AO
SOM DE RAUL SEIXAS, MERLIN
E
ARTHUR –
UM SONHO DE
LIBERDADE
E
ARTHUR –
UM SONHO DE
LIBERDADE
(“OBRA-PRIMA” RESUME TUDO.
ou
DA DIVINA ARTE DE ENCANTAR
UMA MULTIDÃO DE ESPECTADORES.
ou
UM
CASAMENTO PERFEITO.)
Uma das melhores
sensações, totalmente indescritível, para mim, é sair de um Teatro com a impressão de estar
flutuando e de não perceber ninguém, e nada, à minha volta, como se estivesse
sendo conduzido, para casa, guiado, empurrado, por seres invisíveis; talvez
anjos. Acrescente-se a isso o sentimento (Pura impressão, é claro! L)
de que minha massa corpórea se reduziu a menos da metade. Livre, leve e solto,
pairando no ar. Felizmente, nos últimos 30 ou 40 dias, por três vezes, experimentei tal sensação, que seria a desejada em
todas as vezes em que assisto a um espetáculo
teatral. Por coincidência (Ou
não!!!), os três momentos aconteceram após eu ter assistido a três musicais, todos OBRAS-PRIMAS, cada um
com características totalmente diferentes das dos outros: “O Som e a Sílaba”, “Cole Porter – Ele Nunca Disse que me
Amava” e “AO SOM DE RAUL SEIXAS, MERLIN E ARTHUR – UM SONHO DE LIBERDADE”, espetáculo sobre o qual me proponho a escrever, tomado, ainda, de
um sentimento de total êxtase, um estado
de graça (Viva Clarice Lispector!!! - “Quem já conheceu o estado de graça
reconhecerá o que vou dizer. Não me refiro à inspiração, que, tantas vezes,
acontece aos que lidam com a arte. O estado de graça de que falo não é usado
para nada. É como se viesse apenas para que se soubesse que realmente se
existe.”), como ocorreu nas duas vezes em que assisti a este mais
recente espetáculo, produzido pela AVENTURA ENTRETENIMENTO (VER
SERVIÇO.). E pretendo ver mais... e
mais... e mais... Repeti as três OBRAS-PRIMAS.
Sou
apaixonado por narrativas medievais,
e tudo o que envolve a figura do REI
ARTUR e os Cavaleiros da Távola
Redonda me atrai compulsivamente. Um dos meus “vinis de cabeceira” foi gravado pelo tecladista Rick Wakeman e se chama “The Myths and Legends of King Arthur and the Knights of the Round
Table”, uma joia da discografia do renomado artista, de quem sou fã incondicional, desde os tempos da banda “Yes”. São apenas sete longas faixas, que valem por mil, de
um som totalmente fascinante. Recomendo muito o disco, hoje, praticamente, peça
de colecionadores, como eu. A propósito, enquanto escrevo, delicio-me com as
canções do álbum, como faço com certa frequência.
Para
comemorar 10 anos no mercado dos
espetáculos musicais, a AVENTURA
ENTRETENIMENTO, sobre a qual já fiz sérias restrições, em críticas
anteriores – justas, a meu juízo e olhar
crítico; gosto pessoal - leva à cena uma grandiosa montagem, sob todos os aspectos, tendo escolhido contar a
saga do REI ARTHUR, da Bretanha, suas aventuras e seus amores,
sob a fantástica ótica de MARCIA
ZANELATTO, dramaturga premiada,
que, certamente, por este texto, se
habilita a outros prêmios.
Não
se sabe se as aventuras do afamado REI
possuem algum fundo de verdade, se são reais ou completamente fictícias. O REI ARTHUR teria sido um lendário líder bretão, que, de acordo com
as histórias medievais e os romances de cavalaria, os quais me
matam de prazer, liderou a defesa da Bretanha, contra
os invasores saxões, no final do
século V e no início do século VI.
Os detalhes das suas histórias pertencem à tradição
oral e, portanto, são passíveis de dúvidas; até quanto à sua real existência,
como já dito. Fazem parte do folclore
e das invenções literárias, e sempre
foi, e continuará sendo, um verdadeiro desafio para os historiadores. Não se tem um concreto contexto histórico acerca do REI ARTHUR, tendo sido construído, então, um universo arthuriano, a partir de várias fontes. Todas as bases
históricas, para a lenda do REI ARTUR,
vêm sendo debatidas há bastante tempo pelos acadêmicos de todas as partes do
mundo, especialistas em
História Medieval. A
falta de evidências convincentes, robustas, insofismáveis, nos registros mais
antigos, é o que leva muitos renomados historiadores a não considerar a figura
de ARTHUR na história da Bretanha, o que, porém, para mim, pelo
menos, é o que menos importa.
Reza
a lenda que ele teria sido um sábio homem, probo, de caráter ilibado, generoso,
gentil, fiel e leal a seus amigos e à sua amada, GUINEVERE, além de demonstrar um temperamento moderado e pacífico;
às vezes, porém, frágil e errando nas decisões reais, apelando, sempre que se
via diante de uma dúvida, para as sábias palavras e orientações de seu mentor, MERLIN, o Mago, acatando-lhe os conselhos.
