domingo, 26 de maio de 2019


ARRAIAL
DAS
LOBAS

(MUSICAL GENUINAMENTE BRASILEIRO,
COM TEMPERO BEM NORDESTINO.)






            Artista de TEATRO, graças a Deus, é movido por uma compulsão de estar sempre num palco. Terminada a última temporada de um espetáculo, ele já está pensando em outro ou, até mesmo, ensaiando uma nova produção. E nem poderia ser de outra forma. Na verdade, mais que uma “compulsão”, trata-se da necessidade de trabalhar e garantir o seu sustento e de sua família.




No começo de 2017, logo após o final  da temporada de “Ubu-Rei”, peça dirigida por Daniel Herz, estrelada por Marco Nanini e Rosi Campos, na qual os componentes da Cia. Atores de Laura também atuavam, LEANDRO CASTILHO e TIAGO HERZ, em conversas, tiveram a ideia de montar um espetáculo musical, utilizando atores que também fossem musicistas, como os dois. Teriam de ser jovens, com muita garra, que "topassem trabalhar com alegria e disposição, sem contar com ganhar dinheiro”.




Encontrados os “corajosos”, os “aguerridos”, que viriam a ser companheiros de elenco dos dois, LEANDRO apresentou-lhes um texto, já escrito por ele, um musical bem brasileiro, que, logo, caiu no agrado de todos. Partiram, então, para a tentativa de concretizar a sua montagem. Durante o ano inteiro de 2017, o grupo se reuniu, uma vez por semana, para, apenas, trabalhar e desenvolver a parte musical do espetáculo, que acabou por ficar pronto em meados de 2018, quando os bravos guerreiros conseguiram, sem dinheiro ou patrocínio, após uma campanha de “crowdfunding”, na qual conseguiram arrecadar apenas cerca de R$12.000,00, uma curta pauta, na Casa Quintal, onde fizeram oito sessões da peça, cujo título é “ARRAIAL DAS LOBAS”, entre os meses de maio e junho. Em julho, fizeram mais quatro apresentações, em dias da semana esporádicos, não fixos, no Teatro Miguel Falabella, administrado pela Ci






Com essas doze apresentações, o espetáculo passou a ser conhecido e admirado por todos quantos conseguiram assistir a ele. A vontade era de continuar com o projeto, numa “temporada mais profissional”, num espaço mais próprio à sua realização, até que, no final de 2018, os rapazes sonhadores receberam a adesão de LUCIANA DUQUE, que se propôs a produzir a peça, com apenas R$4.000,00, que haviam sobrado, da arrecadação total, com a campanha já citada, aproveitando uma pauta surgida no Teatro Ipanema, onde a montagem está em cartaz (VER SERVIÇO.).









SINOPSE:

Tributário das mais variadas influências da comédia clássica, da farsa despudorada e, mesmo, do melodrama, tomado ironicamente, a comédia musical conta a história de ARRAIAL DAS LOBAS, cidade, ou melhor, um vilarejo habitado somente por mulheres.

Isso porque uma matadora profissional, JUREMA MACHADADA (LEANDRO CASTILHO), declarara guerra contra o sexo masculino, assassinando todos os homens que viviam na cidade e jurando de morte quaisquer outros que dali se aproximassem.

A confusão começa, quando DANILO (VÍTOR NOVELLO), jovem moço da capital, consegue infiltrar-se, em ARRAIAL DAS LOBAS, com a ajuda de seu amigo CARLINHOS (THALES CAVALCANTI), ambos vestidos de mulher.

DANILO apresenta-se como filha do falecido marido da fazendeira DARCY (JOÃO TELLES), com a intenção de se apropriar de uma parte da herança, que, supostamente lhe seria devida.

O que decorre daí, quando as falsas mulheres são desmascaradas, é só surpresa e material para muitas gargalhadas.




 


Ainda que erguida com parcos recursos, o que falta em dinheiro sobra em talento, garra e competência dos sete atores em cena, todos inundando o palco de muita determinação, gerando um espetáculo bastante interessante, divertido e que, aparentemente, só tem o desejo de fazer rir, de divertir a plateia, porém, se prestarmos bastante atenção a determinadas falas, perceberemos que há algo além disso; existem, sim, críticas disparadas a vários segmentos da sociedade e em defesa da mulher e a favor, consequentemente, de seu empoderamento, uma das palavras da moda. É a mulher, lutando por seu espaço, por sua independência e respeito, como ser humano. Tudo isso, é claro, se dá num tom exagerado, caricatural, intencionalmente muito distante do critério de verossimilhança.




