SOBRE
RATOS
E
HOMENS
(“TEATRÃO”,
COMO, HÁ MUITO TEMPO,
NÃO SE VIA POR CÁ.
ou
SOBRE OS LIMITES
E AS IMPLICAÇÕES
DA AMIZADE
E DA FORÇA.
ou
“EU QUERIA TER NA VIDA,
SIMPLESMENTE,
UM LUGAR DE MATO VERDE,
PRA PLANTAR E PRA COLHER.
TER UMA CASINHA BRANCA,
DE VARANDA,
UM QUINTAL E UMA JANELA,
PARA VER O SOL NASCER”.
– Peninha.)
Depois de uma longa espera, finalmente, os cariocas
estão podendo assistir a um espetáculo tão aguardado, que ficou muito tempo em
cartaz, em São Paulo, merecedor de
muitos prêmios. A peça em questão é “SOBRE
RATOS E HOMENS”, em cartaz no Teatro
I, do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), de 4ª feira a domingo, às 19h,
até o dia 30 de abril (2017).
A
peça é uma criação do grande escritor norte-americano JOHN STEINBECK (1902 / 1968), Prêmio Nobel da Literatura, em 1962, publicada em 1937. Na verdade, surgiu como um romance, ao qual o
próprio autor resolveu dar forma para o TEATRO,
no mesmo ano de sua publicação. Além do Nobel,
STEINBECK também recebeu um Prêmio Pulitzer.
A história já ganhou várias versões,
no cinema e na TV, e já foi encenada em muitos países, em diferentes idiomas.
No Brasil, além de algumas adaptações
para teledramas, ficou célebre uma montagem teatral, há 60 anos, dirigida por Augusto
Boal, sua primeira direção, para o emblemático Teatro de Arena, com Gianfrancesco Guarnieri, José Serber, Nilo Odália, Riva
Nimitz, Mílton Gonçalves, Geraldo Ferraz, Nelo
Pinheiro, Salomão
Guz, Sérgio
Rosa e Taran
Dach.
A peça,
inédita no Rio de Janeiro, chega
aqui, trazendo, na bagagem, muitos prêmios, como o APCA, de Melhor Espetáculo de Teatro; o Cenym, da Academia de
Artes no Teatro do Brasil, de 2016,
como Melhor Espetáculo Teatral, Melhor Qualidade Técnica, Melhor Direção de Arte, Melhor Iluminação e Melhor Cenografia; o de Melhores do Ano do Guia da Folha – Voto
Popular: Melhor Estreia de Teatro.
O título da peça (“Of Mice and
Men”) surgiu, baseado em versos do poeta Robert Burns, que traduzem a sua essência: “Os projetos mais bem
elaborados, sejam de ratos, sejam de homens, fracassam, muitas vezes, e nos fornecem
só tristeza e sofrimento, em vez do prêmio prometido.”
A peça é um tratado do
culto à verdadeira amizade, à fidelidade nas relações humanas e um chamado à
percepção dos limites da força e do poder, além de tocar fundo na questão da
tolerância.
Não concordo com o “release” da peça, enviado pela assessoria de imprensa (CATHARINA ROCHA),
quando diz que “‘SOBRE RATOS E HOMENS’ transita
entre a comédia e o drama...”. Não consigo enxergar, no texto, elementos de humor, a não ser
algumas palavras e ações do personagem LENNIE,
absolutamente patéticas, creditadas à sua condição de abobalhado, de seu
retardo mental. Mas isso não é suficiente para rotular o texto como comédia. Trata-se
de um grande drama, sim, feito em forma de um TEATRÃO, aqui empregado o termo apenas com conotação positiva.
Dois
personagens meio enigmáticos, uma vez que não se tem notícia de suas origens,
menos ainda de como se iniciou aquela amizade nem de algum grau de parentesco
que os una, nos dão uma lição de amor ao próximo, de companheirismo, de
cumplicidade, de que tanto estamos carentes.
