“5ª
MOSTRA DE TEATRO TIRADENTES EM CENA - 2017”
(UM ESPAÇO QUE O TEATRO
ENCONTROU PARA DISCUTIR A TOLERÂNCIA E PROMOVER O INTERCÂMBIO CULTURAL.)
Tive a oportunidade de passar
um dos melhores finais de semana da minha vida, o último, na aprazível e “mágica”
cidade de Tiradentes, Minas Gerais, participando das
primeiras atrações da “5ª MOSTRA DE
TEATRO TIRADENTES EM CENA – 2017” ,
um grande festival de arte, em que o
TEATRO dá as cartas, embora haja
espaço para outras manifestações artístico-culturais.
O
FESTIVAL dura nove dias, de 19 a 27 de maio. Infelizmente, só pude
permanecer na cidade durante os três primeiros, o suficiente para ter uma ideia
do grande evento que é e de sua importância para a arte brasileira,
considerando o intercâmbio entre artistas e a aproximação direta com o público,
uma vez que a maior parte das atrações ocorre em lugares “inusitados”, no meio
das pessoas.
Tira-se o TEATRO de dentro da caixa preta e ele é
transportado ao mundo exterior, às praças, ruas, becos, adros de igrejas,
circos, salões e, até, a teatros mesmo.
Fui
levado ao FESTIVAL pelo convite dos
amigos FÁBIO AMARAL (MINAS DE IDEIAS)
e ALINE GARCIA, ambos coordenadores gerais do evento, sendo ALINE, que é uma local, a idealizadora da festa, a qual conta com
a colaboração de vários profissionais, amigos e abnegados, como RODRIGO ROSADO, coordenador de produção, e LETÍCIA
NAPOLE, coordenadora de logística,
por exemplo.
Amir Haddad e Maurício Tizumba.
Na
sexta-feira, dia 19, às 16h,
aconteceu, no Centro Cultural Yves Alves,
SESI Tiradentes, uma “RODA DE CONVERSA: TEATRO NEGRO:
REPRESENTATIVIDADE E RESISTÊNCIA”, da qual, infelizmente, não pude
participar, pois acabara de chegar à cidade. Participaram da “Mesa” MAURÍCIO TIZUMBA, instrumentista, cantor, compositor, ator e empreendedor
cultural brasileiro, com carreira artística estabelecida
desde 1973, um dos mais populares
artistas de Minas Gerais e um dos
criadores da Companhia Burlantins,
um grupo teatral de rua, marcado pela musicalidade e em atividade desde 1996, e do Tambor Mineiro, grupo de percussão, com influência do congado, ambos culturalmente
expressivos. Além deles, MESTRE
PREGO (Capitão do Congado Nossa
Senhora do Rosário e Escrava Anastácia), SÉRVULO MATIAS (diretor e
ator do grupo local de teatro Entre&Vista)
e ADÍLSON SIQUEIRA (Professor do
Curso de Teatro da Universidade
Federal de São João Del Rei).
O propósito desse encontro foi refletir e
discutir a presença do negro em diferentes segmentos, a influência da cultura
negra na sociedade brasileira.
Às 17h da sexta-feira, deu-se a
inauguração da Exposição “O CIRCO ETÉREO
DE AMIR HADDAD”, no mesmo Centro Cultural
Yves Alves. A exposição é uma preservação da memória do ator e diretor, que testemunhou os últimos sessenta anos do TEATRO BRASILEIRO, dirigindo várias
gerações de atores, desde Jaime Costa, Elza Gomes, Fernanda Montenegro, Sérgio
Britto a Renata Sorrah, Pedro Cardoso e Andreia Beltrão, dentre muitos outros, além de fundador do Grupo Tá Na Rua, que faz TEATRO ao ar livre, nas praças deste
Brasil.
A exposição faz
com que o público entre em contato
com este “mago” do TEATRO, através
de fotos de alguns dos mais de trezentos espetáculos que AMIR HADDAD dirigiu, de vídeos-depoimentos de atores, cartazes,
objetos, figurinos e adereços, que fazem parte da trajetória do teatrólogo.
Esta homenagem é, antes de tudo, um brinde à vida, ao TEATRO e ao AMIR.
Do que pude ver e participar, começo
falando da abertura oficial do “FESTIVAL”, que estava prevista para
ser realizada, às 20h, no Largo das Forras, ao ar livre, entretanto,
devido à chuva forte que se abateu sobre a cidade, teve de ser transferida para
outro local. E que lugar maravilhoso!