Trata-se de uma deliciosa comédia musical, que explora, de forma intensa e inteligente, a profunda e diversificada riqueza cultural do nordeste brasileiro, mergulhando nas suas mais variadas expressões teatrais e musicais: brincantes, coretos e outras manifestações folclóricas; coco, repente, baião, xote, xaxado e outros ritmos, acrescentando elementos modernos da nova música popular brasileira. Um casamento perfeito. Na concepção musical, há uma criativa mistura de instrumentos tradicionais da música nordestina, como sanfona, viola, zabumba, alfaia, violão e pandeiro, com instrumentos modernos, tais como guitarras e baixo elétrico. Tudo junto e misturado, uma “salada” musical bem temperada. 

Toda a parte musical, que ajuda a contar a história, é tocada e cantada ao vivo, dançada pelos atores, em coreografias ou passos soltos. Ao todo, tocam, cantam e dançam os arranjos dos quinze números musicais, bem como as vinhetas musicais que ligam as cenas e colorem o clima dramático.




O texto é bem articulado, contém determinados regionalismos, que não interferem na sua compreensão, é bem leve, engraçado e, por vezes, guardadas as devidíssimas proporções, lembra, um pouco, algumas obras do mestre Ariano Suassuna, em cuja fonte, parece-me, bebeu LEANDRO CASTILHO, para escrever o texto de “ARRAIAL DAS LOBAS”.

O grupo de atores é muito bom. São jovens, com pouca experiência de palco, à exceção de LEANDRO, entretanto comportam-se como veteranos, valorizando, cada um deles, a sua personagem.




ANA PAULA SECCO passa no teste, assinando sua primeira direção, ela que é uma excelente atriz. ANA traçou uma diretriz de direção, propondo-a ao elenco e dividindo-a com todos: não complicar e mostrar um verdadeiro espetáculo-raiz, falando de um nordeste que precisa, ainda, ser conhecido por muitos brasileiros. ANA também é responsável pelos cenários, figurinos e a programação visual da peça. É assim que funciona o TEATRO, quando falta dinheiro e sobra paixão por ele. No dia em que assisti à peça, tendo entrado bem antes do público, enquanto os atores ainda ensaiavam algumas canções, “passavam o som”, testemunhei ANA PAULA, sentada no chão, colando arremates no cenário. Foi, para mim, uma cena muito bonita e poética, o que só me faz valorizar, mais ainda, um espetáculo que é de muito boa qualidade.




Não preciso tecer comentários sobre o trabalho de direção musical, excelente, de LEANDRO CASTILHO, uma vez que, nesse campo, ele sempre demonstrou um grande domínio, por seu bom gosto musical e pelo fato de ser um multimusicista. As canções são bem interessantes, assim como os seus arranjos musicais.

LUCAS ORADOVSCHI, dentro das condições materiais de que dispõe, executa um bom trabalho de iluminação, que, principalmente, põe em evidência o colorido do cenário e dos figurinos, que caracteriza a alegria das festas nordestinas.


 







FICHA TÉCNICA:

Texto e Músicas: Leandro Castilho
Direção: Ana Paula Secco
Assistência de Direção: Milla Fernandez
Direção Musical e Arranjos: Leandro Castilho

Elenco: André Sigaud (Dona Zuquinha), Guilherme Hamacek (Maricotinha), João Telles (Darcy), Leandro Castilho (Jurema Machadada), Marcos Guian (Jararaca), Thales Cavalcanti (Carlinhos e Maria das Dores) e Vitor Novello / Gabriel Lara Resende (Danilo e Goreti)

Cenário, Figurinos e Programação Visual:  Ana Paula Secco
Iluminação: Lucas Oradovschi
Fotos: Lucas Rocha
Direção de Produção Luciana Duque
Assistente de Produção: Julianna Firme





 







SERVIÇO:

Temporada: De 17 de maio a 02 de junho de 2019.
Local: Teatro Ipanema.
Endereço: Rua Prudente de Morais, 824 – Ipanema – Rio de Janeiro.
Dias e Horários: De 6ª feira a 2ª feira, sempre às 20h.
Valor dos Ingressos: R$40,00 (inteira) e R$20,00 (meia entrada).
Funcionamento da Bilheteria: De 6ª feira a 2ª feira, das 18h às 20h.
Vendas “online” pelo “site”: riocultura.superingresso.com.br
Lotação: 193 lugares.
Classificação Etária: 12 anos.
Gênero: Comédia Musical.