“No
palco, os atores RICARDO MONASTERO e ANDO CAMARGO dão vida aos
personagens GEORGE e LENNIE, respectivamente, uma oportunidade de viver sonhos,
verdadeira amizade e a esperança de uma realidade mais acolhedora.
São
duas pessoas bem diferentes: o primeiro é de raciocínio ágil e o outro, tão
forte quanto ingênuo. Unidos pelo sonho de trabalhar, juntar dinheiro e comprar
um pedaço de terra onde possam finalmente viver. São forçados a lidar com a
realidade e só a verdadeira amizade permitirá que continuem sonhando”.
(Extraído do já citado “release”.
Em
comoventes e irretocáveis interpretações, RICARDO e ANDO fazem
parte de um excelente elenco,
completado por NATALLIA
RODRIGUES (MAE), TOM
NUNES (CROOKS), CÁSSIO INÁCIO BIGNARDI (CURLEY), ROBERTO BORENSTEIN
(CANDY), PEDRO PAULO EVA (CARLSON) e THIAGO FREITAS (SLIN), sob a magnífica
direção de KIKO MARQUES. Desses, ROBERTO, PEDRO PAULO e THIAGO
fazem suas estreias, no elenco,
substituindo, respectivamente, Luiz
Serra, Luciano Schwhab e Gustavo Vaz.
A respeito do texto,
diz o diretor: “‘Sobre Ratos e Homens’ foi um
dos primeiros romances que li em minha vida intelectual adulta. Não me lembrava
disso. Também não tinha ideia da influência que o romance havia exercido sobre
mim, até receber o convite para dirigir o espetáculo. Veio-me, então, à cabeça
tudo o que senti, pensei e fiz a partir da história dos dois amigos e seu sonho
e o quanto fui tocado por ela. Hoje, diante da tarefa de transpor esse encontro
para o palco, entendo esses dois personagens e sua trajetória como parte do
conteúdo arquetípico que nos forma. Assim como é impossível ler ‘Dom Quixote’
sem ter a certeza, desde as primeiras páginas, de já conhecermos,
profundamente, aquele senhor magro, montado em seu cavalo, e seu fiel
escudeiro, também em ‘Sobre Ratos e Homens’ é impossível não ter, para com LENNIE
e GEORGE, uma afinidade onírica e um pacto de amizade eterna”.
Essas palavras, de KIKO MARQUES, justificam seu brilhante trabalho de direção, com uma leitura que não se
afasta das intenções do dramaturgo,
criando um espetáculo que mexe com o espectador, até o menos sensível. Não li o
livro, mas creio que o que lá está escrito materializou-se, em cena, por conta
da sensibilidade de KIKO,
indiscutivelmente, um de nossos melhores
diretores de TEATRO. Jamais
assisti a uma direção sua que não
merecesse a adjetivação de “obra-prima”.
Toda a densidade do texto, o que existe, nas
entrelinhas, surge, como imagens diáfanas, graças ao trabalho de um diretor e a magistral atuação do elenco.
SINOPSE:
GEORGE (RICARDO MONASTERO) e LENNIE (ANDO CAMARGO) são dois
amigos bem diferentes. O primeiro, de raciocínio ágil, e o segundo, tão forte
quanto ingênuo, unidos pelo sonho de trabalhar, juntar dinheiro e comprar um
pedaço de terra, onde possam, finalmente, viver.
Forçados a lidar com a realidade, só a verdadeira amizade permitirá que
continuem sonhando.
A história se inicia com os dois fugindo de uma fazenda, cujos proprietários queriam punir,
severamente, LENNIE, porque este,
teoricamente, teria desrespeitado uma mulher. É que LENNIE tinha uma fixação por tocar tudo o que fosse macio e,
completamente inconsciente de sua força física e, por consequência, de seus
atos, quando não lhe permitiam os toques e as carícias, embrutecia-se e acabava
por causar sérios danos materiais ao que estava tocando, a ponto de chegar a
matar um ser vivo. Sua atitude agressiva, quando repelido pela mulher, quando
apalpava seu vestido macio, gerou um mal-entendido. Achavam que ele estava
tentando estuprá-la, daí a perseguição.