Diz,
ainda, a fábula que ARTHUR se tornou
REI, depois de, sem entender o
porquê, aconselhado por MERLIN, ter
contribuído para que se cumprisse uma profecia, a de que aquele que conseguisse
retirar uma espada, Excalibur, de
uma enorme pedra, na qual fora encravada, seria coroado Rei da Bretanha. ARTHUR
foi o responsável pelo feito, tentado, anteriormente, por tantos “candidatos”,
e atingiu, assim, o topo da realeza.
Uma
vez tornado monarca, ARTHUR,
preocupado com as pendengas entre bretões
e romanos, uma polarização
semelhante ao que está acontecendo, atualmente, no Brasil, o que enfraquecia o seu reino, e na intenção de uni-los, com o objetivo de fazer frente a
uma iminência de invasão de Camelot,
pelos saxões, teve a ideia, a partir
de uma visão, de criar a Ordem dos
Cavaleiros da Távola Redonda, que também não se sabe ser um mito ou uma verdade,
uma espécie de Congregação, de um Conselho, em que todos teriam o mesmo
direto a opinar e, pelo fato de não haver uma cabeceira, não existiria um líder
nem, consequentemente, a supremacia de algum de seus membros. Teria sido ele o
precursor da ideia, surgida muitos séculos depois, trocada a ordem das
palavras, de “fraternité, igualité, liberté”?
Os Cavaleiros da
Távola Redonda, cujo número difere, de história para história, de 12 a
150, ou mais, prevalecendo, na
maioria delas, uma dúzia, seguiam um
“Código de Cavalaria”, o
qual se resumia em buscar a perfeição
humana; apresentar retidão nas ações; ter respeito aos semelhantes; provar amor pelos familiares; ter piedade dos enfermos; mostrar doçura com as crianças e mulheres;
e ser justo e valente, na guerra, e leal,
na paz. Não poderia deixar de mencionar, também, o fato de que todos eram fiéis à Igreja Católica. Pregava,
ainda, o Código aceitar as diferenças e respeitar as diversidades, pelo que tanto
lutamos nos dias de hoje.
SINOPSE:
O
espetáculo “AO SOM DE RAUL SEIXAS, MERLIN E ARTHUR – UM SONHO DE LIBERDADE" fala
de amor, lealdade e, sobretudo, da luta pela concretização de um sonho de liberdade.
ARTHUR (PAULINHO MOSKA), sem nenhuma
pretensão, torna-se o Rei da Bretanha (Na
juventude, o personagem é vivido por
RODRIGO SALVADORETTI), desposa GUINEVERE DE CAMELIARD (LARISSA BRACHER)
(Na juventude, interpretada por NATÁLIA
GLANZ), de ascendência romana, e
sonha unir dois grupos que estavam em conflito, no seu reino: os bretões,
linhagem à qual ele pertencia, e os romanos,
ambos habitantes de Camelot, para
que, juntos e fortalecidos, pudessem lutar contra os saxões, que desejavam invadir a região e dominá-la.
ARTHUR era apaixonado por GUINEVERE, cujo pai já a havia
prometido, em casamento, ao futuro Rei
da Bretanha (ARTHUR, no caso.),
porém ela já estava envolvida, amorosamente, com LANCELOT DE BERNOIC (GUSTAVO MACHADO) (SAULO SEGRETO, na juventude). Este renuncia ao seu amor por GUINEVERE, por lealdade ao REI, e, no dia do casamento, parte de Camelot.
Como
estratégia, para se sagrar vencedor na guerra, ARTHUR funda a Ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda (Grande Conselho da Távola Redonda) e
convoca seu amigo de juventude, LANCELOT,
para voltar, 20 anos após sua partida,
para, com sua bravura, coragem e lealdade, ajudá-lo na luta de libertação de seu
povo, contra os invasores, o que
acaba ocorrendo.
Cria-se, então, e não
poderia ser de outra forma, um clima constrangedor, no mínimo, entre o REI, a rainha e o fiel amigo.
Estaria formado um triângulo amoroso.
Um
obstáculo, com o qual ARTHUR não
contava, era a traição de DREADMOR (PATRICK
AMSTALDEN), um de seus conselheiros, e ANAMORG
(KACAU GOMES), aia da rainha e
que ambicionava a sua coroa.
LANCELOT, sabendo que havia um traidor
entre os seus, o qual levava informações a MEISSEN
(RENATO CAETANO), o líder dos saxões, por dinheiro, combina, com ARTHUR, uma determinada batalha, falsa,
para que DREADMOR ouvisse e passasse
os planos ao inimigo, atacando os saxões,
que eram em bem maior número, em outro momento e lugar, pegando-os desprevenidos
e vencendo a batalha.
A paz, tão desejada, volta
a Camelot, entretanto por pouco
tempo.
Não
satisfeitos, DREADMOR e ANAMORG planejam incriminar GUINEVERE e LANCELOT, num caso de adultério, que seria julgado com a pena de
morte, e jogar ARTHUR e o povo contra os dois adúlteros.