 


            O espetáculo agrada bastante ao público em geral, de todas as idades e classes sociais. Creio que ninguém sai do Teatro Ipanema insatisfeito; muito pelo contrário. Só ouvi rasgados elogios à peça, durante o tempo em que aguardava meus amigos do elenco, para cumprimentá-los, pelo trabalho e, acima de tudo, pela coragem de resistir, contra todas as tentativas de desmanche da cultura brasileira, principalmente o TEATRO. E esta comédia musical se reveste de uma importância toda especial, pelo fato de acender luzes sobre uma cultura rica e que precisa ser mais divulgada e prestigiada, a cultura nordestina.

            Recomendo, com empenho, o espetáculo!



 






E VAMOS AO TEATRO!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!

RESISTAMOS!!!

COMPARTILHEM ESTE TEXTO, PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!



(FOTOS: LUCAS ROCHA.)


























































sexta-feira, 24 de maio de 2019


VERMELHA


(O TEXTO QUE NÃO ESTÁ ESCRITO, 
MAS QUE É LIDO, 
E POR MAIS DE UMA ÓTICA.)





            Conheço o trabalho da CIA DE TEATRO MANUAL, desde 2014, quando me deixei encantar pelo magnífico “Hominus Brasilis”, espetáculo de estreia da CIA., algo extraordinariamente bem produzido e montado, fruto de um intenso e demorado trabalho de pesquisa dos quatro componentes do grupo, formado em 2011: MATHEUS LIMA, Helena Marques, Dio Cavalcanti e Patrícia Ubeda. MATHEUS e Helena haviam conhecido, em 2010, a técnica da linguagem da plataforma, em um curso de especialização na LISPA - Escola Internacional de Artes Cênicas de Londres. Tal técnica consiste em se apresentar um espetáculo teatral sobre uma plataforma de madeira, um “palquinho”, um minúsculo praticável, baixo, (O de “Hominus Brasilis” media apenas 2,0m x 1,0m.), tendo, os atores, como “ferramentas de trabalho”, apenas o corpo e a voz, sem a utilização de recursos cênicos e com figurinos simples e, geralmente, aproveitados na encenação.




     De volta ao Brasil, com a grande novidade na mala, o casal se juntou a Dio Cavalcanti e Patrícia Ubeda, os quais, durante três anos, se dedicaram ao estudo do novo formato e à pesquisa do espaço cênico e do corpo expressivo, até chegarem ao já citado espetáculo de estreia, “Hominus Brasilis”, um verdadeiro sucesso, de público e de crítica, com várias temporadas, no Rio de Janeiro e fora dele, até no exterior. Com essa montagem, a Cia. representou o Brasil nos festivais internacionais Chicago Physical Festival (EUA - 2016), Festival Efímero de Teatro Independente (Argentina – 2017), Beijing Comedy Week (China – 2017), Festival Gargalhadas na Lua (Lisboa-2019) e Festival Internacional de Teatro de Alentejo (FITA\2019). Também recebeu indicação a vários Prêmios de TEATRO, tendo conquistado alguns.





            Desta vez, de forma bem generosa, com os outros trabalhando nos bastidores, a CIA. DE TEATRO MANUAL abre espaço para que MATHEUS LIMA se apresente num trabalho solo, com excelente texto verbal, ainda que curto, apenas para dar apoio ao texto não falado, apenas expresso por gestos e ações, escrito por CECÍLIA RIPOLL, um dos mais promissores nomes da atual dramaturgia brasileira, uma autora muito jovem, porém de incomensurável talento. Trata-se do primeiro trabalho solo da CIA..






SINOPSE:
Um menino trabalha, exaustivamente, em uma fábrica de sapatos, praticamente, em regime de semiescravidão, mas, contraditoriamente, não tem condições de comprar o próprio calçado.
Um dia, descobre que as mercadorias produzidas na fábrica, situada no "país de baixo", são vendidas, por um valor bem menor, no "país de cima", para onde são exportadas.
Começa, então, uma batalha da classe trabalhadora, que quer ter acesso aos calçados baratos, e o presidente daquele país, que decide construir um muro, para impedir a entrada dos imigrantes descalçados.   