Sai, então, a dupla, peregrinando, em busca de uma
outra fazenda, onde pudessem encontrar trabalho.
Uma vez parados, no caminho, para descansar, GEORGE notou que LENNIE estava escondendo algo, que nada mais era do que um ratinho
morto. Apesar de adorar filhotes de animais e de querer ter sempre um, de
estimação, o brutamontes, por força do seu retardo mental, acabava matando-os,
em função de sua desproporcional e incontrolável força.
GEORGE obrigou-o a se desfazer do ratinho morto
e passou a contar-lhe os planos para o futuro: comprar um acre de terra,
construir sua própria fazenda e, nela, criar galinhas, porcos, e o que LENNIE mais queria, coelhinhos. Também
falavam da importância da amizade e da companhia que um fazia ao outro, do
quanto um necessitava do outro. GEORGE,
o cérebro; LENNIE, o corpo.
Acabaram, finalmente, chegando à tal fazenda, onde
travaram conhecimento com outros peões, fazendo amizade com todos, à exceção do
patrão, homem de má fama, um grande explorador, que estava aborrecido, por
terem se atrasado na chegada, e o filho deste, CURLEY (CÁSSIO INÁCIO BIGNARDI), cópia fiel do pai, uma pessoa
agressiva, insegura, casado, há duas semanas, com uma aspirante a atriz, MAE (NATALLIA RODRIGUES), a única
mulher na fazenda, que se fazia prevalecer de tal prerrogativa, para suscitar o
desejo nos machos, para o desespero do marido, o qual – depois, fica-se sabendo
-, parece que não lhe dava a devida atenção, nem como esposo, nem como homem.
Uma maior aproximação da dupla se dá com o velho CANDY (ROBERTO BORENSTEIN), com quem
dividem o tão almejado sonho de terra própria. Os dois quase não tinham
dinheiro, mas CANDY oferece uma boa
parte de suas economias, para fazerem uma sociedade. Precisariam, contudo, de
um pouco mais de dinheiro, cuja solução estava no trabalho que iriam executar
ali, por algum tempo, até que juntassem a quantia suficiente para a realização
do sonho dos três.
Tudo poderia ter dado certo, se LENNIE, encantado com a maciez dos
cabelos de MAE, numa das vezes em
que ela invadiu o alojamento dos homens, “apenas para ter com quem conversar”,
segundo ela, não a tivesse, acidentalmente, matado, quando a mulher achava que
ele estava desejando-a, tentando possuí-la.
Um “tsunâmi” se formou na vida dos dois amigos,
uma vez que, descoberto o “crime”, iniciou-se uma caçada de morte ao
“assassino”, para fazer vingança, da forma mais cruel possível.
Todos se organizaram num grupo e partiram para a
procura de LENNIE. GEORGE, porém, querendo poupar o amigo,
que sabia ser inocente, usando de sua inteligência, propôs que o grupo se
desfizesse e que cada um procurasse por um lado da propriedade, escolhendo o
seu e tendo tomado o caminho de um lugar para o qual sempre mandava que LENNIE fosse, caso percebesse ter feito
algo errado. Sabia que lá o encontaria. E assim se deu.
Reservo-me o direito de omitir o epílogo, que é
surpreendente, triste, comovente...
ANDO CAMARGO
dignifica o ofício de ator, ele, que, por tantas vezes, já
mereceu meus contundentes aplausos.
Seu LENNIE
é feito com tanta verdade, que emociona e provoca, no público, um sentimento
que supera a comiseração. Dá vontade de pô-lo no colo, a despeito de seu
tamanho, como se fosse um frágil bebê, totalmente inimputável.