O
plano dá certo, até certo ponto, porque os três lados do triângulo acabam se
entendendo: o REI perdoa, ou melhor, liberta GUINEVERE. LANCELOT, mais
uma vez, abre mão de seu amor, dizendo que não nasceu para amar, e ARTHUR e GUINEVERE continuam a viver juntos, amando-se cada vez mais, e tudo
acaba num final feliz.
Tudo
isso regado com a excelente música de RAUL
SEIXAS.
A montagem, com uma inovação artística criativa, tem como diferencial a mistura de linguagens do teatro, cinema e “design”. Todas as excelentes
aparições de VERA HOLTZ, como MERLIN, o(a) Mago, num belíssimo trabalho de interpretação, por exemplo, são virtuais, projetadas num telão
transparente, na boca de cena, ou no fundo do cenário. Além de dizer suas mensagens, seu texto inclui diálogos com ARTHUR,
tudo feito num tempo certo, com apuro
tecnológico de Primeiro Mundo, sem qualquer falha.
Partindo-se do princípio de que a
história do REI ARTHUR não pode ser
comprovada e que, em função disso, muitas variantes existem sobre essa figura
emblemática e lendária, e suas aventuras, MARCIA
ZANELATTO também teve total licença para produzir o seu texto, original, com plena liberdade de criação, e o resultado é o melhor
possível, com escrita própria e o acréscimo de pequenos excertos, de Laurie Anderson e Santo Agostinho, em algumas falas de MERLIN, como, por exemplo, na afirmação filosófica deste: “É impróprio afirmar que os tempos são três:
pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer que os tempos são
três: presente das coisas passadas, presente das
presentes, presente das futuras. Existem, pois, estes três tempos na minha mente, que
não vejo em outra parte: lembrança presente das coisas passadas, visão presente
das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras.”. Com isso, chegou-se,
com muito trabalho, a um texto final,
político (Em vários diálogos, há um tom político.), por excelência, instigante,
muito claro, objetivo, seguindo a linha do tempo, ainda que, de forma genial, a
dramaturga misture o tempo cronológico, real, exterior, objetivo, do
presente, com o psicológico,
imaginário, interior, subjetivo, do passado. O ARTHUR
jovem vive na memória do ARTHR
maduro, em “flashbacks” e em diálogos que só a magia do TEATRO é capaz de produzir, para convencer e deleitar o espectador.
Como grande ativista, atuando em
diversas áreas, sociais e políticas, sem ser, abertamente, panfletária, nesta
obra, MARCIA consegue dizer, nas
entrelinhas e por meio do comportamento dos personagens, muitas verdades, questionando e criticando muito do
que se vê de errado no mundo de hoje. O texto,
ou melhor, sua mensagem, é de uma
contemporaneidade incrível! Por meio de metáforas e falas, aparentemente,
“ingênuas” ou, em outros momentos, de forma mais contundente, a sociedade
brasileira “está em cena”, assim como são lançados dardos, com um veneno bem
forte, a políticos e outras figuras de destaque ou a fatos do universo em que
vivemos, no momento presente. Numa
fala de GUINEVERE, por exemplo, em que esta se
reporta a uma visão que tivera, enxerga-se a recente tragédia de Brumadinho, por exemplo. Acabei de saber que se trata de uma "cena premonitória", como a considera VERA HOLTZ, uma vez que foi escrita cerca de um mês antes do lamentável e devastador acontecimento.
De forma corajosa e pautada numa visão
moderna de mundo, no que diz respeito aos relacionamentos afetivos e a como
podem ser encarados, unicamente por conta de cada pessoa envolvida na relação,
ainda que contrariando o pensamento dos mais conservadores, MARCIA ousa – e o fez muito bem, a meu juízo – admitir um fato novo, envolvendo
um triângulo amoroso (A letra de “A Maçã”, utilizada na peça, diz tudo.) GUINEVERE ama, em plenitude, ARTHUR,
entretanto também é capaz de ser apaixonada por LANCELOT; por cada um, seu amor se revela por um motivo diferente. E por que não? Entre ARTHUR e LANCELOT, também existe uma profunda relação de amor fraternal,
respeito e lealdade, mas este também não consegue negar uma ardente paixão pela
rainha bretã, com origem na juventude, antes de ARTHUR ter entrado na vida dela. Diante de constrangedora situação,
o que se poderia esperar, de mais previsível? Uma luta de morte, entre os dois
“rivais”, num duelo, pela disputa da amada, como um troféu, e a condenação da adúltera,
como era costume na época? Alguém conseguiria pensar em algo diferente disso? MARCIA ZANELATTO sim. Ela concebe que
tal relação, a três, poderia existir e ser aceita, por todos, admitindo que, para se
atingir a felicidade, é possível viver fora do quadrado, “subverter” o “status quo”. “A liberdade não é liberdade, se não for a liberdade do outro.”
(ARTHUR). ARTHUR liberta GUINEVERE, numa das cenas mais lindas e
emocionantes do musical:
"A MAÇÃ"
(Raul Seixas)
Se esse amor ficar entre nós dois,
Vai ser tão pobre amor, vai se gastar.
