LES
COMÉDIENS
(PARA ENCANTAR
OS OLHOS E A ALMA.
ou
UMA FANTASIA
INESQUECÍVEL!)
Já dizia o
poeta que “SONHO QUE SE SONHA SÓ É SÓ UM SONHO QUE SE SONHA SÓ, MAS SONHO QUE SE
SONHA JUNTOS É REALIDADE”.
Acalentar
um sonho por vinte anos não é para qualquer um e, quando esse sonho é o de
montar um espetáculo teatral,
principalmente num país em que, para as “otoridades”, a palavra “CULTURA” soa como algo perigoso e
ofensivo, nem se fala!
Poucos têm a
paciência e a determinação requeridas para, por tanto tento tempo, conseguir
pôr um espetáculo teatral de pé. Esperaram duas décadas, mas estão vendo seu
lindo sonho se tornar uma bela realidade.
Falo
de CAMILLA AMADO e CLÁUDIO TOVAR, que, a partir de um
determinado encontro, já quase no final do século passado, pensaram em montar
um espetáculo com canções francesas, por terem igual paixão por elas e pelo que
representa a cultura da França para
os brasileiros.
Valendo-me
dos econômicos “releases” que me
foram enviados pela assessoria do Teatro
Cesgranrio (JULYANA CALAS) e pelo próprio CLÁUDIO TOVAR, passarei a traçar algumas considerações sobre este
lindo espetáculo.
Da primeira
ideia até o que está sendo mostrado no palco do simpático Teatro do Rio Comprido, a peça sofreu vários tratamentos,
percorrendo distintos locais de acolhimento e concepção.
Primeiro, tudo
passaria num cabaré existencialista dos anos 50; depois, evoluiu para um Teatro
dos anos 30; finalmente, motivado por uma canção do bom e velho Charles Aznavour, “La Bohème”, transportaram a peça para um ingênuo picadeiro, sob a
lona de um circo. Não poderia ter sido
melhor a ideia!!! Confesso que sou suspeito por tal julgamento, se
considerada a minha imensa paixão pelo circo e, em especial, pelos “clowns”.
Segundo TOVAR, “Viramos saltimbancos, numa ‘roulote
verte’, atravessando o país, de cidade em cidade , de ‘faubourg em faubourg’,
mostrando os dramas e alegrias dessas lindas peças do cancioneiro francês”.
O trabalho
começou, então, lenta e cuidadosamente, com uma pesquisa e os dois se viram, de
repente, cantando as canções do repertório de Edith Piaf, Jacques Brel,
Charles Aznavour, Michel Legrand, Charles Trenet, Gilbert
Becaud e muitos outros, “perfeitamente integradas ao ambiente do
circo, mostrando essas emoções universais, através de um palhaço, de um
equilibrista, de um mímico ou de um travesti”.
E continua TOVAR: “Com eles, invocamos, também, os
personagens da cultura francesa: Marcel Marceau, Rimbaud, o Pequeno Príncipe e
os trouxemos para a cena”.
A realização
de um trabalho de tão imenso porte, lindíssimo, poético, emocionante, sem
patrocínios, só seria possível com a cumplicidade de gente que também ama o TEATRO e se dispusesse a encarar a “guerra”.
Foi assim que se juntaram a CAMILLA
e TOVAR profissionais do gabarito de
THIAGO DETOFOL, para mim, uma gratíssima
revelação de um multiartista; RAFAELA
AMADO, a quem coube a direção geral;
SUELI GUERRA, com seu enorme
talento, na direção de movimentos; e
LUÍS PAULO NENÉM, na inspiradíssima iluminação.
Mas nada disso
seria suficiente para fazer subir a lona, não fosse a luxuosa e necessária
parceria da Fundação Cesgranrio, na
figura do grande mecenas Professor
Carlos Alberto Serpa, que abriu as portas do seu lindo Teatro, “cheio de carinho”, segundo TOVAR.
Para o elenco, que conta, ainda, com o acompanhamento
de três dos nossos melhores músicos, cujos nomes já estão ligados aos grandes
musicais brasileiros (JOÃO BITTENCOURT, MATEUS MENDES e LUCAS FREITAS), “é um privilégio teatralizar essas canções”.
TOVAR diz sentir-se numa cidadezinha da
Idade Média, contando histórias e
cantando para aqueles aldeões e, depois, passando o chapéu. Que imagem linda!!! Quanta sensibilidade!!!
“LES COMÉDIENS” é, pois, uma belíssima
e leve comédia musical, com o melhor
do repertório da música francesa, principalmente os grandes clássicos. Entre
uma canção e outra, CAMILLA e TOVAR vão contando pequenas e
interessantes histórias de suas vidas, vivenciadas solitariamente ou em dupla.