Assim como o grande e fiel amigo, GEORGE, LENNIE é um homem sem instrução, de estirpe simples, ingênuo, de
alma boa, acostumado ao trabalho braçal, pesado, das fazendas, indo da limpeza
ao plantio, passando pela colheita e pelo trato com os animais. Só pensa em
criar seus coelhos, porque são o protótipo do macio, da delicadeza, da
fragilidade, que ele tanto apreciava.
É dotado de anormal força física, capaz de trabalhar
por ele e por mais alguns homens, de transportar cargas pesadíssimas, porém, em
função de um retardo intelectual e de uma profunda ingenuidade, é incapaz de controlar
sua força física e seus instintos, quando contrariado. Seu comportamento
infantil é o que move o coração da plateia. Sem qualquer esforço, nós o
perdoamos.
O grande mérito de ANDO é não fazer um personagem caricato, o que seria muito comum
encontrar em outros atores, dada a complexidade que há na sua construção. Já vi
vários intérpretes, fazendo personagens na mesma linha, porém todos “pasteurizados”,
como se saídos de uma linha de produção. Tudo igual. Parabéns ao ator, por sua criatividade, sensibilidade e capacidade de
ser genuíno em sua criação!
RICARDO
MONASTERO, com seu personagem,
GEORGE, faz o grande contraponto, em relação ao de ANDO CAMARGO, com uma interpretação
também digna de todos os elogios.
GEORGE
supre a sua fraqueza física, em relação ao outro, com sua inteligência,
perspicácia e, acima de tudo, consciência do mundo em que vive e de seus
desejos. Pensa pelos dois, sente pelos dois, sofre pelos dois.
Cuida de LENNIE,
afetuosamente e com o desvelo de um pai, como se lhe tivesse sido confiado tal
fardo. Mas ele o faz, reclamando, sim, porém só da boca para fora. No fundo,
por amor, respeito e tolerância, com relação àquele próximo, sente-se feliz na
companhia do amigo.
Sua maior preocupação, além de pensar num lugar para
viverem felizes e tranquilos, na velhice, era cuidar que LENNIE não fizesse “coisas erradas”, que pudessem pôr a perder os
planos para uma vida digna e feliz.
O personagem é pleno de uma determinação e de
uma capacidade de se colocar no lugar do outro. Para mim, foi um raro prazer
ver RICARDO vivendo esse personagem, de uma forma tão robusta e
verdadeira.
O denominador comum aos dois
personagens é o grau de marginalidade em que vivem, sempre à cata de emprego,
mendigando por migalhas, pela subsistência, e o sonho da terra própria, o que,
na época, era difícil de ser alçançado, pelo fato de os Estados Unidos
estarem mergulhados na Era da Grande Depressão (1929-1939). O que ganham
mal dá para a alimentação, sobrando-lhes muito pouco, ou quase nada, para a
realização do grande sonho.
Que belo trabalho faz ROBERTO BORENSTEIN,
como o velho e simpático CANDY (doce como o nome)! É o que mais se
aproxima dos dois novos empregados da fazenda. Cria-se um bela amizade entre os
três, já que CANDY, sabedor dos planos da dupla, ansioso por uma
segurança futura, propõe, aos dois, uma sociedade, com vistas ao sonho, a um
futuro seguro, de paz e felicidade, livre da tirania do patrão. Ele perdera uma
das mãos, na execução de uma tarefa rural, e se tornou meio inválido, para a
lida no campo, entretanto o patrão pagou-lhe uma espécie de indenização, pela
quase invalidez, e permitiu que ele permanecesse na fazenda, não por piedade,
mas para utilizá-lo em tarefas mais leves.
CANDY era
apegado a um velho e moribundo cão, que vivia carregando, de um lado para o
outro. O animal fedia, insuportavelmente, provocando a ira de CARLSON (PEDRO PAULO EVA), que estimulava
o velho a sacrificar o pobre animal.