Nada menos do que um picadeiro, sob uma lona de circo. Foi lá que ocorreu a
abertura da festa, a cargo de um “show” inesquecível do multiartista MAURÍCIO TIZUMBA, acompanhado do grupo TAMBOR DE MINAS.
É difícil
descrever o que se viu e ouviu, por uma hora e meia, naquela noite fria e
chuvosa. Quanta energia positiva têm
TIZUMBA e seus “coadjuvantes”! Sim,
o termo vem entre aspas, porque o grupo também é fantástico, e o casamento dos
dois gerou um espetáculo que mexeu, profundamente, com o público, o qual
enfrentou a chuva e foi “sacudir os ossos”, ao som da boa música de raiz.
No dia
seguinte, sábado, infelizmente, ainda por causa do mau tempo, o evento que
aconteceria pela manhã, o “CORTEJO COM
CAFÉ COM BIRUTAS”, teve de ser transferido para o dia 27. A concentração é na estação ferroviária da Maria
Fumaça, passa pelo Lar dos Idosos,
encerrando a atividade em frente à Igreja
do Rosário.
À tarde, às 16h, a atração foi um espetáculo infantil, de Belo Horizonte (MG), trazido por ÉRIKA MACHADO: “SUPERULTRAMEGAFLUUUU”, no auditório do Centro Cultural Yves Alves,
na sede do SESI Tiradentes, onde se
concentra toda a estrutura administrativa
do “FESTIVAL”.
Na noite de sábado, às 19h, o público, locais e turistas,
teve a oportunidade de conhecer (alguns já estavam até revendo, como eu, que já
havia visto três vezes) uma das melhores peças de TEATRO do Rio de Janeiro, em
2015, que deu às autoras do texto
e também atrizes, no espetáculo, uma
indicação de Melhor Texto no Prêmio SHELL
de 2015. Trata-se de “BRIMAS”,
um delicioso e emocionante espetáculo, dirigido por Luiz Antônio Rocha, com BETH
ZACKMAN (ESTER) e SIMONE KALIL
(MARION), no Sobrado Aimorés. A
plateia saboreou o espetáculo, da entrada à sobremesa.
Mais tarde, às 22h, houve um “show”, ao ar livre,
no Largo das Forras, que, por ter de
atender a outro compromisso, não tive a oportunidade de ver, com GILBERT SALLES, convidando LUCIANO e sua CIRANDA ORGÂNICA.
No domingo, dia 20, às 11 horas da manhã,
aconteceu uma “OFICINA DE BIRUTAS, COM
CAFÉ COM BIRUTAS, de São João Del Rei (MG)”, no Largo do Rosário, no adro da igreja que leva o mesmo nome. A garotada se divertiu à farta, e a
brincadeira se transformou num grande momento de confraternização e troca. De
tudo.
Às 14h, aconteceu, num dos espaços do SESI Tiradentes, uma “RODA DE CONVERSA: A IMPORTÂNCIA DE
FESTIVAIS DE TEATRO NA DESCENTRALIZAÇÃO DAS ARTES CÊNICAS”. Discutiu-se a real função de um FESTIVAL DE TEATRO para as artes cênicas,
fora dos grandes centros, a troca de experiência, a geração de empregos e a
possibilidade de experimentar novas linguagens e espaços. Tive a honra e o prazer de fazer parte deste evento, ao lado de MARIA SIMAN, produtora da Primeira Página e
diretora da Associação de Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR), TATYANA RUBIM, Diretora da
Rubim Produções (Belo Horizonte - MG) e JULIANO FELISATTI, diretor
do Teatro da Pedra (São João Del Rei - MG).
Às 16h, foi a
vez da apresentação, ao ar livre, também no adro da Igreja do Rosário, do espetáculo infanto-juvenil “A LENDA DO VALE DA LUA” (Rio de Janeiro –
RJ), que conta a história do Boi
Bumbá, a partir de uma brincadeira entre os irmãos Lúcia e Carlos e seus
pais.