Não bastasse a
presença do trio e o talento que fazem desfilar no palco, tudo isso, além do
irrepreensível acompanhamento dos três músicos, já citados, os quais, ainda, se
dão ao luxo de participar de algumas cenas, apoiando-as, considero o espetáculo
uma valiosa obra de arte plástica,
mesclada com TEATRO, em função dos encantadores cenários, de TOVAR,
grande artista plástico, e THIAGO
DETOFOL; dos figurinos, que são
verdadeiras obras-primas, fruto da grande criatividade e do gosto apuradíssimo
de TOVAR, tudo realçado, “comme Il faut”,
por uma iluminação onírica de LUÍS PAULO NENÉM, que colabora para
traduzir a magia e a poesia que há num picadeiro, transformando o palpável no intangível.
Poucas vezes,
emocionei-me tanto, num espetáculo teatral, que, apesar de simples e, até certo
ponto, despretensioso, é muito lindo, fruto de um trabalho aguerrido, de uma
competente equipe, uma prova de união, força, coragem e amor à ARTE.
Ver CAMILLA AMADO, do alto dos seus 75 anos de idade, em cena, lépida e
fagueira, como uma jovenzinha, cantando, sem se importar com afinação e alcance de notas, declamando,
inspiradamente, trechos das letras de algumas canções, vez por outra, e
dançando, sem abandonar um sorriso perene e cativante, demonstrando o máximo
de felicidade, como se tivesse atingido o Nirvana, é uma dádiva, que gostaria
de ver compartilhada com todos os meus amigos.
Estar diante
de um CLAUDIO TOVAR, veterano de
musicais, um dos principais nomes do Dzi
Croquettes, que fez grande sucesso no Brasil
e no exterior, completamente detentor de todas as suas faculdades artísticas,
que o tempo não destruiu, é outro grande motivo para ir ao Teatro Cesgranrio.
Tomar
conhecimento da existência de um jovem talento, como o de THIAGO DETOFOL, foi, para mim, uma das melhores surpresas dos últimos
tempos. Que graciosidade, delicadeza, sensibilidade!!! Não é um talento promissor.
Já pode brilhar em qualquer musical.
FICHA TÉCNICA:
Roteiro: Claudio Tovar
Elenco: Camilla Amado, Claudio Tovar e Thiago
Detofol
Direção: Rafaela Amado
Direção Musical: João Bittencourt
Direção de Movimento: Sueli Guerra
Direção Vocal: Diego Timbó
Cenário: Claudio Tovar e Thiago Detofol
Figurinos: Claudio Tovar
Iluminação: Luis Paulo Neném
Músicos: João Bittencourt, Lucas Freitas e Mateus
Mendes
Direção de Produção: Camilla Amado
Produção Executiva: Preta Adorno
Camareira: Arminda Farley
Fotos:
Rafael Blasi
SERVIÇO:
Temporada: De
12 de outubro a 5 de novembro de 2017.
Local:
Teatro CESGRANRIO.
Endereço:
Rua Santa Alexandrina, 1011, Rio Comprido, Rio de Janeiro.
Dias e Horários: De 5ª feira a domingo, às 20h.
Dias e Horários: De 5ª feira a domingo, às 20h.
Valor
dos Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (estudantes; professores, de
qualquer segmento; sênior, acima de 60 anos).
Duração:
70 minutos.
Classificação
Indicativa: 12 anos.
Gênero:
Teatro Musical.
“LES COMÉDIENS” é uma garantida diversão
para toda a família. Uma homenagem ao TEATRO
e à cultura francesa, reunindo um pouco do que compõe essa cultura tão rica:
música, mímica, mágica e muita história de vida.
Trata-se de
uma viagem, sem sair do lugar. Um mergulho numa França bem diferente da de hoje.
Mas a França é, e será sempre, a França. E isso nossos talentosos
artistas sabem mostrar muito bem.
Recomendo, com o maior empenho, o
espetáculo!!! Um detalhe, que já ia passar "batido": o programa do espetáculo é para ser guardado com muito carinho, graças à "arte", belíssima, criação de CLAUDIO TOVAR. Acho que, nos Prêmios de TEATRO, deveria haver a categoria "programação visual".
E VAMOS AO TEATRO, APESAR DE TODA A CAMPANHA FEITA CONTRA AS ARTES!!!
(FOTOS:
RAFAEL BLASI.)
GALERIA
PARTICULAR:
A honra e o prazer de posar
com minha querida amiga Camilla Amado.
Idem, com relação aos queridíssimos
Lucinha Lins, Claudio Tovar e Thiago Detofol.
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