, THELMA GUEDES, teve uma boa ideia, baseada numa
profunda e criteriosa pesquisa de ANA GUASQUE, a de escrever um texto
baseado nas personagens femininas do consagrado dramaturgo,
sabendo-se do talento de THELMA, já é sinal de “vem coisa boa por aí”.
Conhecer o trabalho das duas atrizes que formam o elenco,
ANA GUASQUE e SUZY RÊGO, ambas de grande gabarito, também colabora
para que a vontade de ir ao Teatro aumente, mesmo sem conhecer o trabalho
do diretor, o inglês LUKE DIXON (Prazer, Mr. DIXON!) e não ter
tido a oportunidade de conhecer, previamente, a ficha técnica, o que,
aliás, pouco adiantaria, uma vez que são, quase todos, profissionais que
trabalham em São Paulo, onde conheço muito menos gente de TEATRO
do que no Rio, por aqui morar. Sendo assim, minha expectativa era boa,
como quase sempre, mas foi superada. Foi, portanto, uma grata surpresa.
Infelizmente, por total falta de tempo, a minha proposta,
ao escrever esta crítica, é atender ao meu desejo de enaltecer um bom
trabalho, em TEATRO, esperando, despretensiosamente, poder
contribuir para a sua divulgação, sem, contudo, me estender nos comentários e
me aprofundar nos detalhes, como de praxe, fixando-me, somente, no básico e
naquilo que mais me chamou a atenção nesta montagem, que não foi pouco.
SINOPSE:
Duas atrizes se encontram, em um Teatro, para uma reunião de elenco,
convidadas que foram, por um diretor, por telefone, para a encenação de “uma
peça de Shakespeare”, que elas não sabem qual será, quando são
surpreendidas por um temporal.
Enquanto esperam pelo diretor e o restante da equipe,
que não conseguem vencer a forte chuva e não chegam, deparam-se com as mulheres
de Shakespeare, memórias femininas, que perpassam os séculos. E esse
encontro faz com que se voltem para si mesmas, revendo e questionando os
próprios conflitos.
A peça reúne as personagens femininas de
Shakespeare em um mosaico multifacetado e leve, alternando momentos
dramáticos com humor, com textos que transitam entre a transgressão, a
submissão, a ambição e o amor.
Mulheres decididas e autoconfiantes, mulheres
submissas, castas, doces, apaixonadas, ousadas, enigmáticas, loucas, santas,
trágicas, cômicas, únicas compõem esse painel colorido e cuidadosamente
selecionado.
Pois
bem! Não só é boa a ideia como THELMA GUEDES escreveu um ótimo texto,
inteligente, acessível a qualquer nível de público, alternando, na dose certa, escrita
própria e passagens de cenas das peças de Shakespeare, o drama
e o humor, este mais por conta da personagem de SUZY,
aliás completamente diferente da que é representada por ANA.
Shakespeare
e o “pai” de uma extensa e riquíssima galeria de personagens, com
destaque para os masculinos. Sempre que nos reportamos ao nome do grande
mestre da dramaturgia universal, vêm, à nossa cabeça, os nomes de heróis
e vilões, como Romeu, Mercúcio, Hamlet, Macbeth, Ricardo
III, Iago, Cláudio, Otelo, Petrúquio, Rei Lear...
E onde ficam as mulheres? Qual a sua importância nas tramas escritas por ele?
São personagens importantíssimas, ricas, para a estruturação das tramas.
Algumas são heroínas, frágeis, coração puro e ingênuo; outras, mulheres fortes,
perspicazes, traidoras, astuciosas, gananciosas... Algumas delas estão
presentes, no texto de “MULHERES DE SHAKESPEARE”, chamando-nos a atenção
para muitos detalhes que, até então, talvez, não tivéssemos, ainda, a
oportunidade de perceber nas peças. São articuladoras ou articuladas,
agentes e pacientes. É a elas que chamo de “lado B”.
Como
já foi dito, por direito e merecimento, repito que esta montagem foi
baseada numa extensa pesquisa, realizada pela atriz e bailarina ANA
GUASQUE, sobre as figuras femininas na obra de William Shakespeare
(1564-1616). Segundo o “release”, enviado por JULYANA
CALDAS (JC ASSESSORIA DE IMPRENSA), “A encenação surgiu da necessidade de dar voz
a essas personagens, criadas há cinco séculos, uma época em que as mulheres não
possuíam espaço na sociedade e sequer podiam subir ao palco – elas eram
interpretadas por homens mais jovens, que possuíam a voz mais aguda”
(Aconselho, a quem não viu, que assistam ao filme “Shakespeare Apaixonado”,
uma película britano-estadunidense, de 1988.)
Como
não tenho condições de me estender, nos comentários, e para estimular os que me
leem a ir ao Teatro Fashion Mall – Sala 2, na última semana da
temporada carioca, depois de muito sucesso, de público e de crítica,
alcançado em São Paulo, devo acrescentar, com relação ao texto,
apenas, que é gostoso de se ouvir e prende a atenção do espectador durante todo
o tempo de duração do espetáculo. É preciso nos “ganchos”, para que uma personagem
feminina dê passagem a outras, num desfile de boas interpretações das duas
atrizes.