NATALLIA
RODRIGUES é a única presença feminina no elenco e acaba sendo, sem querer,
o pivô do triste final. Sua personagem, MAE,
é recém-casada com CURLEY (CÁSSIO INÁCIO BIGNARDI), o filho do
fazendeiro.
Com apenas duas semanas de casada, ela, que aspirava
à carreira de atriz, se sente totalmente arrependida do casamento, entediada
com a vida no campo e desprezada pelo marido, que a troca por meretrizes, no
vilarejo mais próximo à fazenda. Sua solidão faz com que ela frequente, às
escondidas, o alojamento dos peões, segundo ela, apenas com a intenção de
conhecer gente e conversar. Fica no ar, de uma forma meio explícita, no
entanto, uma sugestão de que ela procurava, também, algo mais, aquilo que o
marido lhe negava: amor e sexo.
Muitas vezes, não é o/a personagem nem o tempo em que
o/a ator/atriz permanece em cena que vão definir a sua atuação num espetáculo,
e sim o seu nível de atuação. A personagem de NATALLIA participa de poucas cenas, contudo a atriz merecia fazer parte, mesmo, de um elenco tão homogêneo e
competente.
STEINBECK
aproveitou-se do texto, para fazer
sua crítica veemente ao racismo, na
figura de CROOKS, personagem
muito bem vivido por TOM NUNES,
o único trabalhador negro, que era segregado pelos brancos, ainda que tão
trabalhadores, miseráveis e explorados quanto ele. Vivia isolado, num minúsculo
quarto, quase soterrado de livros. Era lendo, compulsivamente, que ele tocava a
sua vida. Descobrira uma forma de sofrer menos.
CÁSSIO INÁCIO
BIGNARDI acumula dois papéis: CURLEY
e seu PAI, chamado apenas de “PATRÃO”, este em breves aparições. É
como o filho, que herdou o péssimo caráter do PAI, que o ator se destaca.
Prepotente e arrogante com todos os empregados, CURLEY era muito inseguro e tinha um
grande ciúme da jovem esposa. Estava sempre à procura dela, proibindo-a de estar
entre os outros homens da fazenda. Motivos para isso não lhe faltavam (?), pois
ele a tinha como, talvez, um objeto de valor, de uma coleção qualquer. Não se
sabe o que o levou a desposar MAE,
se não demonstra amá-la, muito menos ser feliz no casamento. Talvez a tivesse
como uma espécie de troféu, símbolo do seu poder.
Nos demais papéis, também
em excelentes atuações, temos PEDRO
PAULO EVA (CARLSON) e THIAGO FREITAS
(SLIN).
Aquele era, talvez,
o mais rude, dentre os demais personagens, à exceção, obviamente, de CURLEY e o PAI. Vivia incomodado e implicando com o fétido cheiro que exalava
o cão de estimação de CANDY e
estava, sempre, a lhe propor que o sacrificasse, oferecendo-se, inclusive, para
o tiro de misericórdia. Essa proposta se acentua, quando a cadela de SLIN dá cria e CARLSON sugere a troca do animal fedorento por um filhotinho.
SLIN é, por
seu comportamento na trama, o mais centrado, o mais sensato e tranquilo de
todos. Parece, também, reunir, em seu caráter, sensibilidade, pelo menos em nível
superior ao dos demais. Sabedor do interesse de LENNIE por animais “fofinhos”, dá-lhe, de presente, um filhote da
ninhada nascida, o qual, infelizmente, acaba se tornando mais uma das inocentes
vítimas da inocência de LENNIE.
Ao adentrar o Teatro,
já nos encantamos com o incrível cenário,
de MÁRCIO VINÍCIUS, que reproduz,
com muita precisão o ambiente rural, o interior de um alojamento de peões e,
numa das laterais do palco, a minúscula cela onde CROOKS (TOM NUNES)
habitava. Um trabalho digno de premiação!