Vai ser tão pobre amor, vai se gastar.
Se eu te amo e tu me amas,
Um amor a dois profana o amor de todos os mortais,
Porque quem gosta de maçã irá gostar de todas,
Porque todas são iguais.
Um amor a dois profana o amor de todos os mortais,
Porque quem gosta de maçã irá gostar de todas,
Porque todas são iguais.
Se eu te amo e tu me amas,
E outro vem, quando tu chamas, como poderei te condenar?
Infinita tua beleza, como podes ficar presa
Que nem santa num altar?
E outro vem, quando tu chamas, como poderei te condenar?
Infinita tua beleza, como podes ficar presa
Que nem santa num altar?
Quando eu te escolhi para morar junto de mim,
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo, enfim,
Mas compreendi que, além de dois, existem mais.
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo, enfim,
Mas compreendi que, além de dois, existem mais.
Amor só dura em liberdade, o ciúme é só vaidade.
Sofro, mas eu vou te libertar.
O que é que eu quero, se eu te privo do que eu mais venero,
Que é a beleza de amar*?
Sofro, mas eu vou te libertar.
O que é que eu quero, se eu te privo do que eu mais venero,
Que é a beleza de amar*?
(*Na letra original, o verbo é “deitar”.)
E, como se para
“justificar” sua atitude, ARTHUR
termina sua participação, ao final do espetáculo,
cantando, acompanhado pelo coro, “Metamorfose
Ambulante”.
"METAMORFOSE AMBULANTE"
(Raul Seixas)
Prefiro ser essa metamorfose ambulante.
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo,
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo,
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Eu quero dizer agora o oposto do que eu
disse antes.
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo,
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo,
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Sobre o que é o amor, sobre que eu nem sei
quem sou.
Se, hoje, eu sou estrela, amanhã, já se apagou.
Se, hoje, eu te odeio, amanhã, lhe tenho amor,
Lhe tenho amor, lhe tenho horror,
Lhe faço amor, eu sou um ator.
Se, hoje, eu sou estrela, amanhã, já se apagou.
Se, hoje, eu te odeio, amanhã, lhe tenho amor,
Lhe tenho amor, lhe tenho horror,
Lhe faço amor, eu sou um ator.
É chato chegar a um objetivo num instante.
Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Não me
surpreendeu a excelente direção de GUILHERME LEME GARCIA, que também é
responsável pela concepção da montagem, uma vez que já o admirava,
nessa função, em trabalhos anteriores, que não eram musicais, e, neste segmento, ele já havia provado sua competência,
quando dirigiu uma outra grande produção da AVENTURA ENTRETENIMENTO, no ano passado, “Romeu + Julieta – Ao Som de Marisa Monte”, ambas as montagens, “Romeu...” e “MERLIN...”,
praticamente, com o mesmo formato. Nada
a me opor; muito pelo contrário: não se deve mexer em time que está ganhando.
E que venham outras produções na mesma
forma (ou fôrma)!
O
que mais me chama a atenção, no seu trabalho, são a criatividade e a facilidade
como encontra soluções para simplificar o que, aparentemente, poderia ser tão
complexo. Ele sugere, sem mostrar, concretamente, leva o espectador a ver o que
não está explícito. Suas cenas são “limpas” e muito bem construídas. A da
batalha entre os combatentes de ARTHUR e o inimigo dispensa a presença física do adversário saxão. A direção de movimento e a coreografia se encarregam de mostrar
tudo, sem deixar dúvidas.
É nos pequenos
detalhes que se percebe a dimensão da inteligência e da criatividade de um diretor, principalmente de musicais. Felizmente, temos alguns
muito bons, ótimos, alguns, e GUILHERME, ainda que
com muito pouca produção nessa área, já merece fazer parte do time, sinal de
que o que faz é bem feito. Eu poderia dar vários exemplos de sua genialidade,
como encenador, nesta montagem, mas citarei apenas algumas
cenas, como a do momento em
que ARTHUR diz,
entusiasticamente, como, mesmo em menor número de contendores, vencerá a
guerra: com poesia e música (Não há uma relação com os dias de hoje?),
e uma surpresa que ele nos preparou e que, obviamente, não revelarei, para não
dar “spoiler”.
Também destaco a belíssima cena do casamento de ARTHUR e GUINEVERE,
assim como as do final dos dois atos. A propósito, no encerramento do primeiro,
o texto de ARTHUR, dito num crescendo, sobre todos os direitos a que todos os homens têm (Até gostaria de
reproduzi-lo, se tivesse acesso a ele.) acompanhado pela canção “Sociedade Alternativa (“Viva”!
Viva! Viva a Sociedade Alternativa!”), com marcações de percussão,
feita, por grande parte do elenco, em “cajóns”, é de arrepiar, muito emocionante. É tudo
aquilo de que um espetáculo,
dividido em dois atos, precisa: terminar “no alto”, “em cima”,
despertando, no espectador, o desejo de que os 15 minutos dedicados ao intervalo
“voem”. Isso, aliás, é uma máxima, para quem deseja ser elogiado numa produção teatral (autor e diretor),
qualquer que seja o gênero, mas,
principalmente, em se tratando de musicais.