Infelizmente, tive de voltar ao Rio, logo após o espetáculo
anteriormente citado, e não pude assistir, às
19h, daquele domingo, aos espetáculos “A
PAIXÃO SEGUNDO SHAKESPEARE” (Belo
Horizonte – MG) e, às 21h, “O PAPAGAIO”, com MARCELO PICCHI (Rio de
Janeiro – RJ), mas deixo, aqui, um resumo da programação, até o final do “FESTIVAL”:
Dia 23 (3ª feira):
19h –
Abertura oficial da exposição “25 ANOS DO GRUPO OFICINA DE TEATRO
ENTRE&VISTA COM SERESTA E POESIA” (Tiradentes - MG)
Local: Sobrado
Quatro Cantos
Dia 25 (4ª feira):
19h – “ROSA CHOQUE COM RODA DE DEBATE
APÓS ESPETÁCULO” (Belo Horizonte – MG)Local: SESI Tiradentes Centro Cultural Yves Alves
21h30 – “PLÁSTICO BOLHA: QUANDO A AUSÊNCIA É A ÚNICA PRESENÇA” (Juiz de Fora – MG)
Local: Sobrado Aimorés
Dia 26 (5ª feira):
10h, 14h e 15h30min – "ESTÓRIAS DE PIRATAS"
(Passos – MG) Local: Escola Marília de Dirceu, Escola Alice Lima, Padre Lourival de Salvo Rios e Várzea e Associação de Bairro da Torre
Das 18h às 22h – “FESTIVAL DE CENAS CURTAS”
Local: Teatro Municipal de São João Del Rei
19h – T.R.A.N.S - TERAPIA DE RELACIONAMENTOS AMOROSOS NEURÓTICOS SEXUAIS (estreia) – (Rio de Janeiro - RJ)
Local: SESI Tiradentes (Centro Cultural Yves Alves)
22h – LADY CHRISTINY (com Alexandre Lino) – Rio de Janeiro (RJ)
Local: Sobrado Aimorés
Dia 27 (sábado):
10h – “TORTA E MOSCA MORTA” (São João Del Rei – MG)
Local: Chafariz11h – “OFICINA DANÇAS URBANAS COM A CIA FUSION” (Belo Horizonte – BH)
Local: Bairro Mococa
14h – “RODA DE CONVERSA: TEATRO E CULTURA TRANS”
Local: Sobrado Quatro Cantos
15h – “FESTIVAL CENAS CURTAS”
Local: Sobrado Aimorés
Observação: As três cenas vencedoras da primeira edição do “Festival Cenas Curtas” se apresentam para o público da mostra.
17h – “RODA DE CONVERSA: O CIRCO ETÉREO DE AMIR HADDAD”
Local: Jardim SESI Tiradentes, Centro Cultural Yves Alves
19h – “CASA DE BONECA” (Rio de Janeiro – RJ)
Local: SESI Tiradentes, Centro Cultural Yves Alves
22h – “QUANDO EFÉ” – Belo Horizonte (MG)
Local: Praça Largo das Forras
Paralelamente, o “FESTIVAL”
oferece várias oficinas, além das já
citadas, abertas ao público, em geral, todas gratuitas, como a “Construindo Performances”.
Além das rodas de conversa também já mencionadas, outras estão previstas,
como “Teatro e Feminismo: Construir Uma
Nova História” e “O Teatro Vivo de
Amir Haddad”.
MAIORES INFORMAÇÕES NO SITE www.tiradentesemcena.com.br
EQUIPE “TIRADENTES
EM CENA”:
Idealização: Aline Garcia
Realização: “Tiradentes em Cena” e Nina Capel Gestão Cultural
Coordenação Geral: Aline Garcia e Fábio Amaral
Coordenação de Produção: Rodrigo Rosado
Produção Local: Helton Andrade
Logística: Letícia Napole
Assistentes de Logística: Janaína Garcia e Carina Marques
Gestão Financeira: Nina Capel
Assistentes de Produção: Mariana Pinter e Mariana Caputo
Assessoria de Imprensa: Minas de Ideias (RJ e SP) e Primeiro Plano (BH)
Mídias Sociais: Daniel Prado
Programação Visual: Gina Mesquita
Cobertura Fotográfica: Thyago Andrade e Marlon de Paula
Cobertura Audiovisual: ERA – Empório de Relacionamentos Artísticos
Recomendo muito o programa
e, desde já, agradeço, aos organizadores do evento, pelo tratamento a mim
dispensado, com tanta atenção e fidalguia, o que observei, também, em relação a
todos os outros convidados.
Espero voltar, todos os anos, à
“MOSTRA DE TEATRO TIRADENTES EM CENA”, um evento que enobrece a cultura
brasileira e é motivo de orgulho para todos os que vivem da arte do TEATRO ou que por ele são apaixonados.´
Deixo, aqui, um agradecimento ao fotógrafo THYAGO ANDRADE, que, gentilmente, me enviou o material fotográfico aqui utilizado.
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