            Não tive como não ligar o desejo do personagem, que fabrica sapatos, mas não tem condições de adquirir um par, com uma velha marchinha de carnaval, chamada "Pedreiro Waldemar", de autoria de Martins, Roberto e Wilson Batista: "Você conhece o pedreiro Waldemar? / Não conhece? / Mas eu vou lhe apresentar. / De madrugada, toma o trem da Circular. / Faz tanta casa e não tem casa pra morar. / Leva marmita embrulhada no jornal. / Se tem almoço, nem sempre tem jantar. / O Waldemar, que é mestre no oficio, / Constrói um edificio / E, depois, não pode entrar".
            O texto é todo metafórico, e isso costuma ser, na maioria as vezes, eu diria, um grande entrave, para a compreensão do espetáculo, por parte do grande público, incluindo os menos favorecidos, em termos de inteligência e escolaridade. CECÍLIA RIPOLL, porém, foi de uma felicidade incrível, trabalhando o universo metafórico da forma mais simples possível e fácil de ser assimilada, mesmo pelas pessoas menos informadas e/ou formadas. Ninguém tem a menor dificuldade para perceber qual é o “país de cima” e qual é (No caso, são, uma vez que podem ser muitos ou, especificamente, um, com maiores referências, em relação ao “dominante”.) o “país de baixo”. Menos, ainda, alguém sai do Teatro sem saber quem é o presidente do “país de cima”, que deseja construir um muro, para conter as investidas dos descalços e descamisados do “país de baixo”.
            “VERMELHA” é, para a CIA., um “desafio de encenar uma saga, repleta de acontecimentos, numerosos personagens e geografias distintas, através de um único ator no palco”, como está escrito no “release”, enviado por LYVIA RODRIGUES (AQUELA QUE DIVULGA – ASSESSORIA DE IMPRENSA). Ainda que, neste trabalho, não exista a presença física da plataforma, que foi trocada por uma simples e interessante cenografia, sobre a qual falarei adiante, “os princípios que norteiam o trabalho dela (a plataforma), sim: a gestualidade, o corpo expressivo, a pantomima, a comicidade física, o trabalho rítmico, a construção da atmosfera, por meio das sonoridades; enfim, elementos que definem nosso trabalho”, destaca MATHEUS, que interpreta quatro personagens fixos: o menino, a mãe, o “presidente do país de cima” e o “presidente do país de baixo”.


            Para conceber o texto, CECÍLIA RIPOLL inspirou-se no conto “Os Sapatos Vermelhos”, de Hans Christian Andersen, porém com total liberdade, para impor suas críticas ao mundo capitalista; à exploração do trabalho escravo, principalmente aplicado a crianças; à prepotência desmedida e cruel dos países mais desenvolvidos; e outras mais.  Dois clássicos de Charlie Chaplin também serviram de fonte: “O Grande Ditador” e “Tempos Modernos”. Quem conhece essas duas obras-primas do cinema haverá de perceber tal interferência na peça.


            A CIA. DE TEATRO MANUAL acertou em cheio, na opção de um espetáculo-solo, no texto, na direção, na escolha do ator e nos demais elementos necessários a uma encenação teatral, bastante intimista, que apresenta uma “mescla de densidade e comicidade”, estruturada em “frases curtas e pontuais, pensadas enquanto enunciados da trama, espécie de ‘legendas orais’, oferecendo lacunas a serem preenchidas pela relação entre ator e espectador. MATHEUS ‘joga’ com as frases-legenda, como se fossem companheiras de cena, e transita por todos os fatos e personagens – ora sendo, ora vendo, ora manipulando.”. Esse trecho, extraído do “release”, resume – e traduz o meu pensamento -, muito bem, o que é a peça e quão lindo e correto é o trabalho de ator, de MATHEUS LIMA, e quão gratificante é vê-lo, em sua força interpretativa, dedicando-se, de corpo e alma, a cada personagem que interpreta. MATHEUS tira, das entranhas, uma força e uma garra, totalmente necessárias, para traduzir os sentimentos do personagem- menino, principalmente.


            MARCELA ANDRADE, atriz, diretora e professora de TEATRO, que, faz alguns anos, vem realizando uma pesquisa prática e teórica, acerca das possíveis relações entre atuação, dramaturgia, biografia e memória, com experiência, como residente, no Teatro Delle Radici, grupo suíço, cuja investigação cênica parte de relações memoriais, põe em prática toda a sua experiência, nesta direção, extraindo o máximo do potencial de ator, de MATHEUS LIMA, que não é pouco. MARCELA parece estar, ou melhor, está, completamente à vontade, para dirigir um trabalho tão específico como este.
            ROBERTO SOUZA contribui muito, para o êxito da montagem, com seu trabalho na trilha sonora original. Tudo indica que o produto final dessa trilha tenha sido fruto de muito trabalho de pesquisa. Há vários sons que reportam a ruídos produzidos numa fábrica, pelas máquinas, além de outros igualmente interessantes e enriquecedores para a encenação.