A brilhante ideia de fazer com que MERLIN só apareça virtualmente é um grande achado. Segundo VERA HOLTZ, que o interpreta, “O MERLIN está numa outra dimensão. Realmente, por isso, a minha participação em audiovisual tem tudo a ver. Ele ajuda um pouco, orienta o ARTHUR, a entender um pouco a vida e a não desistir nunca.”. MERLIN é etéreo, paira no ar, é um espírito superior, ungido pelas forças do bem. Aproveito o momento para enaltecer o fantástico trabalho de VERA, uma das nossa grandes atrizes, a qual ratifica seu talento nesta participação.
E
já que entramos no assunto, falemos das atuações, analisando o elenco, com destaque para os que
interpretam os principais personagens da
trama.
Para
mim, especialmente, PAULINHO MOSKA,
na pele de um dos protagonistas, foi
uma das melhores revelações dos últimos tempos. Admirava-o, como músico, compositor e cantor,
porém não tinha conhecimento de que estudara TEATRO, na CAL, e, menos
ainda, de que é um bom ator. Nunca o
vira atuando, antes, e este é seu primeiro protagonista,
e logo num musical, gênero no qual o que interessa, para
quem atua, é interpretar bem e cantar no
mesmo nível. Isso PAULINHO faz
com muita correção e dedicação. Apoiado pelos elementos técnicos da peça,
assume um gigantismo em cena, uma postura real, bastante convincente, quando
exibe sua força e poder, e quando, temporariamente, definha, diante das pedras
que encontra pelo caminho.
LARISSA BRACHER, debutando, e muito
bem, como cantora, compõe uma bela GUINEVERE,
sabendo explorar as fraquezas da personagem,
diante das dúvidas que a acometem. Para um leigo, seu papel pode parecer de
fácil interpretação, porém tal
impressão não condiz com a verdade. A atriz
precisa se policiar, para não acabar “fazendo a mocinha coitadinha”. “Vítimas”
são os três, ela e seus dois amores, por terem sido escolhidos por Cupido, na mitologia romana, ou Eros,
na grega (Aqui, fica melhor Cupido.), o qual, com suas artimanhas,
cria uma situação de difícil resolução, a qual só pode interessar aos
envolvidos e só a eles cabe resolvê-la. LARISSA
é ótima atriz, canta bem e tem uma iluminada
presença de palco, o necessário para se destacar nesta produção.
GUSTAVO MACHADO defende, com bastante
galhardia e muita verdade, o seu bravo e leal personagem, LANCELOT, muito correto na sua interpretação, sempre chamando a atenção
do público, quando convocado a atuar na linha de frente.
RODRIGO SALVADORETTI e SAULO SEGRETO, que representam,
respectivamente, ARTHUR e LANCELOT, na juventude, são a sombra de
seus personagens adultos. O que isso
significa? Que seguem a mesma boa linha de interpretação
de seus dois colegas de cena, na versão madura, e apresentam um ótimo rendimento em suas interpretações,
quer atuando, quer cantando.
Com uma atuação bem correta a graciosa, saindo-se bem quando interpreta e canta, NATÁLIA GLANZ dá vida à personagem GUINEVERE, quando jovem, marcando presença em todas as suas aparições.
O
toque de humor, na medida certa, fica por conta do trabalho de um excelente casal de atores, acostumados
a musicais: PATRICK AMSTALDEN (DREADMOR)
e KACAU GOMES (ANAMORG), esta uma veterana como cantriz, das melhores do TEATRO
MUSICAL BRASILEIRO. Os dois se completam, na pele dos vilões, que, no
máximo, conseguem a antipatia dos espectadores (os personagens), mas nunca raiva ou ódio, já que, fazendo contraponto
às suas maldades, intrigas, cinismo e traições, há o toque do humor, às vezes,
propositalmente, chegado ao “non sense”. Os dois brilham, a cada
aparição, e, se não estão sozinhos, no palco, por vezes, roubam a cena. Uma grande cumplicidade entre os
personagens e uma química perfeita entre os atores.
Completando
o ótimo elenco, há mais 14 atores e atrizes / cantores / dançarinos,
do elenco de apoio e “ensembles”, alguns dos quais atuando
como “cover”
dos principais personagens, numa
eventualidade, quando isso se faz necessário. São eles, por ordem alfabética: CAROL PITA, DANIEL HAIDAR, DENNIS PINHEIRO, FERNANDA GABRIELA, FÉLIX
BOISSON, GABI PORTO, LAÍZE CÂMARA, LEONAM MOARES, OSCAR FABIÃO,
PAOLA POLINY, RENATO CAETANO, SANTIAGO
VILLALBA, THAINÁ GALLO e UBIRACY BRASIL. Além de se saírem muito bem, como atores, cantam harmoniosamente, em solos ou em coros, além de serem
exímios dançarinos, quando cumprem as magníficas
coreografias, desenhadas por TONI
RODRIGUES, que também é o responsável pela direção de movimento, e sobre cujo trabalho passo a dissertar.