ANA
e SUZY, como as personagens atrizes, são as “MULHERES DE
SHAKESPEARE”, não se conheciam e não têm seus nomes revelados, durante a
peça. Na cena final, frustradas, por não ter havido o esperado ensaio, porém,
por outro lado, felizes por terem exercitado seus talentos e tido a oportunidade
de discutir a importância daquelas personagens nas histórias e nas suas
vidas pessoais, elas se apresentam, mutuamente, antes da saída, quando pretendem dividir um carro de
aplicativo, de volta às suas casa e vidas pessoais, de uma forma que me impede a
revelação, para evitar um “spoliler”. O segredo deve ser
conservado e constatado pelos que forem assistir à peça.
As
duas personagens, “pessoas físicas”, são bem diferentes. A de SUZY
é experiente, com trinta anos de profissão, espirituosa, um pouco sarcástica,
sim, mas reveladora, principalmente na parte final da peça, de uma índole
boa, até com um certo instinto maternal, com relação à personagem de ANA,
uma jovem atriz, cheia de sonhos e esperanças, disposta a enfrentar todos os
sacrifícios e obstáculos pela profissão. Um belo jogo dramático, muito bem
representado pelas duas atrizes.
Agradaram-me
muito o trabalho de direção, do inglês LUKE DIXON, que teve como assistente,
KYRA PISCITELLI, assim como os elementos técnicos: o cenário,
modesto, criativo e adequado, de AUGUSTO VIEIRA; o conjunto do figurino,
assinado por SILVANA CARVALHO; a iluminação, precisa, de MÁRIO
DE CASTRO; a agradável direção musical, adequada às cenas, sempre
que a música é requisitada, a cargo de SÉRVULO AUGUSTO; e o pouco
de coreografia, que há na peça, de ANA GUASQUE, que também
tem formação nessa área.
FICHA TÉCNICA:
Texto: Thelma Guedes
Direção: Luke Dixon
Assistente de Direção: Kyra Piscitelli
Elenco: Ana Guasque e Suzy Rêgo
Cenógrafo: Augusto Vieira
Figurinista: Silvana Carvalho
Assistente de Figurino e Aderecista: Alex Leandro
Iluminador: Mário de Castro
Direção Musical: Sérvulo Augusto
Coreografias: Ana Guasque
Visagista: Rocla Lala
Fotógrafos: Ary Brandi e Lu Gebara
Coordenação de Projeto: Ana Guasque
Assistente de Produção: Isadora Mazon, Malu Guasque,
Denise Rossi
Arte Gráfica: Gabriela Cima
Conteúdo Pedagógico para Formação de Plateias: Kyra
Piscitelli
Monitoria de Formação de Plateias: Kyra Piscitelli
Tradução e Produção Material em Braille: Bruna
Schatschineider e AB Consultoria em Inclusão e Acessibilidade
Edição de Vídeos: Fabiano Colatto e Maurício Schenato
Produção Audiovisual: MSDrops Locução Vídeos
Rádio: Sérvulo Augusto Marketing Digital
Redes Sociais: Byah De Ferrante
Assessoria de Imprensa: JC Assessoria de Imprensa
- Julyana Caldas
Contabilidade: Suprema Associados
Assessoria Jurídica: Marise Gomes Siqueira
Idealização e Realização: Ana Guasque Artes &
Entretenimentos
Patrocínio: Lojas Renner
SERVIÇO:
Temporada: De 06 a 28 de julho de 2019.
Local: Teatro Fashion Mall – Sala 2.
Endereço: Estrada da Gávea, 899 - Loja 97 - São
Conrado, Rio de Janeiro – RJ.
Telefone: (21) 2422-9800.
Dias e Horários: Às 6ªs feira e aos sábados, às 21h;
aos domingos, às 19h.
Valor dos Ingressos: 6ª feira e domingo: 60,00
(inteira), 30,00 (meia entrada); sábado: 70,00 (inteira), 35,00 (meia entrada).
Vendas pela Ingresso Rápido.
Classificação Etária: 12 anos.
Duração: 80 minutos.
Gênero: Comédia.
É com alegria que recomendo este espetáculo, na
certeza de que os que aceitarem a minha recomendação não se arrependerão.
E VAMOS AO TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS SALAS
DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
COMPARTILHEM ESTE
TEXTO,
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
PARA QUE, JUNTOS, POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO
BRASILEIRO!!!
(FOTOS: ARY BRANDI
e
LU GEBARA.)
As atrizes e a autora do texto, Thelma Guedes.
GALERIA PARTICULAR:
(FOTOS; GILBERTO BARTHOLO
e
KYRA PISCITELLI.)
Com as queridas Ana Guasque e Suzy Rêgo.
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