            A cenografia, uma criação de ELSA ROMERO, é muito simples, entretanto bastante criativa e sugestiva, acompanhando a linha metafórica do espetáculo. Apenas dois elementos compõem o cenário: um no chão e outro aéreo. Quase ao fundo do pequeno espaço cênico, visualizamos uma sequência de tubos, de vários calibres, na cor cinza, montados, lado a lado, sobre uma estrutura de base; o conjunto lembra as chaminés de uma fábrica. De dentro desses tubos, ou neles, o ator retira ou coloca pequenos objetos, durante a peça. A cerca de um metro acima da cabeça do ator, está pendurada uma estrutura de arame, como uma tela de se fazer galinheiro, por exemplo. Ela forma uma espécie de “caixa” (Se não estou me deixando levar demais pela imaginação, no formato, ainda que grosseiro, do mapa dos Estados Unidos. Se estou “viajando” alto, por favor, PUXEM-ME PARA O CHÃO!!!), dentro da qual há dezenas de sapatos. Esse elemento nos reserva uma surpresa, no final do espetáculo, embora seja bastante previsível.


            Não pensem num figurino tradicional; não esperem ver o ator, um homem, de barba no rosto, com roupas de uma criança. Nada disso! CAMILA NHARY foi muito feliz na concepção do que deveria vestir o personagem: uma saia, de pontas, comprida, em couro bem maleável, marrom, da qual ele tira muito partido, durante o trabalho de interpretação, deixando-lhe o tórax desnudo. Um acerto, certamente, em conjunto com o visagismo, de MONA MAGALHÃES. Entendi a caracterização física do personagem como uma referência a um ser de qualquer gênero. Trata-se de um menino, mas poderia ser, também, uma menina. Ambos são, cruelmente, explorados por muitas indústrias espalhadas pelo mundo.
Sem muitas variações, porém todas ajustadas às cenas e feitas com a intensidade que cada uma pede, é muito bom o trabalho de iluminação, feito por ANA LUZIA DE SIMONI, a filha de um mestre, que lhe segue os passos.

 





FICHA TÉCNICA:

Dramaturgia: Cecília Ripoll
Direção: Marcela Andrade

Atuação: Matheus Lima

Colaboração Artística: Dio Cavalcanti e Helena Marques
Trilha Sonora Original: Roberto Souza
Vozes: Matheus Lima, Helena Marques, Marcela Andrade e Roberto Souza
Cenografia: Elsa Romero
Cenotécnico: Roberto Rodrigues
Figurino: Camila Nhary
Adereço – prótese: Mona Magalhães e Derô Martín
Visagismo: Mona Magalhães
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Design Gráfico: Jaqueline Sampin
Fotos: Renato Mangolin
Operação de Luz: João Gioia
Operação de Som: Luiz Rolim Fadul
Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues (Aquela que Divulga)
Assistente de Produção: Gabrielly Vianna
Produção: Bárbara Galvão, Carolina Bellardi e Fernanda Pascoal (Pagu Produções Culturais)
Idealização: Helena Marques
Coordenação de Projeto: Cia de Teatro Manual
Realização: SESC Rio

   






SERVIÇO:

Temporada: De 10 de maio a 02 de junho de 2019. 
Local: SESC TIJUCA (Teatro II).
Endereço: Rua Barão de Mesquita, 539, Tijuca – Rio de Janeiro.
Telefone: 3238-2139.
Dias e Horários: De 6ª feira a domingo, sempre às 19h.
Valor dos Ingressos: R$30,00; R$15,00 (Casos previstos em lei ou para quem levar 1kg de alimento não perecível.); R$7,50 (Associados do SESC).
Duração: 60 minutos.
Classificação: 12 anos.
Gênero: Drama.








Não penso duas vezes, para recomendar este espetáculo, na certeza de as minhas palavras traduzem, fielmente, a sua qualidade, a maneira como é realizado e a importância do tema, para reflexões e, se possível, tomadas de decisões, naquilo que estiver ao alcance de cada espectador.









E VAMOS AO TEATRO!!!

OCUPEMOS TODAS AS SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!

A ARTE EDUCA E CONSTRÓI!!!

RESISTAMOS!!!

COMPARTILHEM ESTE TEXTO, PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO BRASILEIRO!!!


(FOTOS: RENATO MANGOLIN.)