TONI é um dos melhores profissionais do ramo e tem uma enorme
parcela de participação no sucesso deste musical,
por ter preparado números coreográficos
de irrefutável beleza plástica e com detalhes que os valorizam. Não sou técnico
no assunto, porém, modéstia à parte, nasci com um bom gosto superlativo e um
olhar crítico afiado, com relação a tudo o está ligado às artes, o que me credencia (Com
licença!) a dizer que é muito bom o
trabalho do coreógrafo, posto em prática, obviamente, por bons profissionais. As cenas de
batalhas, com bastões de madeira substituindo as espadas de aço, são um primor,
bem como outros momentos. Chamo a atenção para uma mudança na coreografia, quando de um embate entre bretões e romanos: antes da intervenção de ARTHUR, são dois lados, fazendo movimentos diferentes; depois
disso, todos executam os mesmos passos, uniformemente. ARTHUR conseguiu reunir dois lados num só, por uma mesma causa. É
um detalhe que poucos observam, entretanto faz-se necessário dizer que, num musical, os atores não entram, em determinados momentos, dançando “do nada”, assim como as canções não surgem, também, “por acaso”. Tudo faz parte do texto; estão ligadas e só existem, canções e coreografias, por um motivo especial, em momentos especiais, por
exigência do texto e das cenas. Resumindo: nada é gratuito,
fortuito.
A cenografia,
ou arquitetura cênica, criada por CAMILA SCHIMIDT, procura deixar o palco
bem vazio, ocupando, apenas, o fundo, com longas rampas, em cinza, e um fundo, que serve para muitas projeções, também feitas sobre uma tela, diáfana,
na boca de cena, a qual também serve para equilibrar a luz. Poucos adereços são utilizados.
A iluminação, belíssima, diga-se de
passagem, dialoga com o cenário, e o
resultado é muito satisfatório. Quem assina o “design” de luz é ANNA TURRA,
que optou, muito acertadamente, por uma iluminação de pouca intensidade, criando muitas sombras e liberando uma visibilidade meio limitada,
para os espectadores, tudo muito bem planejado e de acordo com o clima da peça. Afinal de contas, mistérios,
intrigas, traições e segredos não podem mesmo estar sob fortes holofotes.
Não há
quem não se encante com os fascinantes
figurinos, assinados pelo premiadíssimo
figurinista JOÃO PIMENTA, concentrados, predominantemente, nas cores cinza e prata, com algumas variações mais coloridas; na cena do casamento, por exemplo. São muito bonitos, elegantes,
criativos e de excelente acabamento, bem ao estilo da época, porém com justos toques
de modernidade. Os trajes vestem muito bem todos os personagens, os quais têm suas identidades
reforçadas pelo perfeito trabalho de
visagismo, a cargo de FERNANDO
TORQUATTO, o que significa um “luxo”, para qualquer encenador.
Nesta montagem, um dos elementos técnicos da maior relevância são as projeções, indispensáveis, num trabalho impecável, de ROGÉRIO VELLOSO, como “videodesigner”. É justo dizer que
todos esses profissionais, ligados à parte
técnica, contam com muitos auxiliares, sem os quais nada aconteceria em cena. Por falar nisso,
quem lê, com atenção, o belo programa da
peça, se tiver tempo e curiosidade, poderá contar todos os envolvidos,
direta ou indiretamente, neste arrojado projeto;
o número supera a casa de uma centena de
profissionais. São mais de 100 famílias sustentadas pelo trabalho honesto, suado e competente de seus "chefes".
Por
oportuno, é bom dizer que, nesta
montagem, houve algo de, a bem dizer, inédito, uma vez que ROGÉRIO (diretor de filmes e de projetos
multimídias imersivos e videoartista), ANNA
(“designer” multimídia, que costuma atuar, cruzando iluminação, cenografia e vídeo,
no palco) e CAMILA (arquiteta,
artista plástica e cenógrafa) fazem parte de um coletivo de arte e fizeram a concepção de três áreas juntos e,
depois, cada um executou, sozinho, a sua especialização:
ROGÉRIO, no tocante às imagens; CAMILA, cenário; e ANNA, iluminação.
Se, num musical, falha, exatamente, a parte
musical, o paciente sucumbe, por falta de oxigênio. Neste, ora analisado,
oxigênio é o que não falta, uma vez que a presença de FÁBIO CARDIA e JULES
VANDYSTADT, na direção musical e
nos arranjos, garante muita saúde e
vida longa a qualquer musical. Sobre
isso, há muito que ser dito, a começar pela brilhante ideia de serem utilizadas 25 canções de RAUL SEIXAS,
falecido há 30 anos, selecionadas
por GUILHERME LEME GARCIA e MARCIA ZANELATTO, para costurar e
enfatizar as cenas. No espetáculo “Romeu + Julieta...”, as letras de Marisa Monte se encaixavam, como uma luva, na montagem, porém, neste “...MERLIN
E ARTHUR...”, a impressão que fica é a de que as canções teriam sido compostas, especialmente, de encomenda, para a peça, tal é o ajuste entre elas, o texto e as cenas. Podem ser citadas,
por exemplo, “Prelúdio” (“Sonho
que se sonha só / É só um sonho que se sonha só, / mas sonho que se sonha junto
é realidade.”), num belíssimo
dueto entre ARTHUR e LANCELOT, que também se destacam num
outro, com a canção “Segredo da Luz”
(“As estrelas brilham como eu.”). Mais uma vez, os dois personagens dão o tom, de forma
emocionante, num dueto em “Tente Outra Vez”, canção de RAUL, mas em parceria com vários compositores, com um arranjo fantástico, num momento em que LANCELOT encoraja o amigo a não desistir da luta.