Os figurinos,
de FÁBIO NAMATAME, são fiéis à época
e ao estilo do ambiente, em cores neutras, confeccionados rusticamente. Ajudam,
bastante, na composição dos personagens, com o suporte de um bom visagismo, assinado por RAPHAEL CARDOSO, e a maquiagem, de CHLOÉ GAYA. Ainda sobre os figurinos,
a única exceção à descrição feita é quanto aos trajes utilizados por MAE, uma moça fina, que veio da cidade
para o campo, portanto dona de um guarda-roupa fino, elegante e de bom gosto.
GUILHERME
BONFANTI faz uma ótima iluminação, que se adequa às várias situações, para
auxiliar nas diversas e distintas cenas.
Há de se ressaltar,
ainda, o bom trabalho executado por MARTIN
EIKMEIER, responsável pela trilha
sonora, que se faz presente ao longo de quase duas horas de espetáculo.
“SOBRE RATOS E HOMENS” é, assertivamente, um espetáculo que marcará
o ano teatral carioca, de 2017, e, também, deverá entrar em muitas listas
de indicações a prêmios, pela altíssima qualidade da montagem, em todos os seus
aspectos.
FICHA TÉCNICA:
Texto: John Steinbeck
Tradução: Ricardo Monastero
Direção Artística: KIKO MARQUES
Elenco:
RICARDO MONASTERO (GEORGE)
ANDO CAMARGO (LENNIE)
NATALLIA RODRIGUES (MAE)
TOM NUNES (CROOKS)
CÁSSIO INÁCIO BIGNARDI (CURLEY e PAI)
ROBERTO BORENSTEIN (CANDY)
PEDRO PAULO EVA (CARLSON)
THIAGO FREITAS (SLIN).
Cenografia: Márcio Vinícius
Figurinos: Fábio Namatame
Trilha Sonora: Martin Eikmeier
Iluminação: Guilherme Bonfanti
Visagismo: Raphael Cardoso
Maquiagem: Chloé Gaya
Contrarregra: Sidney Felippe
Técnica de Som: Carol Andrade
Técnica de Luz: Kuka Batista
Comunicação Visual: Cristiano Canguçu
Fotos: Luciano Alves
Gestão de Projeto e
Sustentabilidade: Celso Monastero
Coordenadora
Administrativa: Sônia Odila
Assessoria de Imprensa: Máquina de Escrever Comunicação - Catharina
Rocha
Assessoria Jurídica: Francez e Alonso Advogados Associados
Direção de Produção: Antônio Ranieri
Produção: Dendileão Produções Artísticas
Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
SERVIÇO:
Temporada: De 23 de março a 30 de abril de 2017.
Local: Centro Cultural
Banco do Brasil (CCBB) Rio de Janeiro – Teatro 1.
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro.
Tel.: (21) 3808 2020.
Dias e Horários: De 4ª feira a domingo, às 19h.
Valor do Ingresso: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia-entrada).
Funcionamento da Bilheteria: De 4ª feira a 2ª feira, das 9h às 19h30min.
Venda antecipada: Inicia-se na segunda-feira da semana
anterior à do evento, restrita a quatro ingressos por pessoa.
Duração: 100 minutos.
Classificação Etária: 10 anos.
Lotação: 180 lugares
Assistam
à peça e entendam o verdadeiro sentido da pergunta, que já foi feita a todos,
diante de alguma situação embaraçosa, quando se tem de tomar uma decisão: “VOCÊ É UM HOMEM OU UM RATO?”.
Homens são os corajosos e dignos; ratos são
os covardes e vis.
E atentem para
a cena final, que é de tirar o fôlego.
Coloquem-se no lugar de GEORGE e
procurem entender o sentido de uma amizade e até que ponto podemos, ou devemos,
ir por ela!
Após
assistir a “SOBRE RATOS E HOMENS”, é
muito difícil que uma pessoa de sensibilidade apurada continue a mesma.
Confiram! E não
precisam me agradecer pela indicação; apenas recomendem o espetáculo ao maior número
possível de pessoas!
FOTOS: LUCIANO ALVES.)
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