(Veja! Não diga que a canção está perdida! / Tenha fé em
Deus, Tenha fé na vida! / Tente outra vez! / Beba! Pois a água viva ainda tá na
fonte. / Você tem dois pés, para cruzar a ponte. / Nada acabou! / Tente! Levante
sua mão sedenta e recomece a andar! / Não pense que a cabeça aguenta, se você
parar! / Não! Não! Não! Não! Não! Não! / Há uma voz que canta, uma voz que
dança, uma voz que gira, / Bailando no ar. / Queira! Basta ser sincero e
desejar profundo. / Você será capaz de sacudir o mundo. / Vai! Tente outra vez!
Tente! E não diga que a vitória está perdida, / Se é de batalhas que se vive a
vida! Tente outra vez!”).
Ainda nessa linha, temos “Eu sou Egoísta”, dueto entre ANAMORG
e DREADMOR, “Sopa na Mosca” (ANAMORG)
e tantas outras canções.
Um dos
fatores que mais se destacam, para mim, na parte
musical, são os arranjos, musicais e vocais, modernos e arrojados,
que deram nova roupagem a grandes “hits”
de RAUL, sem lhe tirar a essência.
Canções conhecidíssimas tiveram seus andamentos
e / ou ritmos modificados, como é o
caso, por exemplo, de “Maluco Beleza”,
na bela interpretação de SAULO SEGRETTO,
e “Rockxixe”, que virou um “tango árabe”, nas vozes de KACAU GOMES e PATRICK AMSTALDEN.
Num
determinado momento, surpreendi-me com uma belíssima cena, em que GUINEVERE e mais quatro atrizes cantam uma versão, em português, para “Lucy in the Sky with Diamonds”, sucesso dos Beatles. Fiquei intrigado, até que JULES VANDYSTADT, em consulta que lhe fiz, posteriormente, me
infirmou que se tratava de uma versão
de RAUL (“Você Ainda pode Sonhar”), gravada no álbum “Rauzito e os Panteras”, em 1968,
antes da carreira solo de RAUL.
Ainda
mais dois detalhes / comentários
sobre a parte musical. O primeiro é que as canções de RAUL, grande
parte delas, têm letras que se bastam
e parecem apenas poemas, que, se não
fossem musicadas, conservariam a mesma beleza e conseguiriam passar as mensagens que trazem em si, como é o
caso, para exemplo, de “Gita”,
declamada por MERLIN, logo numa das
suas primeiras aparições, se não for a primeira, salvo engano. O segundo é uma marca registrada de JULES, nos seus trabalhos de direção musical, que é a presença de “mush-ups”, aqui representados, uma
vez, pela junção de “Lua Bonita”,
cantada por LANCELOT, e “Água Viva”, na voz de GUINEVERE.
Num musical, outro elemento que,
evidentemente, não pode falhar é o som.
É preciso que a plateia, de qualquer parte em que alguém esteja sentado, até na
última fileira do último balcão, ouça, com nitidez, tudo o que se fala e o que
se canta, tudo muito bem equalizado. Para que isso aconteça, entra em serviço CARLOS ESTEVES , responsável pelo correto desenho de som.
Merece
um louvor o trabalho de VICTOR HUGO
CECATTO, que editou um lindo
programa da peça, num belo trabalho de “design”
gráfico.
Um
tarefa que carece de muito acerto é o de produção de elenco, no caso, feito por uma pessoa muito respeitada
nessa atividade, por seu “faro” e experiência profissional, MARCELA ALTBERG, a qual, mais uma vez,
atirou bem no centro do alvo.
FICHA TÉCNICA:
Concepção
e Direção: Guilherme Leme Garcia
Texto
Original: Marcia Zanelatto
Roteiro
Musical: Marcia Zanelatto e Guilherme Leme Garcia
Elenco: Vera
Holtz (Merlin), Paulinho Moska (Arthur), Larissa Bracher (Guinevere), Gustavo
Machado (Lancelot), Patrick Amstalden (Dreadmor e Cover de Arthur),
Kacau Gomes (Anamorg), Rodrigo Salvadoretti (Arthur jovem), Natália Glanz
(Guinevere jovem), Saulo Segreto (Lancelot jovem), Gabi Porto (Ensemble
Feminino e Cover de Guinevere), Ubiracy Brasil (Ensemble Masculino e Cover de
Lancelot), Santiago Villalba (Ensemble Masculino e Cover de Dreadmor), Fernanda
Gabriela (Ensamble Feminino e Cover de Anamorg), Daniel Haidar (Ensemble
Masculino e Cover de Arthur jovem), Oscar Fabião (Ensemble Masculino e Cover de
Lancelot jovem), Laíze Câmara (Ensembke Feminino e Cover de Guinevere jovem),
Thainá Gallo (Ensemble Feminino), Dennis Pinheiro (Ensemble Masculino), Renato
Caetano (Ensemble Masculino e Meissen), Paola Poliny (Ensemble Feminino),
Leonam Moraes (Ensemble Masculino), Carol Pita (Elenco de Apoio) e Félix
Boisson (Elenco de Apoio)
Direção
Musical e Arranjos: Fábio Cardia e Jules Vandystadt
Direção
de Movimento e Coreografia: Toni Rodrigues
“Set
Design”, Cenografia, Iluminação e “Videodesign”: Anna Turra, Camila Schmidt e
Roger Velloso
Figurino:
João Pimenta
Visagismo:
Fernando Torquatto
Desenho
de Som: Carlos Esteves
Desenho
Gráfico: Victor Hugo Cecatto
Fotos:
Caio Ceccatto
Produção
de Elenco: Marcela Altberg
Direção
Artística AVENTURA e Supervisão de Produção: Aniela Jordan
Direção
de Produção: Bianca Caruso
Assessoria
de Imprensa: Acessória de Comunicação – Mniemeyer (Leandro Gomes / Andrea Pessoa)
SERVIÇO:
Temporada: De 15 de março a 26 de maio de 2019.
Local: Teatro Riachuelo – Rio.
Endereço: Rua do Passeio, nº 38/40 – Centro – Rio de Janeiro.
Dias e Horários: 6ª feira, às 20h; sábado, às 16h e 20h; domingo, às
18h.
Valor dos Ingressos: 6ª feira: Plateia VIP – R$140,00; Platéia – R$120,00;
Balcão Nobre – R$100,00; Balcão Simples– R$50,00 (Meia entrada em todos os
lugares.); sábado e domingo: Plateia VIP – R$160,00; Plateia – R$140,00; Balcão
Nobre – R$ 120,00; Balcão Simples: 50,00.
Horário de Funcionamento da Bilheteria: 3ªs e 4ªs feira, das 12h às
20h; de 5ª feira a domingo das 12h até uma hora após o início do espetáculo.
Venda de ingressos: Bilheterias do teatro, internet (www.ingressorapido.com.br),
aplicativo e loja Riachuelo Ipanema.
Atendimento Via Telefone: De
3ª feira a sábado, das 13h às 20h – (21) 3554-2934 / 2533-8799.
Capacidade do Teatro: 1.000 pessoas.
Tempo
de Duração: 2h15min + 15 minutos de intervalo.
Classificação
Indicativa: Livre.
Gênero:
Musical.
Creio que tudo o
que escrevi sobre a peça basta para
classificá-la como OBRA-PRIMA e recomendá-la com o maior empenho, na
certeza de que os que aceitarem a minha recomendação terão vontade de rever o musical, que traça um paralelo bem
profundo entre a história da fundação da Távola
Redonda e os tempos que vivemos hoje, no Brasil e no mundo. É, portanto, como já disse, uma peça muito atual. “Fala muito, política e socialmente, do
momento em que estamos vivendo”, afirma GUILHERME LEME GARCIA. “A nossa maior riqueza é a nossa
diversidade”, afirma o REI
ARTHUR, em determinado trecho do espetáculo.
Em outro momento, diz: “Você pode descobrir, tarde demais, que não
há limites para a barbárie”.
GUILHERME ainda observa que “É
incrível como o pensamento do RAUL é tão próximo ao do pensamento do REI
ARTHUR”, e MARCIA complementa: “ARTHUR
é tão REI quanto o RAUL e o RAUL é tão MAGO quanto o
MERLIN”.
No
final, ARTHUR prega uma espécie de mantra: “Amem o amor!”. E a peça deixa uma mensagem de
decisões para cada pessoa. “All We Need Is Love”!!!
E VAMOS AO
TEATRO!!!
OCUPEMOS TODAS AS
SALAS DE ESPETÁCULO DO BRASIL!!!
A ARTE EDUCA E
CONSTRÓI!!!
RESISTAMOS!!!
COMPARTILHEM ESTE
TEXTO, PARA QUE, JUNTOS,
POSSAMOS DIVULGAR
O QUE HÁ DE MELHOR NO
TEATRO
BRASILEIRO!!!
(FOTOS: CAIO GALLUCCI.)
GALERIA PARTICULAR:
(FOTOS: JOÃO PEDRO BARTHOLO
e ANA CLÁUDIA MATTOS.)
Aplausos!
Aplausos!
Aplausos!
Aplausos!
Aplausos!
Com Larissa Bracher e Saulo Segreto.
Com Larissa Bracher.
Com Dennis Pinheiro.
Com Oscar Fabião.
Com Patrick Amstalden.
Com Carol Pita.
Com Leonam Moraes.
Com Daniel Haidar.
Com Larissa Bracher, Paulinho Moska e Ana Cláudia Matos.
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